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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

15 de novembro

15 de novembro

1866 – Taunay volta a dar notícias de Miranda

Em sua série de correspondências à família no Rio, o tenente Taunay escreve à sua irmã, lamentando a permanência em Miranda:

O estado sanitário da força continua mau, a moléstia reinante ainda tem feito algumas vítimas entre as quais deploramos todos o infeliz e virtuosissimo Padre Tomaz Molina, tão estimado por todos e tão procurado, tão amigo de todos. Não pude esquivar-me ao desejo de pronunciar algumas palavras sobre o seu corpo, o que foi muito aplaudido.


Tinha excelente aplicação: descia à terra um dos humildes e falava-se diante de um dos mais orgulhosos, fôfos, despóticos, toleirões.


Fala-se muito numa ida nossa à Cuiabá , não sei com que fundamento, porém, o desânimo chega até o comandantes das forças. Provou-se desastrosamente a inconveniência de não ter ido diretamente para Nioaque, clima excelente, boa água, ponto estratégico e ter vindo internar as forças neste ponto infernal. Seja tudo pelo amor de Deus.(...)


Aqui reduzidos à inação , só em lutas com enfermidades e sofrimentos mesquinhos embora dolorosos, contemplamos as vitórias do Sul com inveja, porém com a certeza de que já que todos os brasileiros sabem bater-se, nós, em iguais circunstâncias, havíamos de cumprir com o nosso dever e saber imitar aos nossos companheiros do Sul.
 



FONTETaunay, Mensário do Jornal do ComércioRio de Janeiro, 1943, página 343



15 de novembro

1866 - Governo paraguaio "recruta" brasileiros para seu exército

Carta, datada de Cuiabá, dá conta de que "os paraguaios fizeram embarcar para Assunção, com o fim de engrossarem as fileiras do seu exército, todos os homens que havia em Corumbá, inclusive estrangeiros e indígenas, alguns do quais escapando-se na ocasião do embarque, refugiaram-se no mato. Nem a população feminina tem escapado ao furor dos bárbaros, que as conservam prisioneira, sofrendo sabe Deus, quantos maus tratos e privações".

FONTE: Correio Paulistano (SP), 18 de janeiro de 1867.



1889 – Rondon na proclamação da República


Positivista convicto e ativista do movimento contra a Monarquia, o alferes matogrossense Cândido Mariano da Silva Rondon, participa no Rio da proclamação da República, cuja participação ele relata em seu diário:

Estava cheio o quartel. Chegamos na ocasião em que era arrombada a Arrecadação. Pedi logo um dos revólveres nagan que estavam sendo distribuídos – arma que conservo, com a que me ofereceu Roosevelt, verdadeiras peças de museu.


Benjamim Constant chegou às 2 da madrugada. Conferenciavam os oficiais, entre os quais o Cel. Sólon. Ficou resolvido que se indagasse se a Marinha permitiria a saída da ‘Brigada Estratégica’ e foi, nesse sentido, redigido um ofício ao Alte. Wandenkolk.


Escolheu Benjamin Constant para portadores de tão importante mensagem os dois discípulos em quem mais confiava – os discípulos amados – Fragoso e eu. Seríamos a ligação entre a ‘Brigada Estratégica’ rebelada e os oficiais revoltados da Armada.


As 4 horas partimos em cavalos escolhidos para uma galopada de São Cristóvão ao Clube, no largo do Rossio.


O tropel dos cavalos cortava o silêncio da madrugada, mas prosseguíamos sem obstáculos. Cauteloso, propus, aos sairmos da rua Gen. Pedra para defrontar o Quartel General, que nos mantivéssemos cosidos com a grade do jardim, para não sermos percebidos.


Estava o Quartel General todo iluminado, como que para advertir que o governo vigiava.


Continuamos a cautelosa marcha, quase que sopitando o pisar dos cavalos, para que não ressoasse na calçada, até desembocar na Câmara Municipal.
Ao fazer a curva para ganhar a rua da Constituição o meu cavalo prancheou – mas o vaqueiro mimoseano galopava firme na rédea e o animal que rodara, conseguiu firmar-se.


Seguíamos insensíveis a tudo o que não fosse o pensamento de chegar o mais depressa possível ao largo do Rossio, ao Clube Naval e, quando apeamos estavam nossos cavalos brancos de espuma.


Levávamos a senha. Batemos, uma portinha que nos fora indicada, três pancadas espaçadas. Depois de alguns minutos percebemos que alguém descia. Ouvimos, de dentro, as palavras da senha a que respondemos, repetindo por três vezes a contra-senha, segundo as instruções recebidas. Abriu-se então uma fenda na portinha, por onde introduzimos o ofício. Daí a pouco voltou quem recebera de nós o documento e, repetidas as mesmas formalidades, foi-nos entregue pela fenda o ofício resposta.

O tempo de montar de novo e lá partimos para o convento de Sto. Antonio, onde estava aquartelado o 7º Batalhão de Infantaria, a fim de informar a situação o cap. Ferraz. Já encontramos todos a postos. Depois de lhe falar e de lhe transmitir a mensagem de que éramos portadores, tocamos para São Cristóvão a galope, sem acidente.

O dia despertava. Súbito, tingiu-se o oriente sob uma chuva de ouro, pálida a princípio e depois cada vez mais rubra... e sobre essa cortina surgiria em breve o sol a iluminar um novo dia, a iluminar pela primeira vez a República brasileira.


FONTEEsther de Viveiros, Rondon conta sua vidaCooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 53.


15 de novembro

1905 – Iniciada em Bauru a estrada de ferro Noroeste           

     



Projetada a princípio para ligar Bauru a Cuiabá, mudando em seguida para o atual trajeto, era iniciada em Bauru, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com o assentamento dos trilhos em território paulista. Em setembro do ano seguinte eram abertos ao tráfego “os primeiros 92 quilômetros, com a presença de altas autoridades, recebendo a última estação do percurso, o nome de Lauro Müller, ministro da Viação, que presidira a solenidade. A 13 de maio de 1910 todo o trecho até Itapura , na margem esquerda do Tietê, próximo à desembocadura do Paraná, estava concluído".

Em 1908 foi iniciado o trecho no Sul de Mato Grosso, com duas frentes de trabalho: uma começando em Itapura e outra em Porto Esperança. Em 1914 a obra foi entregue ao tráfego, com o encontro das duas frentes em Campo Grande no dia 31 de agosto.

FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., página 104 

FOTO: Primeira estação da ferrovia em Baurú, acervo do jornal Noroeste, ferrovia da integração, de Bauru.


15 de novembro

1946 - Exonerado o primeiro governador do Território de Ponta Porã

Ato do presidente Eurico Gaspar Dutra, exonerou o coronel Ramiro Noronha, do cargo de governador do território federal de Ponta Porã, nomeando, para substituí-lo o major José Guiomard dos Santos.¹ 

No governo desde 31 de janeiro de 1944, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas, o coronel Ramiro Noronha estabeleceu as bases da nova unidade federativa, mandando construir pontes, criando colônias agrícolas em Dourados, Carapã e Itaporã. Criou uma escola normal e uma biblioteca pública em Ponta Porã, além de vário cursos noturnos em diferentes pontos do Território.

Noronha concedeu também, os primeiros títulos de terras aos lavradores, na área devoluta ocupada pela companhia Mate Larangeira, em vista do despacho do presidente da República, de 1° de fevereiro de 1944, que indeferiu a renovação do contrato de arrendamento dos ervais à Mate Larangeira.²

FONTE: ¹Jornal do Brasil (RJ), 16 de novembro de 194, ²Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai), Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1962, página 85.



sábado, 18 de janeiro de 2014

18 de janeiro

18 de janeiro


1848 - Morre Silva Manso



É assassinado em sua fazenda em Campinas o médico e político Antonio Patrício da Silva Manso. Nascido na vila de Santos, em 1778, mudou-se em seguida para Itu e fixou-se na vila de São Carlos (Campinas), onde dedicou-se inicialmente às artes plásticas, partindo depois para a botânica e à medicina. Em 5 de agosto de 1820, conseguiu de Dom João VI carta licença para exercer a medicina curativa. Em 1821 é nomeado cirurgião-mor da província de Mato Grosso, "para onde seguiu em trabalhosa viagem, à sua própria custa, pois que também não percebia vencimento algum do sobredito cargo, do qual prestou juramento em Cuiabá a 4 de março de 1823".

Adquiriu grande prestígio "por sua competência, por sua atividade e por sua dedicação a todas as classes sociais, desde logo teve de envolver-se na política da remota província". O primeiro cargo que exerceu em Mato Grosso foi o de secretário de governo, pouco depois da proclamação da independência do Brasil. Foi também membro do governo da província e único representante de Mato Grosso na câmara temporária do Império, na terceira legislatura (1834 - 1837). 

O que o tornou célebre em todo o Brasil, entretanto, foi a sua posição política, como militante liberal. Com a abdicação de D. Pedro I e a ascensão de Feijó à regência, o pais entrou em verdadeira efervescência revolucionária, com a polarização entre os brasileiros natos, que defendiam o novo governo e os portugueses (chamados adotivos) que pleiteavam a volta do imperador. Militante dos brasileiros natos, Silva Manso, a exemplo do que aconteceu em outras províncias, criou e passou a presidir a Sociedade dos Zelosos da Independência do Brasil em Mato Grosso, entidade que congregava os nativos na luta contra os portugueses, acusados de monopolizarem as atividades empresariais da cidade e exercerem influência política hegemônica no governo.

Mesmo havendo deixado Cuiabá antes da Rusga, para tomar posse como deputado, no Rio de Janeiro, seu nome esteve diretamente ligado aos exaltados, responsáveis pela noite sangrenta de 30 de maio de 1834, o que lhe impediu de voltar a Cuiabá ao final de seu mandato em 1837, preferindo fixar residência em Campinas. 

Em Mato Grosso, consagrou-se com o epíteto "leão de Cuiabá".


FONTE: Basílio de Magalhães, Biografia de Antonio Luiz Patrício da Silva Manso, Arquivo do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1909, volume XXII. 



18 de janeiro

1877 - Circula o primeiro jornal de Corumbá





Inicia circulação em Corumbá o primeiro jornal editado nessa cidade. Trata-se de O Iniciador, órgão "comercial, noticioso e literário, impresso em quatro colunas, era de propriedade e redação de Silvestre Antunes Pereira Serra, tendo como diretor técnico e editor o cidadão Manuel Guimarães.

Abria a primeira coluna o calendário da semana, com indicação das fases lunares. O Iniciador era impresso em prelo Marinoni (aliás o primeiro introduzido em Mato Grosso) tendo sido todo o material tipográfico adquirido em Assunção do Paraguai".



FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 50.


18 de janeiro

1903 - Inaugurada mineradora no Coxipó-Mirim




É inaugurado o serviço de mineração no rio Coxipó-Mirim, em Cuiabá. Para esse fim foi empregada a primeira draga introduzida em Mato Grosso. A companhia, para isso organizada na Austrália (The Transpacific [Brazil] Mining and Exploration Company Limited), e que tinha como diretor técnico Mr. John H. Wall, auxiliado pelo dr. Jacques Markwalder, adquirido posteriormente para os trabalhos mais duas poderosas dragas.

A chegada do equipamento em Cuiabá, sete meses antes do início das atividades da empresa foi registrado pela imprensa local:

Consta-nos que ultimamente chegou em nosso porto e descarregou-se um enorme maquinismo destinado à uma importante companhia inglesa de mineração organizada pelo hábil engenheiro Jacques Markwalder sob o título de - The Transpacific (Brazil) Mining and Exploration Company Limited - tendo por representante o mesmo sr. Marckwalder.

O maquinismo que tem sido desembarcado parte já fora conduzido para o Coxipó do Ouro, onde terá de ser assentado em suas margens.

O que podemos afiançar é que a mesma companhia muito terá de lucrar com essa mineração de que já tem conhecimento do lugar o sr. Marckwalder. Será de muita vantagem para o nosso Estado que auferirá disso grandes lucros.

O sr. Marckwalder para conseguir esse desideratum, muito tem lutado; e aqui entre os nossos capitalistas nenhum não se animou a coadjuvá-lo na empresa, desconfiando eles nada tirar de resultado, indo o sr. Marckwalder buscá-lo no estrangeiro, onde encontrou todo o apoio e certeza de resultado, conseguindo grande capitais para o trabalho.

Diz o mesmo engenheiro que as minas do Coxipó do Ouro rivalizam-se com as da Austrália.

Ora, sendo assim, nada resta a duvidar para a realização das vantagens da sua útil e importantíssima empresa.

Já não é um grande passo dado para a grandeza de Mato Grosso?

O privilégio já ele tirou e lhe fora concedido como já é público e conhecido.

Consta-nos que além desse privilégio, ainda a mesma companhia arrendou por 30 anos um terreno aurífero pertencente ao tenente-coronel Faustino Correa da Costa, pela quantia de 90:000$000.

Dando esta notícia aos leitores, felicitamos o estado de Mato Grosso e a companhia organizada pelo sr. Marckwalder, por esse grande passo dado; pois temos certeza de que ela fruirá de vantajosos resultados, fazendo inveja aos nossos usurários capitalistas que só querem o seu dinheiro para apodrecer na burra ou render prêmio n'algum banco e capitalizando os juros de seis em seis meses!

Deus que ajude ao sr. Marckwalder e sua companhia na empresa que encetaram para glória sua e nossa.

Com mais vagar iremos orientando os leitores acerca desta importante empresa, colhendo outras notícias no prosseguimento dos seus trabalhos, os quais não serão pequenos e que demandam de muito pessoal e despesas para a montagem do mesmo maquinismo que calcula-se em 400 e tantos contos de réis.¹

O otimismo do jornal se transformaria numa realidade insólita para o festejado investimento, conforme o breve registro do historiador atento:

Transferido o privilégio à Companhia Mato Grosso, com sede em Buenos Aires, teve de suspender a mineração,sendo a empresa declarada falida, em razão da carência de uma administração como a primitiva.²

FONTE: ¹O Pharol, Cuiabá, 21 de junho de 1902. ²Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Casa Civil do governo do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 50.



18 de janeiro

1924 - Assassinado líder político em Ponta Porã

É morto a tiros o advogado João Batista de Azevedo, dirigente do Partido Republicano de Mato Grosso (PRMG). Os autores do assassinato foram o tenente Heitor Mendes Gonçalves, diretor da Companhia Mate Larangeira e José Pinto e o crime aconteceu na avenida Internacional. O crime, pelo envolvimento de um dirigente de importante empresa e pela extensão da liderança política da vítima, teve enorme repercussão, estabelecendo um ambiente de extrema insegurança na cidade fronteiriça, conforme relato do governo do Estado:

"O acontecimento policial culminante pelo abalo produzido no seio da população municipal foi, porém, em Porã, o assassínio do dr. João Batista de Azevedo e Sousa.

Dada a exaltação de ânimo de que para logo se contaminou parte da população de Ponta Porã, para ali seguiu o sr. dr. chefe de polícia que já se encontrava em Corumbá de regresso para esta capital, tomando as providência necessárias para que a ordem fosse mantida e a justiça pudesse regular e legalmente pronunciar-se sobre o crime e sobre os criminosos.

Encerrado o inquérito policial apurador do fato delituoso e da responsabilidade dos delinquentes, para Ponta Porã seguiu em comissão especial incumbido pelo governo do Estado, segundo o disposto no número 20 do artigo 171, do decreto 324, de 1° de fevereiro de 1913, o exmo. sr. Barnabé Antonio Gondin, Juiz de direito da comarca de Corumbá, que presidiu à formação da culpa".²

Em julgamento apressado, dois meses depois do crime, os culpados foram absolvidos por unanimidade em júri popular. Prevaleceu a tese de legítima defesa.³


FONTE: ¹A Pacotilha (MA), 24/01/1924, ²Presidente Pedro Celestino, Mensagem à Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1924, ³A Pacotilha (MA), 01/04/1924.









segunda-feira, 14 de outubro de 2013

25 de novembro

25 de novembro

1862 - Criada a povoação de Coxim, com o nome de núcleo colonial de Beliago



O governo da província de Mato Grosso, por seu presidente Herculano Pena, assina as instruções para o estabelecimento de um núcleo colonial às margens do Rio Taquari, origem da cidade de Coxim:

Art. 1° - Partirá de Corumbá para o rio Taquari o vapor que o comandante da estação naval designar, transportando o capitão do Estado Maior de 1ª classe empregado em comissão engenheiro Joaquim da Gama Lobo d'Eça e um destacamento de 12 praças, 2 cabos e 1 inferior, comandado por oficial, todos de tropa de linha.

Artigo 2° - Este destacamento, cujo comandante servirá interinamente de diretor do núcleo colonial denominado - Beliago - abaixo da corredeira, na margem esquerda ou na direita do rio Taquari, como o engenheiro julgar conveniente, atendendo não só as circunstâncias mais ou menos favoráveis, que uma ou outra localidade que ofereça para assento de uma povoação, que fique superior ao nível das maiores enchentes, como também à necessidade de prolongar-se até aí a estrada de carro, que do município de Santana do Paranaíba vem a ter à barra do rio Coxim.

Artigo 3° - No lugar que escolher medirá o engenheiro e demarcará a extensão de meia légua em quadro, ou a superfície equivalente, para assento da nova povoação e reservando os espaços necessários para ruas, praças, edifícios e outras servidões públicas, dividirá o restante em lotes urbanos de 10 braças de frente e 25 de fundo para serem desde logo distribuídos pelo diretor interino do núcleo colonial aos povoadores nacionais e estrangeiros que os pretenderem a título de aforamento perpétuo, sendo o fóro fixado pelo governo na forma do art. 77 do Regulamento que baixou com o decreto n° 1318, de 30 de janeiro de 1854.

As casas edificadas nestes lotes deverão ter a frente para ruas ou praças.

Artigo 4° - Os edifícios públicos de que trata o art. antecedente, são: uma igreja, uma casa para a Câmara Municipal, uma escola pública, um quartel, uma cadeia, uma praça de mercado e um cemitério, que deverá ficar em lugar distante do centro da povoação.

Artigo 5° - As ruas cruzar-se-ão em ângulos retos; e terão a largura de oitenta palmos, não se admitindo becos nem recantos. A que se prolongar pela margem do rio terá a largura de 100 palmos, para ser bordada de arvoredos.

As praças terão regularmente de 50 a 60 braças de fundo, a frente poderá estender-se até 80 braças.

Artigo 6° - As regras prescritas no artigo antecedente ficam todavia sujeitas às modificações que o engenheiro julgar necessárias segundo as circunstâncias locais.

Artigo 7° - Do terreno assim medido e demarcado levantará o engenheiro uma planta cingindo-se às disposições às disposições dos artigos 3°, 4° e 5°, para ser enviada ao governo imperial; e dela extrairá duas cópias autênticas, das quais ficará uma na Secretaria da Presidência da Província e outra em poder do comandante do destacamento.

Artigo 8° - O engenheiro fará também, para serem presentes à Presidência, a planta e orçamento das pontes que convier construir, a saber, uma sobre o Taquari, no caso de passar pela margem direita deste rio a estrada de que trata o artigo 2°, ou duas sobre o ribeirão da Fortaleza e rio Coxim quando passe pela margem esquerda.

Artigo 9° - Nos lugares que o engenheiro designar fará o comandante levantar desde logo um quartel provisório, coberto de palha e um rancho de barracão, onde se depositem o sal e outros gêneros exportados da província ou para ela importados, que transitarem pela nova povoação ou tiverem de ser aí vendidos.

Fará igualmente descortinar, quanto seja indispensável, o terreno demarcado para a povoação e abrir ou melhorar a estrada que deve seguir de Beliago pela margem do Taquari até a barra do Coxim, de sorte que se torne fácil e cômodo o trânsito não só de bestas de cargas, mas também de carros.

Nestes serviços serão empregados, além das praças do destacamento, os trabalhadores que o comandante ajustar até o número e com as gratificações ou salários que sobre proposta sua serão marcados pelo presidente da província.

Artigo 10 - Concluídos os trabalhos a cargo do engenheiro e a construção do quartel provisório, regressará o vapor à Corumbá e no relatório que deve apresentar de sua viagem e comissão indicará o engenheiro os pontos onde convenha fazer depósitos de lenha para consumo de outros navios do estado, que tenham de navegar o Taquari, declarando se há quem se proponha a fornecê-la por contrato, e com que condições, ou se será necessário que o governo a mande cortar.

Artigo 11 - O comandante do destacamento, exercendo também provisoriamente as atribuições que competem aos diretores de índios, deverá fazer todas as diligências, sem que todavia empregue meio algum violento, para atrair à nova povoação os da tribo Caiapó e outros que vivam dispersos ou em pequenas aldeias nas imediações dos rios Taquari e Piquiri; e indicará à presidência o terreno que convenha conceder-lhes para suas habitações dentro ou fora do perímetro de meia légua em quadro, designado no artigo 3°.

Artigo 12 - Terá o mesmo comandante muito cuidado em fazer com que estes índios se empreguem na lavoura ou na criação de gados, na construção dos edifícios e outras obras pertencentes ao governo ou particulares, e especialmente no serviço das embarcações do comércio ou do Estado, que navegarem entre a barra do Coxim e o porto de Corumbá.

Enquanto se acharem aplicados por sua própria conta à lavoura ou criação, e ainda não poderem sustentar-se com o produto do seu trabalho, deverá o comandante distribuir-lhes as roupas, ferramentas e mais objetos que para isso receber por ordem da presidência; quando se ocuparem em qualquer serviço público pagar-lhes os salários mercados na forma do artigo 9°, e, quando em serviço de particulares tomar conhecimento dos ajustes que fizeram, para que sejam fielmente cumpridos por ambas as partes.

Artigo 13 - Dos terrenos contíguos à nova povoação e dos que lhe forem fronteiros na outra margem do Taquari, concederá o presidente da província (excetuadas as matas que porventura aí existam e convenha reservar para a construção nova por conta do Estado) lotes de 62.500 a 123.000 braças quadradas, unidos e sem interrupção, até perfazer a totalidade dessas áreas, inclusive a da povoação, a superfície de um território ou trinta e seis milhões de braças quadradas. Esta concessão será feita tanto aos nacionais como aos estrangeiros que quiserem comprar os ditos lotes pelo preço de meio real até um real a braça quadrada (além da metade da siza e da despesa de medição) podendo o respectivo pagamento efetuar-se dentro dos prazos de três a cinco anos, como permite o Aviso do Ministério do Império de 8 de janeiro de 1861.

Nas matas reservadas para a construção naval nenhum particular poderá cortar madeiras, senão como licença do governo e sob condições que ele prescrever.

Artigo 14 - A medição e demarcação dos lotes de que trata o artigo antecedente e a expedição dos títulos de venda terão lugar à vista de requerimentos dos pretendentes, dirigidos à presidência da província e informados pelo diretor do núcleo colonial, que deverá sempre declarar, além do mais que convier, se o suplicante é pessoa conhecida e capaz de realizar o contrato e se no lugar pedido há ou não matas que devam ser reservadas para a construção naval.

Artigo 15 - A venda das demais terras devolutas das margens dos rios Taquari e Coxim não compreendidas nos limites das duas léguas em quadro, de que tratam os artigos 3° e 13° assim como as situadas em quaisquer outros lugares, far-se-á pela maneira determinada no Aviso do Ministério do Império de 3 de março de 1838, a saber: se o terreno for próprio para lavoura, a extensão requerida por cada um indivíduo não poderá exceder a um quarto de légua quadrada, área correspondente ao quadrado de maia légua; e a três léguas quadradas, área correspondente ao retângulo de três léguas de base, e uma de altura se os terrenos forem campos de criar.

As pessoas que pretenderem comprar estas terras devem requerê-las ao presidente da província, que, depois de as fazer medir e demarcar e de receber a respectiva planta e memorial, remeterá tudo à Tesouraria da Fazenda, onde em junta e como assistência de um indivíduo nomeado pelo mesmo presidente se fará o ajuste do preço correspondente à braça quadrada, não podendo este ser menor de meio real, nem o importe da venda ser menor do custo da medição, demarcação e descrição.

Artigo 16 - As terras devolutas que se venderem ficarão sempre sujeitas, em virtude do art. 16 da lei n° 601 de 18 de setembro de 1850, aos ônus seguintes:

§ 1° - Ceder o terreno preciso para estradas públicas de uma povoação para outra ou algum porto de embarque, salvo o direito de indenização das benfeitorias e do terreno ocupado.

§ 2° - Dar servidão gratuita aos vizinhos quando lhes for indispensável para sairem a uma estrada pública, povoação ou porto de embarque, e com indenização quando lhes for proveitosa por encurtamento de um quarto em meio de caminho.

§ 3° - Consentir a tirada de águas desaproveitadas e a passagem delas, procedendo a indenização das benfeitorias e terreno ocupado.

§ 4° - Sujeitar às disposições das leis respectivas quaisquer minas que se descobrirem nas mesmas terras.

Artigo 17 - Enquanto o governo não regular de outro modo a concessão dos lotes urbanos de que trata o art. 3°, será ela feita por despacho do diretor do núcleo colonial, lançado no requerimento da parte e registrada em livro próprio, declarando-se nesse registro o número e extensão do lote, a rua ou a praça em que é situado, a data da concessão e o nome do concessionário.

Do registro que se fizer em cada mês remeterá o diretor uma cópia autêntica à presidência da província.

Artigo 18 - O diretor interino do núcleo colonial dará toda a possível publicidade as disposições dos artigos 3, 13, 14, 15, 16 e 17 das presentes instruções para conhecimento das pessoas que pretenderem obter terras por título de aforamento ou de compra.

Palácio do Governo da Província de Mato Grosso em Cuiabá, 25 de novembro de 1862 - Herculano Ferreira Penna.¹

Para atender às ordens do governo, seguiu no dia 27 de julho daquele ano para o lugar indicado, o vapor de guerra Alpha.²

Segundo Ronan Garcia da Silveira "o povoado que passou a ser chamado de Arraial do Beliago ou de Coxim, correspondia a uma extensa sesmaria que o governador da capitania de São Paulo doou a Domingos Gomes Beliago, em troca da fixação e prestação de auxílio às expedições" nas primeiras décadas do século XVIII, quando os rios Coxim e Taquari faziam parte da rota de ouro de Cuiabá. 

Ainda segundo Ronan, a partir da criação da colônia, a localização do povoado passa a ser na margem direita do rio Taquari, "inicialmente como porto de suprimento de mercadorias vindas de Corumbá, quando se inicia a navegação fluvial por aquele rio".³

FONTE: ¹jornal A Imprensa de Cuiabá, 28 de dezembro de 1862. ²jornal Correio Mercantil (RJ), 19 de agosto de 1862. 3Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Editoria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1995, páginas 26 e 29.

FOTO: Governador Herculano Pena, acervo IHG de Mato Grosso.





25 de novembro
 
1863 – Paraguai espiona a fronteira


Às vésperas do maior conflito armado da América do Sul, o presidente Lopez manda um de seus principais auxiliares conhecer as forças que teria que enfrentar na ocupação da fronteira norte. Estevão de Mendonça acompanha os passos do espião paraguaio:

“Chega à vila de Corumbá, com carta de apresentação para o negociante Vicente Solari, o intitulado fazendeiro paraguaio Izidoro Resquin (foto)

, dizendo-se candidato à aquisição de terras no município de Miranda.

Acolhido prazenteiramente e hospedado no próprio seio da família Solari, que o cumulou de atenções, dias depois seguia para Miranda e dali à povoação de Nioaque, sempre acompanhado por um guia brasileiro que levara de Corumbá.
Regressou em fevereiro, mostrando-se satisfeito com a beleza dos campos percorridos e declarando-se decidido a fundar um estabelecimento pastoril na zona do Amambaí. Em março seguia para Assunção, tomando passagem no paquete Marquês de Olinda.


Em dezembro de 1864, porém, o pretenso fazendeiro invadia a fronteira do sul, na sua verdadeira qualidade de coronel do exército paraguaio. A frente de numerosa coluna, esmagava de chofre a pequena guarnição da colônia dos Dourados.


Seguiu-se depois a ocupação de Nioaque e Miranda.”
 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 276.


25 de novembro

1882 - Ferro em Corumbá: governo prorroga prazo de concessão

Pelo decreto 8.780, do imperador D. Pedro II é prorrogado o prazo da concessão dada à baronesa de Vila Maria para lavrar ferro e outros minerais nas terras de sua propriedade, Piraputanga e S. Domingos, em Corumbá.¹

Esta é a segunda prorrogação concedida à autorização de 1876. A outra ocorreu em 1878.²

FONTE: ¹Jornal do Commercio (RJ), 12/12/1882; ²Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa, Oeste de São Paulo, Sul de Mato Grosso, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 110. 


25 de novembro

1936 - Monteiro Lobato em Cuiabá, Corumbá e Campo Grande

O escritor Monteiro Lobato, defensor da prospecção do petróleo em solo brasileiro, volta a São Paulo, depois da excursionar pelo Estado de Mato Grosso:

"Conforme noticiamos, pelo avião da carreira, da linha de Mato Grosso, do Sindicato Condor, chegaram ontem a esta capital os drs. Monteiro Lobato e Hilário Freire, procedentes de Cuiabá.

Lá esses ilustre excursionistas tiveram a oportunidade de assistir ao ato solene da assinatura do contrato entre o governo do Estado e a firma Piepmeyer e Cia. para pesquisas de petróleo naquele Estado brasileiro.

Os drs. Monteiro Lobato e Hilário Freire, por ocasião de sua estada na capital matogrossense, foram alvos de atenções de todas as classes sociais. Foram-lhe tributadas inúmeras e significativas homenagens.

No regresso, por ocasião da parada em Corumbá, acompanhados do prefeito e de outras pessoas gradas, visitaram a cidade boliviana de Porto Suarez.

Na passagem do avião por Aquidauana e Campo Grande, novas homenagens se repetiram, principalmente nesta última, em que tomou parte toda a população do Estado.

Por toda parte onde os visitantes passaram foram comulados de gentilezas e por toda parte lhes foram testemunhado decisivo apoio pela grande campanha em prol do petróleo brasileiro. Eles tiveram oportunidade de verificar que o Estado inteiro está com os olhos voltados para esse importantíssimo problema".

FONTE: Correio Paulistano, 26/11/1936


25 de novembro

1970 – Instalada a Universidade Estadual de Mato Grosso





Com a presença do ministro de Educação do governo Médici, Jarbas Passarinho, o governador Pedro Pedrossian (foto) inaugura a UEMT em Campo Grande, que em 1978, com a divisão do Estado, seria transformada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O ato solene foi registrado por seu primeiro reitor o médico João Pereira da Rosa:

“Quarta-feira, 25 de novembro de 1970, no restaurante da Cidade Universitária, com a presença do ministro da Educação e Cultura, senador Jarbas Gonçalves Passarinho, do governador do Estado, engenheiro Pedro Pedrossian, do governador eleito José Manoel Fontanilas Fragelli, do secretário de Educação e Cultura, dr. Gabriel Novis Neves, do representante da 9ª. Região Militar, gen. Plínio Pitaluga, de Dom Antônio Barbosa, bispo diocesano, do secretário de Justiça, Francisco Leal de Queiroz, do reitor João Pereira da Rosa e muitas outras autoridades, foi instalada a Universidade Estadual de Mato Grosso, com sede em Campo Grande. Usaram da palavra nesta solenidade, o secretário do Interior e Justiça para dizer da simplicidade deste ato oficial, que representa o estilo do governador Pedro Pedrossian. Secundando-o foi dada a palavra ao reitor dr. João Pereira da Rosa (...). Depois falou o governador do Estado que enfocou a filosofia de seu governo de dar ênfase à educação, possibilitando a criação da Universidade Federal em Cuiabá, pelo governo federal e a Universidade Estadual, com sede em Campo Grande, ambas colocadas a serviço da juventude estudiosa da região. Finalmente falou o ministro da Educação sobre a política educacional do governo central e reconheceu o esforço do governo do Estado, que ao criar duas universidades, granjeou os aplausos da população e o reconhecimento dos brasileiros. Aplausos de todas as autoridades e das classes estudantis presentes em grande número. A imprensa deu destaque, especial o jornal ‘Correio do Estado’. A ata da instalação foi redigida pelo professor Wilson Rodrigues com o auxílio do acadêmico José Roberto Amim, presidente do Diretório Acadêmico, indicado secretário ‘ad hoc’ para esta reunião marcante para todos os mato-grossenses".



FONTE: ROSA, João Pereira da, As 2 histórias da Universidade, ACR/UFMS, Campo Grande, 1993, página 65.




25 de novembro

1983 – Assassinado o cacique Marçal de Souza




É assassinado na aldeia Campestre, no município de Antonio João, o cacique Marçal de Souza. A execução do líder indígena teve repercussão nacional e internacional, aparecendo com destaque em todos os jornais do Brasil:
O cacique Marçal de Souza dos guaranis, que em julho de 1980 saudou o papa João Paulo 2º em nome das irmandades indígenas brasileiras, foi assassinado na noite de sexta-feira, com três facadas, na aldeia Campestre, município de Antônio João (MS). Marçal que era também enfermeiro da Funai, vinha reivindicando há cinco anos a demarcação das terras do índios Caiová que vivem na aldeia de Piraquá.

Há cerca de 20 dias, Marçal recebeu a visita de um empregado da fazenda Terra Brava, que lhe ofereceu cinco milhões de cruzeiros para que ele convencesse os Caiová a sair da aldeia Piraquá. O cacique recusou a oferta e o empregado da fazenda o ameaçou, dizendo que ele iria se arrepender. A aldeia Piraquá está localizada na fazenda Serra Brava, que é reclamada pelo fazendeiro Astúrio Monteiro.

Na sexta-feira à noite dois desconhecidos bateram na porta da farmácia da Funai, na aldeia Campestre, pedindo remédio. Quando Marçal abriu a porta recebeu as três facadas, morrendo em seguida. O cacique morava na farmácia e sua família suspeita de que os assassinos sejam empregados da fazenda.
Ontem, a União das Nações Indígenas (Unind), entidade de defesa dos índios, e parlamentares de oposição distribuíram nota conjunta protestando pela morte do cacique. O vice-governador do Rio de Janeiro, Darci Ribeiro, também protestou pela morte de Marçal em telegrama enviado ao governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Martins. Diz o telegrama: "O sangue do líder Marçal de Souza, que foi o mais alto intelectual de Mato Grosso, emporcalhará sua memória se seus assassinos não forem descobertos e entregues à Justiça
.


Marçal era perseguido por proprietários da região em virtude de sua luta pela terra e demais direito dos índios. Notabilizou-se por ocasião da primeira visita do Papa João XXIII ao Brasil, em 1980, por seu célebre discurso ao pontífice na cidade de Manaus em nome das nações indígenas de todo o Brasil.


FONTE:  Folha de S. Paulo 27/11/ 1983



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

31 de outubro

31 de outubro


1883 - Morre em Corumbá filho de revolucionário pernambucano


Faleceu em Corumbá, onde servia no no Batalhão de Artilharia a Pé, o tenente Pedro Ivo Veloso da Silveira. Combatente na guerra do Paraguai, era filho de Pedro Ivo, combatente da Cabanagem no Pará (1835) e líder da revolução praieira, no Recife (1848). O fato foi sintetizado pelo primeiro jornal de Corumbá:

"Passamento - No dia 31 de outubro último, pelas 5 horas da tarde, deixou de existir o 1° tenente do 3° batalhão de artilharia a pé Pedro Ivo Veloso da Silveira.

Portador de um nome ilustre, pelo sacrifício de um brasileiro, verdadeiramente amigo do seu país e que soube levar ao extremo a sua abnegação por ele, sustentando com a coragem de herói de suas opiniões; era o sr. 1° tenente Pedro Ivo V. da Silveira, um moço dotado de qualidades, que o tornavam digno da estima de seus camaradas e de seus concidadãos em geral.

Em suas veias corria o sangue, todo brasileiro, de seu progenitor, porém, isolado desde muito jovem e sujeito aos vaivéns do labirinto que se chama mundo, sem apoio e sem guia, o sr. tenente Pedro Ivo experimentou completa modificação na energia que herdara. Era muito brasileiro também, o que demonstrou com bons serviços que prestou na campanha do Paraguai, e digno de muita estima; excelente pai de família e bom amigo. Paz à sua alma".


FONTE: O Iniciador(Corumbá) 4/11/1883.


31 de outubro
 
1874 – Monumento aos heróis de Laguna



Taunay consegue a ordem para erigir monumento à memória do coronel Carlos Camisão e do tenente-coronel Juvêncio Cabral de Meneses no lugar em que haviam sido sepultados nas proximidades da fazenda Jardim. A ordem foi cumprida, segundo o seguinte boletim:

No. 440 – Comissão de limites entre o Brasil e o Paraguai. Assunção, 31 de outubro de 1874 – Ilmo. Exmo. sr. – O monumento à memória dos beneméritos comandante e imediato das forças brasileiras que operaram no sul de Mato Grosso, acha-se levantado à margem esquerda do rio Miranda, junto ao Passo do Jardim, no alto de uma colina e a 16 léguas do passo de Bela Vista, no Apa – É de mármore e a sua base de pedra e cal – A lápide que está assentada em plano inclinado, sobre quatro peças também de mármore, olha para a estrada da retirada das forças, que passa a 50 metros de distância.


Contém a seguinte inscrição:


À memória dos beneméritos coronel CARLOS MORAES CAMISÃO e tenente-coronel JUVÊNCIO MANUEL CABRAL DE MENESES comandante imediato das forças em operações ao sul desta Província, falecidos em 29 de maio de 1867, na memorável retirada das mesmas forças, o Governo Imperial mandou erigir este monumento em 1874.


Carlos Moraes Camisão e tenente-coronel Juvêncio Manuel Cabral de Meneses, comandante e imediato das forças em operação ao sul desta Província, falecidos em 29 de maio de 1867, na memorável retirada das mesmas forças, o Governo Imperial mandou erigir este monumento em 1874.

O coronel Rufino Enéas Gustavo Galvão, encarregado pela construção dos jazigos em parte ao ministro da Guerra, dá detalhes:

As sepulturas estavam intatas e não tinham sido abertas, como me informaram; foram reconhecidas pelo sobrinho do falecido prático José Francisco Lopes, Gabriel Lopes, que mora atualmente na fazenda do Jardim e acompanhou as forças.

O monumento está dividido interiormente em dois compartimentos, contendo um os restos do comandante, o outro do imediato. Assinala este compartimento um frasco dentro do qual se acha um castelo de metal dourados, que mandei colocar ao lado dos ossos, como distintivo da corporação a que pertenceu o ilustre finado.

No outro compartimento mandei colocar uma granada de calibre 4, La Hitte, que aí encontrei, como distintivo da arma do distinto comandante das forças.
Ao lado do monumento, mandei fazer uma sepultura de pedra e cal e nela foram depositados os restos do destemido prático das forças, José Francisco Lopes, conforme os desejos de sua viúva.

Entre os dois jazigos fiz construir outro e nele encerrar os ossos que se achavam espalhados de outros bravos ali falecidos.
Mandei cercar as sepulturas com mourões e levantar no vértice da construção uma grande cruz de madeira de lei.

Pequeno cemitério assinala, pois, esse remoto lugar, onde sucumbiram tantos valentes defensores da Pátria. 

Em 31 de dezembro de 1938, foi inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas o monumento aos heróis de Laguna e Dourados, na praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

FONTE: Taunay, Memórias, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1946, página 257




31 de outubro

1895 - Fundado do Partido Autonomista de Nioaque


Vicente Anastácio, o presidente do Partido Autonomista de Nioaque


Dissidentes do partido republicano, do coronel João Ferreira Mascarenhas, fundam o partido autonomista de Nioaque. O primeiro diretório teve a seguinte composição: presidente Vicente Anastácio, vice João Caetano Teixeira Muzzi, secretário João Antonio da Trindade e membros João Rodrigues de Sampaio, Augusto Nunes Ferraz, Joaquim César e Joaquim Gonçalves Barbosa Marques. 

Da eleição para a intendência, realizada nesse mesmo ano, o partido concorreu com seu filiado Rodrigues de Sampaio, que conseguiu 44 votos. O vitorioso foi o republicano Cláudio Gomes, que obteve 455 votos.¹

Ao Partido Autonomista de Nioaque vários autores atribuem a defesa da divisão do Estado. Na verdade, o que se tem é que seus dirigentes terminaram protagonizando conflito bélico contra o líder João Ferreira Mascarenhas, aliado do governo estadual. Não se sabe as razões da disputa entre os dois grupos, tendo-se como desfecho a derrota do partido autonomista, segundo a versão oficial:

Chegando ao me conhecimento que entre os partidos - autonomista e republicano popular - em que se dividiu a política local, dirigido o primeiro pelo cidadão Vicente Anastácio e o segundo pelo coronel João Ferreira Mascarenhas, estava iminente um encontro, e que bandos de homens armados de uma e outra parcialidade percorriam a comarca causando sobressaltos e alarmando seus pacíficos habitantes, fiz seguir para ali, em comissão, o desembargador Antonio Fernandes Trigo de Loureiro, nomeado chefe de polícia, com instruções especiais que o caso exigia, e acompanhado de força que garantisse sua autoridade para sindicar daqueles fatos, abrindo inquérito afim de conhecer a quem cabia a sua responsabilidade e tomando outras providências que a gravidade dos acontecimentos e o seu elevado critério aconselhassem na ocasião para restabelecer a ordem, o que conseguiu aquele distinto magistrado, desempenhando cabalmente a árdua missão que lhe fora confiada.

A dificuldade de mobilizar prontamente força do corpo da polícia militar, que continua desfalcado, para acudir a segurança de ordem em municípios distantes da capital, como aquele, sem via regular de comunicação, não permitiu que fossem em tempo tomadas providências para evitar encontros, dos quais resultaram perdas de algumas vidas.

Ao chegar a Nioaque já encontrou o chefe de polícia a vila em poder do coronel Mascarenhas, tendo a maior parte dos autonomistas, incriminados e responsáveis, se refugiado na república do Paraguai, onde permanecem.²

FONTE: ¹O Matto-Grosso (Cuiabá), 8 de dezembro de 1895; ²Preside Antonio Correa da Costa, mensagem à Assembleia Legislativa, (Cuiabá) 1° de fevereiro de 1897, página 4.

FOTO: Extraída do Album Graphico de Mato Grosso (1914).


31 de outubro

1912 – Inaugurado matadouro de CG


V

É inaugurado em Campo Grande o primeiro matadouro público da cidade. Conforme constata Edgard Zardo, era “preocupação da municipalidade a questão da carne, que provinha das reses abatidas nas chácaras e fazendas próximas e era transportada em carretas ou carroças abertas e sem condições higiênicas, vendida nas residências”. Com efeito, foi autorizada a construção do primeiro matadouro de Campo Grande, concessão dada a Nicola Verlangieri, inaugurado nessa data. Verlangieri fica pouco tempo à frente do mesmo, devolvendo-o à intendência, que passou a operá-lo sob a denominação de Matadouro Público Municipal, localizado nas proximidades da confluência do Prosa e o Segredo, onde passou a funcionar a sede central do Instituto Mirim, na avenida Via Morena.


FONTE: Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999, página 50.



31 de outubro
 
1916 – Caetananda: militares garantem decisão judicial


Chega a Corumbá expedição militar enviada pelo governo federal para garantir a ordem de hábeas-corpus concedida à Assembleia Legislativa, que instalada provisoriamente nessa cidade, travava disputa com o presidente Caetano de Albuquerque, no episódio que entrou na história como Caetanada. A força era comandada pelo general Luis Barbedo. 


FONTE: 63 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 233.



31 de outubro


1943 - Inaugurado o Educandário Getúlio Vargas em Campo Grande





Foi inaugurado em Campo Grande o Educandário Getúlio Vargas, destinado aos filhos de portadores de hanseníase, como suporte na área de manutenção e ensino, ao sanatório São Julião, inaugurado em 1941 pelo presidente Getúlio Vargas. O assunto foi notícia na imprensa nacional:

CAMPO GRANDE, 3 (Asapress) - Foi solenemente inaugurado o "Educandário Getúlio Vargas", construído pela Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra. Destina-se esse estabelecimento a recolher, manter e educar os filhos dos leprosos. Com uma capacidade de 200 leitos, nele serão abrigadas as crianças de até 18 anos. A sua construção foi iniciada em 1940, após uma campanha que rendeu 531.000,00 cruzeiros. A construção custou um milhão de cruzeiros, tendo o governo federal contribuído com o restante. Foram inaugurados os retratos do presidente da República, do ministro da Educação e do interventor Júlio Müller.

A solenidade contou com a presença da sra. Eunice Weaver, presidente da sociedade, provedora da obra inaugurada.


FONTE: jornal A Manhã (RJ), 4 de novembro de 1943.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...