sábado, 5 de outubro de 2013

10 de outubro

10 de outubro

 
1861 – Nasce na Itália, João Crippa

Igreja de São José, em Campo Grande, na rua Padre João Crippa


Filho de Pietro e Fiorina Bucconi, nasce em Asso, na Itália, João Crippa. Fez seus primeiros estudos no Colégio S. João Evangelista em Turim. Vocacionado para o sacerdócio, em 1889 partiu para o Uruguai em companhia de d. Luis Lasagna. 

Em Vila Colón fez o noviciado e recebeu a batina em 3 de fevereiro de 1890. Quatro anos depois foi ordenado sacerdote. Mais tarde padre Crippa, que optou pelo Oratório Festivo como profissão religiosa, com atrativo para com as crianças, mudou-se para o Brasil. Trabalhou em Araras e Lorena. Em 1912, com 40 anos de idade foi transferido para o norte de Mato Grosso, onde permaneceu por vários anos em missão junto aos índios bororos e em seguida passou à casa inspetorial de Cuiabá.


Nomeado vigário de Campo Grande, Aquidauana e Miranda. Foi Campo Grande “propriamente onde se afirmou com todo o prestígio de uma veneranda canície de uma bondade sacerdotal que o transformou num ídolo do povo,” segundo João Batista de Mattos. Seu quartel-general foi o Oratório de São José onde pregava, confessava, “e sobretudo catequizava a massa anônima e vária de meninos que se revezava naqueles pátios todos os dias; massa sempre antiga e sempre nova, barulhenta e irrequieta que reproduzia na mente do observador as primeiras turmas do Oratório semovente de d. Bosco nos primórdios da Congregação”.

Transferido para Três Lagoas, em 1940, faleceu naquela cidade a 1º de agosto do ano seguinte. Seus restos mortais foram transportados para Campo Grande em 1951 e encontram-se na igreja São José, que não chegou a conhecer. Campo Grande homenageia-o com uma de suas ruas mais conhecidas e um busto dentro da igreja de São José. 


FONTE: João Baptista de Mattos, Os monumentos nacionais (Mato Grosso), Imprensa do Exército, Rio de Janeiro, 1957, página 67


10 de outubro

1881 - Em Corumbá, escrava compra liberdade de filho fugido





Tendo fugido seu filho, também escravo, de Corumbá, provavelmente para a Bolívia, mãe compra sua liberdade, de acordo com as leis em vigor:

Registro de uma carta de liberdade

Saibam quantos este registro virem, que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de mil oitocentos oitenta e um, aos três dias do mês de novembro, nesta cidade de Corumbá, compareceu a escrava Claudina, reconhecida pela própria de mim, do que dou fé,m e por ela me foi pedido o registro da carta Judicial de liberdade de seu filho Abel, a qual é do seguinte teor: Ao doutor Hermes Plínio Barba Cavalcanti, Juiz Municipal desta cidade e seu termo, na forma da Lei - Faz saber aos que a presente carta de liberdade virem, que tem a escrava, Claudina de propriedade do negociante Thiago José Mongini, apresentado a quantia de duzentos mil reis, como pecúlio de seu filho Abel, pertencente à massa falida de Germano Levandossisk, quantia que se acha depositada com o referido Mongini, e havendo como houve, dar posta dos referidos credores, acordo na liberdade do referido escravo pela quantia de duzentos mil reis, atendendo a achar-se fugido dito escravo, em país estranho; usando da faculdade outorgada no artigo quarto paragrafo segundo da Lei número dois mil e quarenta de um mil oitocentos e setenta e um, concede plena liberdade ao escravo Abel, pertencente à massa falida de Germano Lessandosky; e para conservação e guarda de seus direitos, mandou passar a presente que vai assinada. Dada e passada nesta cidade de Corumbá aos dez dias do mês de outubro de mil oitocentos oitenta e um. Eu, Paulino Soares das Neves, escrivão que escrevi - Hermes Plínio da Barba Cavalcanti. Nada mais se continha na Carta de liberdade cujo registro foi pedido, e ao assiná-lo que entrego a posta, me reporto e dou fé.


FONTE: Fundação Cultural Palmares, "Como se de ventre livre nascido fosse...", Arquivo Público Estadual, Campo Grande, 1994, página 35.


10 de outubro


1912 - Matte Larangeira renova concessão com  o Estado de Mato Grosso

Mineiro conduzindo o raído

Através de contrato firmado com o Estado de Mato Grosso, a Empresa Matte Larangeira S.A., com sede em Buenos Aires, mantém o monopólio na exploração dos ervais do Estado, localizados no município de Ponta Porã, cuja jurisdição alcançava todo o extremo sul de Mato Grosso. 

Pela cláusula quarta do referido contrato, o governo se compromete a não conceder nenhuma prorrogação de prazos a posseiros ou arrendatários da área contratada, “passando aquelas que forem caindo em comisso a fazer parte do presente arrendamento”.


O contrato mantinha o poder de polícia atribuído em disposições anteriores:
“A empresa arrendatária, fica obrigada a zelar e fazer zelar pelos seus prepostos as matas, ervais e campos, de modo que sejam conservados no melhor estado possível, não permitindo que estranhos ali se estabeleçam sem a sua autorização”.
 



FONTE: Gilmar Arruda, Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul (1883-1947), Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 297

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