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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

8 de janeiro

8 de janeiro
1890 - Rondon gradua-se em engenharia militar



O alferes Cândido Mariano da Silva Rondon recebe da Escola Militar do Rio de Janeiro o título de engenheiro militar e o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. 55 dias antes, por influência e sob as ordens de seu superior Benjamin Constant, participou da proclamação de República como estafeta do exército.

Órfão de pai (que não chegou a conhecer) e mãe (falecida dois anos e meio depois de seu nascimento) aos sete anos, em 1873, deixou Mimoso e mudou-se para Cuiabá, onde passou a ser criado por seu tio, Manoel Rodrigues da Silva. Iniciou seus estudos no mesmo ano, na escola particular de Mestre Cruz. No ano seguinte matriculou-se na escola pública do professor João Batista de Albuquerque. Completou o curso primário na escola do professor Francisco Ribeiro da Costa, mestre Chico, em 1878.

Em 1881, aos 16 anos, conclui o curso de professor no Liceu Cuiabano e foi nomeado para o cargo. Em 26 de novembro de 1881 sentou praça como soldado raso, sendo destacado para o 3° Regimento de Artilharia a cavalo, no quartel do antigo acampamento Couto Magalhães, em Cuiabá.

Em 31 de dezembro de 1881, iniciou seus estudos na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Em 1884 começou o seu curso superior na mesma escola militar.


FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, páginas 25 e 43.





quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

14 de dezembro

14 de dezembro 


1826 – Expedição Langsdorff chega a Albuquerque



Estampilha do correio russo em homenagem à Expedição Langsdorff, que
explorou Mato Grosso na rota dos bandeirantes



Expedição científica, à frente o conde de Langsdorrff, patrocinada pelo governo russo, em sua longa viagem entre São Paulo e a Amazônia, chega finalmente a Albuquerque:


No dia 13, recomeçamos a navegar contra a corrente e fomos à tarde pousar na margem direita, incomodados por um pé-de-vento que levantava ondas capazes de fazer perigar nossas embarcações. Quando acalmou veio grossa chuva aumentar o tormento a que multidões de mosquitos nos sujeitavam.
Do lado do O. avistávamos então montanhas que em distância aproximada de duas léguas formam uma serra paralela ao curso do Paraguai. Já a mencionei atrás.


Pela manhã de 14, alcançamos a povoação de Albuquerque, assente à margem direita do rio e em terreno um tanto alto e enxuto. Quatro lances de casas em torno de uma praça, uma capelinha intitulada igreja e uma casa para os oficiais de primeira linha, constituem o povoado.

Não vi senão quatro a cinco brancos; o resto era crioulo, caburé, mestiço ou índio. O comandante, oficial de milícias era de cor parda.

FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 70


14 de dezembro


1864 - Para invadir o Brasil, Vicente Barrios deixa Assunção



Expedição comandada pelo coronel Vicente Barrios, composta de 3200 homens, com 12 peças raiadas de 36 foguetes à Congréve de 24, embarca em Assunção, para tomar Coimbra e Corumbá. Aos soldados foi distribuída a seguinte proclamação:
Soldados – foram estéreis os meus esforços para manter a paz. O Império do Brasil mal conhecendo o nosso valor e entusiasmo, provoca-nos a guerra; a honra, a dignidade nacional e a conservação dos mais caros direitos nos mandam aceitá-la.

Em recompensa da vossa lealdade e grandes serviços fixei sobre vós minha atenção, escolhendo-vos entre as numerosas legiões que formam os exércitos da República, para que sejais os primeiros a dar uma prova de valentia das nossas armas, recolhendo os primeiros louros que devemos reunir aos que os nossos maiores puseram na coroa da Pátria, nos memoráveis dias de Paraguai e Taquary.


A vossa subordinação, disciplina e constância nas fadigas me respondem pela vossa bravura e brilho das armas que ao vosso valor confio.
Soldados e marinheiros. Levai este voto de confiança aos vossos companheiros que das nossas fronteiras do norte hão de se vos reunir; marchai serenos ao campo da honra, recolhei glória para a Pátria e honra para vós e vossos companheiros; mostrai ao mundo quanto vale o soldado paraguaio. – Francisco Solano Lopez.


ataque ao forte Coimbra aconteceria no dia 27 de dezembro e sua tomada no dia seguinte.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 316.


14 de dezembro

1943 - Baianinhos ameaçam invadir Estado de São Paulo

Cardoso, Rolim e João Batista, os baianinhos

Bando gaúcho de Campo Grande, conhecido por Baianinhos, ameaça atravessar o rio Paraná e invadir o território paulista. É o que informa o Correio Paulistano em sua edição dessa data:

BANDOLEIROS EM MATO GROSSO - Em data de 7 de agosto de 1941, a polícia de Mato Grosso solicitou auxílio da polícia civil de S. Paulo para o desbarato de uma quadrilha de bandidos que assolava o sul daquele estado. Segundo suas informações os bandidos se contavam em mais de 20, dos quais 8 paraguaios, todos chefiados pelos irmãoes "Baianinhos", apelido de Rolim, João e Cardoso Batista. O cabeça deles era João Batista. Constava ainda da informação que um quarto irmão também fora criminoso, vindo a acabar seus dias assassinado.

A Delegacia Especializada de Vigilância e Capturas do Gabinete de Investigações de S. Paulo, depois de se por a campo, conseguiu descobrir as fotografias dos indiciados, as quais foram distribuídas pela delegacias regionais do Estado.

Agora passado todo esse tempo, novamente aparecem em cena os três indivíduos. Segundo insistentes boatos, consta que os facínoras pretendem invadir o nosso Estado de S. Paulo. Para isso - dizem os informados - têm em seu poder fuzis e metralhadoras.

O dr. Inácio da Costa Ferreira, ciente do caso, ordenou a ida às fronteiras paulistas de 15 praças, um tenente, dois sargentos e 2 dos investigadores de sua Delegacia a ver se obtem a prisão dos criminosos.


FONTE: jornal Correio Paulistano (SP) 14 de dezembro de 1943.
FOTO: Diário da Noite (RJ).


14 de dezembro

2019 - Morre o ex-prefeito Juvêncio Cesar da Fonseca

Aos 84 anos, faleceu no Hospital do Proncor, em Campo Grande, o advogado Juvêncio César da Fonseca, ex-prefeito de Campo Grande, onde nasceu em 1935.
Segundo sua esposa, a advogada Suely Brandão, há cerca de dez anos ele foi disgnosticado com ostiomielite, doença que vinha tratando regularmente e apresentava um quadro satisfatório de estabilidade.Há dois meses foi internado por conta da infecção que se manifestou e apnéia. Segundo Suely nesse período teve picos de melhora, chegando a ficar quatro dias no apartamento, mas voltava para o CTI. Ontem, ela o visitou e disse que, apesar de não conversar com fluidez, respondia aos estímulos e a reconhecia.¹

Juvêncio cursou o ensino primário, secundário e médio em sua cidade natal e bacharelou-se em Direito pela Faculdade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. 
Após a formatura, voltou a Campo Grande e foi aprovado em concurso para defensor público. Neste período, foi professor na antiga FUCMT, hoje UCDB, e também presidente da Santa Casa.

Começou a carreira política como chefe de gabinete do então prefeito Marcelo Miranda. Em seguida, Juvêncio se elegeu vereador em 1982, e eleito prefeito de Campo Grande em 1985. Cumpriu mandato três anos, e em 1992 foi eleito novamente, para mandato de quatro anos. 

Em 1998 elegeu-se senador, encerrando sua carreira política ao final de seu mandato em 2007.²


FONTE: ¹Campo Grande News, 14/12/2019,  ²Entrevista de Juvêncio César da Fonseca à TV Assembleia, Campo Grande, 25/06/2019




segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

24 de novembro

1865 - Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

Força expedicionária brasileira, que protagonizaria o episódio da retirada da Laguna na guerra do Paraguai, vinda do Rio de Janeiro, chega aos pouso dos Baús, atual divisa de Goiás com Mato Grosso, hoje município de Costa Rica. Taunay descreve:

"Abalou a força às 4 horas e 25 minutos da manhã  e 25 minutos da manhã e por cerrados e campos limpos caminhou duas léguas e ³/4 a S.S.O., ³/4 a S. e uma a S.O. até o pouso dos Baús, onde existe de alguma importância, à margem direita do ribeirão do mesmo nome. Aí se descansou às 11 horas e 45 minutos. Além do Baú corre para o S.O. o ribeirão Sucuriú, que tem no lugar da passagem 9m90 de largura, 1m,32 de profundidade e 0,88 de velocidade e em cujas margens altas e encobertas existe uma ponte em bom estado de conservação com 12,10m de comprimento e 3,30m de vão útil. Este ribeirão estreita-se muito em alguns lugares,reduzindo-se à metade da superfície que apresenta debaixo do pontilhão."

Sobre a importância do pouso dos Baús, o alferes Taunay destaca:

"Nos Báus achava-se um depósito de víveres formado para as forças por ordem do presidente de Goiás, o qual se tem mostrado incansável em procurar fornecer recursos de boca à expedição, mandando diversos agentes organizar pontos de abastecimento no caminho por onde ela deve passar. O de Baús, a cargo de dois oficiais da guarda nacional, continha infelizmente poucos mantimentos, não só pela absoluta carência deles nas vizinhanças, como porque havia sido a maior cópia de provisões dirigida para a margem do rio Claro, caminho marcado de princípio para a nossa marcha com destino à capital da província de Mato Grosso.
"Esta era a razão geralmente aceita, entretanto houve graves queixas a respeito desse depósito de víveres, no qual gastou a província de Goiás importantes somas. Cumpre,contudo, render homenagem à atividade do presidente de então, que mostrou a bem da expedição a maior energia e força de vontade."
"Esta parada foi de obrigatória necessidade: as marchas cansativas e em dias seguidos tinham fatigado em excesso em excesso a força e feito perecer grande porção de animais muares e cavalares. As bestas de transporte necessitavam ser tratadas e pensadas para poderem por mais tempo continuar viagem."


FONTE: Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, sd., página 129. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

21 de novembro

21 de novembro

1788 - Cientista faz relato sobre Camapuã




O matemático,engenheiro e astrônomo português, Francisco José de Lacerda e Almeida, que a serviço de seu governo, mapeava o percurso das monções, procedente de Cuiabá, chega a Camapuã, após 36 dias de viagem pelos rios Cuiabá, Paraguai, Taquari e Coxim. O cientista registrou sua passagem pela primeira povoação brasileira no Sul da capitania de Mato Grosso:

Esta povoação fundada no centro deste sertão somente com o fim de ter carros prontos para a varação das canoas e cargas de um para outro rio, o que teve princípio em 1720 e onde todos se provêm de mantimentos, de açúcar, de aguardentes, de tabaco de rolo, dois gêneros que são para os trabalhadores o mesmo que o maná para os israelitas, é administrada por um de seus sócios, e está situado em os princípios de um chapadão coberto de relva mimosa para a criação de todo o animal que dela se sustenta. Antes de Cuiabá ter as boas e muitas fazendas de gado, que presentemente tem, levaram por terra uma grande boiada para aquela vila, cortando sertões, por onde nunca se tinha passado e dirigindo o rumo por estimativa. Os seus matos produzem muito bem os legumes, a cana de açúcar, o arroz, o pão e as frutas do país. Neste chapadão, por onde se veem dispersas algumas colinas, estão as vertentes de alguns rios de desaguam no Paraguai, rio Grande, ou Paraná, os quais tem um declive tão grande que me admirou, pois nunca pensei subir ou descer por uma ladeira de águas.

O ar é temperado e puro, tão alegre, e ameno aquele terreno todo, que depois que saí de Portugal não vi, nem nas capitanias do Pará, o Rio Negro, nem na de Mato Grosso coisa que se lhe possa comparar. Renasceu em mim toda alegria que um país aprazível pode causar, e que tinha perdido vivendo por oito anos em um sertão (assim o posso dizer) cheio de matos altíssimos, ásperos, e de algum campo pela maior parte inundado e pestífero. Os sócios desta fazenda devem fazer bom negócio, pois além de carnes e mais gêneros que vendem pelo preço que corre em Cuiabá, levam pelo transporte de cada uma canoa 20$000 rs., e por cada uma carrada 9$000 rs
.



FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Viagem do dr. Francisco José Lacerda de Almeida pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso, Cuiabá e São Paulo nos anos de 1780 - 1790, impresso por ordem da Assembleia Provincial do Estado de São Paulo, 1841, página 75.


21 de novembro

1826 - Langsdorff deixa Camapuã e chega do rio Coxim





A expedição científica, liderada pelo conde de Langsdorff, patrocinada pelo governo russo, prossegue a sua viagem rumo a Corumbá, Cuiabá e Amazônia. A despedida de Camapuã é registrada por Hércules Florence:

No dia 21 de novembro, depois de uma estada de 43 dias em Camapuã, montamos a cavalo e partimos com direção ao Furado, onde chegamos depois de atravessar sete léguas de terreno montanhoso e em geral desnudado. O aspecto do porto é pitoresco: o Coxim aí não tem mais de 25 braças de largura e, entre copada mataria, corre por sob arcos formados de uma taquara chamada guaitivoca que se ergue à altura das árvores mais elevadas. De cada nó do colmo irradia-se basta ramificação de folhas compridas e finas, que, a modo de ramalhetes, vão progressivamente se tornando menores, à medida que se chegam à ponta. O peso obriga esses enormes caniços a se arquearem até que a extremidade livre, que finda numa bola de folhas, penda perpendicularmente ao terreno. As duas margens estão cheias dessas elegantes monocotiledôneas que cruzam os colmos de lado a lado, formando majestosas e verdejantes arcarias.

FONTE: Hércules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 52.

FOTO: rio Coxim em desenho de Hercules Florence.



21 de novembro

1891 - Governador de Mato Grosso apóia golpe do marechal Deodoro

O presidente (governador) do Estado de Mato Grosso, Manoel Murtinho, apóia o golpe cometido pelo presidente Marechal Deodoro, que em 3 de novembro dissolveu o Congresso Nacional. O ato de adesão foi formalizado no seguinte telegrama:

Palácio do Governo de Mato Grosso - Telegrama - Cuiabá 21 de novembro de 1891 - Ao Sr. Ministro do Interior - Rio - Recebi hoje vosso telegrama de 4 do corrente comunicando que o governo federal teve necessidade de dissolver Congresso Nacional, e, oportunamente convocaria novo Congresso; que no interesse da segurança pública foram declarados em estado de sítio o Distrito Federal e a cidade de Niterói. Certo de que este Estado saberá bem aquilatar os intuitos patrióticos que inspiraram o decreto de dissolução e por isso há de acatá-lo devidamente e concorrer para que a Nação possa livre e pacificamente manifestar-se na consulta que vai-lhe ser feita, creio poder assegurar-vos que neste Estado conservar-se-á inalterável a ordem pública, se entretanto, for perturbada, recorrerei à medidas que me recomendastes.

Fico também ciente do mais que me comunicastes, observância fielmente vossas instruções. Aguardo o manifesto do Presidente da República do país.

Pode o Governo Federal contar com toda minha dedicação em prol da manutenção da ordem pública e sustentação das instituições constitucionais. (Assinado) O Presidente do Estado Manoel Murtinho.


FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 15 de março de 1892.


21 de novembro

1917 - Seis mortos na apuração dos votos




Seis mortos e 21 feridos, entre estes o prefeito Eugênio Cunha, foi o saldo de um conflito entre adversários na apuração das urnas da eleição municipal em Corumbá, realizada logo após o final da Caetanada, disputa armada entre partidários do presidente Caetano Albuquerque e de seu aliado Pedro Celestino e os conservadores ligados ao senador Antonio Azeredo. O episódio foi retratado pelo jornal dos conservadores em Cuiabá:

Corumbá, 22. - Conforme estava marcado,reuniu-se a Câmara ontem para fazer apuração eleições municipais. Na hora marcada, presidente abriu a sessão com a presença de quatro vereadores conservadores Francisco Vieira, Antonio Aguiar, Marechal Horácio, João Wenceslau e um celestinista, Rosário Congro, faltando Amilcar Vadoni e Pacífico Siqueira. Feita a leitura autênticas todas as sessões eleitorais e contagem de votos, presidente declarou maioria de votos candidatos conservadores. Em seguida, Rosário Congro, obtendo palavra, pediu fossem apurados votos em separado dados candidatos celestinistas. Câmara rejeitou essa proposta de acordo lei rege caso, aceitando, entretanto, protesto apresentado pelo mesmo. Passou-se então a redação das atas. Ao terminar leitura mesmas, alguns próceres celestinistas, chefiados Cristião Cartens, começaram em altos gritos, a protestar, exigindo contagem votos em separado. Com essa gritaria estabeleceu-se grande tumulto, em meio do qual surgiu conflito pessoal, iniciado por José Antonio Jesus, conhecido capanga de Cristião, que avançou para José Signorelli, cunhado intendente e detonou contra ele, a queima roupa, o seu revólver. Projétil feriu Signorelli e ao intendente Eugênio Cunha Signorelli, ferido mesmo, sacou revólver e derrubou seus pés agressor, mas imediatamente caiu também morto por um filho de Jesus, de nome Laurindo, que, por sua vez, tombou varado por uma bala que o atingiu na cabeça. Conflito então generalizou-se rapidamente, havendo na salinha forte tiroteio que durou alguns minutos, resultando seis mortos e inúmeros feridos. Além dos três mortos já referidos pereceram também Maximiliano Brandão, Salomão Roque Pereira e Joaquim Gomes.
 

FONTE: O Republicano, (Cuiabá), 24 de novembro de 1917.

FOTO: Câmara Municipal de Corumbá, início do século XX.





1952 – Assassinado o prefeito Ari Coelho de Oliveira



Aos 41 anos é morto a bala, o prefeito de Campo Grande, Ari Coelho de Oliveira (PTB). O assassino foi  Acir Pereira Lima que o acometeu em uma emboscada no prédio da CER-3 em Cuiabá, onde o prefeito fora tratar de assuntos de interesses do município. Nascido em Bauzinho, município de Paranaíba, fez seus estudos ginasiais no colégio Grambery, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Formou-se em Medicina em 1933, em Belo Horizonte, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Chegou a Campo Grande em 1934, onde iniciou sua carreira de médico, fundador e proprietário da Casa de Saúde Santa Maria, denominação dada em homenagem à sua esposa dona Maria Arantes. 

“Eleito prefeito de Campo Grande no pleito eleitoral de 3 de outubro de 1950, assumiu o executivo municipal em 31 de janeiro de 1951, tendo dentro de seu programa de Honestidade, Responsabilidade e Trabalho, imprimido ao município, no curto período de sua administração, um desenvolvimento magnífico, elevando a cidade de Campo Grande ao nível de primeira grandeza".¹


O crime foi o desenlace de uma divergência política havida entre o prefeito Ari Coelho de Oliveira e Arquimedes Pereira Lima, presidente da Fundação Brasil Central, ambos do PTB, este dissidente e líder da ala do partido que apoiava o governo udenista de Fernando Correa da Costa. O prefeito, através de seu jornal "O Matogrossense", de Campo Grande, passou a denunciar ao desafeto, engrossando a corrente de acusações de negociatas, patrocinadas pela fundação, acumpliciada ao governo do Estado para favorecer grilagem de terras devolutas, por uma organização criminosa, da qual fazia parte um irmão de Arquimedes, Alci Pereira Lima, alto funcionário do governo do Estado, autor do atentado contra o prefeito.

ORIGEM - O jornal Ultima Hora (RJ), que antes do atentado ao prefeito, denunciou a negociata de Pereira Lima, com a sua morte, convenceu-se:

O brutal assassinato do prefeito de Campo Grande está ligado a grandes negociatas de terras conforme documentadas reportagens publicadas recentemente por ULTIMA HORA. Quadrilhas de grileiros vêm agindo a solta nas regiões do Alto Xingu e Fundação Brasil Central, vendendo terras de propriedade de dezenas de tribos indígenas que habitam aquela região. Os criminosos lançam mãos de todos os recursos para levar avante seus negócios ilícitos, empregando até mesmo bandos armados para espalhar o terror entre os habitantes das selvas.

O criminoso Alci Pereira Lima, tesoureiro da Comissão de Estradas de Rodagem, irmão do presidente da Fundação Brasil-Central, tornou-se rico da noite para o dia em negócios dessa natureza, de parceria com o grileiro Rodrigo Barjas, condenado pela justiça de São Paulo. Recentemente o sertanista Orlando Vilas Boas foi demitido da Fundação Brasil Central por se recusar, patrioticamente, a prosseguir nos estudos de uma rodovia, impraticável sob o ponto de vista econômico, cuja construção serviria para indenizar e valorizar os terrenos dos grileiros. Essa estrada deveria partir de Cuiabá e penetrar nas terras do grileiro assassino Alci Pereira Lima e seu sócio Barjas.


PREMEDITAÇÃO - O matutino carioca está convencido de que o crime foi premeditado, versão nunca desmentida:

Mal desembarcaram em Cuiabá, onde foram participar da convenção do Partido Trabalhista Brasileiro, o prefeito Ari Coelho de Oliveira e seus amigos foram avisados a tempo de que suas vidas corriam perigo. Não dando grande importância ao fato, embora entre os informantes se encontrasse um desembargador, dirigiu-se o prefeito de Campo Grande na manhã do dia 21 a um barbeiro da cidade. Ao fazer calmamente sua barba acercou-se de si um cidadão para lhe mostrar um violento artigo contra sua pessoa. O Dr. Ari compreendendo a provocação do indivíduo se limitou a sorrir, talvez seu riso derradeiro. Dirigiu-se sem seguida à Assembleia Legislativa onde se demorou examinando a carta de Mato Grosso, levantada pela Comissão Rondon, identificando a cidade de "Bausinho" onde nascera.


Arci Pereira Lima, o assassino

O DESFECHO - O jornal carioca segue os passos do prefeito de Campo Grande até a cena do crime:

Mal sabia o prefeito Ari de Oliveira que momentos mais tarde perderia a vida ao penetrar na Sala dos Municípios, com uma bala na cara, disparada de surpresa. Saindo da Assembleia Legislativa se encaminhava para a morte ao pedir o carro do deputado Leal de Queiroz emprestado e se dirigindo para a sede da Comissão de Estradas de Rodagem, sita à rua 13 de Junho. Chegando ao local, onde foi atendido pelo porteiro, perguntou-lhe o prefeito de Campo Grande se poderia falar com o diretor da Comissão a quem desejava solicitar as cotas de seu município do ano 1951, que ainda não haviam sido entregues. Poucos minutos de vida teria então, pois mal entrara o Dr. Ari de Oliveira na Sala dos Municípios, o grileiro Alci Pereira Lima, irmão do presidente da Fundação Brasil Central, abriu a porta de sopetão e disparou um revólver, atingindo a face direita do prefeito de Campo Grande, que emborcou de frente, mortalmente ferido. Em seguida, o criminoso Alci Pereira Lima, tesoureiro da Comissão de Estradas de Rodagem, fugiu em seu carro, lubrificado e abastecido de véspera. Acudido na própria sede da CER pelo médico Salomão Nahas, o prefeito de Campo Grande foi transferido para a Santa Casa, onde faleceu uma hora depois, sem pronunciar uma só palavra.

EM CAMPO GRANDE - O jornal registra ainda a repercussão do crime e a chegada do corpo do prefeito em sua cidade:

Esta cidade recebeu consternada a notícia do brutal assassinato de seu prefeito, jornalista Ari Coelho de Oliveira, morto a traição no interior de uma repartição pública de Cuiabá. Todo o comércio local cerrou suas portas e o povo em massa se manifestou para receber o corpo e prestar ao querido morto as homenagens póstumas a que fazia jus.

Anunciada a hora da chegada do avião que conduzia o corpo, a multidão foi aos poucos se aglomerando ao longo das vias públicas por onde transitaria o séquito fúnebre. Desde a Base Aérea até a porta do edifício do Fórum, aglomerava-se a massa humana, todos com lágrimas nos olhos dizendo um último adeus àquele que tanto fez por Campo Grande.


À passagem da urna funerária, cenas comoventes se registravam aqui e ali: eram acenos de lenços brancos no derradeiro adeus, lágrimas copiosas derramadas por pessoas de ambos os sexos e de todas as condições sociais.


Duas extensas filas de automóveis, caminhões e ônibus cobriam cerca de maio quilômetro da rota percorrida, até que em chegando à avenida Calógeras parou o carro fúnebre e a multidão tomou nos braços o caixão, que foi conduzido pelo povo até a Câmara Municipal, onde o corpo ficou exposto ao povo em câmara mortuária.²


Em sua homenagem a cidade ergueu um monumento na praça da Liberdade que passou a ter o seu nome, inaugurado a 10 de fevereiro de 1954. 


FONTE: J. B. Mattos, Os Monumentos Nacionais (Mato Grosso), Imprensa do Exército, Rio de Janeiro, 1957, 65. ²Jornal Última Hora (RJ) 22-11 e 28-11-1952.

FOTOS: reprodução da revista O Cruzeiro (RJ)


21 de novembro

2020 - Morto, chargista tem o corpo esquartejado, incinerado e colocado em malas

Foi morto a facadas pela namorada o chargista Marco Antonio Rosa Borges, de 54 anos. O crime ocorreu em Campo Grande e foi assumido
pela namorada da vítima, a massagista e auxiliar de enfermagem, Clarisse Silvestre. A confissão da autora do homicídio, ocorreu no dia 21 de novembro e foi ratificada no dia 25 pelo filho dela, João Victor Silvestre, que admitiu ter ajudado a mãe a esquartejar o corpo da vítima. 
O chargista havia desaparecido no sábado, quando a família resolveu rastrear o celular da vítima e descobriu que o último sinal do aparelho havia sido enviado nas proximidades da casa da Clarisse, com quem o artista havia iniciado um relacionamento recentemente.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Kelvis Antonio Borges, de 25 anos, único filho de Marco Antonio, disse que suspeitava do envolvimento de terceiros no crime, acrescentando que o pai era discreto e não falava muito do relacionamento com a massagista.

A Delegacia Especializada de Homicídios foi acionada após Clarice indicar o local do crime. Na terça-feira a euipe encontrou malas com os restos mortais em um terreno na região sul de Campo Grande.

De acordo com o depoimento da massagista, o assassinato aconteceu após uma discussão em que Marco Antonio a teria agredido com dois tapas no rosto. Durante a briga, ela o teria empurrado da escada e, em seguida, corrido até a cozinha, pegado uma faca, golpeando-o até a morte.

De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, João Victor, o filho dela, ajudou a mãe a esquartejar o corpo e a guardar os restos em três malas. Em seguida ela levou as malas para a casa, no bairro Jordim Tarumã. No domingo, João Victor e Clarice acionaram um motorista de aplicativo e transportaram as malas até uma casa abandonada, onde o corpo foi carbonizado.

Com informações do Correio Braziliense, (DF), 26/11/2020.

sábado, 14 de dezembro de 2013

25 de dezembro

25 de dezembro

1846 – Morre em Cáceres o chefe da Sabinada baiana

Sabinada, a revolta separatista e republicana da Bahia

Falece em seu exílio na fazenda Jacobina, em Cáceres, o médico baiano Francisco Sabino Alves da Rocha Vieira (foto), chefe da revolta de 1837, que ficou registrada na história do Brasil como Sabinada.

“Preso com pesados grilhões ao colo e aos pulsos, foi depois condenado à morte, e por comutação de pena, deportado para a província de Goiás. Casou-se nessa província (já era viúvo) e abandonou a esposa, de onde passou para Mato Grosso”.


Seus restos mortais foram retirados em 1895 e remetidos para a cidade de Salvador, a pedido do Instituto Histórico da Bahia.


FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 335.



25 de dezembro


1864 - Marinha paraguaia chega ao forte Coimbra





Ignorando as decisões tomadas pelo governo paraguaio com relação ao Brasil, o novo comandante da guarnição brasileira, tenente-coronel Hermenegildo Portocarrero, não percebeu quando as forças comandadas pelo coronel Vicente Barrios, subiram o rio Paraguai e, parando a uns 100 quilômetros do forte, enviaram um navio para fazer o reconhecimento. “Este foi e voltou sem ser visto e informou que próximo ao forte ouviu tiros. Soube-se depois que a guarnição estava fazendo exercícios de tiro ao alvo, sem saber que o inimigo se aproximava.”

"Tão denso era o nevoeiro - relata o historiador - que só na madrugada do dia 27, quando a fumaça das chaminés dos navios foi avistada pela sentinelas, Coimbra tomou conhecimento do avanço paraguaio."

O inventário da investida detalha:

"A frota inimiga, capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque, e totalizava 39 canhões de bordo. Vieram a reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa, e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam 12 peças de campanha."

Um contraste com as disponibilidades da guarnição brasileira em disputa:

A artilharia era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas como o número de artilheiros era insuficiente, só 5 podiam ser manejados.

Até 5 de agosto desse ano a guarnição era de apenas 46 homens. Com a chegada do Corpo de Artilharia subiu para 115. Auxiliaram também na defesa outros elementos que se encontravam em Coimbra: 10 índios cadiuéus da tribo do cacique Lixagota, 5 guardas da Alfândega de Corumbá, 5 colonos de Albuquerque, 18 presos, um operário contratado e mais um civil não identificado.

A munição de artilharia era abundante, mas a de infantaria era escassa. apenas 12.000 cartuchos, dos quais 2.000 cedidos pela canhoneira Anhambai.

Valioso auxílio prestou na defesa essa embarcação com dois canhões de calibre 32, tripulada por 34 marinheiro e comandada pelo 1º-tenente Balduíno do Amaral.

Colhido de surpresa Portocarrero tomou rapidamente as providências para a defesa com os poucos elementos de que dispunha e fez recolher ao forte as famílias que habitavam a aldeia.

O ataque decisivo ao forte ocorreu a partir do dia 27, culminando com a fuga dos combatentes brasileiros e a ocupação de Coimbra pelos paraguaios.

FONTECarlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, sentinela avançada da fronteira, Edições UFMT, Cuiabá, 1975, página 60.


25 de dezembro

1927 - Inaugurada a Santa Casa de Campo Grande

É solenemente inaugurada a Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande. O ato oficial foi aberto pelo presidente da Associação Beneficente Campograndense, mantenedora da entidade, tabelião Eduardo Santos Pereira e contou com a presença de representantes de toda a sociedade local e convidados de outras cidades. Abriu a sessão o presidente Santos Pereira, que passou a palavra, primeiramente ao vice-presidente, dr. Oliveira Mello, "que fez o histórico do empreendimento e terminou fazendo um apelo à generosidade dos habitantes dos habitantes desta cidade". Encerraram os discursos o prefeito Jonas Correa da Costa e o médico Fernando Correa da Costa, que falou pelo corpo clínico do hospital.

Compareceram ao evento, evento outras, as seguintes autoridades: representante do comandante da circunscrição militar, Pedro Laurentino Chaves, juiz de direito da comarca, Jonas Correa da Costa, prefeito municipal, desembargador Antonio Quirino de Araújo, sub-chefe de polícia do Estado, deputado Miguel do Carmo de Oliveira Mello, vereador Arnaldo Estevão de Figueiredo, vice-presidente da Câmara municipal, deputado e jornalista Jaime Ferreira de Vasconcelos, Eurindo Neves, juiz de direito de Ponta Porã, Eduardo Olímpio Machado, presidente da Associação Comercial, Edmundo Machado, juiz de direito de Nioaque, Clarindo Correa da Costa, juiz de direito de Porto Murtinho, Hormínio Mendes, suplente de juiz de direito, capitão Humberto Miranda, coletor federal, Arnaldo Serra, agente fiscal de imposto de consumo, major Generoso Leite, agente do correio, advogado Sabino Costa, delegado de polícia, advogado Dolor Ferreira de Andrade, Teixeira Filho, Mariz Pinto, Arthur Jorge, Costa Pinto, Victor Limoeiro, Tertuliano Meirelles, Anibal Duarte e Pacífico Lopes de Sequeira.


FONTE: A Cruz, Cuiabá, 22-01-1928.




25 de dezembro

1935 – Promulgada em Cuiabá a Constituição de Mato Grosso


Deputado Estêvão Alves Correa

É sancionada a primeira constituição de Mato Grosso, pós revolução de 30 e guerra civil de 1932. O ato foi marcado pelo discurso do presidente Estevão Alves Correa:

Os mato-grossenses aqui nascidos ou radicados, que souberem escrever no passado, entre outras muitas, com a figura homérica de Antonio João, nas páginas gloriosas da resistência de Dourados; com a bravura de Antonio Maria Coelho, as da retomada de Corumbá; com Leverger, a da resistência de Melgaço; com Batista das Neves, o cavalheiro sem medo e sem mancha, as dos convés de Minas Gerais, onde derramou seu sangue generoso para sufocar a revolta e a indisciplina; com Joaquim Murtinho as da organização das finanças públicas , sabendo que na ocasião se impopularizava; com D. José, D. Carlos, os dois Antonio Correa, Generoso Ponce, o condotteri, Melo, o Bravo, e Pedro Celestino o saudoso guia dos matogrossenses; e com os homens da primeira República, que escreveram as rutilas páginas da Constituição de 91; os matogrossenses, ainda, podemos dizer sem falsa modéstia, continuam dignos de sua terra.


Não é preciso para prová-lo a citação de nomes, muitos dos quais aqui presentes, daquele que, para a glória do Estado, ainda vivem. Promulgamos hoje uma Constituição que encerra ainda maiores conquistas que a da primeira República.

Não a estudarei: já o fizeram ilustres deputados, quando ela foi discutida.
Naturalmente não será perfeita, nem satisfará em absoluto a cada um de nós, mas foi a que a Assembléia, pode fazer de melhor, no momento.


Para isso, demonstrando seu patriotismo, maioria e minoria deram-se as mãos, trabalhando com maior afinco e a maior cordialidade e esforçando-se ambos para coimá-la de possíveis falhas e para que pudessem promulgá-la, hoje "dia consagrado à comemoração da unidade espiritual dos povos cristãos".

Festejamos assim este dia glorioso, começando a respeitar a Constituição, em seu preâmbulo, promulgando-a no maior dia que a cristandade possui.


Continuamos nossa marcha ascencional para um radioso porvir, respeitando o passado que nos tivemos, sendo ainda uma prova disso, dirigir-vos a palavra pela nunca desmentida generosidade dos senhores deputados o primogênito do único sobrevivente da Constituinte de 91.

À sessão compareceram os drs. bacharel Aquiles Verlangieri, dr. Antonio Leite de Barros, advogado Mário Mota, cel. Antonio Antero Paes de Barros, deputado Gabriel Vandoni de Barros, dr. Alberto Novis, dr. João Batista Nunes Ribeiro, dr. Flávio Augusto de Rezende Rudim, deputado Corsino Bouret, dr. Ernesto Pereira Borges, advogado Arcílio Pompeo de Barros, professor Jercy Jacob, deputado Joaquim Cesário, coronel Waldomiro Correa da Costa, deputado Armindo Pinto de Figueiredo, Henrique José Vieira Neto e Estevão Alves Correa, representantes dos prefeitos dos municípios de Diamantino, Livramento, Cáceres, Guajará-Mirim, Corumbá, Santo Antonio do Madeira, Aquidauana, Lajeado, Poconé, Nioaque, Entre-Rios, Maracaju, Coxim, Porto Murtinho, Miranda e o deputado federal Trigo de Loureiro e senador João Vilasboas e deputado federal Ítrio Correa da Costa. 


O texto final da nova carta foi aprovado pelos deputados Estevão Alves Correa, Benjamim Duarte Monteiro, Filogônio de Paula Correa, Miguel Ângelo de Oliveira Pinto, Francisco Pinto de Oliveira, Henrique José Vieira Neto, Joaquim Cesário da Silva, Jospe Silvino da Costa, Nicolau Frageli, Rosário Congro, Armindo Pinto de Figueiredo, João Evaristo Curvo, Júlio Muller, Corsino Bouret, João Ponce de Arruda, Caio Correa, Gabriel Vandoni de Barros, Josino Viegas de Oliveira Paes, Agrícola Paes de Barros, João Leite de Barros, José Gentil da Silva, Luis de Miranda Horta, Deusdedit de Carvalho e Bertoldo da Silva Freire.

A principal inovação da carta promulgada foi a criação do deputado classista:

Art 4° - O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, composta de deputados do povo e das organizações profissionais, tendo mandato de quatro anos.

§ 1º - É fixado em vinte e quatro o número de deputados do povo e eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio universal igual e direto; em três o das organizações profissionais, eleitos na forma fixada pela lei, compreendidos, para este feito, os grupos seguintes: empregadores, empregados, profissões liberais e funcionários públicos.

§ 2º - O deputado do povo deve ser brasileiro nato, eleitor, maior de 25 anos e residente no Estado por mais de quatro anos. 

§ 3º - O representante de organizações profissionais deverá ter os requisitos acima, devendo pertencer, pelo menos, há um ano, a uma associação do grupo que o eleger, salvo quando esta contar menos de um ano de existência legal."


A Constituição de 35 foi a de mais curta vigência de Mato Grosso. Em 1937 seria revogada pela decretação da ditadura do Estado Novo, à frente Getúlio Vargas.



FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 343.


25 de dezembro

2015 - Morre o compositor Geraldo Roca, co-autor do Trem do Pantanal





Foi encontrado morto em sua residência em Campo Grande, por volta das 11 horas da manhã, o compositor Geraldo Roca, parceiro de Paulinho Simões da música "Trem do Pantanal". A causa foi suicídio. Segundo familiares ele tinha histórico de depressão e fazia tratamento contra a doença. Nascido no Rio de Janeiro há 61 anos, o artista mora em Campo Grande desde o início da década de 70. Em 1975 - conta a jornalista Liziane Berrocal, "Roca e Paulinho Simões compuseram uma viagem a Santa Cruz de la Sierra o hino 'não oficial' do maior patrimônio de Mato Grosso do Sul. A música tinha o nome inicial de 'Trilhos da terra' e ganhou o nome de 'Trem do Pantanal' até por uma questão de se um lugar mundialmente conhecido.

A fuga da ditadura foi o mote para a frase 'mais um fugitivo da guerra', porque Paulinho Simões fugira dos militares no golpe de 1964, quando frequentava uma célula do PCB no Rio de Janeiro.

As músicas começaram a ganhar o Brasil quando Almir Sater gravou a dupla e várias outras versões foram regravadas, como o Bando do Velho Jack, que em 1998 ganhou a edição regional do Skol Rock, famoso festival nacional que reunia nomes em ascenção no cenário rock do país. Em entrevistas a veículos de comunicação, Roca tinha calculado pelo menos umas 100 regravações do 'trem' entre cantores, orquestras e bandas. Ele também foi o responsável por músicas como 'Uma pra Estrada', Polca Outra Vez' e 'Mochileira'".


FONTE: Liziane Berrocal, O adeus a Geraldo Roca, O Estado de Mato Grosso do Sul, 26-12-2015.


FOTO: O Estado de Mato Grosso do Sul.

20 de dezembro

20 de dezembro

1881 - Assassino de soldado condenado à morte




Acusado do assassinato do policial Benedito José da Cruz, é condenado à morte em Corumbá, o réu Benedito José dos Santos. A notícia aparece, sem destaque, no jornal O Iniciador:

POR SENTENÇA do Dr. Juiz de Direito substituto da comarca, datada de 20 do corrente, foi condenado o réu Benedito Jose dos Anjos, no máximo das penas do art. 192 do Cod. Pen. (pena de morte), pelo fato de haver assassinado o soldado policial Benedito José da Cruz.

Na mesma data e pelo mesmo juiz, foi condenado no médio das penas do art.193 do Cod. Crim. (prisão com trabalho por 12 anos), o soldado naval João José Júlio, por ter ferido a paraguaia Rosa Joana Sanchez, no dia 18 de julho do ano próximo passado, na povoação do Ladário, de cujos ferimentos resultou a morte da ofendida em 11 de janeiro deste ano.

FONTE: Jornal O Inciador (Corumbá), 25 de dezembro de 1881.


20 de dezembro

1935 – Criado o município de Dourados




Decreto nº 30, do governo do Estado de Mato Grosso, emancipa o distrito de Dourados, desmembrando-o de Ponta Porã:

O governador do Estado de Mato Grosso, tendo em vista a representação que lhe dirigiram os habitantes de Dourados, sobre a necessidade de ser elevado aquele distrito a município, e considerando que o distrito de Dourados, possuindo uma população superior a 15 mil almas, vem assinalando o seu crescente desenvolvimento pela exportação em grande escala de erva-mate, gado-vacum, cereais e outros produtos;


Considerando que o referido distrito, além de sua situação geográfica, está ainda dotado de elementos necessários à sua elevação a município;


Considerando que ao poder público cabe prover às necessidades dos núcleos de população para a sua pronta expansão, formando os municípios como célula da grandeza do Estado, usando das faculdades que lhe são conferidas por lei

DECRETA:


Art. Único – Fica criado o município de Dourados, com os seguintes limites: partindo da cabeceira do Ronda, seguindo este até sua foz no rio Santa Maria, descendo este até sua barra no rio Brilhante, continuando o curso deste até sua confluência no rio Ivinhema; por este abaixo até desaguar no rio Paraná; seguindo o curso deste até receber o rio Amambaí, subindo este até encontrar a foz do Piratiny; por este acima até sua mais alta cabeceira; deste ponto uma linha reta seguindo o espigão meste até a cabeceira mais alta do rio Douradinho; por este abaixo até sua foz no rio Dourados; este acima até sua barra no córrego Guariroba, no rio Dourados; subindo o córrego Guariroba até a sua mais alta cabeceira; e deste ponto uma linha reta até o ponto inicial da cabeceira do Ronda; revogadas as disposições em contrário.


Palácio do governador do Estado em Cuiabá, 20 de dezembro de 1935, 47° da República.


Dr. Mário Correa.


O município foi instalado no dia 22 de janeiro de 1936, com a posse de João Vicente Ferreira, seu primeiro prefeito nomeado.


FONTELori Gressler & Lauro Swensson, Aspectos Históricos do Povoamento e da Colonização do Estado de Mato Grosso do Sul, edição dos autores, Dourados, 1988, página 74

FOTO: João Vicente Ferreira, extraída do livro Dourados seus pioneiros, sua história.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...