sábado, 12 de outubro de 2013

6 de novembro


06 de novembro

1796 – Miranda assume o governo de Mato Grosso




Toma posse na administração de capitania, Caetano Pinto de Miranda Montenegro:

“...embora doutor em vez de militar, a sua ação em Mato Grosso teve por circunstância da ocasião, de ser principalmente voltada para assuntos militares, pela necessidade de colocar a capitania em condições de defesa contra os seus confinantes. Nessa conformidade e na mais chegada harmonia com Ricardo Franco de Almeida Serra, aparelhou o forte de Coimbra para uma resistência vantajosa, fazendo, ao mesmo tempo, guarnecer a fronteira ocidental com a tropa disponível.


Tais medidas e outras que visavam o mesmo fim, mostraram que ao espírito inteligente do governador não passavam desapercebidas as mutações do cenário político do velho mundo, cuja repercussão na América não se faria tardar. E, de fato, não tardou, sendo uma das suas manifestações o ataque a Coimbra em setembro de 1801, aliás, com insucesso para as armas espanholas".

 
Em seu governo foi fundado pelo capitão Francisco Rodrigues do Prado o presídio de Miranda, que recebeu este nome em sua homenagem, assim como o rio que banha a região.
 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 244

04 de novembro

04 de novembro


1901 - Chacina na baia do Garcêz



Usina Conceição, no início do século XX


A polícia do coronel Totó Paes, que aliado aos irmãos Murtinho, expulsou o senador Generoso Ponce, do Estado, cerca a fazenda Conceição, do primeiro-vice-presidente João Paes de Barros, que acabava de romper com o governo, e prende um grupo de oposicionistas refugiados naquele estabelecimento rural, vizinho da usina Itaicy, de Totó Paes, prende a todos, exceto o vice-presidente que é obrigado a assinar a carta de renúncia, seleciona um grupo que é levado a Cuiabá e separa dezessete que são executados e atirados no lugar conhecido por baia dos Garcêz, no distrito Santo Antonio Rio Abaixo, atual Santo Antonio do Leverger. 

O episódio, que se transformou no discurso da oposição, estigmatizou o período Totó Paes, encerrado com a sua morte em 1906. O fato, de repercussão nacional, foi relatado pelo coronel João Paes de Barros, proprietário da usina onde as vítimas foram aprisionadas:

Feita a seleção dos que deveriam ir por terra a Cuiabá, soube que foram todos amarrados de braços para trás pela escolta que os conduzia, seguindo assim a pé até o lugar denominado "Potreiro", onde, junto a uma baia, conhecida pelo nome de "Garcêz", foram um a um fuzilados, saqueados e os cadáveres com os ventres partidos em cruz para não boiarem, lançados na água à voracidade das piranhas, ficando aí postada uma guarda até que desaparecessem.

Da usina foram ouvidos os tiros, pois, em linha reta, é pequena a distância àquela baia, a qual posto que situada na mesma margem em que está a usina, fica-lhe em frente, pela grande curva que forma ali o rio Cuiabá.

Antes da partida da escolta, Eugênio Vital que tinha hábito de andar grande distância a pé, pediu que lhe permitissem seguir a viagem a cavalo, embora preso e devidamente seguro; a esta súplica foi-lhe respondido;- "que não era muito longa a distância a caminhar, que logo chegariam ao fim". E assim foi.

Ao cair da noite parte da escolta, que seguira com os presos por terra, regressara à usina, narrando sem reservas os horrorosos detalhes da carnificina havida na baia dos Garcêz.

Autor da época realça o episódio com assombroso tom de dramaticidade:

Cardumes de piranhas ferozes, na sua fúria carnívora, se incumbirão de raspar ou últimos vestígios daqueles corpos  - não ficará provas da façanha.

Assim pensam os autores do horripilante morticínio. O bem estudado dos detalhes macabros, entremostra a premeditação dos mandantes. Mas a natureza, obediente a Deus, abre no ano seguinte uma exceção: em 1902 a baia do Garcêz secou.

E dezessete ossadas humanas, alvas sob o sol adusto, atestavam ali o crime inominável.



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 311.

FOTO: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914.



04 de novembro

1916 – Assembleia intima presidente do Estado a depor

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, reunida em Corumbá, por falta de garantias em Cuiabá, aprova parecer nº 41 da Comissão Especial, opinando pela pronúncia do presidente Caetano Albuquerque:

Pediu a palavra, pela ordem, o sr. Amarildo de Almeida e declarou que achando-se impedido, conforme declaração anteriormente feita, de tomar parte no processo do presidente do Estado, retirava-se do recinto para não tomar parte na votação.


Por idêntico motivo e sucessivamente retiraram-se os srs.Almeida Castro, Julio Muller e Ângelo Rebuá, em vista do que, para verificar se existia número legal depois da retirada desses srs. deputados, o senhor presidente submeteu a votos o parecer, foi aprovado unanimimente.


Na sessão seguinte, segunda parte do expediente, entra em segunda e última discussão o parecer no. 41, da Comissão Especial, sobre a defesa do presidente do Estado, o qual terminou opinando pela pronúncia.


Posto em discussão e ninguém pedindo a palavra, foi submetido a votos sendo aprovado por unanimidade. O senhor presidente declarou que à vista do voto da Assembléia, a mesa ia lavrar o decreto de pronúncia do presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque e mandava proceder a intimação do mesmo, tudo nos termos do art. 11 da lei no. 26 de 17 de novembro de 1892.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 107.



04 de novembro

1927 - Nasce Maria da Glória Sá Rosa, educadora, escritora e animadora cultural

Professora Maria da Glória Sá Rosa

Nasceu em Mombaça, Ceará, Maria da Gloria Sá Rosa. Estudou no colégio interno Juvenal de Carvalho, em Fortaleza e graduou-se em línguas neolatinas, em 1949, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Mudou-se para Campo Grande definitivamente em 1950, onde casou um ano depois de sua chegada com José Ferreira Rosa, com quem teve quatro filhos.

Por meio de projetos, incentivou a cultura e as artes nas escolas, organizou e promoveu vários festivais de músicas, artes plásticas, teatro e cinema em Mato Grosso do Sul. É autora de diversos livros sobre o Estado nas áreas econômica, política, social e cultural.

Foi uma das fundadoras da Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, primeira escola das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmat), atual UCDB, Universidade Católica Dom Bosco.

Recebeu o título de Doutora Honoris Causa, da UCDB e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

Faleceu em 28 de julho de 2016, vítima de AVC, no hospital El Kadri, em Campo Grande.


FONTE: Revista Atuação nº 5, Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 18.


4 de novembro

1944 - Governo aprova Guarda Florestal da a colônia de Dourados

O ministro da Agricultura do governo Vargas, Apolonio de Carvalho aprovou o ante-projeto da Guarda Florestal do Território Federal de Ponta Porã, organizada pela administração da Colônia Agrícola Nacional de Dourados.

A iniciativa se refere à criação inicial do seu núcleo-base para a preparação de instrutores da nova organização, cujas atribuições e estrutura, depois de estudadas pelo Serviço Florestal por 

3 de novembro

03 de novembro
 
1867 – Morre o governador Frederico Campos

Frederico Campos não chegou a conhecer o Estado
 
Preso em Assunção pelo governo paraguaio quando se dirigia a Cuiabá para tomar posse, o presidente Frederico Campos, de Mato Grosso, sucumbe em prisão no país inimigo.


Bacharelou-se em Matemática. Assentou praça em 14 de janeiro de 1822. Segundo-tenente em 20 de junho de 1823. Participou da Guerra da Independência, tendo então recebido medalha. Promovido a primeiro-tenente em 12 de outubro de 1824, a capitão em 25 de janeiro de 1828, a major em 13 de setembro de 1837, a tenente-coronel graduado em 7 de setembro de 1842 e a efetivo no posto em 14 de maio de 1844, chegando a coronel em 2 de dezembro de 1855.
Pertenceu ao Corpo de Engenheiros.
Presidiu a Província da Paraíba. Em 12 de novembro de 1864, nomeado presidente de Mato Grosso, viajava, para tomar posse, no paquete “Marquês de Olinda”, que foi atacado e capturado por Solano Lopez, um dos fatos que dariam início à guerra contra o Paraguai. Frederico Carneiro de Campos foi feito prisioneiro.

Comendador da Ordem de Avis e dignitário da Ordem do Cruzeiro. Admitido como sócio correspondente do IHGB em 10 de novembro de 1842.

FONTE: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 2017.



03 de novembro

1869 – Frei Mariano libertado se apresenta em Cuiabá

Livre de sua prisão no Paraguai, frei Mariano se apresenta aos seus superiores em Cuiabá e acresce ao seu currículo a seguinte manifestação de seu superior:

Atestamos e certificamos que o missionário revdo. Frei Mariano de Bagnaia desde que chegou neste bispado em dias de outubro de 1847 tem-se empregado sempre no serviço da igreja, já como exercendo todas as funções eclesiásticas de que nos encarregamos, e sempre com muito zelo, devoção e exemplar fervor, merecendo por isso toda a nossa confiança, amor e particular estima. Sua vida pública e mesmo particular tem sido constantemente honesta e cheia de virtudes e por isso mesmo tem recebido e gozado geral estima de todos os filhos dessa diocese. Jamais o ocupamos, que não fôssemos atendidos prontamente com edificação e humildade, e nomeando-o ultimamente como vigário da comarca eclesiástica de Baixo-Paraguai e pároco encomendado da igreja da comarca de Miranda, ali cumpriu seus deveres com tanto zelo e exatidão que só temos de engrandecê-lo de louvores pelo muito que fez a benefício da igreja e de seus filhos espirituais. Ali se edificou a igreja, despendendo nesta obra quase o que havia de seu ordenado e emolumentos,onde conservou com firmeza apostólica até a fatal invasão dos paraguaios, na esperança de que não fosse ao menos destruída a sua igreja e aprisionados seus paroquianos.

Tivemos porém que lamentar sua prisão realizada em princípio de 1865 e muitas vezes o nosso coração encheu-se de amarguras ao saber de seus sofrimentos assim arrebatado violentamente e arrebatado de sua igreja, foi por isso que deixou de remeter como cumpria os mapas dos sacramentos administrados depois de sua prisão. Logo, porém, que se viu salvo pelas mãos da Providência em primeiro lugar e depois pelo valor de nossas armas militares, em agosto do corrente ano procurou imediatamente recolher-se para esta cidade apresentando-se a nós cheio de amor e declarando que está pronto para continuar o serviço da S. igreja como melhor nos parecer, o que foi para nós de extrema alegria e de muita consolação. Pois estamos outra vez com um cooperador eclesiástico de toda a confiança, zelo e instrução e fervoroso no serviço de Deus e de sua igreja.

Cuiabá, 3 de novembro de 1869.
D. José Bispo de Cuiabá.

FONTE:  Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992página 403





03 de novembro


1918 – Gripe espanhola em Campo Grande



Relatório do intendente geral do município Rosário Congro, dá detalhes da passagem da gripe por Campo Grande:

“Depois de haver semeado o luto e a dor na bela capital da República, em São Paulo e inúmeras cidades do território nacional, o morbo atingiu também o nosso Estado, onde, felizmente, se manifestou em caráter benigno, apesar de seu extraordinário poder de expansão.


Não logrou esta cidade passar indene, e a 3 de novembro do ano findo irrompia o mal em Campo Grande alcançando, em poucos dias, proporções assustadoras.

A falta de todos os recursos profiláticos e de isolamento, além de outros, converteram a cidade num vasto hospital, sendo de uma louvável dedicação, digna de todos os encômios, o ilustrado corpo clínico, em sua árdua tarefa.
"Na impossibilidade de organizar um serviço de hospitalização, pela falta de um edifício que reunisse as condições exigidas de higiene e conforto, resolvi organizar um serviço ambulatório, deficientíssimo ainda assim, pela carência de pessoal, mesmo a soldo e mandei distribuir o seguinte boletim:
‘A pandemia reinante alastra-se por toda a cidade, menosprezando todos os recursos profiláticos, como se tem verificado no Rio, em São Paulo e nas grandes capitais européias, onde ainda perdura.


A moléstia tem-se manifestado, felizmente, benigna; a situação porém agrava-se por terem enfermado vários membros do nosso dedicado corpo clínico, sobrecarregando de atividades e trabalho os demais doutores, já exaustos por certo e igualmente ameaçados.


Uma farmácia fechou suas portas por ter caído todo o seu pessoal e começa a escassear, pela mesma causa, o fornecimento diário dos gêneros alimentícios indispensáveis aos doentes, como leite, galináceos e outros.
O intendente municipal no intuito de minorar a situação que se apresenta, pede a notificação de todos os casos em que se verifique a necessidade, não só de medicamentos como de outros recursos, inclusive de pessoal.
Cento e cinqüenta e seis receitas foram aviadas por conta da intendência e muitos remédios foram remetidos para a zona suburbana e rústica, onde era grande o número de enfermos e dos quais, diariamente afluíam os pedidos de socorros.


No edifício da escola municipal, tendo adquirido leitos e roupas, hospitalizei seis doentes que, com o dr. delegado de higiene, encontrara num casebre distante uma légua da cidade, sem recursos de qualquer espécie, tendo-se verificado ali, pela manhã desse dia, o falecimento de um outro morador, cujo enterramento providenciei.


Posteriormente, outros doentes receberam tratamento no mesmo edifício.
Imagino por este fato, quão elevado devia ter sido o número de enfermos entre os habitantes da campanha em toda a enorme extensão do município.
Sem a possibilidade de uma estatística, calculo entretanto em mais de dois mil os casos verificados nas distantes povoações de Entre Rios, Jaraguari, Rio Pardo e na cidade, sendo que somente nesta os notificados ultrapassaram de mil.


O número de óbitos na cidade foi apenas de trinta e seis, o que atesta a benignidade com que o mal nos visitou.
Devo registrar o gesto nobre e altruístico do sr. dr. Antonio Ferrari, enviando-me para socorro aos doentes pobres um quilo de quinino.
Esta preciosa dádiva chegou a meu poder quando a epidemia estava já em franco declínio, o que me permitiu dividi-la com o sr. dr. Nicolau Fragelli, intendente de Corumbá, a quem , espontaneamente fiz oferta telegráfica, ante a virulência com que grassava ali a terrível enfermidade.
Devo ainda por em destaque a atitude pronta, solícita e incansável do sr. dr. José Gentil da Silva, delegado de higiene, atendendo com presteza a todos os enfermos por mim indicados, colocando-os sob seu tratamento, e fazendo visitas domiciliares não só no perímetro urbano como nas zonas mais afastadas.


Os gastos totais feitos pela intendência, com os socorros por ela prestados, atingiram à soma de 4:658$300, conforme balancete discriminado de 30 de abril do corrente ano, publicado no Correio do Sul”. 


FONTEJ. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 139

FOTO: Campo Grande no ínicio da década de 20 do século passado.


02 de novembro

02 de novembro

 
1902 – Campo Grande elege seu primeiro prefeito




Emancipado em 26 de agosto de 1899, o município de Campo Grande elege seu primeiro intendente geral e a câmara de vereadores. Vencem o pleito: intendente, Bernardo Franco Baís (foto), primeiro vice-intendente, Francisco Mestre e segundo vice, Antônio Francisco de Almeida. Para o conselho de vereadores foram eleitos Manoel Inácio de Souza (Manoel Taveira), João Antunes da Silva, José Viera Damas (Zeca Cassemiro), Jerônimo José Santana (Pepe) e cel. João Correa Leite.

Bernardo Franco Baís – segundo Demósthenes Martins - “italiano de nascimento e comerciante que, apesar de desfrutar do mais elevado apreço e mais amplas simpatias pelo seu trato ameno, cavalheiresco e discreto, mantendo-se acima das questiúnculas, dos mexericos e das disputas pequeninas tão comuns, até hoje, nos nossos acanhados aglomerados urbanos, declinou da investidura que a eleição lhe atribuíra, renunciando ao cargo”.


Em seu lugar assumiu o primeiro-vice-prefeito Francisco Mestre.


FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 80

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

01 de novembro

01 de novembro


1875 - Corumbá ganha novo cemitério






Com as bênçãos frei Mariano de Bagnaia, pároco da freguesia, Corumbá inaugura novo cemitério, construído pela municipalidade. A notícia foi enviada pela Câmara Municipal ao presidente da província, general Hermes Ernesto da Fonseca, que comunicou o recebimento do ofício da edilidade através de publicação no jornal oficial, A Situação, em sua edição de 17 de fevereiro de 1876:

"- A Câmara municipal de Corumbá, acusando o recebimento do ofício que dirigiu à Presidência em data de 24 de novembro último no qual participa acharem-se concluídas as obras do novo cemitério público daquela vila a cargo da referida Câmara, importando a despesa de sua construção, inclusive a capela em R.s 12:326$610, e que no dia 1° de novembro se procedeu solenemente ao benzimento, tendo sido as respectivas chaves entregues ao reverendo Frei Mariano de Bagnaia".


FOTO: cemitério Santa Cruz, o maior de Corumbá em 2017. Meramente ilustrativa.




01 de novembro

1916 – Assembleia legislativa muda-se de Cuiabá para  Corumbá



Pressionados pelo presidente Caetano de Albuquerque (foto), a quem tentam cassar seu mandato por questões políticas, os deputados decidem mudar o legislativo de Cuiabá para Corumbá, passando a funcionar no edifício da intendência municipal. A sessão inaugural é presidida pelo deputado Francisco Pinto, que justificou o caráter extraordinário do funcionamento do poder:

A convocação que tive a honra de dirigir ontem aos meus honrados colegas, convidando-vos para prosseguirmos os nossos trabalhos neste alegre e próspero recanto do solo mato-grossense, tem a dupla significação de um protesto e de um triunfo.


É um protesto dos mais veementes contra a selvageria de que fomos vítimas na trágica noite de 24 de setembro, contra a desordem sistematicamente organizada pelos diretores intelectuais do partido republicano mato-grossense, com a conivência criminosa do presidente do Estado. E é um triunfo porque representa a vitória da lei e da ordem, reintegradas pelo mais alto tribunal do país, que vem buscar nesta cidade o ambiente de liberdade que Cuiabá nos negou pela presença da força policial e da capangada revoltada por instigação e ordem do presidente contra a Assembléia, poder tão respeitável e tão legitimamente constituído quanto o Executivo que s. exa. detém.


Nesse episódio está a origem da Caetanada, movimento que envolveu todo o Estado em confronto bélico da oposição contra o governo.


FONTE: 1 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 235.




01 de novembro

1954 - Inaugurada a linha de ônibus entre Dourados e Campo Grande



Começa a circular o ônibus entre Dourados e Campo Grande. O evento é antecipado pelo semanário O Progresso, em sua edição de 17 de outubro:

"Registramos com grande satisfação mais uma progressista iniciativa do Expresso Queiroz, cujo esforçado proprietário vem de instituir uma linha de ônibus entre Dourados e Campo Grande que iniciará a circular no dia primeiro de novembro próximo.

Oportunamente publicaremos o horário dessa nova linha.

Registramos aqui nossos parabéns ao sr. Loureiro Queiroz pela valiosa iniciativa".

FONTE: O Progresso (Dourados) 17 de outubro de 1954

FOTO: Primeiro auto-ônibus da empresa Queiroz, acervo Fortalbus.com.




01 de novembro

2017 - Morre em Campo Grande, Ruiter Cunha, prefeito de Corumbá





Morreu as 0:28 h no hospital do Proncor em Campo Grande, o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, 53 anos.

Filho de Leir Cunha e Oswaldo de Oliveira (o saudoso e popular Rolinha), Ruiter Cunha de Oliveira nasceu em 24 de janeiro de 1964, viveu a infância e a adolescência em Corumbá. O esforço e a dedicação dos pais proporcionaram-lhe a oportunidade de se mudar para o Rio de Janeiro-RJ, onde cursou o antigo segundo grau e a faculdade de Ciências Econômicas, na Universidade Federal Rural do Rio De Janeiro (UFRJ), formando-se em 1985.
Da capital fluminense, voltou determinado a construir uma carreira profissional no Mato Grosso do Sul. Em Corumbá, fez mais uma faculdade: Ciências Contábeis, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), concluindo o curso em 1994. Já em 2002, concluiu pós-graduação em Contabilidade Gerencial, Auditoria e Controladoria pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp).
Com vocação para o setor público, começou a carreira como agente tributário estadual e, em seguida, foi aprovado em concurso público para o cargo de Fiscal de Rendas (Auditor Fiscal), que começou a exercer em 1992. Na Secretaria de Fazenda do Estado, ocupou todos os cargos de carreira, como os de chefe de Agenfa e delegado de Fazenda em Corumbá, chegando a superintendente de Administração Tributária do Estado, em 2003. Também exerceu os cargos de secretário municipal de Finanças de Corumbá, entre 1993 e 1996, e assessor especial de Assuntos Estratégicos do Governo do Estado, em 2004.

Com destacada vivência religiosa e preocupação social, em particular com relação às camadas mais carentes de Corumbá, Ruiter ajudou a fundar, em 2001, o Centro Padre Ernesto de Promoção Humana e Ambiental (CENPER), tornando-se seu primeiro presidente e trabalhando pela continuidade das ações do Padre Ernesto Sassida e da Cidade Dom Bosco.
Rompimento de aorta – Ruiter passou mal na segunda-feira (30). Ele sentiu dores fortes na perna e na barriga simultaneamente, foi levado para a Santa Casa de Corumbá, sendo transferido à Capital no mesmo dia, em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) aérea.
No Proncor de Campo Grande ele passou por um cateterismo, exame que vasculha os vasos sanguíneos em busca de problemas vasculares e no coração. Aqui, ele foi diagnosticado com um aneurisma dissecante da aorta abdominal, que significa o rompimento da artéria, a maior do corpo, nesta região.
Depois de ser estabilizado, o paciente foi levado ao centro-cirúrgico nesta terça-feira (31), onde foi operado pela equipe do cirurgião cardíaco João Jazbik Neto por quatro horas.
Segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura corumbaense, o prefeito sofreu várias paradas cardíacas no pós-operatório e oscilação constante da pressão arterial. Além disso, os medicamentos aplicados não surtiram efeito e o prefeito teve morte confirmada às 0h28.
Ruiter Cunha tinha 53 anos e deixa mulher, Beatriz Cavassa, e os filhos Rodrigo e Rafaela, além da mãe e da irmã.
Vida política - Eleito prefeito em 2004 pelo PT, Ruiter nasceu em Corumbá  e lá fez seu berço político, tanto que foi eleito em 2004 e reeleito em 2008, sendo substituído em 2012 por Paulo Duarte, também do PT.
Antes de político, Ruiter era auditor fiscal do Estado. No período em que José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, foi governador, Ruiter chegou a ocupar o cargo de superintendente de Administração Tributária.
Em 2014, ele foi candidato a deputado estadual, tendo recebido 18.502 votos. A 26ª posição nas urnas garantiu a ele a primeira suplência da coligação. Porém, em 2015, alegando perseguição no partido, Ruiter se desfiliou do PT e foi parar o PSDB, onde contou com o apoio do governador Reinaldo Azambuja.
Com o apoio tucano, Ruiter conseguiu ser eleito em 2016 prefeito de Corumbá pela terceira vez. Ele derrotou nas urnas justamente seu ex-correligionário Paulo Duarte, que também saiu do PT, mas foi para o PDT. Esse era o primeiro ano de Ruiter à frente do novo mandato como prefeito de Corumbá, tendo como vice-prefeito Marcelo Iunes (PTB).

FONTE: Campo Grande News e Correio de Corumbá

FOTO: Blog de Marluce Brasil.

31 de outubro

31 de outubro


1883 - Morre em Corumbá filho de revolucionário pernambucano


Faleceu em Corumbá, onde servia no no Batalhão de Artilharia a Pé, o tenente Pedro Ivo Veloso da Silveira. Combatente na guerra do Paraguai, era filho de Pedro Ivo, combatente da Cabanagem no Pará (1835) e líder da revolução praieira, no Recife (1848). O fato foi sintetizado pelo primeiro jornal de Corumbá:

"Passamento - No dia 31 de outubro último, pelas 5 horas da tarde, deixou de existir o 1° tenente do 3° batalhão de artilharia a pé Pedro Ivo Veloso da Silveira.

Portador de um nome ilustre, pelo sacrifício de um brasileiro, verdadeiramente amigo do seu país e que soube levar ao extremo a sua abnegação por ele, sustentando com a coragem de herói de suas opiniões; era o sr. 1° tenente Pedro Ivo V. da Silveira, um moço dotado de qualidades, que o tornavam digno da estima de seus camaradas e de seus concidadãos em geral.

Em suas veias corria o sangue, todo brasileiro, de seu progenitor, porém, isolado desde muito jovem e sujeito aos vaivéns do labirinto que se chama mundo, sem apoio e sem guia, o sr. tenente Pedro Ivo experimentou completa modificação na energia que herdara. Era muito brasileiro também, o que demonstrou com bons serviços que prestou na campanha do Paraguai, e digno de muita estima; excelente pai de família e bom amigo. Paz à sua alma".


FONTE: O Iniciador(Corumbá) 4/11/1883.


31 de outubro
 
1874 – Monumento aos heróis de Laguna



Taunay consegue a ordem para erigir monumento à memória do coronel Carlos Camisão e do tenente-coronel Juvêncio Cabral de Meneses no lugar em que haviam sido sepultados nas proximidades da fazenda Jardim. A ordem foi cumprida, segundo o seguinte boletim:

No. 440 – Comissão de limites entre o Brasil e o Paraguai. Assunção, 31 de outubro de 1874 – Ilmo. Exmo. sr. – O monumento à memória dos beneméritos comandante e imediato das forças brasileiras que operaram no sul de Mato Grosso, acha-se levantado à margem esquerda do rio Miranda, junto ao Passo do Jardim, no alto de uma colina e a 16 léguas do passo de Bela Vista, no Apa – É de mármore e a sua base de pedra e cal – A lápide que está assentada em plano inclinado, sobre quatro peças também de mármore, olha para a estrada da retirada das forças, que passa a 50 metros de distância.


Contém a seguinte inscrição:


À memória dos beneméritos coronel CARLOS MORAES CAMISÃO e tenente-coronel JUVÊNCIO MANUEL CABRAL DE MENESES comandante imediato das forças em operações ao sul desta Província, falecidos em 29 de maio de 1867, na memorável retirada das mesmas forças, o Governo Imperial mandou erigir este monumento em 1874.


Carlos Moraes Camisão e tenente-coronel Juvêncio Manuel Cabral de Meneses, comandante e imediato das forças em operação ao sul desta Província, falecidos em 29 de maio de 1867, na memorável retirada das mesmas forças, o Governo Imperial mandou erigir este monumento em 1874.

O coronel Rufino Enéas Gustavo Galvão, encarregado pela construção dos jazigos em parte ao ministro da Guerra, dá detalhes:

As sepulturas estavam intatas e não tinham sido abertas, como me informaram; foram reconhecidas pelo sobrinho do falecido prático José Francisco Lopes, Gabriel Lopes, que mora atualmente na fazenda do Jardim e acompanhou as forças.

O monumento está dividido interiormente em dois compartimentos, contendo um os restos do comandante, o outro do imediato. Assinala este compartimento um frasco dentro do qual se acha um castelo de metal dourados, que mandei colocar ao lado dos ossos, como distintivo da corporação a que pertenceu o ilustre finado.

No outro compartimento mandei colocar uma granada de calibre 4, La Hitte, que aí encontrei, como distintivo da arma do distinto comandante das forças.
Ao lado do monumento, mandei fazer uma sepultura de pedra e cal e nela foram depositados os restos do destemido prático das forças, José Francisco Lopes, conforme os desejos de sua viúva.

Entre os dois jazigos fiz construir outro e nele encerrar os ossos que se achavam espalhados de outros bravos ali falecidos.
Mandei cercar as sepulturas com mourões e levantar no vértice da construção uma grande cruz de madeira de lei.

Pequeno cemitério assinala, pois, esse remoto lugar, onde sucumbiram tantos valentes defensores da Pátria. 

Em 31 de dezembro de 1938, foi inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas o monumento aos heróis de Laguna e Dourados, na praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

FONTE: Taunay, Memórias, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1946, página 257




31 de outubro

1895 - Fundado do Partido Autonomista de Nioaque


Vicente Anastácio, o presidente do Partido Autonomista de Nioaque


Dissidentes do partido republicano, do coronel João Ferreira Mascarenhas, fundam o partido autonomista de Nioaque. O primeiro diretório teve a seguinte composição: presidente Vicente Anastácio, vice João Caetano Teixeira Muzzi, secretário João Antonio da Trindade e membros João Rodrigues de Sampaio, Augusto Nunes Ferraz, Joaquim César e Joaquim Gonçalves Barbosa Marques. 

Da eleição para a intendência, realizada nesse mesmo ano, o partido concorreu com seu filiado Rodrigues de Sampaio, que conseguiu 44 votos. O vitorioso foi o republicano Cláudio Gomes, que obteve 455 votos.¹

Ao Partido Autonomista de Nioaque vários autores atribuem a defesa da divisão do Estado. Na verdade, o que se tem é que seus dirigentes terminaram protagonizando conflito bélico contra o líder João Ferreira Mascarenhas, aliado do governo estadual. Não se sabe as razões da disputa entre os dois grupos, tendo-se como desfecho a derrota do partido autonomista, segundo a versão oficial:

Chegando ao me conhecimento que entre os partidos - autonomista e republicano popular - em que se dividiu a política local, dirigido o primeiro pelo cidadão Vicente Anastácio e o segundo pelo coronel João Ferreira Mascarenhas, estava iminente um encontro, e que bandos de homens armados de uma e outra parcialidade percorriam a comarca causando sobressaltos e alarmando seus pacíficos habitantes, fiz seguir para ali, em comissão, o desembargador Antonio Fernandes Trigo de Loureiro, nomeado chefe de polícia, com instruções especiais que o caso exigia, e acompanhado de força que garantisse sua autoridade para sindicar daqueles fatos, abrindo inquérito afim de conhecer a quem cabia a sua responsabilidade e tomando outras providências que a gravidade dos acontecimentos e o seu elevado critério aconselhassem na ocasião para restabelecer a ordem, o que conseguiu aquele distinto magistrado, desempenhando cabalmente a árdua missão que lhe fora confiada.

A dificuldade de mobilizar prontamente força do corpo da polícia militar, que continua desfalcado, para acudir a segurança de ordem em municípios distantes da capital, como aquele, sem via regular de comunicação, não permitiu que fossem em tempo tomadas providências para evitar encontros, dos quais resultaram perdas de algumas vidas.

Ao chegar a Nioaque já encontrou o chefe de polícia a vila em poder do coronel Mascarenhas, tendo a maior parte dos autonomistas, incriminados e responsáveis, se refugiado na república do Paraguai, onde permanecem.²

FONTE: ¹O Matto-Grosso (Cuiabá), 8 de dezembro de 1895; ²Preside Antonio Correa da Costa, mensagem à Assembleia Legislativa, (Cuiabá) 1° de fevereiro de 1897, página 4.

FOTO: Extraída do Album Graphico de Mato Grosso (1914).


31 de outubro

1912 – Inaugurado matadouro de CG


V

É inaugurado em Campo Grande o primeiro matadouro público da cidade. Conforme constata Edgard Zardo, era “preocupação da municipalidade a questão da carne, que provinha das reses abatidas nas chácaras e fazendas próximas e era transportada em carretas ou carroças abertas e sem condições higiênicas, vendida nas residências”. Com efeito, foi autorizada a construção do primeiro matadouro de Campo Grande, concessão dada a Nicola Verlangieri, inaugurado nessa data. Verlangieri fica pouco tempo à frente do mesmo, devolvendo-o à intendência, que passou a operá-lo sob a denominação de Matadouro Público Municipal, localizado nas proximidades da confluência do Prosa e o Segredo, onde passou a funcionar a sede central do Instituto Mirim, na avenida Via Morena.


FONTE: Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999, página 50.



31 de outubro
 
1916 – Caetananda: militares garantem decisão judicial


Chega a Corumbá expedição militar enviada pelo governo federal para garantir a ordem de hábeas-corpus concedida à Assembleia Legislativa, que instalada provisoriamente nessa cidade, travava disputa com o presidente Caetano de Albuquerque, no episódio que entrou na história como Caetanada. A força era comandada pelo general Luis Barbedo. 


FONTE: 63 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 233.



31 de outubro


1943 - Inaugurado o Educandário Getúlio Vargas em Campo Grande





Foi inaugurado em Campo Grande o Educandário Getúlio Vargas, destinado aos filhos de portadores de hanseníase, como suporte na área de manutenção e ensino, ao sanatório São Julião, inaugurado em 1941 pelo presidente Getúlio Vargas. O assunto foi notícia na imprensa nacional:

CAMPO GRANDE, 3 (Asapress) - Foi solenemente inaugurado o "Educandário Getúlio Vargas", construído pela Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra. Destina-se esse estabelecimento a recolher, manter e educar os filhos dos leprosos. Com uma capacidade de 200 leitos, nele serão abrigadas as crianças de até 18 anos. A sua construção foi iniciada em 1940, após uma campanha que rendeu 531.000,00 cruzeiros. A construção custou um milhão de cruzeiros, tendo o governo federal contribuído com o restante. Foram inaugurados os retratos do presidente da República, do ministro da Educação e do interventor Júlio Müller.

A solenidade contou com a presença da sra. Eunice Weaver, presidente da sociedade, provedora da obra inaugurada.


FONTE: jornal A Manhã (RJ), 4 de novembro de 1943.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...