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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

14 de Setembro


14 de setembro

1865 - Guerra do Paraguai: expedicionários chegam a Monte Alegre

Igreja matriz de Monte Alegre de Minas em foto do início do século XX


A força expedicionária brasileira, destinada ao Sul de Mato Grosso, para combater os paraguaios, chega a Monte Alegre, no triângulo mineiro, terra do fundador de Campo Grande. A informação é do cadete Taunay:

"A 2 léguas do pouso, atravessa-se o córrego da Matta e, uma légua adiante entra-se no arraial de Monte Alegre, onde chegamos as 11 horas. Esta povoação do termo do Prata conta com 400 ou 500 habitantes e algumas casas cômodas, caiadas e cobertas de telhas. A matriz oferece simples aparência e fecha uma pequena praça rodeada de palhoças. O comércio, quase nulo, se mantem, embora em muito insignificante escala, pela passagem, hoje rara, de lotes de animais. Aí no demoramos alguns momentos, seguindo para o acampamento que se estabelecera a 1/4 de légua do arraial, no lugar denominado Pimenta. A marcha foi de 2 1/2 léguas, por estrada mais ou menos regular e de largura variável. Os campos são cobertos de cerrados com os caracteres já descritos. À tarde houve grande temporal."

Menos de sete anos depois, seguindo a trilha da expedição, José Antonio Pereira chegava a Campo Grande.
 

FONTE: Taunay, Marcha das Forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, 1928, página 80.

1866 Vestígios da invasão paraguaia 

Serra de Maracaju no porto Canuto no rio Aquidauana, desenho de Taunay (acervo da fazenda Taboco)

Ao atravessar o rio Aquidauana, no seu trajeto entre Coxim e Miranda, a força expedicionária de Mato Grosso passa a notar os primeiros vestígios da ocupação dos inimigos que recuavam à medida que os brasileiros se aproximavam:

“Saindo do pouso as 9 horas e 5 minutos a ¼ de légua na direção O. passou-se diante de um dos mais importantes vestígios da invasão paraguaia: era uma paliçada de grossos paus de aroeira com canhoneiras nos flancos, a qual servia de defesa contra os ataques insidiosos dos índios, de que tinham sofrido várias vezes os paraguaios. Dominado por um mangrulho que permitia à sentinela o devassar de extenso horizonte, compreendia esse palanque algumas casas de palha e ranchos que tinham sido entregues às chamas por ocasião da retirada.
Continuando daí a marcha no rumo médio S. O. foi-se pousar as 11 horas, com 2 ¼ léguas junto às poças de água formadas pelo chamado córrego Ipegue, que só merece tal denominação numa das estações do ano.
Ali existiam ainda vestígios da passagem dos paraguaios.
Um aldeamento de índios que antes da invasão cultivava as terras próximas foi destruído, ficando só como resto da antiga cultura um laranjal em parte estragado pelo fogo.
Os terrenos percorridos neste dia são de pouca declividade: os campos dobrados, desbastados, com capões de quando em quando.
A água que se tem encontrado é má, de sabor desagradável, quase salobra.”. 


FONTE: Taunay, Alfredo D’Esgragnolle, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd; Página 82.



14 de setembro

1969 - Morre o deputado federal Weimar Torres


Weimar Torres (primeiro à esquerda) com Pedro Pedrossian, durante
governo itinerante em Dourados. (Foto do acervo de Sultan Rasslan)


Aos 46 anos morre em Londrina, vítima de desastre do avião, o deputado federal Weimar Gonçalves Torres, fundador do jornal O Progresso, de Dourados.
Era filho do advogado Dr. José dos Passos Rangel Torres, natural da Paraíba e de dona Dionísia Gonçalves Torres, natural de Ponta Porã. Fez os primeiros estudos no Grupo Escolar e no Colégio Salesiano de sua cidade natal. Bacharelou-se em Ciências e Letras no Ginásio Municipal “Dom Bosco”, em Campo Grande. Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, no ano de 1947, bacharelou-se em Ciências Jurídicas.
Em maio de 1948, instala-se com a sua banca de advocacia, sendo ele o primeiro advogado de Dourados. A 29 de janeiro de 1951 casa-se Adiles do Amaral, filha do senhor Vlademir Muller do Amaral, agrimensor, pecuarista e comerciante e de dona Theodolina Ugolini do Amaral, ambos nascidos no Rio Grande do Sul.
Jornalista e poeta e político, Weimar Torres, em 1950 elegeu-se Vereador à Câmara Municipal de Dourados, tendo tomado posse dois dias após seu casamento. Filiado ao Partido Social Democrático, no qual ingressara em 1945, quando ainda era estudante, tomou parte na campanha que levou o General Eurico Gaspar Dutra à presidência do Brasil.
Em 21 de abril de 1945 do mesmo ano lança o primeiro número do jornal “O Progresso”.
Reeleito Vereador em 1954, candidato a Deputado Estadual em 1959, não alcançou a vitória desejada, tendo exercido o mandato por apenas três meses, como suplente. Neste mesmo período exerceu o cargo de Promotor Público de Justiça na Comarca de Dourados e dirigiu a Rádio Clube de Dourados, tendo então, organizado a sua discoteca. Foi um dos elaboradores dos Estatutos do Clube Social de Dourados, tendo sido o seu terceiro presidente.
Em 62 elege-se deputado estadual e muda-se para Cuiabá, onde organiza com alguns amigos o semanário A Tribuna Liberal. Em 1965 lidera a campanha vitoriosa de Pedro Pedrossian para o governo do Estado e em 1966, elege-se deputado federal.
Uma das principais ruas de Dourados tem o seu nome.

FONTE: Paulo Hamilton, Professor escreve a história de Weimar Torres, Douradosagora.com.br, sd.

sábado, 14 de dezembro de 2013

15 de dezembro

15 de dezembro
 
1847 – Nasce em Cuiabá, Manoel Murtinho

Nasce em Cuiabá, Manoel Murtinho,formado em Direito pela Faculdade de São Paulo, juiz em Poconé, Cáceres e Cuiabá e o primeiro presidente eleito do Estado no período republicano. Deputado estadual e ministro do Supremo Tribunal Federal, ele e seu irmão Joaquim Murtinho, estiveram no centro do poder em Mato Grosso e no Brasil durante as duas primeiras décadas da República.  

FONTE: Rubens de Mendonça,Dicionário Biográfico Mato-Grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 118.


15 de dezembro

1913 – Expedição Roosevelt-Rondon chega a Corumbá
Roosevelt e seu cicerone o sertanista coronel Cândido Rondon

A comissão do ex-presidente americano, Theodore Roosevelt, ciceroneada pelo coronel Cândido Rondon, em sua viagem do Prata rumo ao norte de Mato Grosso, chega a Corumbá. Theodore Roosevelt depõe:

A 15 de dezembro alcançamos Corumbá. Três a quatro milhas antes, começa a elevação do solo em aflorações rochosas que terminam ao longe em fortes escarpados. A região circunvizinha era evidentemente bastante populosa. Vimos os gaúchos vaqueiros – que correspondem aos nossos cowboys – cavalgando ao longo das margens. As mulheres se entregavam à lavagem da roupa, enquanto seus filhos nuzinhos se punham a banhar nas praias. Informaram-nos que os jacarés e as piranhas dificilmente se arriscam aos lugares freqüentados e que os acidentes geralmente se verificam em pontos ermos e sombrios do rio. Várias embarcações vieram ao nosso encontro acompanhando-nos mais de vinte quilômetros, com bandas de música e aclamações do pessoal, como se estivéssemos em alguma cidade nas margens do Hudson.

Corumbá se ergue na escarpa da montanha, com ruas largas e mal calçadas, algumas arborizadas como espécimes de flores escarlates; as casas são bem construídas, a maioria de um só pavimento, porém algumas com dois e três andares.


Fomos alvo de manifestação do Conselho Municipal e de um banquete especial.


O hotel, dirigido por um italiano, era o mais confortável possível, com pisos de pedra, pé direito muito alto, vastas portas e janelas, um pátio agradável e aberto e um chuveiro.


Naturalmente Corumbá é ainda cidade de fronteira. Os veículos são carros puxados a bois e burros; não há outros meios de condução; bovinos e muares são empregados para esse fim. A água vem de grande poço central; e em torno se agrupam os apanhadores que, em seguida, fazem a entrega do líquido precioso nas residências. As famílias apresentam as características gerais de mistura de raças das populações brasileiras.


Uma senhora, após haver deixado fotografar seus filhos em trajes comuns, pediu que voltássemos para fotografá-los em roupas domingueiras, no que foi atendida.


Dentro de um ano, a estrada de ferro alcançará Corumbá, e então esta cidade, bem como toda a região que a circunda, obterá grande desenvolvimento.


Na noite de Natal a expedição deixa Corumbá com destino à sua grande aventura no Norte de Mato Grosso.


FONTE:  Theodore Roosevelt, Nas selvas do Brasil, Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1976, página 53.

15 de dezembro

1933 - Primeiro acidente aéreo no Estado




É registrado o primeiro acidente aéreo no Estado. A notícia é dada, sem destaque na última página do Jornal do Comércio, três dias depois: 

"Ao contrário do que se esperava, não tivemos, anteontem, domingo, correspondência de Cuiabá.
Saíra daqui, sexta-feira última, o avião Pirajá para Corumbá,chegando de véspera de S. Paulo.
Nesse mesmo dia, fazendo ligação entre Corumbá e Cuiabá, viajara da primeira dessas duas cidades o hidroavião Blumenau que naquela precisa data deveria chegar à capital do Estado.
Devido, certamente, ao demasiado da carga, o Blumenau teve que afluviar inesperadamente, antes de Porto Jofre, que é uma das etapas estabelecidas na margem direita do rio Paraguai. O aparelho sofreu danos, ao que estamos informados, não podendo prosseguir viagem.
Felizmente nenhum de seus passageiros ficou ferido.
Em substituição ao Blumenau, é esperado hoje, aqui, o avião Bandeirante, procedente de S. Paulo, que seguirá logo para a Princesa de Paraguai. Naquela cidade, essa nave aérea mudará as rodas por flutuadores e viajará para Cuiabá, ficando na carreira em lugar do aparelho avariado.
Quinta-feira entrante deverá estar nesta cidade, como de costume, mantendo a carreira, o avião Pirajá, procedente da capital paulista".
 
O jornal campograndense encerra a notícia, justificando o acidente:
de justiça, salientar-se, em louvor da Condor, que este é o primeiro acidente de monta que sofre um aparelho seu, em Mato Grosso, durante centenas de viagens realizadas.
Acidente também que confessamos, com gosto, não haver determinado nenhuma vítima".
Alguns detalhes desse desastre seriam dados em março de 1934, quando o mesmo jornal noticiava o segundo acidente no mesmo trecho:
"No primeiro, ocorrido perto de Porto Jofre, ficaram feridos vários passageiros, e o aparelho ficou completamente inutilizado".
O serviço de transporte via aérea em Mato Grosso começou em 16 de setembro de 1930, com o voo entre Corumbá e Cuiabá.
 
FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 19 de dezembro de 1933 e 4 de março de 1934. 
FOTO: O Pirajá, da frota da Condor, do acervo do Correio de Corumbá.   


15 de dezembro

1943 – Baianinhos aterrorizam o sul do Estado





Os irmãos Batista, gaúchos domiciliados em Campo Grande, conhecidos como baianinhos, utilizando automóveis e até metralhadoras, aterrorizam fazendeiros em praticamente todo o território do atual Estado de Mato Grosso do Sul, especialmente no Pantanal, onde estão concentrados os maiores rebanhos bovinos no Estado. O impacto da organização criminosa teve repercussão nacional, como vemos na ampla reportagem da Agência Meridional, publicada em todos os jornais dos Diários Associados:
Diante dos sucessivos assaltos de um bando que usa metralhadoras de mão, a população matogrossense pergunta: Lampeão, Corisco e Silvino Jacques terão encontrado sucessores aperfeiçoados? É o que vem acontecendo com o aparecimento dos ‘baianinhos’, grupo de bandoleiros que fazem incursões na região sul de Mato Grosso, tendo nos últimos dias de novembro efetuado ataques a cerca de 11 fazendas.

Silvino Jacques, como se sabe, assolou com sua gente o nordeste do Estado, oferecendo combate a 3.000 homens de forças regulares até que foi morto pela polícia estadual. Agora os irmãos Batista vão construindo uma lenda em torno de suas façanhas. Quem são os irmãos Batista? 

João Batista, chefe supremo do bando, Rolin Batista e Cardoso Batista são três irmãos de uma família em que só um dos quatro irmãos, cujo nome não deve ser revelado, é um rapaz morigerado e ordeiro, servindo numa unidade militar. Descendem de uma família de algumas posses, tendo o pai cumprido pena de prisão por homicídio. Pessoas que conhecem a família dizem que quando um dos filhos completa 15 anos a própria mãe lhe faz presente de um revólver 38 com esta expressiva recomendação: "Tome este revólver e não desmoralize o seu nome".

Na revolução de 32 um dos irmãos Batista, segundo os que então o conheceram, teria servido como ajudante de ordens do general Bertoldo Klinger, sendo mais tarde morto depois de atentar contra a vida de um oficial do Exército. Ficou assim a irmandade desfalcada de um de seus elementos.
Ao contrário dos cangaceiros de sinistra memória, os ‘baianinhos’ são rapazes de relativa instrução e aparência simpática, tendo frequentado a sociedade de Campo Grande, que hoje recorda, entre revoltada e curiosa, os dias ainda recentes em que os irmãos Batista (os chamados ‘baianinhos’) circulavam nessa cidade sem que se suspeitasse da evolução que iriam sofrer.


Há cerca de um ano organizaram os irmãos Batista um pequeno grupo armado, que desde então tem aumentado, vivendo de assaltos e saques nas fazendas e povoados e até a algumas aldeias indígenas.

Como nos filmes de gangsters – até que ponto a influência desses filmes age sobre a mentalidade dos ‘baianinhos’ é o que resta apurar – os irmãos Batista e sua gente passaram dos pequenos assaltos iniciais a ações de mais envergadura, praticando mortes e assaltando mulheres.
Seu método pode ser assim resumido: chegam às fazendas durante a noite, amarram os empregados e exigem dinheiro dos fazendeiros. Vários fazendeiros alarmados, abandonaram suas propriedades, dirigindo-se para esta cidade, Aquidauana e Campo Grande.


Avalia-se em cerca de 300 mil cruzeiros o produto dos últimos assaltos. Na fazenda Buriti, de propriedade do sr. Antonio Trindade, assaltada em meados de novembro, a cerca de 3 léguas de Aquidauana, três homens do bando extorquiram 10 mil cruzeiros, tendo o sr. Trindade dado parte mais tarde às autoridades na referida cidade.

Em Nhecolândia sucedem-se os assaltos, e a polícia está sendo concentrada em Aliança, próximo a essa região. Alega-se a existência de "coiteiros" - expressão que no nordeste designa os que escondem bandoleiros - prestigiosos que estariam dificultando a ação das autoridades, especialmente a das forças volantes que percorrem toda a região infestada.

Na região de Nhecolândia, no pantanal matogrossense, existem cerca de 400 fazendas, constituindo um dos grandes centros de criação de gado do país.

As zonas de Campo Grande e Aquidauana também têm sido visitadas pelos "baianinhos" que devastam os rebanhos bovinos ali existentes. Uma parte da extração da borracha de mangabeira tem sido dificultada pelo temor que inspira a presença ou a alegada proximidade do bando dos irmãos Batista.

TÁTICA MODERNA DA QUINTA-COLUNA

A tática moderna da "Quinta Coluna" também é empregada pelos Batista, que antes dos assaltos mandam às fazendas indivíduos à procura de trabalho e pouso.

Com a tradicional hospitalidade dessa região, tais indivíduos são bem recebidos e podem então preparar melhor a entrada de seus asseclas.

Embora não seja conhecido o total exato dos homens que compõem o bando, calcula-se em cerca de vinte, armados, segundo afirmam os que com eles têm lutado, de metralhadoras de mão. As "Capturas", que é o nome dado aqui às forças volantes, já tem estabelecido contato com os "baianinhos", resultando choques como o da fazenda "Boa Sorte", em Nhecolândia, no qual a polícia teve de recuar diante da superioridade em armas do "baianinhos", dotados, ao que se diz, das já mencionadas metralhadoras de mão que todos conhecem através do cinema.

Entre as fazendas já assaltadas pelos "baianinhos" figuram as seguinte: "Rio Negro" de dona Tomasia Rondon, "Tupanceretan" do dr. Antonio Rondon, "São Sebastião" do sr. Aniceto Rondon, "Boa Sorte" de José Maria, "Divino", de Estêvão da Silva, "Pouso Alto" de Paulino de Barros, "Baia do Braz de João Wenceslau de Barros, "Baia das Pedras" de José Coelho Lima, "Boa Vista" de Antonio Saboia, "Figueiral" da Sociedade Barros & Fragelli, "Aldeia" de José Nina Rodrigues, todas em Nhecolândia. Na fazenda "Itiquira", município de Coxim, os Batista, depois de incendiar a propriedade raptaram o proprietário.

Tratando-se de região onde o gado é abundante e está alcançando preço até hoje desconhecido por ali - já se paga 380 cruzeiros por boi de corte, nessa zona - é fácil avaliar os prejuizos que a ação dos cangaceiros vem causando. O governo estadual, reconhecendo a importância do problema, com a colaboração do governo de Goiás, vem dando combate aos "baianinhos", sendo dificultada a sua ação, porém, pela extensão das terras e a escassez de comunicações, que facilitam as sortidas e manhas dos cangaceiros, que já tem chegado até o norte do Paraná.

 


FONTE: Diário da Noite (RJ) 15 de dezembro de 1943.


     

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

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