1892 - Nasce em Porto Alegre, Múcio Teixeira Júnior
Nasce em Porto Alegre, Múcio Teixeira Júnior. Agrimensor pelo Colégio Militar do Rio, ferroviário, participou ativamente da lmplantação da estrada de ferro Noroeste, onde construiu “toda a área de Itapura, fiz o levantamento dos córregos e a medição do trecho compreendido entre Itapura e Rio Verde, hoje Água Clara”.
Em Campo Grande desde 1928, aqui exerceu várias atividades, destacando-se no magistério local, onde ingressara a convite de Jaime Vasconcelos, então Inspetor Federal de Ensino Secundário. Lecionou Desenho, Geografia e Matemática no Colégio Dom Bosco, passando em seguida a ocupar a cadeira de Matemática no Colégio Osvaldo Cruz, onde em 1935, assumiu a direção de seu internato. Participou ativamente da revolução de 32, havendo lutado “em Coxim, às margens do rio, combatendo as tropas do governo federal, que vinham de Cuiabá. Depois seguimos para São Paulo e lá enfrentamos os gaúchos. Foram tempos difíceis, que me deram ânimo para continuar nessa peleja que é a vida”.
Foi em 1930, o primeiro diretor da Escola Normal Joaquim Murtinho, cargo do qual fora exonerado em 1932, por ter participado da revolução constitucionalista. Em 1935 foi nomeado para a Escola Normal Modelo Anexa de Campo Grande. Em 1937 fundou o Ateneu Rui Barbosa e foi nomeado novamente diretor da Escola Joaquim Murtinho, fechada em 1940, em virtude da reforma no ensino, promovida pelo interventor Júlio Müller. Em 1948, por decreto do governador Arnaldo Estêvão de Figueiredo a escola é reaberta e Múcio reassume sua diretoria, acumulando-a com a direção do Ginásio Estadual Campo-grandense, funções que deixa em 1951.
Em 1960, com 63 anos de idade, aprovado em concurso, é nomeado pelo governador Ponce de Arruda, catedrático em Matemática e Estatística da Escola Normal, havendo lecionado um ano, antes de aposentar-se, após trinta anos de serviço público.
Presidente da Associação Campograndense de Professores (1962-63), em agosto de 1971, por iniciativa do vereador Pedro Dobes, recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadão Campograndense. Faleceu em Campo Grande em 25 de junho de 1991. É de Múcio Teixeira um dos maiores desabafos contra o descaso à memória de nosso Estado:
Em meus longos anos de educador e cidadão neste Estado, passei por alegrias e decepções. Algumas dessas últimas deslizaram por mim, sem deixar vestígios. Outras me deixaram marcas profundas, como exemplo a derrubada do prédio do Grupo Escolar Joaquim Murtinho, uma construção que retinha em sua estrutura, o passado, a tradição de nosso Estado. O prédio estava intacto, as paredes sem nenhuma rachadura e resolveram botar tudo por terra, para construir outro, que nem de longe, tem o valor histórico e a funcionalidade do primeiro. Dei várias entrevistas à imprensa, protestando, mas fui apenas uma voz clamando no deserto. O jornal Correio do Estado abriu campanha cerrada contra o fato, mas não adiantou. Foi tudo por terra. Até mesmo os quadros de formatura foram destruídos. Puseram um material precioso, que serviria, no mínimo, para futuras pesquisas, no porão do colégio, onde ficava a bomba d’água. Nesse tempo, depois de muito sofrimento, minha filha Lourdes, que era diretora daquela escola normal, conseguiu salvar os retratos de Joaquim Murtinho, o meu e o do ex-secretário de Educação no Governo Ponce de Arruda, Manuel Bonifácio Nunes da Cunha. Têm razão os que dizem que somos um Estado sem memória, sem tradição. Em nome de um falso progresso, derrubaram a casa da dona Neta, uma bela construção do início do século, o coreto do Jardim, o relógio da 14 de Julho, os cines Alhambra e Santa Helena, a mansão de Vespasiano Martins, sem que nossas autoridades tomassem qualquer medida para impedir esses atos de vandalismo. É triste ver que não temos uma política de proteção aos bens culturais, que gerações ajudaram a construir.
Em sua homenagem, o município de Campo Grande, criou uma escola de ensino fundamental com o seu nome, a Escola Municipal Professor Múcio Teixeira Júnior, na vila Carlota.
FONTE: Maria da Glória Sá Rosa, História da cultura e da educação em Mato Grosso do Sul, UFMS, 1990, página 175.
13 de fevereiro
1948 – Criada a colônia agrícola da Bodoquena
Bodoquena, a colôna deu origem à cidade e ao município |
Lei 234, sancionada pelo governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, reserva área para colonização no município de Miranda. De acordo a lei, a colônia da Bodoquena deveria ocupar 30.000 hectares, dentro dos seguintes limites: partindo do marco 1, da fazenda Campo dos Veados, por uma linha seca de 5.000 metros, ao rumo noroeste, deste ponto por outra linha seca de rumo sudoeste que cortando o cérrego Xatelodo, vai a serra da Bodoquena na linha divisória com o município de Porto Murtinho; deste ponto por outra linha que passando pela divisa norte das fazendas Cigarra, Cascavel e Guavira, vai defrontar o marco 1 da fazenda Campo dos Veados e deste ponto por uma linha ao ponto de partida.” Na origem, a colônia Bodoquena possuia 859 lotes, com cerca de 35 hectares cada.
FONTE: Lélia Rita E.F. Ribeiro, Campo Grande o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd, página 387.
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