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sábado, 22 de janeiro de 2011

19 de janeiro

19 de janeiro


1927 - Revoltosos pregam divisão de Mato Grosso

De acordo com notícia da imprensa paulista "há dias estão sendo espalhados em Campo Grande, Corumbá e Porto Murtinho e outras localidades, boletins pregando a separação do Sul de Mato Grosso, para nele constituir um estado autônomo, havendo nos municípios mais progressistas certa animosidade contra os cuiabanos". 

FONTE: Diario da Noite (SP), 19/01/1927.


19 de janeiro

1936 - Inaugurada linha aérea São Paulo - Corumbá - La Paz

                            Tocantins, pilotos e pessoal do Condor/ Foto Correio Paulistano


Realizou-se no Campo de Marte, em São Paulo, a inauguração da linha aérea São Paulo-La Paz, com escalas em Campo Grande e Corumbá:

"O Sindicato Condor, que vem desenvolvendo progressivamente suas linhas aéreas na América do Sul, tendo iniciado o serviço da linha para o Chile, em outubro próximo passado, aumenta agora a sua rota ligando São Paulo a La Paz, cujo percurso é feito em nove horas e meia, com ligeiras paradas.

A última para será em Corumbá, onde haverá baldeação para para outro aparelho de três motores Junkers, de cuja fábrica são fornecidos todos os aviões para as linhas do Sindicato Condor". 

O voo inaugural da nova linha foi feito pelo aparelho Tocantins. Deixou o Campo de Marte, "as 10 horas, sendo pilotado pelos aviadores Licínio Correa Dias e Luiz David Catelli. O possante avião, numa ligeira manobra, alçou voo rumo a Mato Grosso, transportando jornais de São Paulo e cerca de mil cartas procedentes da Europa e Rio de Janeiro, destinadas à Bolívia".

FONTE: Correio Paulistano, 21/01/1936


1947 – Terminada a apuração da eleição para governador do Estado.

Relatório do TRE com o resultado da primeira eleição para o Executivo de Mato Grosso, depois da ditadura do Estado Novo, realizadas a 9 de janeiro. Pelo referido expediente, segundo Lélia Rita de Figueiredo Carneiro, “se verificou haverem votado nas citadas eleições 44.305 eleitores, tendo sido anulados 2.287 votos. Para Governador do Estado foram apurados 40.941 votos válidos, sendo 21.293 computados ao candidato do Partido Social Democrático, Doutor Arnaldo Estevão de Figueiredo.” 
 
O adversário de Arnaldo Figueiredo foi o udenista Dolor Ferreira de Andrade.


FONTE: Lélia Rita E. de Figueiredo, Campo Grande,o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd. Página 342.

sábado, 14 de dezembro de 2013

19 de dezembro

19 de dezembro

1826 – Expedição Langsdorff deixa Albuquerque

A comissão científica, patrocinada pelo governo russo, deixa Corumbá e continua sua viagem rio Paraguai acima, rumo à sua próxima escala, Cuiabá:

No dia 19 de dezembro partimos de Albuquerque. O comandante acompanhou-nos até a praia e, em honra ao sr. cônsul, mandou dar umas salvas. Iam conosco vários guanás.


Continuou nossa navegação com extrema lentidão, tanto mais incômoda quanto os mosquitos não nos deixavam um instante de sossego. É um suplício indizível.
Tornava-se, além disso, de dia para dia mais penoso o modo de subir contra corrente pelo crescimento do rio que tendo, naquela estação de chuvas, recebido já bastante água nas cabeceiras, não permitia mais às zingas alcançarem o fundo. Recorriam então nossos camaradas a umas varas compridas, terminadas em forquilha, com as quais, agarrando os ramos de árvores e troncos ou apoiando a extremidade de encontro a eles, empurravam as canoas por diante. Raros eram, porém, os galhos resistentes e cada vez mais violenta a correnteza. Porisso também nos movíamos com morosidade desesperadora, que os mosquitos, a chuva e a monotonia transformavam em sofrimento quase insuportável.


FONTEHercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 74.


19 de dezembro

1951 - Indenizados servidores do antigo território de Ponta Porã




19 de dezembro

1916 - Nasce em Cuiabá, Manoel de Barros



Filho de João Wenceslau Leite de Barros e Alice Pompeu Leite de Barros, nasce em Cuiabá, Manoel de Barros. Ainda criança mudou-se para o Pantanal da Nhecolândia, no município de Corumbá, onde foi alfabetizado por sua tia Rosa Pompeu de Campos. Fez seus estudos primários em Campo Grande no Colégio Municipal, dirigido pelo professor João Tessitore Júnior, onde foi aluno da professora Olívia Enciso. Fez o curso secundário no Rio, onde segundo ele, despertou para a poesia, depois de ler Antonio Vieira.

Em 1934 iniciou o curso de Direito. Concluiu o curso mas nunca advogou. Seu primeiro livro foi "Poemas concebidos sem pecado", de 1937, com tiragem de 20 volumes. Em 1942 publicou "Face imóvel" e em 1956, "Poesias", pela Editora Pongetti. Ganhou em 1960 o Prêmio Orlando Dantas, patrocinado pelo jornal Diário de Notícias do Rio de Janeiro, com o livro "Compêndio para uso dos pássaros". Em 1965 vence o prêmio nacional de poesia da Fundação Cultural do Distrito Federal, e com o dinheiro editou em 1969, a sua "Gramática expositiva do chão".

"Matéria de poesia", segundo ele, foi o livro mais elogiado de sua obra. Em 1982 lançou "Arranjos para assobio", pela Editora Civilização Brasileira. Em 1985 saiu "Pré-coisas", seguido pelo "O guardador de águas" (1989), "Concerto a céu aberto para solos de aves" (1991) e "O livro das ignorâncias".

Assim Manoel de Barros se define:

Minha poesia é uma reflexão permanente. A palavra me atinge de tal modo, que a língua passa a inventar coisas. Nunca escrevi uma palavra que não tenha roçado no meu corpo. Minha poesia é marcada por um constante morrer e renascer. Essa permanente metamorfose está presente em toda a minha obra. Acho que é importante para qualquer poeta reviçar as coisas. Descobri, por exemplo, que uma palavra arcaica tem o poder de dar viço novo a qualquer outra já gasta. É por isso que gosto de ler os clássicos quinhentistas. A partir da palavra aprendo a inventar. Ela é o fio condutor que nos faz penetrar em nossos ancestrais.

Manoel de Barros faleceu em 13 de novembro de 2014, em Campo Grande.


FONTE: Maria da Glória Sá Rosa e outras, Memória da arte em Mato Grosso do Sul, UFMS/CECITEC, Campo Grande, 1992,página 45.

FOTO: estátua desenhada e esculpida por Victor Henrique Woitschach (Ique).


19 de novembro

1951 - Indenizados servidores do ex-território de Ponta Porã

O presidente Getúlio Vargas sancionou lei aprovada pelo Congresso Nacional, abrindo, pelo Ministério da Justiça, o crédito especial de Cr$ 11.994.394,80 para custear o pagamento dos proventos de disponibilidade, relativos ao período de 16 de dezembro de 1947 a 31 de dezembro de 1949. dos ex-servidores dos extintos territórios de Iguaçu e Ponta Porã, beneficiados pela lei n° 128, de 24-10-1947.

FONTE: Correio da Manhã (RJ), 20 de dezembro de 1951.








segunda-feira, 7 de outubro de 2013

19 de outubro

19 de outubro

1903 – Morre Barros Cassal



Aos 45 anos falece em Nioaque, de hepatite aguda, o advogado e revolucionário gaúcho, João de Barros Cassal. No sul de Mato Grosso, desde 1901, egresso da revolução federalista em seu Estado, dedicou-se à advocacia e é apontado por alguns autores, como teórico do movimento divisionista. Suas últimas palavras ao seu cunhado Carlos A. de Gusmão, que procurava aconchegar-lhe as cobertas foram: “Não me tolhas a liberdade! Tu sabes que eu bem pugnei por ela"!

Os seus restos mortais foram em começo de 1916 conduzidos ao Rio de Janeiro pelo coronel Gomes de Castro, de onde em março seguiram para Porto Alegre, sendo ali inumados a 20, no cemitério da Santa Casa. Uma das principais ruas de Porto Alegre tem o seu nome, dado também a um município do Rio Grande do Sul. 

FONTESLuiz Araújo Filho, O Município de Alegrete, 2a. edição, 1908


19 de outubro

1920 – Ponta Porã elevada à cidade

Decreto estadual transforma o município fronteiriço em cidade, abrangendo os distritos de Antônio João, Cabeceira do Apa, Lagunita e Patrimônio União. Com sede estabelecida na lombada do planalto de Maracaju, que lhe ameniza a temperatura, emparceirando-lhe as condições climatéricas com as do Paraná, data o seu início dos fins do século XIX, sendo de 10 de abril de 1900 a resolução que lhe reconheceu a existência, criando a paróquia respectiva.

Feito município a 18 de julho de 1912 e elevado à categoria de comarca por lei de 23 de setembro de 1915, teve por base econômica os ervais, a que deve seu povoamento e os vastos campos onde se desenvolveu a pecuária e, mais recentemente, a produção de grãos, principalmente a soja e o milho.


FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 219.


19 de outubro

1921 - STF reintegra juiz de direito em Corumbá

O Supremo Tribunal Federal resolveu reintegrar com salários retroativos, o bacharel Henrique Seido Barros Falcão no cargo de juiz de direito na comarca de Corumbá:

"O bacharel Henrique Seido Barros Falcão, há anos foi demitido do cargo de juiz de direito de Corumbá. Julgando o ato do governo ilegal, propôs ele uma ação no juízo seccional de Mato Grosso, que decidiu julgando legal a decisão.

O autor apelou então para o Supremo Tribunal, que na sessão decidiu ontem mandar reintegrá-lo e pagar-lhe todos os atrasados".

FONTE: O Paiz, (RJ), 20/10/1921.


19 de outubro

1997 - Morre o professor Luis Alexandre



Nascido em 14 de abril de 1903, morre em Campo Grande, o professor Luis Alexandre de Oliveira. Natural de Viçosa (MG), em 1913, em companhia da mãe, mudou-se para Aquidauana, fixando-se em Campo Grande, definitivamente, dez anos depois. Primeiro professor da Escola Visconde de Cairu, entidade mantida pela colonia japonesa, "fez grandes amizades, principalmente com os líderes Oshiro Takemori e José Shimabucuro, a ponto de ter interferido durante a segunda guerra mundial, no sentido de minimizar e até mesmo evitar perseguições a nipônicos aqui residentes".

Graduado em Ciências Jurídicas pela Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil (RJ), chegou a ser auditor militar em Belém do Pará. Advogou por muitos anos e dedicou-se ao magistério, em Campo Grande, onde adquiriu e dirigiu por muitos anos, o Colégio Osvaldo Cruz. 

Político, foi deputado estadual constituinte, eleito em 1946 e vice-prefeito de Campo Grande, como parceiro de chapa do prefeito Wilson Barbosa Martins (1958-1962).

Intelectual, foi membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, como titular da cadeira 25, tendo como patrono o poeta Arnaldo Serra. Deixou um livro, O mundo que eu vivi, editado em 1986.

FONTE: José Couto Vieira Pontes, Correio do Estado (Campo Grande) 1° de dezembro de 2020.

FOTO: retrato de Furlan.



domingo, 6 de março de 2011

19 de agosto

19 de agosto

1867 - Antonio Maria Coelho recebe a Ordem Imperial do Cruzeiro

Em reconhecimento à sua ação, como comandante das forças brasileiras que retomaram a cidade de Corumbá do exército paraguaio, Anotnio Maria Coelho é nomeado pelo imperador D. Pedro II, oficial de ordem imperial do Cruzeiro, a mais alta honraria concedida pelo governo brasileiro:

Atendendo aos relevantes serviços que, no assalto e tomada da praça de Corumbá, no dia 13 de junho do presente ano, prestou o tenente-coronel de comissão Antonio Maria Coelho, e de conformidade com os §§ 1° e 3º do art. 9° do decreto n° 2853, de 7 de dezembro de 1861, hei por bem nomeá-lo oficial da ordem imperial do Cruzeiro. Palácio do Rio de Janeiro, 19 de agosto de 1867, 46° da independência e do Império.- Com a rubrica de Sua Majestade Imperial - José Joaquim Fernandes Torres.

Oficiais da vanguarda do 2º corpo de operações, responsável pela pela operação de retomada também foram "condecorados em remuneração do relevantes serviços prestados", com a Ordem de Cristo e a  Ordem da Rosa.

FONTE: Correio Mercantil, 21 de agosto de 1867.


19 de agosto

1932 Selvino Jacques prepara ataque aos revolucionários




Selvino Jaques, o segundo à esquerda



A serviço dos legalistas do presidente Getúlio Vargas, o bandoleiro Selvino Jacques, articula ataque surpresa aos constitucionalistas na fronteira. Brígido Ibanhes acompanha-o:
                               

Os revoltosos que já vinham novamente nos calcanhares dos legalistas passaram pela ponte na parte baixa, e ali acamparam às margens do rio. Nesse local é que o capitão Selvino Jacques ia dar uma demonstração de seu senso estratégico e um grande empenho para que a campanha legalista obtivesse sucesso. Não fosse seu golpe fulminante no Rio Perdido e certamente a história teria tomado outro rumo.
Amanhecia o dia 19 de agosto de 1932.


Os legalistas, acampados no Recreio, começaram a se movimentar e a forragear os cavalos. Eles tinham chegado à noite e, por informações de batedores, souberam que os revoltosos passaram a noite acampados na parte baixa do Perdido. Isso sinalizava que eles poderiam passar à dianteira dos legalistas revoltosos e fechá-los num cerco mortal, tal qual a tortolita (rolhinha) que cai na arapuca de taquara.


O Estado-Maior já amanheceu com a cuia do mate na mão em conferência. Alguma coisa teriam que aprontar para atrasar o avanço revoltoso, mas o quê? Entre uma cuiada e outra aventaram um plano meio heróico meio doido, mais com cheiro de defunto de que de lauréis...


O capitão Selvino saiu da roda da reunião e ordenou que o 2° Esquadrão, sob seu comando, entrasse em forma. Ninguém ficou cangando grilo e num piscar todos estavam aprumados, com o mosquetão na mão. Um a um o Jacques foi-lhes passando um rabo-de-olho, e então selecionou 38 homens, todos praças velhas, menos o Barnabé. Mas o Barnabé já era suficietemente louco para acompanhá-los. Entre esses homens constavam o inseparável Prudente, o Antônio Paim, o Tonico, o Nenito Vieira e outros.


A caminho, aprisionaram um batedor, que deu as coordenadas do acampamento rebelde:


Ciente agora da real posição dos inimigos, o pelotão de choque encetou um desvio pelo meio da mata, de quase cinco quilômetros, tentando assim evitar o encontro com outros batedores e também para tentar surpreendê-los pelo lado menos cogitado.

O ataque surpresa deu-se na madrugada do dia seguinte. 



FONTE: Brígido Ibanhes, Selvino Jacques, o último dos bandoleiros, o mito sul-matogrosse,2a. edição, João Sortecci Editora, São Paulo, 1995. Página 84.(Imagem:dosmatos.org.br http://bit.ly/gv0t8C)


19 de agosto

1967 - Assembleia vota impeachment contra Pedro Pedrossian



A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá, rejeita o projeto de resolução de iniciativa de deputados oposicionistas, à frente o deputado Castro Pinto, propondo a cassação do mandato governador Pedro Pedrossian. Apresentado em 18 de fevereiro, o assunto foi alvo de longo debate, envolvendo a classe política e a sociedade mato-grossense, visivelmente contrária à medida. 

Votaram contra a cassação os deputados: da Arena, Afro Stefanini, Cacildo Hugueney, Emanuel Pinheiro, Ivo Cersósimo, João Chama, José Cerveira, José de Freitas, Rene Barbour, Tomaz de Aquino, Valdevino Guimarães e Waldomiro Gomçalves. Do MDB, Agápito Boeira, Altair Brandão e Carlos Medeiros.

Votaram pela cassação: Arena, Augusto Mário, Alexandrino Marques, Celso Amaral,  João de Paula Ribeiro, Milton Figueiredo, Nelson Ramos, Nunes Rocha, Oscar Soares, Reinaldo Moraes, Sebastião Cunha e Ubaldo Barém. Do MDB, Américo Nassif, Cleomenes Nunes e Castro Pinto.

Ausentaram-se os deputados Oliveira Lima (Arena) e Walter de Castro (MDB).


FONTE: Rubens de Mendonça, Historia do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 428.







quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

6 de janeiro

6 de janeiro


1823 - Mato Grosso festeja a independência do Brasil

O povo de Cuiabá, confirmada a proclamação da independência do Brasil, no dia 7 de setembro do ano anterior, reúne-se para comemorar e marcar um de seus principais registros históricos: 

Em 6 de Janeiro a Camara fes cantar na Cathedral d’ esta Cid.e o Hino –Te Deum Laudamus– em acção de graças, e fes publicar trez dias de Luminarias pela Aclamação do Principe Regente, o Imperador Constituicional e Perpetuo Defensor do Brasil, e no dia 22 do dito mes, se ajuntarão na Camara a Ex.ma Junta Governantiva, e mais Cidadãos, Clero, e Povo, q.’ tinhão sido convidados, p.r Edital de 15, para-se manisfestar e declarar a vontade daquellas Respeitaveis Corporaçõens, e Povos, ora presentes, em abundantissimo numero, sobre a Independencia do Brasil, e aclamacão de S.M.I. Elevada a alta e Sublime Dignidade de Imperador do Brasil e seu Defensor Perpetuo, pela Nobre e Leal Cidade ao Rio de Janeiro, e p.r algumas outras Cidades, e Villas d’este vasto Imperio, como constava pelos Diarios daquella Cidade N. 124, 125, – e 126 – datados á 15,- 17, e 19 do mes de Outubro do anno transposto, chegados de proximo a esta Cidade, e com effeito foi expremido, e declarado p.r votos unanimes, acompanhados d’entusiasmo, e satisfação, q.’ o Povo do Brasil he livre, e Independente, que sua divisa por tanto deve ser, e he = A Independencia, ou morte = que tendo sido esta mesma Independencia, e liberdade, sustentada, Defendida, e Protegida em Gloria, e Proveito d’ este vasto Imperio, pelos Talentos, e Intrepides do Jovem Principe o Snr. D- Pedro d’ Alcântara ja amiassada pelos inimigos declarados d’ este mesmo Imperio, os degenerados Deputados das Cortes de Lisboa, q.’ a seu arbitrio, e com descarada perfidia | Despoticam.e, a querião agrilhoar, e escravisar p.r tanto havia p.r hadotado o Systema, a Heroyca Resolução daquella Nobre, e Sempre Leal Cidade do Rio de Janeiro, e outraz cidades, e Villas das próximas Prov.as, em terem aclamado o Mesmo Augusto Senr.’ D. Pedro d’ Alcântara Imp.or Constitucional do Brasil, e seu Perpetuo Defensor, e q.’ p.r isso, o innaogoravão, reconhecião, e aclamarão Imperador do Brasil, e seu Defensor Perpetuo, como expressa, e Declaradam.e foi confirmado, p.r todos, pela correspondencia, e repetição dos vivas, q.’ forão dados pelo Presidente da Camara o Alferes Jose de Pinto e Asevedo, o q.e aproximando-se a huma Janella da mesma, de pois de desenrolar a bandeira de q.’ usa a Camara, sustentada pelo Vereador transposto o Cap.m Jose Pereira dos Guimarães, e em voses inteligeveis, e claras, e altas, disse-viva a Nossa Santa Religião, viva o Imp.or Constitucional do Brasil, e seu Perpetuo Defensor, Viva a Imperatriz, sua Augusta Esposa, Viva a Augusta Descendencia de Suas Mag.es, Imperiais = Viva a Independencia do Brasil, Viva o Povo do Brasil, findando-se com repetidas vivas dadas p.r immenso Povo, q.’ para as ruas, e praças fronteiras tinha comcorrido, e assignarão a vereança mais de 200 pessoas.


FONTE: Annaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1823) 


1778 - Guaicurus cometem chacina no forte Coimbra

 

 

Índios guaicurus, insinuando visita pacífica ao forte Coimbra,traiçoeiramente, cometem chacina contra a guarnição militar. O episódio é revisto pelo pesquisador Carlos Francisco Moura:

Era um grupo numeroso de índios a pé e a cavalo,acompanhados de suas mulheres. Vinham sem lanças nem flechas e traziam carneiros, aves, peles de animais e outros artigos para negociar.

O cacique e seu intérprete entraram na estacada para parlamentar com o comandante Marcelino Camponês, enquanto do lado de fora os soldados comerciavam com os índios, vigiados por uma escolta de doze soldados armados.

Alegando que as mulheres tinham medo de arma de fogo, os guaicurus pediram ao ajudante Tavares que as retirasse à escolta e as colocasse sob uma tolda próxima.Disseram que os soldados não precisavam ter medo pois eles estavam sem armas, só com cacetes e facas. Atendidos nesse pedido, convidaram os soldados a descansar no regaço de suas mulheres. Estavam assim descuidados alguns, e outros negociando ativamente com os índios, quando o cacique, carregado de presentes oferecidos pelo comandante, saiu da estacada. Já próximo ao local onde se encontravam índios e soldados deu um assovio e imediatamente a esse sinal cada índio atacou com o cacete o soldado que estava mais próximo e a seguir o degolou com a faca. Tão inopinado foi o ataque que em poucos instantes estavam quase todos mortos, e quando os soldados que estavam na estacada saíram em auxílio dos companheiros, já os guaicurus se retiravam sem nenhuma perda, levando armas e até roupas dos soldados mortos.

Nessa trágica cilada morreram 54 soldados e ficaram feridos seis.


FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora da UFMT, Cuiabá, 1975, página 34.

FOTO: Reprodução guaicuru. Meramente ilustrativa. 



6 de janeiro

1865 - Paraguaios degolam cirurgião brasileiro

É degolado por soldados paraguaios, no Pantanal, o médico-cirurgião, José Candido de Freitas, lotado na armada do forte Coimbra. Com 30 anos de idade, natural da Bahia, José Cândido foi vítima do massacre contra os passageiros do Anhambai, navio brasileiro em fuga de Coimbra para Cuiabá:

Na foz do São Lourenço, a 6 de janeiro de 1865 o Anhambaí é avístado pelos dois navios de guerra paraguaios.

Imediatamente perseguido rio acima pelo inimigo, tomando a dianteira o Iporá, o vapor brasileiro faz vivo fôgo sôbre o mesmo, apesar de seguir em retirada que se estendeu por seis léguas. O navio brasileiro se encontrava com apenas um rodízio de 32 que no décimo-terceiro tiro desmontou-se,conforme diz, em sua parte, o Capitão de Fragata Castro Menezes.Nêsse último disparo foi matar o 2.° Tenente de Marinha Gregório Benítez, do Iporá. Em uma das voltas mais estreitas do rio, foi o Anhambaí sôbre a barranca, perto do morro do Caracará, quando é abordado pelo Iporá que mais de perto o seguia. Após uma resistência gloriosa e diante  da demasiada superioridade do inimigo, alguns marinheiros saltam em terra e salvam-se, outros, entretanto, permanecem no navio, lutando contra o invasor. Em seus postos de honra, pelejando bravamente, estavam o comandante, Piloto José Israel Alves Guimarães, o comissário Fiúza e o 2.° Cirurgião DOUTOR  JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS ALBUQUERQUE que foram heróis da resistência. Ao médico militar os selvagens, depois de o fazer prisioneiro, degolam-no, mutilam-lhe, cortando as orelhas para remetê-las ao seu comandante, pois, como  diz Sacramento Blake, era assim que procediam os paraguaios com seus prisioneiros- de guerra.

FONTE: Luiz Castro de Souza, (artigo) in Revista Marítima Brasileira (RJ), 1961. 

1905 – Rondon em Nunca-Te-Vi, distrito de Bela Vista



A passagem do jovem major Cândido Rondon pela localidade de Nunca-Te-Vi, por ocasião da ligação do serviço telegráfico em Bela Vista, é assinalada por acontecimento que marca o perfil justiceiro e pacificador do célebre sertanista:

Curioso episódio se passou aí, quando estávamos em serviço na fronteira, nas proximidades de Nunca Te Vi. Em território brasileiro embora, era a população de Nunca Te Vi paraguaia – guaranis industriosos que desenvolviam suas lavouras, vivendo pacatamente. Foi quando revolucionários, expulsos do Rio Grande do Sul e que, vindos pela fronteira em busca de local onde se estabelecessem, deram com Nunca Te Vi. A pretexto de que não eram brasileiros, expulsaram os pobres guaranis de suas terras. Vieram eles procurar-me e eu consegui que o Presidente do Estado lhes reconhecesse e mantivesse a posse. Munido dessas credenciais, pude convencer os invasores de que se deveriam retirar pacificamente.

FONTEEsther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969.

6 de janeiro

1910 - Padeiros em greve, em Corumbá


Reclamando o direito de folgar aos domingos, trabalhadores em padarias em Corumbá fazem greve de protesto. A notícia de última hora é dada pelo jornal O Brazil:


FONTE: O Brazil (Corumbá) em 6 de janeiro de 1910. 


6 de janeiro

1912 - Inaugurada iluminação elétrica em Corumbá

Com um baile oferecido pela sociedade local ao dr. Oscar da Costa Marques, diretor de empresa concessionária,, é inaugurado em parte da vila, o moderno sistema de iluminação elétrica de Corumbá, que consta de seis arcos voltaicos. O evento é registrado pelo semanário O Debate, de Cuiabá:

"Foi inaugurada a iluminação elétrica desta cidade, que apresenta belíssimo aspecto.

Passageiros chegados no paquete Coxipó, entrando à noite, dizem apresentar Corumbá, visto de longe, o aspecto de uma grande cidade".

FONTE: O Debate (Cuiabá), 12 de janeiro de 1912.

6 de janeiro

1969 - Morre em Corumbá, Olegário Moreira de Barros

Falece em Corumbá, sua cidade natal, aos 69 anos, Olegário Moreira de Barros. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, exerceu os cargos de delegado e chefe de polícia do Estado, diretor de Imprensa Oficial, consultor jurídico, Procurador Geral, juiz de direito, secretário geral do Estado, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, tendo sido nessa condição nomeado interventor federal do Estado de Mato Grosso, tendo governado de 8 de novembro de 1945 a 8 de julho de 1946.

Jornalista, colaborou com todos os jornais de Cuiabá e Corumbá. Era membro da Academia Mato-Grossense de Letras, onde ocupava a cadeia n° 34, cujo patrono é o poeta José Tomás de Almeida Serra.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 27.



  

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

19 de fevereiro

19 de fevereiro

1903 - Totó Paes eleito governador






Em eleição, onde a oposição, liderada pelo senador Generoso Ponce, ausentou-se por força de violenta repressão oficial, são eleitos em 19 de fevereiro de 1903, Antônio Paes de Barros, Totó Paes, presidente; Pedro Osório, 1o vice-presidente; Antônio Leite de Figueiredo, 2o vice-presidente; e João Batista de Almeida Filho.¹ Para a Assembleia Legislativa foram eleitos José Alves Ribeiro (cel. Jejé), Antonio Gaudie Ley, Amarílio Alves de Almeida,  Antonio Pinto Botelho, Francisco Pinto de Oliveira, Francisco Vieira d'Almeida, Antonio Leite de Figueiredo, Antonio de Souza Albuquerque, Pedro Leite Osório, Pedro Antonio Manoel Bicudo, Felicíssimo José da Silva, Manoel Alves Ribeiro, Pedro Torquato Leite da Rocha, João Antonio Nunes da Cunha, Severo José da Costa e Silva, José Teodoro de Paula, Francisco Mariani Wanderley, Felipe de Brum, Manoel Joaquim dos Santos, Candido Teixeira Cardoso e Pio Rufino.

A mesma eleição reelegeu Joaquim Murtinho para o Senado e os deputados federais Benedito de Souza, Lindolfo Serra, coronel Aquino e Antonio Neto.

O mandato de Totó Paes foi abruptamente interrompido em 6 de julho de 1906, em consequência de movimento armado, liderado por seu inimigo Generoso Ponce.



FONTES: ¹Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a. edição) Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 98. ²Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 82.



19 de fevereiro

1955 - Morre o maestro Levino Albano da Conceição





Nascido em Cuiabá em 1895 e criado em Corumbá, faleceu o instrumentista e compositor Levino Albano da Conceição. Cego de nascença, aluno de seu tio Manoel Florêncio, aos 16 anos, já era tido como o melhor violonista de Corumbá. Em 1904, no Rio de Janeiro, ingressou no Instituto Benjamim Constant, dedicado ao ensino de pessoas com deficiência visual. Sempre promovendo excursões periódicas pelo Brasil e países da América do Sul, sempre voltava a Corumbá, onde realizou inúmeros concertos.

Professor de Dilermando Reis - Entre os momentos mais marcantes de sua carreira artística, registre-se o seu encontro no Rio, com Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, em recital a 12 de março de 1925. Em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, conheceu o jovem violonista Dilermando Reis, então com apenas 15 anos. Impressionado com a talento do adolescente, convidou-o a seguir viagem em sua companhia. O pai de Dilermando, um entusiasta da arte do filho, percebeu a grande chance que surgia e prontamente concordou. Mestre e discípulo se apresentaram juntos por dois anos.¹ 

Pela causa - Entusiasta defensor da causa dos deficientes visuais, Levino criou em Corumbá, uma escola de música para cegos, que a manteve com parte do dinheiro de seus concertos². 


FONTE: ¹Jorge Carvalho de Mello, (artigo) Violão brasileiro (violaobrasileiro.com.br/dicionario/levino-albano-da-conceicao; ²A Tribuna, (Corumbá) 17/2/1949.


1956 - Iniciado o transporte coletivo em Dourados



É inaugurado em Dourados o sistema de transporte coletivo urbano de passageiros. Por iniciativa do empresário Dorival Vasconcelos, é iniciada uma linha circular que, partindo da extremidade oeste da avenida Marcelino Pires vai até os limites da colônia federal, fazendo um percurso de cerca de doze quilômetros, de ida a volta

Falando ao jornal O Progresso sobre o evento, Dorival Vasconcelos disse que, "embora seja em caráter experimental, é quase certo que a linha será efetivada, pois confia no já acentuado movimento da zona urbana de nossa cidade".

O preço da passagem era de Cr$ 3,00 no perímetro urbano e mais Cr$ 3,00 ao entrar na zona suburbana.

Era prefeito da cidade, o empresário Antonio Moraes.


FONTE: O Progresso, 5 de fevereiro de 1956.

FOTO: Reprodução do livro Memória Fotográfica de Dourados, de Regina Heloiza Targa Moreira (1990)  

 

 

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