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sábado, 14 de dezembro de 2013

21 de dezembro

21 de dezembro


1913 – Roosevelt mata onça no Pantanal




Em sua excursão pelo Brasil o ex-presidente dos Estados Unidos caça em fazenda pantaneira, em Corumbá. Rondon, que guiava a comitiva de Theodore Roosevelt registrou a façanha em seu diário:

A estada na fazenda das Palmeiras foi muito agradável. Matou o sr. Roosevelt a sua primeira onça, um magnífico exemplar da nossa canguçu-açu, o maior e mais terrível felino sul-americano. No dia imediato, matava Kermit a segunda onça – um casal. Deu-se o sr. Roosevelt por satisfeito e tratou de apressar a viagem. Esforçava-se por levar a cabo a expedição, sacrificando, porém, tudo quanto lhe não parecesse indispensável à realização do plano traçado. É que muito o preocupava a feição que vinham tomando os acontecimentos entre os Estados Unidos e o México. Chefe de partido, não queria ficar ausente senão o tempo essencial, isso mesmo, porque tinham todos a atenção voltada para a sua expedição. Fora por isso cancelada a visita à fazenda do Firme, rico viveiro de onças e dos grandes mamíferos da América do Sul, que faltavam no museu.


A expedição que chegou a Corumbá no dia 15 de dezembro permaneceu na cidade até a véspera do Natal, quando subiu o rio Paraguai.


FONTEEsther de Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 373 

FOTO: extraída do livro Viagens e caçadas em Mato Grosso, de H. Pereira da Cunha.




21 de dezembro

2011 - Caso Maiana Mariano comove população de Mato Grosso

É assassinada em Cuiabá, a mando de um comerciante com quem convivia, a jovem estudante Maiana Mariano Vilela, 16 anos. O empresário Rogério Silva Amorim, de 38 anos, separado da esposa, mantinha relação com Maiana há cerca de cinco meses. O relacionamento começou a se complicar, por razões não conhecidas, e ele teria, com a ajuda da ex-esposa, bolado um plano para se livrar da garota.

Contratou Paulo Ferreira Martins, de 44 anos e Carlos Alexandre da Silva, de 34 anos para matá-la. No dia do crime, pediu-lhe que passasse no banco, descontasse um cheque de R$ 500,00 e levasse o dinheiro para Paulo Ferreira em uma chácara próxima. Maiana, em uma moto, que lhe fora presenteada pelo amásio, descontou o cheque e levou o dinheiro, conforme combinado. Deu-se conta da cilada, apenas quando chegou ao local.

Dominada com facilidade por Paulo, que a esperava, foi asfixiada até a morte. Em seguida, o assassino, com o auxílio de Carlos Alexandre, conduziu o corpo até a ponte do Coxipó do Ouro, onde houve o sepultamento, em uma cova rasa. (Olhar Juridico 10/o3/2018)

Apenas cinco meses depois, o corpo da estudante foi encontrado, após escavações feitas pelo corpo de bombeiros. A ossada foi recolhida pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e foram presos, além do mandante Rogério Silva Amorim e sua ex-esposa Calisângela de Moraes, mais seis pessoas envolvidas. 

Os cinco meses entre a morte de Maiana e a descoberta de seu corpo, foram acompanhados por Max Aguiar, do site HNT:

O relógio marcava 17h30 do dia 21 de dezembro de 2011, quando Suely Mariano Vilela, mãe de Maiana Mariano Vilela, que estava em viagem para o Paraná, recebeu um telefonema de Rogério Amorim, condenado por ser mandante, dizendo que a sua filha estava fora de casa há mais de 24 horas e ninguém sabia do paradeiro da adolescente. Mal sabia a mulher que quem lhe informava o desaparecimento de Maiana já tinha encomendado a morte dela.

Suely veio para Cuiabá e começou uma "caçada" por sua filha, que demorou cinco meses. O que mais chamou a atenção em todo esse tempo era que Rogério ajudava nas buscas, inclusive dizendo que ela poderia estar em São Paulo.

Entretanto, em maio de 2012, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Família concluiu que Rogério mandou matar Maiana porque não estava suportando dois relacionamentos. "A pressão na mente dele foi tanta que ele resolveu torar a vida dela. A esposa de Rogério descobriu e pediu pra ele acabar com isso e Maiana não era fácil de soltar. Queria moto, roupas e outras coisas caras", disse a delegada que investigou o crime, Anaide Barros.² (HNT, 28/12/2016)

CONDENADOS - Em julgamento realizado em 19 de outubro de 2016, os indiciados foram condenados pelo Tribunal do Júri de Cuiabá, presidido pela juíza Mônica Catarina Perri. O empresário Rogério da Silva Amorim, foi sentenciado a 20 anos e 3 meses em regime fechado, como mandante do crime e por homicídio tipicamente qualificado. Paulo Ferreira Martins foi condenado a 18 anos e 9 meses e Carlos Alexandre da Silva a 1 ano e 6 meses em regime aberto.

FONTE: ¹Olhar Juridico, Cuiabá, 10/03/2018), ²HNT, Cuiabá, 28/12/2016









sábado, 12 de outubro de 2013

13 de novembro

13 de novembro
 
1772 – Luis de Albuquerque toma posse do governo de Mato Grosso

Príncipe da Beira, o primeiro forte construído por Luiz de Albuquerque
Após longa jornada, iniciada no Rio de Janeiro a 17 de maio, passando por Minas e Goiás, assume o governo da capitania de Mato Grosso e Cuiabá, o capitão-general Luis de Albuquerque e Cáceres, “entre todos os seus colegas , quem mais se demorou no governo da capitania fronteiriça, em quadra fecunda, a que imprimiu o cunho da sua notável sagacidade administrativa, de finalidade política”. (...) Ocupado em ampliar e garantir as fronteiras ocidentais do Brasil fundou o Forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé, Forte de Coimbra, Albuquerque (Corumbá) e Santa Maria (Cáceres) no rio Paraguai.


FONTE: Virgílio Correa Filho, Viagens de Capitães-Generaes, in Revista do IHMT, 1931/32, Cuiabá, página 9.




13 de novembro

1884 – Nasce em Corumbá, Nicolau Fragelli






Nasce em Corumbá, Nicolau Fragelli. Filho de José Fragelli e Tereza Provenzano Fragelli, de origem italiana. Fez o curso primário em sua cidade natal e o secundário em Cuiabá. Aos 19 anos matriculou-se na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, formando-se em 1911, aperfeiçoando-se em Paris em 1914. Iniciou na política em 1918, elegendo-se deputado estadual na gestão de Dom Aquino Correa, no governo. Em 14 de agosto do mesmo ano é nomeado intendente geral (prefeito) de Corumbá, para superar crise política local. 

Deputado até 1930, quando teve o mandato cassado pela revolução getulista, retorna à política em 1934, reconduzido à Assembléia Legislativa pelo Partido Evolucionista. O golpe do Estado Novo, em 1937, retira-lhe novamente o mandato. Em 1945, com a redemocratização, ingressa na UDN, União Democrática Nacional, e vence sua última eleição, a de suplente de senador.


Sobre ele escreve Nilo Povoas:


A vida pública de Nicolau Fragelli foi um grande exemplo de honestidade política, de fidelidade democrática e de cumprimento do dever. A sua vida particular foi a do chefe de família exemplar, ainda nos moldes patriarcais, amigo leal e médico humanitário. Viveu para a família, para a sociedade e para a Pátria. Morreu nos braços dos filhos que ele soube educar aprimoradamente e cercado da estima e da consideração do vasto círculo das amizades que ele soube cultivar!  


Seu herdeiro político foi seu filho, o advogado José Fragelli, deputado estadual, deputado federal, governador nomeado de Mato Grosso, senador da República e presidente do Congresso Nacional.


FONTE: Nilo Povoas, Galeria dos Varões IlustresVol. II, Fundação Cultural de Mato Grosso, Cuiabá, 1978, PÁGINA 134

FOTO: anuncio reproduzido do Album Graphico de Matto-Grosso, Corumbá, 1914.



13 de novembro

2020 - Morre de coronavírus o deputado Onevan de Matos



Morreu aos 77 anos, em São Paulo, o deputadp Onevan de Matos (PSDB), representante da região cone Sul do Estado, na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul. Mineiro de Frutal, Minas Gerais, onde nasceu em 17 de dezembro de 1942, Onevan foi vítima da covid 19 e morreu "durante uma cirurgia cirúrgica cardíaca, situação que se agravou depois que ele passou a tratar a doença causada pelo coronavírus".¹ 

O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) decretou três dias de luto oficial. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Correa, publicou a seguinte nota:

Mais uma vítima de um ini9migo mundial que deixou este 2020 mai tristeOnevan deixará um legado de paixão e trabalhopor seu Estado, por sua gente e por sua família. Dos mistérios da vida e morte está entre os maiores, e nos resta oferecer a amigos e familiares nossos mais sinceros pêsames. Levaremos o orgulho da amizade e as lembranças de um homem que deixará sua marca de trabalho, amor e dedicação.

Onevan de Matos iníciou sua carreira como vereador, por dois mandatos, no município de Jales (SP), pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
 
Chegou em Naviraí, então Estado de Mato Grosso, no ano de 1975, para exercer a sua profissão: de advogado.. Onevan foi responsável pela estruturação do então partido de Oposição ao Regime Militar nesta região do Estado.
 
Em 1978, logo após a criação de Mato Grosso do Sul, foi eleito deputado estadual na primeira Legislatura do Estado, participando da elaboração da 1ª Constituição da nova unidade da federação.
 
Em 1983 tomou posse em seu segundo mandato de deputado estadual. No seu terceiro mandato, que se iniciou em 1987, se licenciou  para concorrer ao cargo de prefeito de Naviraí. Vitorioso na eleição, deixou a Assembleia Legislativa em 31 de dezembro de 1988 para assumir a prefeitura.
 
No seu mandato (1989-1992) realizou obras  priorizando nas áreas de saúde,hHabitação, educação e infraestrutura.

Em 1998 foi eleito pela quarta vez deputado estadual em Mato Grosso do Sul, sendo reeleito em 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018.²

Quando morreu disputava o mandato de prefeito de Naviraí. Foi substituído na chapa por sua filha Rahyza de Matos, eleita em 15 de novembro de 2020.

FONTE: ¹Correio do Estado (Campo Grande) 14 de novembro de 2020; ²Assembleia Legislativa MS.
FOTO: Campo Grande News.




sábado, 5 de outubro de 2013

9 de outubro

9 de outubro
 
1826 – Expedição Langsdorff chega a Camapuã 

                               Camapuã em foto-reprodução de uma tela a óleo do desenhista Hércules Florence                                                 
                                
Tendo deixado Porto Feliz (SP) em 22 de junho, chega à fazenda Camapuã, a expedição Langsdorff, comissão científica, patrocinada pelo governo russo, com a finalidade de explorar Mato Grosso e a Amazônia. É a primeira localidade habitada por brancos no percurso. Relato de Hercules Florence resume o importante reduto:

Camapuã é uma fazenda pertencente a uma sociedade que tem sua sede em São Paulo. Em estado de decadência desde que a navegação dos rios vai sendo abandonada pelos negociantes, conta perto de 300 habitantes, dos quais é a terça parte escravatura dos sócios. Aí se fabricam grosseiros tecidos de algodão para uso dos moradores e para remessas que em Miranda são trocadas por cabeças de gado vacum e cavalar.


A produção principal é de cana de açúcar, depois da do feijão e milho, do qual fazem péssima aguardente. A criação de animais é boa: há muita galinha e porcos de extraordinária magreza.


Há duas casas de sobrado, uma onde mora o comandante que na ocasião era um alferes de milícias (guarda nacional); outra fronteira, separada por vasto pátio, que tem um engenho de moer cana tocado por bois. O pátio é fechado pela senzala dos escravos, toda ela baixa e coberta de sapé. À noite são eles metidos debaixo de chave. A gente forra mora do outro lado do rio Camapuã.
O sítio é agradável; as cercanias montuosas e capazes de muita fertilidade. São bosques, cerrados, vales e chapadas. Os campos ficam mais afastados.
Extrema é a miséria dos habitantes. Pelos bens que possuem pouco distam do estado selvagem, mas nem por isso são ou se consideram mais infelizes. Não há senão alguns homens, tidos por dinheirosos, que andam vestidos com calças e camisa de pano grosso. O resto não usa senão de ceroula, quase tanga; a maior parte das mulheres traz sobre o corpo uma saia. Não comem senão milho, feijão e algumas ervas; raramente provam carne de seus magros porcos ou usam de ovos e de carne de vaca, isso tudo quase sem sal, porque é artigo muito caro.

A missão permaneceu 43 dias em Camapuã, seguindo para Corumbá, tomando os rios Coxim e Taquari



FONTE: Hércules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 48



9 de outubro

1849 – Índios matam filho do governador no Itiquira






A caminho de Cuiabá, onde assumiu o governo a 8 de setembro, o coronel João José da Costa Pimentel para “apressar a marcha, adiantou-se com reduzida comitiva, deixando para trás, incumbido do transporte de carga, mais moroso, o ajudante de ordens Antonio Correa da Costa Pimentel.

Dormia o tenente, descuidado, à beira do Itiquira, quando o assaltaram os índios, à noite de 9 de outubro de 49.

Transpassado por flechas, ainda padeceu durante dez horas dolorosas até sucumbir.

Em represália, o Presidente, ao saber do triste fim do seu filho, organizou duas expedições, em Cuiabá e Miranda, que não mais encontraram nenhum agressor".¹

Jornal do Rio de Janeiro dá a notícia com detalhes:

O 1° tenente de artilharia Antonio Correa da Costa Pimentel, filho do sr. Coronel João José da Costa Pimentel, atual presidente da Província de Mato Grosso, foi assassinado pelos índios selvagens que infestam as margens da estrada de S. Paulo a Cuiabá. Eis alguns pormenores deste triste acontecimento:

O tenente saiu daqui em companhia de seu pai, sob cujas ordens ia servir na província de Mato Grosso. Chegados a Piracicaba, na província de S. Paulo, o coronel separou-se do filho, deixando-o com o grosso da bagagem, a fim de acelerar a sua viagem, ao que nos consta, com o fim de entrar em Cuiabá antes de terem princípio as eleições secundárias para um deputado que elege aquela província. Ao passarem o rio Itiquira, o tenente Pimentel e seus companheiros de viagem viram vestígios de por ali andarem ou terem estado índios: os vestígios consistiam em pegadas nas margens do rio, e destroços de casas pertencentes ao capitão Antonio de Arruda e Silva, que haviam sido incendiadas. Inexperientes ou descuidados, desprezaram completamente aqueles indícios e em vez de procurarem campos onde pernoitassem, atravessaram o rio e arrancharam-se à margem direita. Seriam dez horas da noite, pouco mais ou menos, quando o infeliz tenente, sentindo-se vivamente perseguido pelos mosquitos, levantou-se da rede em que descansava e acompanhado de um escravo foi com uma luz procurar outro lugar para armar o seu leito, o que efetivamente conseguiu. Os índios que das matas espreitavam os incautos ou inexpertos viandantes, depois que os viram alojados, procuraram reconhecer, pelo meio que lhes é habitual, se tinham ou não adormecido, para isso imitando em torno do pouso os sons de diversas aves e animais. Certo do estado indefeso das vítimas, dispararam sobre o tenente Pimentel, que envolto num lençol branco oferecia seguro alvo, onze flechadas no mesmo tempo, das quais uma atravessando-o do quadril ao ventre, feriu-o mortalmente, e outra foi empregada num sargento, sendo porém, leve o ferimento deste. O tenente pode ainda arrancar a flecha com suas próprias mãos, mas dentro em poucos instantes sucumbiu com terríveis convulsões..

Os selvagens, como ao depois se soube, seguindo pela margem do rio São Lourenço, cometeram mais duas ou três mortes e várias depredações.

O presidente da província, informado dessas excursões e da desgraçada morte de seu filho, expediu, como é ali de prática tradicional, três bandeiras à caça dos selvagens, das quais uma seguiu pela estrada de Goiás, outra pela do rio Piquiri e a terceira partiu da povoação de Miranda


Em sua primeira mensagem aos deputados, o governador identifica os atacantes e reconhece o fracasso das bandeiras punitivas:

Os índios bravios - Coroados - cometeram neste ano grandes hostilidades, tanto na estrada de Goiás, como na nova de S.Paulo, perecendo vítima deles o 1° tenente ajudante de ordens do comando das armas Antonio Correa da Costa Pimentel. Mandei contra eles três bandeiras, que pouco ou nada fizeram, ou por estar mui avançada a estação chuvosa ou por má direção dos respectivos comandantes, e enquanto elas operavam no sertão, eles batiam os moradores da estrada de Goiás, incendiando-lhes casas e roças e fazendo-lhes todo o gênero de hostilidades e ultimamente até atacaram o próprio destacamento da Estiva daqui 30 léguas, pelo que me vi na necessidade de o reforçar. Se o governo imperial, a quem pedi auxílio para batê-los, não o conceder, farei este ano seguir novamente contra os mesmos uma outra expedição, afim de ao menos desinfestar as vias de comunicação desta província com a capital do império

FONTE: ¹Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 527. ²Correio da Tarde (RJ), 10 de janeiro de 1850. ³Presidente João José da Costa Pimentel, Mensagem à Assembleia provincial de Mato Grosso, Cuiabá, 3 de maio de 1850.


9 de outubro

1869 - Frei Mariano recebido pela população cuiabana

Libertado de sua prisão no Paraguai pelo exército brasileiro, chega a Cuiabá, onde é triunfalmente recebido pela população, o Frei Mariano de Bagnaia, vigário de Miranda. O registro de sua chegada é do jornal católico, O Apóstolo, do Rio de Janeiro:

De Cuiabá nos comunicam que ali chegara no dia 9 de outubro, depois de uma penosíssima viagem desde a Assunção até aquela cidade, Frei Mariano de Bagnaia.

A sua entrada na capital de Mato Grosso foi um verdadeiro triunfo! O exm. sr. presidente da província, as pessoas mais gradas e o povo da capital foram assistir a uma missa celebrada pelo exm. bispo diocesano em ação de graças pela feliz chegada do venerando capuchinho.

Este incansável missionário é aquele que há quatro anos foi preso pelos paraguaios na tomada de Miranda e que pode fugir do acampamento de Lopes para Assunção, depois da batalha de Peribebui.

Frei Mariano logo que chegou a Assunção fez, como pôde, um funeral ao seu companheiro frei Ângelo, martirizado pelo ditador. Este missionário, depois de levar 200 açoites, foi decapitado, só por haver dito às mulheres, na véspera de uma batalha, que não temessem nada, porque os brasileiros não eram matadores.

Frei Mariano veio de tão longe e através de tantos perigos a Cuiabá, com o intuito de pedir ao exm. presidente da província, ao rvm. bispo diocesano, às pessoas ricas do lugar e ao povo em geral, esmolas para a reconstrução da igreja de Miranda, queimada pelos paraguaios, e os paramentos necessários para ela, e que foram destruídos ou queimados.

Diz-nos o noticiador que atenta a pobreza do lugar, acha quase impossível a realização de tal empresa, a menos que o governo não coadjuve as santas e caridosas intenções do capuchinho.

Como vão as coisas!

Em Mato Grosso um pobre capuchinho trabalha na sua humilde obscuridade para reconstruir uma igreja e na capital federal uma matilha de caricatureiros emboscados nas avenidas da imprensa, assalta impunemente a virtude, a honra e a honestidade, fazendo uma matinada diabólica contra a religião.

FONTE: O Apóstolo (RJ), 19 de dezembro de 1869.


9 de outubro

2912 - Preso o maníaco da cruz

É preso em Rio Brilhante, suspeito de cometer crimes em série, o menor Dyonathan Celestrino, 16 anos. O caso foi o episódio policial mais comentado pela mídia nacional na época. Foram atribuídas a ele sete mortes, todas elas dentro de um ritual, totalmente inserido num contexto de demência. O psicopata abordava a vítima e depois de fazer um sermão, recriminando sua conduta moral, condenava-a a morte da forma mais brutal possível: a pauladas, facadas ou tiros. 

Na delegacia confessou sete assassinatos. Checados pela polícia, concluiu-se pela morte de 

As mortes

Dyonathan fez de Catalino Gardena, 33 anos, a primeira vítima. 

O pedreiro, que era alcoólatra, foi morto por Dyonathan em um terreno baldio e o corpo deixado em forma de cruz. 

Pouco mais de um mês do primeiro crime, Dyonathan fez a segunda vítima, Letícia Neves de Oliveira, 22 anos. 

O corpo de Letícia, que era homossexual, foi encontrado no cemitério da cidade. Assim como o corpo de Catalino, o da jovem também estava em sinal de cruz.

No dia três de outubro, Dyonathan matou a adolescente Gleice Kelly da Silva, 13 anos. O corpo da menor foi encontrado seminu, também em formato de cruz, em uma



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

30 de setembro

30 de setembro

 
1914 – Regulamentada eleição em Campo Grande


Intendência Geral de Campo Grande, início do século XX


São baixadas as instruções para as eleições de 1 e 2 de novembro em Campo Grande, onde deveriam ser sufragados candidatos a deputados estaduais e Intendente, vereadores e juiz de paz do município. O ato do chefe do executivo foi publicado no semanário O Estado de Mato Grosso:

O cidadão José Santiago, 1º vice-intendente em exercício do município de Campo Grande, faz saber que tendo de realizar-se nos dias 1 e 2 de novembro as eleições para os cargos de deputados à Assembléia Legislativa do Estado, intendente, vereadores e juízes de paz que hão de servir no triênio de 1915 a 1917, divide de acordo com as leis ns. 34, de 7 de junho de 1893, 131, de 12 de março de 1896 e 417, de 22 de novembro de 1905, a Paróquia de que se compõe este município em seis sessões que funcionarão: a 1ª. na sala destinada às sessões do júri, no paço municipal; a 2ª. no mesmo edifício, na sala da secretaria; a 3ª. No edifício onde funciona a inspetoria de veterinária, na sala ao lado do nascente, nesta vila; a 4ª. no mesmo edifício, na sala do lado do poente; a 5ª na povoação de Jaraguari no edifício onde funciona a sub-delegacia e a 6ª finalmente, na povoação de Entre Rios, no edifício da escola pública. Pelo que convida a todos os cidadãos eleitores a comparecerem nos dias acima designados às 10 horas, a fim de darem os seus votos nas seções em que estiverem qualificados. Na eleição de deputados, no dia 1, cada eleitor deverá votar em uma só cédula, em 16 nomes diferentes. No dia 2 em quatro cédulas, contendo uma, um só nome para Intendente; outra, dois nomes para vereadores e cinco para suplentes de vereadores, separados estes daqueles por um traço bem visível e a última, três nomes para juizes de paz e três para suplentes de juizes de paz, também separados estes daqueles por um traço visível e tendo cada um a numeração da ordem que lhe corresponder.


E para que chegue ao conhecimento de todos, mandei lavrar este Edital que será afixado na porta principal deste edifício e publicado pela imprensa local. Eu, Manoel Leite da Silva, secretário da Câmara, o escrevi. Intendência Municipal de Campo Grande, em 30 de setembro de 1914. José Santiago, 1º vice-intendente.


Realizada a eleição para Intendente Geral sai vitorioso o fazendeiro e comerciante Sebastião Lima.

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 94.


30 de setembro 

2002 - O assassinato do jornalista Sávio Brandão





É morte em Cuiabá, o jornalista e empresário, Domingos Sávio Brandão Lima Júnior, diretor do jornal "Folha do Estado". Foi às 15h15. Dois homens em uma moto se aproximaram do empresário, que estava acompanhado de um amigo em frente à obra da futura sede do jornal Folha do Estado, no Bairro Consil, em Cuiabá. Um deles, na garupa, sacou uma pistola e disparou os tiros à queima roupa.¹ Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm. O mandante, condenado pela justiça, foi o então chefe do jogo do bicho em Cuiabá, João Arcanjo Ribeiro

Nos meses que antecederam sua morte, o jornal publicou reportagens sobre o crime organizado e, numa delas, o "comendador"Arcanjo, foi chamado de "Al Capone de Mato Grosso". Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm. 

Segundo a polícia, o motivo do assassinato foram as reportagens, onde Arcanjo é acusado de lavar dinheiro (pelo menos US$ 69,8 milhões), de ser o mandante de outros dois assassinatos, de comandar o crime organizado e de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal.²

Segundo o delegado Luciano Inácio da Silva, o assassinato de Brandão foi encomendado por "no mínimo" R$ 38 mil.

O cabo da PM Hércules de Araújo Agostinho, 34, acertou, segundo testes de balística, os tiros no empresário. Ele é acusado de outros cinco assassinatos (dois teriam sido encomendados também por Arcanjo). Preso um dia após a morte de Sávio Brandão, fugiu do presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, no dia 1º de maio passado. Superou cinco portões sem ser incomodado por carcereiros.

Em seu relatório, o delegado afirma que o assassinato de Sávio Brandão envolve, além de Agostinho e Arcanjo, mais três pessoas:

1) o ex-cabo da PM Célio Alves Barbosa, 38, também acusado de ser pistoleiro de Arcanjo, que, segundo o delegado, vigiou os passos de Sávio Brandão para dar informações a Agostinho. 

2) o vigia Fernando Barbosa Belo, que, segundo a polícia, pilotou a moto da qual Agostinho fez disparos.

3) o "cobrador de dívidas" João Leite, que, segundo a polícia, contratou Agostinho a pedido de Arcanjo para matar Sávio Brandão. Leite tinha comprovante de que pagou R$ 38 mil a Barbosa pela morte de Brandão.

Além dos telefonemas para a VIP Factoring, que pertence a Arcanjo, Leite também ia à empresa frequentemente, afirmou o delegado Silva. A polícia também se baseia em depoimento do presidiário Paulo César Mota. Então vizinho das celas de Agostinho e Barbosa, ele diz ter ouvido os dois comentarem que o "comendador" mandou matar Brandão.²

Arcanjo foi condenado, esteve preso por durante 15 anos. Em fevereiro de 2018 conseguiu a progressão da pena do regime fechado para o semiaberto.

FONTE: ¹Sandra Carvalho, Circuito Mato Grosso, Cuiabá, 1°-9-2017, ²Hudson Correa, Folha de S.Pulo (online), 1°.09.2003.

FOTO: Circuito Mato Grosso.



30 de setembro

2021 - Morre o deputado Ary Rigo


                                                                                                                   MIDIAMAX



Aos 74 anos, morre em Campo Grande, o deputado Ary Rigo, vítima de traumatismo craneano, provocado por um acidente doméstico. Gaúcho de Passo Fundo, formado em Agronomia no Rio de Janeiro, mudou-se para o Estado no início da década de 70. Dirigente de cooperativa agrícola em Maracaju, ingressou na política em 1978, quando elegeu-se, pela Arena, deputado estadual constituinte, cargo que exerceu por mais quatro mandatos. De 1991 a 1994 foi vice-governador do Estado na chapa do governador Pedro Pedrossian.

Em 1994 chegou a ser candidato ao Senado, tendo sido derrotado por Lúdio Coelho e Ramez Tebet. Em 2010, como primeiro secretário da Assembleia Legislativa, foi envolvido em um escândalo de corrupção e perdeu a reeleição para deputado estadual.

Rigo deixou a esposa e dois filhos.

Com informações do Campo Grande News.


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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

22 de setembro

22 de setembro
 

1748Nomeado primeiro governador de Mato Grosso 






Criada em 9 de maio de 1748, dá-se a escolha pelo rei D. João V de Portugal, do primeiro mandatário da capitania de Mato Grosso recai sobre d. Antônio Rolim de Moura, conde de Azambuja, através da seguinte carta patente:

Faço saber aos que esta minha carta patente virem, que tendo consideração às qualidades, merecimentos e serviços que concorrem na pessoa de D. Antônio Rolim de Moura e a que dará inteira satisfação a tudo o que for encarregado do meu serviço, conforme a confiança que dele faço:


Hei por bem de o nomear como pela presente nomeio no cargo de governador e capitão general da capitania de Mato Grosso, por tempo de três anos e o mais enquanto lhe não mandar sucessor, com o qual haverá o soldo de doze mil cruzados cada ano pago na forma de minhas ordens, e com o mesmo cargo gozará de todas as honras, poderes, mando, jurisdição e alçada que tem e de que usam os governadores do Rio de Janeiro e do mais que por minhas ordens e instruções lhe for concedido, com subordinação somente ao vice-rei e capitão-general de mar e terra do Estado do Brasil, como o tem os mais governadores dele.


FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994; Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio de Janeiro, 1922; página 307 e 356


 
22 de setembro

1872 Inaugurado primeiro marco divisório entre Brasil e Paraguai 




Em cumprimento ao art. 1º do tratado de limites firmado entre o Brasil e República do Paraguai é assentado à margem direita do rio Apa, junto à sua foz, o primeiro marco divisório entre as duas nações.¹

A comissão demarcadora era chefiada, por parte do Brasil, pelo coronel de engenheiros Rufino Enéas Gustavo Galvão, depois barão e visconde de Maracaju (foto), e por parte do Paraguai, o capitão de fragata d. Domingos Antonio Ortiz. Compunham ainda a delegação brasileira o major Francisco Xavier Lopes de Araújo, capitães Guilherme Carlos Lassance e Joaquim V. de Oliveira Pimentel e o médico Augusto W. da Silva Lisboa e a paraguaia, secretariada pelo capitão D.José Dolores Spinosa.


A comissão mista era apoiada por 50 praças de infantaria e 10 de cavalaria, sob o comando do major Antonio Maria Coelho. Acompanhara a comissão, como seu fornecedor contratado e das forças militares, Tomaz Larangeira, brasileiro que se encontrava no Paraguai.²
Os trabalhos de demarcação seriam concluídos em 14 de novembro de 1874.


FONTE:  ¹Estevão de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 163; ²Mario Monteiro de Almeida, Episódios Históricos da Formação Geográfica do Brasil, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 102.


22 de setembro 

1947 - Presidente Dutra em Aquidauana e Campo Grande








Depois da cumprir extensa programação em Corumbá, onde inaugurou a ponte ferroviária sobre o rio Paraguai, o presidente Eurico Gaspar Dutra, embarca em trem especial, em Porto Esperança com destino a Campo Grande, sempre acompanhado por O Jornal, diário da imprensa carioca:

AQUIDAUANA - O trem que conduz o presidente da República, general Eurico Gaspar Dutra, chegou a esta cidade às 0,40 horas de hoje.

O general Dutra foi recebido entusiasticamente pela população e autoridades, sendo saudado na gare.

O trem presidencial partiu a 1 hora e 33 minutos.

EM CAMPO GRANDE - O trem em que viaja o presidente Dutra e sua comitiva chegou a esta cidade, precisamente às 9 horas e 15minutos.

O chefe do governo recebeu a maior ovação que se tem na memória nesta cidade.

Destacou-se especialmente a homenagem que lhe prestaram os colégios locais, cujos alunos, transbordantes de satisfação, o aplaudiram ao longo da avenida 14 de Julho. Após passar revista à tropa da 9a. Região Militar, em companhia do general Zacarias de Assumpção e dos demais membros da comitiva, o chefe do governo se encaminhou para o Rádio Clube de Campo Grande, cujas dependências percorreu, tendo então um cordial encontro com a população. O chefe do governo deverá embarcar de volta ao Rio às 11 horas.

REGRESSO - Nas poucas horas que passou nesta cidade, o presidente Dutra procurou conhecer alguns dos melhoramentos recentemente introduzidos em Campo Grande. Assim, após ser homenageado no Rádio Clube local, visitou a Escola Profissional 26 de agosto, que ministra o ensino industrial à cerca de 162 crianças. Em seguida, dirigiu-se ao bairro Amambaí, onde passou em revista as tropas aqui sediadas.

O avião que conduz o presidente da República e sua comitiva de regresso ao Rio de Janeiro, partiu desta cidade às 16 horas em ponto (hora local).


FONTE: O Jornal (RJ) 23 de setembro de 1947.


FOTO: meramente ilustrativa.


22 de setembro

1975 - ADESG defende a divisão de Mato Grosso


Grupo da coordenação de Campo Grande da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), publica estudo favorável à divisão de Mato Grosso. Priorizando o desenvolvimento e a segurança, o trabalho conclui que a "divisão permitirá a adequação das estruturas do setor governo a níveis regionais, através da implantação de administrações compatíveis com os níveis necessários de eficiência, racionalizando a ação governamental através da perfeita articulação de seus diferentes orgãos,sintonizados com a programação e atuação dos organismos federais e municipais."

Como recomendação final o relatório propunha:

"Antes de se efetivar a divisão do Estado há necessidade de adotar, com antecedência, medidas de natureza psicossocial visando o esclarecimento das populações interessadas. Conhecendo previamente à nova situação a ser criada,teriam elas melhores condições de se integrar a nova realidade de seus respectivos estados e de contribuir para o seu desenvolvimento."  

O curso foi coordenado pelo coronel aviador Octávio Luiz Tude de Souza, comandante da Base Aérea de Campo Grande, Afonso Simões Correa foi o dirigente, Luiz Carlos Iglesias o relator. Integraram o grupo de estudos Hirose Adania, João Carlos Marinho Luta, Francisco Giordano Neto, Braulio Secco Thomé, Assima Abdo, Terezinha Silvana Arruda Castro, Antonio de Pádua Vasconcelos, Rogério Fernandes Neto, Eduardo Contar Filho e Cândido de Castro Rondon. 

FONTE: Ciclo de Estudos I/75, Divisão Político-Administrativa de Mato Grosso, Adesg - Delegação de Mato Grosso - Coordenação de Campo Grande, Campo Grande, 1975.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...