sábado, 14 de dezembro de 2013

15 de dezembro

15 de dezembro
 
1847 – Nasce em Cuiabá, Manoel Murtinho

Nasce em Cuiabá, Manoel Murtinho,formado em Direito pela Faculdade de São Paulo, juiz em Poconé, Cáceres e Cuiabá e o primeiro presidente eleito do Estado no período republicano. Deputado estadual e ministro do Supremo Tribunal Federal, ele e seu irmão Joaquim Murtinho, estiveram no centro do poder em Mato Grosso e no Brasil durante as duas primeiras décadas da República.  

FONTE: Rubens de Mendonça,Dicionário Biográfico Mato-Grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 118.


15 de dezembro

1913 – Expedição Roosevelt-Rondon chega a Corumbá
Roosevelt e seu cicerone o sertanista coronel Cândido Rondon

A comissão do ex-presidente americano, Theodore Roosevelt, ciceroneada pelo coronel Cândido Rondon, em sua viagem do Prata rumo ao norte de Mato Grosso, chega a Corumbá. Theodore Roosevelt depõe:

A 15 de dezembro alcançamos Corumbá. Três a quatro milhas antes, começa a elevação do solo em aflorações rochosas que terminam ao longe em fortes escarpados. A região circunvizinha era evidentemente bastante populosa. Vimos os gaúchos vaqueiros – que correspondem aos nossos cowboys – cavalgando ao longo das margens. As mulheres se entregavam à lavagem da roupa, enquanto seus filhos nuzinhos se punham a banhar nas praias. Informaram-nos que os jacarés e as piranhas dificilmente se arriscam aos lugares freqüentados e que os acidentes geralmente se verificam em pontos ermos e sombrios do rio. Várias embarcações vieram ao nosso encontro acompanhando-nos mais de vinte quilômetros, com bandas de música e aclamações do pessoal, como se estivéssemos em alguma cidade nas margens do Hudson.

Corumbá se ergue na escarpa da montanha, com ruas largas e mal calçadas, algumas arborizadas como espécimes de flores escarlates; as casas são bem construídas, a maioria de um só pavimento, porém algumas com dois e três andares.


Fomos alvo de manifestação do Conselho Municipal e de um banquete especial.


O hotel, dirigido por um italiano, era o mais confortável possível, com pisos de pedra, pé direito muito alto, vastas portas e janelas, um pátio agradável e aberto e um chuveiro.


Naturalmente Corumbá é ainda cidade de fronteira. Os veículos são carros puxados a bois e burros; não há outros meios de condução; bovinos e muares são empregados para esse fim. A água vem de grande poço central; e em torno se agrupam os apanhadores que, em seguida, fazem a entrega do líquido precioso nas residências. As famílias apresentam as características gerais de mistura de raças das populações brasileiras.


Uma senhora, após haver deixado fotografar seus filhos em trajes comuns, pediu que voltássemos para fotografá-los em roupas domingueiras, no que foi atendida.


Dentro de um ano, a estrada de ferro alcançará Corumbá, e então esta cidade, bem como toda a região que a circunda, obterá grande desenvolvimento.


Na noite de Natal a expedição deixa Corumbá com destino à sua grande aventura no Norte de Mato Grosso.


FONTE:  Theodore Roosevelt, Nas selvas do Brasil, Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1976, página 53.

15 de dezembro

1933 - Primeiro acidente aéreo no Estado




É registrado o primeiro acidente aéreo no Estado. A notícia é dada, sem destaque na última página do Jornal do Comércio, três dias depois: 

"Ao contrário do que se esperava, não tivemos, anteontem, domingo, correspondência de Cuiabá.
Saíra daqui, sexta-feira última, o avião Pirajá para Corumbá,chegando de véspera de S. Paulo.
Nesse mesmo dia, fazendo ligação entre Corumbá e Cuiabá, viajara da primeira dessas duas cidades o hidroavião Blumenau que naquela precisa data deveria chegar à capital do Estado.
Devido, certamente, ao demasiado da carga, o Blumenau teve que afluviar inesperadamente, antes de Porto Jofre, que é uma das etapas estabelecidas na margem direita do rio Paraguai. O aparelho sofreu danos, ao que estamos informados, não podendo prosseguir viagem.
Felizmente nenhum de seus passageiros ficou ferido.
Em substituição ao Blumenau, é esperado hoje, aqui, o avião Bandeirante, procedente de S. Paulo, que seguirá logo para a Princesa de Paraguai. Naquela cidade, essa nave aérea mudará as rodas por flutuadores e viajará para Cuiabá, ficando na carreira em lugar do aparelho avariado.
Quinta-feira entrante deverá estar nesta cidade, como de costume, mantendo a carreira, o avião Pirajá, procedente da capital paulista".
 
O jornal campograndense encerra a notícia, justificando o acidente:
de justiça, salientar-se, em louvor da Condor, que este é o primeiro acidente de monta que sofre um aparelho seu, em Mato Grosso, durante centenas de viagens realizadas.
Acidente também que confessamos, com gosto, não haver determinado nenhuma vítima".
Alguns detalhes desse desastre seriam dados em março de 1934, quando o mesmo jornal noticiava o segundo acidente no mesmo trecho:
"No primeiro, ocorrido perto de Porto Jofre, ficaram feridos vários passageiros, e o aparelho ficou completamente inutilizado".
O serviço de transporte via aérea em Mato Grosso começou em 16 de setembro de 1930, com o voo entre Corumbá e Cuiabá.
 
FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 19 de dezembro de 1933 e 4 de março de 1934. 
FOTO: O Pirajá, da frota da Condor, do acervo do Correio de Corumbá.   


15 de dezembro

1943 – Baianinhos aterrorizam o sul do Estado





Os irmãos Batista, gaúchos domiciliados em Campo Grande, conhecidos como baianinhos, utilizando automóveis e até metralhadoras, aterrorizam fazendeiros em praticamente todo o território do atual Estado de Mato Grosso do Sul, especialmente no Pantanal, onde estão concentrados os maiores rebanhos bovinos no Estado. O impacto da organização criminosa teve repercussão nacional, como vemos na ampla reportagem da Agência Meridional, publicada em todos os jornais dos Diários Associados:
Diante dos sucessivos assaltos de um bando que usa metralhadoras de mão, a população matogrossense pergunta: Lampeão, Corisco e Silvino Jacques terão encontrado sucessores aperfeiçoados? É o que vem acontecendo com o aparecimento dos ‘baianinhos’, grupo de bandoleiros que fazem incursões na região sul de Mato Grosso, tendo nos últimos dias de novembro efetuado ataques a cerca de 11 fazendas.

Silvino Jacques, como se sabe, assolou com sua gente o nordeste do Estado, oferecendo combate a 3.000 homens de forças regulares até que foi morto pela polícia estadual. Agora os irmãos Batista vão construindo uma lenda em torno de suas façanhas. Quem são os irmãos Batista? 

João Batista, chefe supremo do bando, Rolin Batista e Cardoso Batista são três irmãos de uma família em que só um dos quatro irmãos, cujo nome não deve ser revelado, é um rapaz morigerado e ordeiro, servindo numa unidade militar. Descendem de uma família de algumas posses, tendo o pai cumprido pena de prisão por homicídio. Pessoas que conhecem a família dizem que quando um dos filhos completa 15 anos a própria mãe lhe faz presente de um revólver 38 com esta expressiva recomendação: "Tome este revólver e não desmoralize o seu nome".

Na revolução de 32 um dos irmãos Batista, segundo os que então o conheceram, teria servido como ajudante de ordens do general Bertoldo Klinger, sendo mais tarde morto depois de atentar contra a vida de um oficial do Exército. Ficou assim a irmandade desfalcada de um de seus elementos.
Ao contrário dos cangaceiros de sinistra memória, os ‘baianinhos’ são rapazes de relativa instrução e aparência simpática, tendo frequentado a sociedade de Campo Grande, que hoje recorda, entre revoltada e curiosa, os dias ainda recentes em que os irmãos Batista (os chamados ‘baianinhos’) circulavam nessa cidade sem que se suspeitasse da evolução que iriam sofrer.


Há cerca de um ano organizaram os irmãos Batista um pequeno grupo armado, que desde então tem aumentado, vivendo de assaltos e saques nas fazendas e povoados e até a algumas aldeias indígenas.

Como nos filmes de gangsters – até que ponto a influência desses filmes age sobre a mentalidade dos ‘baianinhos’ é o que resta apurar – os irmãos Batista e sua gente passaram dos pequenos assaltos iniciais a ações de mais envergadura, praticando mortes e assaltando mulheres.
Seu método pode ser assim resumido: chegam às fazendas durante a noite, amarram os empregados e exigem dinheiro dos fazendeiros. Vários fazendeiros alarmados, abandonaram suas propriedades, dirigindo-se para esta cidade, Aquidauana e Campo Grande.


Avalia-se em cerca de 300 mil cruzeiros o produto dos últimos assaltos. Na fazenda Buriti, de propriedade do sr. Antonio Trindade, assaltada em meados de novembro, a cerca de 3 léguas de Aquidauana, três homens do bando extorquiram 10 mil cruzeiros, tendo o sr. Trindade dado parte mais tarde às autoridades na referida cidade.

Em Nhecolândia sucedem-se os assaltos, e a polícia está sendo concentrada em Aliança, próximo a essa região. Alega-se a existência de "coiteiros" - expressão que no nordeste designa os que escondem bandoleiros - prestigiosos que estariam dificultando a ação das autoridades, especialmente a das forças volantes que percorrem toda a região infestada.

Na região de Nhecolândia, no pantanal matogrossense, existem cerca de 400 fazendas, constituindo um dos grandes centros de criação de gado do país.

As zonas de Campo Grande e Aquidauana também têm sido visitadas pelos "baianinhos" que devastam os rebanhos bovinos ali existentes. Uma parte da extração da borracha de mangabeira tem sido dificultada pelo temor que inspira a presença ou a alegada proximidade do bando dos irmãos Batista.

TÁTICA MODERNA DA QUINTA-COLUNA

A tática moderna da "Quinta Coluna" também é empregada pelos Batista, que antes dos assaltos mandam às fazendas indivíduos à procura de trabalho e pouso.

Com a tradicional hospitalidade dessa região, tais indivíduos são bem recebidos e podem então preparar melhor a entrada de seus asseclas.

Embora não seja conhecido o total exato dos homens que compõem o bando, calcula-se em cerca de vinte, armados, segundo afirmam os que com eles têm lutado, de metralhadoras de mão. As "Capturas", que é o nome dado aqui às forças volantes, já tem estabelecido contato com os "baianinhos", resultando choques como o da fazenda "Boa Sorte", em Nhecolândia, no qual a polícia teve de recuar diante da superioridade em armas do "baianinhos", dotados, ao que se diz, das já mencionadas metralhadoras de mão que todos conhecem através do cinema.

Entre as fazendas já assaltadas pelos "baianinhos" figuram as seguinte: "Rio Negro" de dona Tomasia Rondon, "Tupanceretan" do dr. Antonio Rondon, "São Sebastião" do sr. Aniceto Rondon, "Boa Sorte" de José Maria, "Divino", de Estêvão da Silva, "Pouso Alto" de Paulino de Barros, "Baia do Braz de João Wenceslau de Barros, "Baia das Pedras" de José Coelho Lima, "Boa Vista" de Antonio Saboia, "Figueiral" da Sociedade Barros & Fragelli, "Aldeia" de José Nina Rodrigues, todas em Nhecolândia. Na fazenda "Itiquira", município de Coxim, os Batista, depois de incendiar a propriedade raptaram o proprietário.

Tratando-se de região onde o gado é abundante e está alcançando preço até hoje desconhecido por ali - já se paga 380 cruzeiros por boi de corte, nessa zona - é fácil avaliar os prejuizos que a ação dos cangaceiros vem causando. O governo estadual, reconhecendo a importância do problema, com a colaboração do governo de Goiás, vem dando combate aos "baianinhos", sendo dificultada a sua ação, porém, pela extensão das terras e a escassez de comunicações, que facilitam as sortidas e manhas dos cangaceiros, que já tem chegado até o norte do Paraná.

 


FONTE: Diário da Noite (RJ) 15 de dezembro de 1943.


     

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

13 de dezembro

13 de dezembro

1772 – Inicia-se em Mato Grosso o período albuquerquino



Toma posse no governo da capitania, sucedendo a Luis Pinto, o capitão-general Luis de Albuquerque Pereira e Cáceres, iniciando o mais longo mandato entre os governadores gerais de Mato Grosso. Consolidou a presença portuguesa na fronteira ocidental, com a fundação do forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé e de Santa Maria (atual São Luis de Cáceres), Forte de Coimbra e Albuquerque (atual Corumbá) às margens do Paraguai. 

Luiz de Albuquerque governou a capitania por 17 anos e foi substituído por seu irmão João de Albuquerque, permaneceu à frente do governo por sete anos.  

FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 399

12 de dezembro

12 de dezembro

1826 – Langsdorff chega ao rio Paraguai



Após diversos dias navegando pelo Taquari, a expedição científica Langsdorff, patrocinada pelo governo russo alcança finalmente o rio Paraguai:

Pela manhã de 12 de dezembro entramos na águas do Paraguai, caudal célebre nos anais das missões espanholas e portuguesas pelas vantagens excepcionais que sua navegação proporciona aos vastos territórios em que corre. Tem as cabeceiras do Alto Diamantino, na chapada central da América Meridional; dirige para o sul o majestoso curso e recebe o contingente de sete grandes rios até confluir com o Paraná, onde perde injustamente o nome para cedê-lo ao afluente. Grandes embarcações podem sulcá-lo desde Buenos Aires até Vila Maria e, subindo pelo rio Cuiabá, até a capital de Mato Grosso. É uma extensão de 600 léguas, livre do menor obstáculo, sem cachoeiras, nem corredeiras: em todo o percurso deslizam mansas águas fundas e largas. É o mais belo canal que a natureza formou para permitir ao homem devassar desertos tão dilatados, para povoá-los e dar-lhes as regalias de ativa navegação e imenso comércio. Em qualquer ponto achariam os barcos a vapor florestas para abastecê-los de combustível abundante e fácil. (...)


Abicamos na margem do Paraguai em frente à boca do Taquari e, como nos devíamos demorar até o dia seguinte para deixar o astrônomo fazer suas observações, aí acampamos. À tarde vimos passar o próprio a que acima aludi e que fora a Cuiabá pedir socorros contra os guaicurus.


Quando anoiteceu, ergueram-se do lado dos campos, que na véspera havíamos deixado, grandes clarões, acompanhados de muita fumaça. Eram fogos ateados pelos índios, pois decerto nenhum brasileiro se arriscaria, depois do rompimento de hostilidades, a andar tão arredado de Miranda, o povoado dali mais próximo, e a percorrer as vastidões em que imperam aqueles selvagens.


A todos os camaradas distribuiu o cônsul espingardas, pistolas, pólvora e balas e mandou colocar as sentinelas que durante a noite estiveram alerta afim de impedir qualquer surpresa.

FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 68.



12 de dezembro
 
1899 – Nasce em Cuiabá Maria Constança de Barros Machado


Filha de Israel de Arruda Barros e Joana da Costa Barros, iniciou seus estudos na Escola Barão de Melgaço, no tempo da palmatória. Concluiu o Normal em 1917, na Escola Normal Pedro Celestino de Cuiabá e no ano seguinte mudou-se para Campo Grande, nomeada para lecionar na primeira escola pública isolada do sexo feminino, onde foi, por durante quatro anos, professora, secretária e diretora. Em 1922 foi designada para o Grupo Escolar Joaquim Murtinho. Em 1937 é nomeada vice-diretora e no ano seguinte assume a diretoria dessa instituição de ensino. Em 1939, no governo o interventor Júlio Müller, instalou e organizou o Liceu Campo-Grandense, mais tarde denominado Ginásio Estadual Campograndense.

Em 1951, a convite do governador Fernando Correa da Costa, assume a direção do Colégio Estadual e da Escola Normal Joaquim Murtinho, em substituição ao professor Múcio Teixeira Júnior. Em 1954 passa a integrar a Camapanha Nacional de Educadores Gratuitos, idealizada em Recife pelo professor Felipe Tiago Gomes. De 1956 a 1961, durante o governo de João Ponce de Arruda, permaneceu fora do Estadual e da Joaquim Murtinho, por questões políticas, retornando à direção das duas entidades, com a volta de Fernando Correa da Costa ao governo, em 1961.

Maria Constança de Barros Machado dá nome ao colégio que ela construiu e dirigiu


Faleceu em Campo Grande em 7 de abril de 1996.

FONTE: Maria da Glória Sá Rosa, Memória da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul, UFMS, 1990, página 62


12 de dezembro

1912 – Realiza-se o primeiro júri na comarca de Campo Grande

Inaugurado no dia 12 de maio, com a posse do juiz Arlindo de Andrade Gomes, que renunciou 50 dias depois, somente nesta data foi realizado o primeiro júri em Campo Grande, sob a presidência do novo juiz, dr. Abreu. O réu chamava-se José João Bernardo de Freitas, acusado da morte de Francisco Veloso. Foi absolvido assim como os dois outros acusados, João Manoel dos Santos, soldado do Exército, e João Manoel da Silva, submetidos a julgamento nos dias seguintes, 13 e 14. No final a municipalidade foi condenada a pagar as custas, na importância de 557$000.” 

FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, página 19.


12 de dezembro

1950 - Lançada pedra fundamental da igreja São Francisco em Campo Grande

É lançada a pedra fundamental da igreja São Francisco, em Campo Grande, fato revisto 68 anos após, pela imprensa local:


Foto antiga da paróquia e convento  de São Francisco de Assis, localizada na rua 14 de Julho, hoje sede da Província Franciscana. (foto: Reprodução Livro/A Missão Franciscana de Mato Grosso)Foto antiga da paróquia e convento de São Francisco de Assis, localizada na rua 14 de Julho, hoje sede da Província Franciscana. (foto: Reprodução Livro/A Missão Franciscana de Mato Grosso)
São quase 68 anos desde que a pedra fundamental da igreja São Francisco de Assis foi lançada no lugar em que o prédio surgiu imponente, no estilo imperial. No dia 12 de dezembro de 1950, o então prefeito de Campo Grande de Mato Grosso, Fernando Corrêa da Costa, fez o lançamento oficial da obra e naquele momento também renomeou a região que seria uma das mais importantes da cidade: “A partir dessa data, o Bairro Cascudo passa a se chamar Bairro São Francisco", decretou.
O paraibano Frei João Francisco Neto assumiu como pároco da São Francisco de Assis neste ano e, com muita simpatia, guiou o Lado B pela estrutura histórica do prédio construído por freis alemães, que depois passou por ajustes e expansões para abrigar a ordem dos Franciscanos.
O terreno onde hoje se encontra a paróquia foi doado por Luziano dos Santos, antigo dono do bar Vai ou Racha - antigamente localizado na outra esquina da quadra. No projeto, os religiosos tomaram a frente de tudo. O arquiteto foi o Frei Valfrido Stahie, o pedreiro o Frei Proto Schurr e a marcenaria ficou por conta do Frei Luís Kunkel. Assim as paredes foram subindo com ajuda de outros frades e apoio da comunidade.
A obra finalmente terminou em junho de 1956 e se tornou desde então um dos cartões postais da Capital. Discretos, os freis que ali moram passam despercebidos por muitos, assim como o convento, hoje considerado sede da Província Franciscana do Estado. 

Fachada permanece a mesma até hoje, quase 68 anos desde a inauguração da pedra fundamental (Foto: Kisie Ainoã)Fachada permanece a mesma até hoje, quase 68 anos desde a inauguração da pedra fundamental (Foto: Kisie Ainoã)
Brasão da Ordem Franciscana representa os braços de Jesus Cristo e São Francisco de Assis. (Foto: Kisie Ainoã)Brasão da Ordem Franciscana representa os braços de Jesus Cristo e São Francisco de Assis. (Foto: Kisie Ainoã)
Todos os vitrais da Igreja Matriz contam a história da vida de São Francisco de Assis. Eles, assim como a imagem do santo que se encontra no alto da igreja, foram trazidos de São Paulo, de onde também veio a inspiração, semelhante ao Convento dos Franciscanos de Pari. "Esta imagem dos dois braços é o Brasão da Ordem Franciscana e representa o braço de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis", explica o pároco João Francisco a respeito de uma imagem que está constantemente representada na paróquia.
Mas esta não foi a primeira casa dos franciscanos em Mato Grosso do Sul. Antes mesmo de 1950, no ano de 1941, se situavam em uma discreta casa na Rua Antônio Maria Coelho, no número 804. "Eles vieram pro o Brasil primeiro para Petrópolis, no Rio de Janeiro, por conta da 2ª Guerra Mundial. Lá já havia uma sede Franciscana. Em terras brasileiras, aprenderam o idioma e vieram para Mato Grosso do Sul em seguida", detalha o Frei.
Em área doada por dono de bar, paróquia surgiu há 68 anos e mudou nome de bairro
Na parte interna da paróquia, o imenso pé direito da construção tem uma justificativa plausível: o calor campo-grandense. "Dessa forma, os engenheiros conseguiram que aqui dentro ficasse mais fresco. Imagine na época, não tinha luz, muito menos ar condicionado".
Apaixonado pela estrutura, o Frei brinca que é "suspeito", mas acredita que a paróquia de São Francisco de Assis é a mais bela da cidade. 
Olhando de fora não dá para ter noção da gigante estrutura franciscana. Mas ao entrar no convento, caminhar até a seguinte construção anexa, criada anos depois da entrega da paróquia, chegando até a imensa horta que mais parece uma floresta em que os olhos perdem a noção de seu fim.
Só é possível realmente entender a dimensão da estrutura quando o olhar se volta para o externo e nota-se os condomínios de grandes construtoras, o que dá a entender que o terreno já está na Avenida Ernesto Geisel.
Nos detalhes da construção as marcas do tempo. Nas pedras que servem como revestimento na área externa do prédio, as manchas de terra são prova de que passaram-se anos desde sua instalação.
Três sinos estão dispostos em pontos distintos da paróquia e do convento, e cada um toca em um horário diferente: às 6h, às 12h e às 18h. "O único horário em que todos soam juntos é às 18h", diz o frei.
Umas singela capela fica disposta nos fundos da construção, ao lado de um belo mural que teve sua restauração finalizada ontem (08). "No piso superior do convento são os dormitórios, aqui embaixo temos a enfermaria em que ficam os freis mais idosos caso houver necessidade", detalha.
Uma das portas de acesso no último conjunto do prédio, em frente a ala dos retiros. (Foto: Kisie Ainoã)Uma das portas de acesso no último conjunto do prédio, em frente a ala dos retiros. (Foto: Kisie Ainoã)
Um dos três sinos do prédio, este está localizado na área interna do convento. (Foto: Kisie Ainoã)Um dos três sinos do prédio, este está localizado na área interna do convento. (Foto: Kisie Ainoã)
Frei João Francisco mostra o azulejo instalado na sacristia desde a construção do prédio. (Foto: Kisie Ainoã)Frei João Francisco mostra o azulejo instalado na sacristia desde a construção do prédio. (Foto: Kisie Ainoã)

Festa - Com uma vida focada do celibato e na abdicação total de riquezas, o Frei João Francisco permanece por 6 anos como pároco da paróquia e, pela primeira vez, movimenta a Quermesse em comemoração ao dia do santo. A festa acontece hoje (10), com missa de celebração às 18h.
"Estamos trabalhando nessa celebração desde agosto. É muito trabalho a ser feito mas agora estamos mais tranquilos. Devido ao 1º turno das eleições e a matriz ser zona eleitoral, não foi possível realizar o evento no início do mês de outubro, próximo a data que fazemos lembrança de São Francisco de Assis, dia 04, e assim o evento foi transferido para esta data", pontua.
Após a missa, a comunidade pode desfrutar das barracas e festejos, com direito à show de prêmios com cartelas a R$ 15,00. Os prêmios neste ano são em dinheiro, indo de R$ 200,00 a R$ 2 mil.
FONTE: Thais Pimenta, Em área doada por dono de bar, paróquia surgiu há 68 anos, Campo Grande News, 10 de novembro de 2018.

12 de dezembro

1969 – Inaugurado asfalto Porto XV- Campo Grande

C

Com a presença do presidente recém empossado, general Garrastazu Médici, do governador Pedro Pedrossian, dos ministros Elizeu Resende (Interior) e Mario Andreaza (Transportes), do comandante da 9a. Região Militar, general Ramiro Tavares, do deputado federal Marcílio de Oliveira Lima, é entregue a pavimentação asfáltica das BRs-267 e 163, entre Campo Grande e Porto XV. A rodovia recebeu o nome de Manoel da Costa Lima, o primeiro a completar a ligação São Paulo-Mato Grosso, através de uma estrada boiadeira, inaugurada a 8 de outubro de 1906.¹

O fato foi registrado pela imprensa cuiabana, que deu destaque ao rápido discurso proferido pelo Diretor Geral do DNER, engenheiro Elizeu Resende:

A integração de Mato Grosso à economia nacional é um dos parâmetros diretores do planejamento rodoviário que se estabeleceu no país.

Parte deste objetivo é hoje alcançado com a entrega ao tráfego do complexo rodoviário formado pelas BRs 267 e 163.

Pela primeira vez uma rodovia pavimentada penetra ao Estado de Mato Grosso, beneficiando diretamente toda a região Sul, que pela sua riqueza e pelo seu potencial, representados por notável e crescente produção agropecuária, estava a clamar por ligação asfáltica que a colocasse em direta conexão com os grandes centros consumidores do país e com os portos que assegurassem a exportação de seus produtos.

FONTE: ¹Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999 página 36. ²O Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 13 de dezembro de 1969.


12 de dezembro

1969 - Anunciada criação da Universidade Federal de Mato Grosso




Por ocasião de sua primeira visita a Mato Grosso, onde inaugurou o asfalto entre Campo Grande e a divisa de São Paulo, o presidente general Garrastazu Médici assinou mensagem ao Congresso Nacional, criando a Universidade Federal de Mato Grosso, com sede em Cuiabá.

A solenidade realizou-se na sala do comandante da Base Aérea de Campo Grande, com a presença dos ministros Jarbas Passarinho, da Educação e Cultura e Mário Andreazza, dos Transportes, do governador Pedro Pedrossian, do deputado Renê Barbour, presidente da Assembleia Legislativa, do senador Fernando Correa da Costa, dos deputados federais Rachid Saldanha Derzi e Marcílio de Oliveira Lima e dos secretários Gabriel Novis Neves e Leal de Queiroz, da Educação e Interior e Justiça.

A universidade foi criada em 10 de dezembro de 1970, pela Lei n° 5647, a partir da fusão da Faculdade de Direito de Cuiabá (que foi criada em 1952) e do Instituto de Ciências e Letras de Cuiabá. Nesse ano foram abertos os 11 primeiros cursos, oferecidos no campus universitário, na região do Coxipó. Foram criados os primeiros centros e iniciadas as obras de construção dos blocos.

FONTE: O Estado de Mato Grosso, 13 de dezembro de 1969.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...