04 de novembro
O episódio, que se transformou no discurso da oposição, estigmatizou o período Totó Paes, encerrado com a sua morte em 1906. O fato, de repercussão nacional, foi relatado pelo coronel João Paes de Barros, proprietário da usina onde as vítimas foram aprisionadas:
Feita a seleção dos que deveriam ir por terra a Cuiabá, soube que foram todos amarrados de braços para trás pela escolta que os conduzia, seguindo assim a pé até o lugar denominado "Potreiro", onde, junto a uma baia, conhecida pelo nome de "Garcêz", foram um a um fuzilados, saqueados e os cadáveres com os ventres partidos em cruz para não boiarem, lançados na água à voracidade das piranhas, ficando aí postada uma guarda até que desaparecessem.
Da usina foram ouvidos os tiros, pois, em linha reta, é pequena a distância àquela baia, a qual posto que situada na mesma margem em que está a usina, fica-lhe em frente, pela grande curva que forma ali o rio Cuiabá.
Antes da partida da escolta, Eugênio Vital que tinha hábito de andar grande distância a pé, pediu que lhe permitissem seguir a viagem a cavalo, embora preso e devidamente seguro; a esta súplica foi-lhe respondido;- "que não era muito longa a distância a caminhar, que logo chegariam ao fim". E assim foi.
Ao cair da noite parte da escolta, que seguira com os presos por terra, regressara à usina, narrando sem reservas os horrorosos detalhes da carnificina havida na baia dos Garcêz.
FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 311.
FOTO: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914.
04 de novembro
1901 - Chacina na baia do Garcêz
Usina Conceição, no início do século XX |
A polícia do coronel Totó Paes, que aliado aos irmãos Murtinho,
expulsou o senador Generoso Ponce, do Estado, cerca a fazenda Conceição, do
primeiro-vice-presidente João Paes de Barros, que acabava de romper com o
governo, e prende um grupo de oposicionistas refugiados naquele estabelecimento
rural, vizinho da usina Itaicy, de Totó Paes, prende a todos, exceto o
vice-presidente que é obrigado a assinar a carta de renúncia, seleciona um
grupo que é levado a Cuiabá e separa dezessete que são executados e atirados no
lugar conhecido por baia dos Garcêz, no distrito Santo Antonio Rio Abaixo, atual Santo Antonio do Leverger.
O episódio, que se transformou no discurso da oposição, estigmatizou o período Totó Paes, encerrado com a sua morte em 1906. O fato, de repercussão nacional, foi relatado pelo coronel João Paes de Barros, proprietário da usina onde as vítimas foram aprisionadas:
Feita a seleção dos que deveriam ir por terra a Cuiabá, soube que foram todos amarrados de braços para trás pela escolta que os conduzia, seguindo assim a pé até o lugar denominado "Potreiro", onde, junto a uma baia, conhecida pelo nome de "Garcêz", foram um a um fuzilados, saqueados e os cadáveres com os ventres partidos em cruz para não boiarem, lançados na água à voracidade das piranhas, ficando aí postada uma guarda até que desaparecessem.
Da usina foram ouvidos os tiros, pois, em linha reta, é pequena a distância àquela baia, a qual posto que situada na mesma margem em que está a usina, fica-lhe em frente, pela grande curva que forma ali o rio Cuiabá.
Antes da partida da escolta, Eugênio Vital que tinha hábito de andar grande distância a pé, pediu que lhe permitissem seguir a viagem a cavalo, embora preso e devidamente seguro; a esta súplica foi-lhe respondido;- "que não era muito longa a distância a caminhar, que logo chegariam ao fim". E assim foi.
Ao cair da noite parte da escolta, que seguira com os presos por terra, regressara à usina, narrando sem reservas os horrorosos detalhes da carnificina havida na baia dos Garcêz.
Autor da época realça o episódio com assombroso tom de dramaticidade:
Cardumes de piranhas ferozes, na sua fúria carnívora, se incumbirão de raspar ou últimos vestígios daqueles corpos - não ficará provas da façanha.
Assim pensam os autores do horripilante morticínio. O bem estudado dos detalhes macabros, entremostra a premeditação dos mandantes. Mas a natureza, obediente a Deus, abre no ano seguinte uma exceção: em 1902 a baia do Garcêz secou.
E dezessete ossadas humanas, alvas sob o sol adusto, atestavam ali o crime inominável.
FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 311.
FOTO: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914.
04 de novembro
1916
– Assembleia intima presidente do Estado a depor
A Assembleia
Legislativa de Mato Grosso, reunida em Corumbá, por falta de
garantias em Cuiabá, aprova parecer nº 41 da Comissão
Especial, opinando pela pronúncia do presidente Caetano Albuquerque:
Pediu a palavra, pela ordem, o sr. Amarildo de Almeida e declarou que achando-se impedido, conforme declaração anteriormente feita, de tomar parte no processo do presidente do Estado, retirava-se do recinto para não tomar parte na votação.
Por idêntico motivo e sucessivamente retiraram-se os srs.Almeida Castro, Julio Muller e Ângelo Rebuá, em vista do que, para verificar se existia número legal depois da retirada desses srs. deputados, o senhor presidente submeteu a votos o parecer, foi aprovado unanimimente.
Na sessão seguinte, segunda parte do expediente, entra em segunda e última discussão o parecer no. 41, da Comissão Especial, sobre a defesa do presidente do Estado, o qual terminou opinando pela pronúncia.
Posto em discussão e ninguém pedindo a palavra, foi submetido a votos sendo aprovado por unanimidade. O senhor presidente declarou que à vista do voto da Assembléia, a mesa ia lavrar o decreto de pronúncia do presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque e mandava proceder a intimação do mesmo, tudo nos termos do art. 11 da lei no. 26 de 17 de novembro de 1892.
FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 107.
04 de novembro
1927 - Nasce Maria da Glória Sá Rosa, educadora, escritora e animadora cultural
Professora Maria da Glória Sá Rosa |
Nasceu em Mombaça, Ceará, Maria da Gloria Sá Rosa. Estudou no colégio interno Juvenal de Carvalho, em Fortaleza e graduou-se em línguas neolatinas, em 1949, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Mudou-se para Campo Grande definitivamente em 1950, onde casou um ano depois de sua chegada com José Ferreira Rosa, com quem teve quatro filhos.
Por meio de projetos, incentivou a cultura e as artes nas escolas, organizou e promoveu vários festivais de músicas, artes plásticas, teatro e cinema em Mato Grosso do Sul. É autora de diversos livros sobre o Estado nas áreas econômica, política, social e cultural.
Foi uma das fundadoras da Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, primeira escola das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmat), atual UCDB, Universidade Católica Dom Bosco.
Recebeu o título de Doutora Honoris Causa, da UCDB e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
Faleceu em 28 de julho de 2016, vítima de AVC, no hospital El Kadri, em Campo Grande.
FONTE: Revista Atuação nº 5, Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 18.
4 de novembro
1944 - Governo aprova Guarda Florestal da a colônia de Dourados
O ministro da Agricultura do governo Vargas, Apolonio de Carvalho aprovou o ante-projeto da Guarda Florestal do Território Federal de Ponta Porã, organizada pela administração da Colônia Agrícola Nacional de Dourados.
A iniciativa se refere à criação inicial do seu núcleo-base para a preparação de instrutores da nova organização, cujas atribuições e estrutura, depois de estudadas pelo Serviço Florestal por
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