1925 - Morre Caetano de Albuquerque
Aos 68 anos, falece no Rio de Janeiro, o general Caetano Manuel de Faria e Albuquerque. Cuiabano, presidente do Estado, de 15 de agosto de 1915 a janeiro de 1917, foi protagonista de um dos períodos de maior convulsão na história política de Mato Grosso republicano, resistindo a um pedido de impeachment da oposição na Assembleia Legislativa e desencadeando sangrenta reação armada, que ficou conhecida como Caetanada.
Ao final das escaramuças, o impasse, que resultou em sua renúncia, juntamente com todos os deputados, ensejou o chamado governo de conciliação, encabeçado por dom Aquino Correa.
Sobre seu governo e sua personalidade, generosamente depõe Nilo Póvoas:
Igual ao militar brioso e idealista; igual ao parlamentar insigne e operoso, foi o presidente impoluto e de larga visão. Dotado de altivez indomável e de caráter independente, tentou Caetano de Albuquerque implantar na governança do seu Estado uma política administrativa baseada nos salutares princípios de uma democracia sadia, de respeito a todos os direitos. Seria um governo ideal, que satisfazia aos anseios da oposição e. em geral, do povo matogrossense, já cansado dos processos abastardados que de há muito vinham infelicitando o Estado de Mato Grosso.¹
Sobre a sua morte e sua vida, jornal do Rio, deu a seguinte nota:
"Faleceu anteontem às 22 horas, em sua residência à rua general Canabarro, n° 317, o sr. General Caetano Manuel de Faria Albuquerque, vitimado por uma angina pectoris.
O enterramento foi verificado ontem às 17 horas, no cemitério São Francisco Xavier, sem as honras militares devidas ao seu alto posto, por ter sido este o seu desejo.
O general Caetano de Albuquerque nasceu a 11 de janeiro de 1857 no estado de Mato Grosso, tando assentado praça a 26 de abril de 1871. Durante sua vida militar desempenhou vários cargos, alcançando elogiosas referências do governo.
Político, o então capitão Cae cotano de Albuquerque foi chamado à Constituinte como representante do seu estado natal, sendo depois, deputado por mais de uma legislatura.
Fazendo parte do grupo oposicionista à política de Floriano, o general Albuquerque foi preso, para, pouco mais tarde, ser solto em virtude de uma defesa escrita que apresentou àquele marechal.
Retirado por momentos das lutas políticas, o extinto foi eleito em 1915, presidente de Mato Grosso, cargo que, devido às várias dissenções ali ocorridas nesse tempo, muitos dissabores e aborrecimentos causou ao referido militar.
Dado também às letras o general Caetano de Albuquerque deixou trabalhos esparsos sobre os mais variados assuntos, chegando a publicar, porém, entre outros volumes, o Dicionário Técnico Miliar, Corografia do Brasil, Manual do Empregado no Comércio, etc. além da resposta, que, como presidente do referido Estado, ofereceu à Assembleia Legislativa sobre a denúncia que contra o autor do trabalho foi apresentada à mesma Assembleia.
Era casado em primeiras núpcias com d. Adelaide de Melo Albuquerque de quem houve quatro filhos; e em segundas núpcias com d. Ana Josefina da Mota Albuquerque, já falecida, tendo desse matrimônio cinco filhos. Possuía numerosos netos e um bisneto.
Os últimos anos de vida consagrou-os o general Caetano de Albuquerque exclusivamente aos carinhos da família e aos estudos de gabinete.
Era o extinto reformado no posto de general de divisão e formado em engenharia".²
FONTE: ¹Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, Governo do Estado, Cuiabá, 1978, página 33. ²Jornal do Brasil (RJ) 12 de fevereiro de 1925.
FOTO: Jornal do Brasil.
10 de fevereiro
1954 - Inaugurado monumento ao prefeito Ari Coelho em Campo Grande
Assassinado em 21 de novembro de 1952 em Cuiabá, o prefeito Ari Coelho de Oliveira é homenageado com a denominação da praça central da cidade e com a construção de um monumento no mesmo logradouro, até então conhecido como praça da Liberdade. A estátua é constituída pela figura de bronze, em corpo inteiro do homenageado sobre pedestal de concreto armado. A obra foi de iniciativa popular, coordenada por uma comissão diretora composta de: presidente Walfrido Moraes, secretário Assaf Trad e tesoureiro Ulisses Serra.
FONTE: General J.B. Mattos, Os monumentos nacionais (Mato Grosso), Imprensa do Exército, Rio de Janeiro, 1957, página 65.
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