1914 - Instalada a comarca de Coxim
Criada pela lei n° 630 de 3 de julho de 1913, é instalada a comarca de Coxim. O evento foi registrado pela imprensa cuiabana:
"Coxim, 17 - Com toda solenidade foi a 14 do corrente instalada a Comarca, sob a presidência do dr. Amâncio Ramos, juiz de Direito.
O coronel Manoel Dias Pinho, intendente do município, foi um esforçado para que o ato se revestisse de todo brilhantismo, tendo decorado o edifício da Câmara Municipal onde estava um grande arco com a seguinte inscrição: VIVA O DOUTOR COSTA MARQUES.
Enchiam as salas do edifício muitas famílias, funcionários públicos, professores e alunos de todas as escolas, comerciantes e fazendeiros e grande massa popular, congratulando-se todos com o honrado e fecundo governo do exm. dr. Augusto da Costa Marques, que foi muitíssimo aclamado, assim como o diretório central do P.R.C., desembargador Ferreira Mendes, coronel Eduardo Siravegna e demais representantes do Diretório local.
Durante a solenidade falaram o professor Rosendo de Almeida, capitão Batista de Sousa e o intendente Manoel Dias Pinho, exaltando o grande progresso da futurosa comarca, resultado da administração do dr. Costa Marques.
À noite houve um animadíssimo baile no edifício da Câmara cujas fachadas estavam iluminadas caprichosamente. Ao baile compareceu a elite da sociedade coxinense, tendo as danças se prolongado até as três horas da madrugada.
Foram nomeados e tomaram posse dos seus respectivos cargos os srs. Manoel Dias Pinho, promotor de justiça, Joaquim Santana, primeiro tabelião, João B. de Almeida, oficial de justiça, e Nicolau Nunes, porteiro dos auditórios.
Foi também nomeado segundo tabelião, o sr. Felix Petrowsky.
O povo está satisfeitíssimo.
FONTE: O Debate (Cuiabá) 14 de fevereiro de 1914.
FOTO: reprodução do livro Raízes de Coxim, de João Ferreira Neto, pag. 230
14 de fevereiro
1919
– Deputado é morto por irmão em hotel de Campo Grande
O
deputado estadual Armindo Paes de Barros, proprietário da usina Conceição no
município de Santo Antonio do Rio Abaixo, próximo a Cuiabá, é assassinado por
seu irmão Henrique, com 5 tiros de revólver, quando jantava no restaurante do
hotel Royal, em Campo Grande. Armindo havia desembarcado na estação ferroviária
e deveria pernoitar na vila, quando foi abruptamente abordado pelo irmão que,
após rápido monólogo, sacou a arma e executou o irmão, que não teve tempo de se
defender. Os motivos do crime não chegaram a ser devidamente esclarecidos.
A
ocorrência teve grande repercussão, principalmente em Cuiabá e Santo Antonio,
redutos eleitorais da vítima. O Matto-Grosso, jornal oficial do partido
celestinista, ao qual o deputado era filiado, traçou o seu perfil:
“Moço,
elegante, belo como um Apolo e com relevo que lhe dava a reputação duma bravura
de herói levada à temeridade, a sua pessoa tinha todas essas qualidades
brilhantes que despertam irresistivelmente a atração e fascinante simpatia. Seu
fim trágico e inesperado tinha de produzir o mais profundo sentimento como uma
revoltante iniquidade.
O
nosso malogrado amigo desaparece aos 30 anos de idade. Em pequeno em companhia
de outros irmãos, seu finado pai o coronel João Pais de Barros o levara para o
Rio onde o matriculou em um colégio interno. Depois de concluído o curso
secundário matriculou-se em uma das faculdades superiores da capital da
República, na escola Politécnica, interrompendo seus estudos por ter tido
necessidade de vir se por à testa da usina de propriedade de sua família.
Viajara antes à Europa, tendo permanecido logo tempo na Itália em companhia dos
seus.
Na
direção do importante estabelecimento legado pelo seu velho pai, revelou
notáveis qualidades de administrador e industrial ativo, inteligente, honesto e
pontual nos seus compromissos. É do conhecimento de todos os felizes resultados
que coroaram a sua ação conseguindo com a disciplina imposta pelo seu pulso
férreo libertar em poucos anos a usina de pesados encargos e das dificuldades
que antes assoberbavam. E uma das circunstancias que tornam mais dolorosa a sua
morte, é não ter ele podido ver, como filho extremoso que era, o coroamento de
seus esforços nessa obra a que se dedicara de corpo e alma para salvar os
haveres da família e assegurar o bem estar e abastança de sua mãe e irmãos. A
sua viagem de agora, na qual tombou em meio do caminho, ele a fazia no
desempenho dos seus deveres para com os interesses industriais da usina que
dirigia de modo tão seguro e feliz.
Politicamente
a morte de Armindo Paes abre nas nossas fileiras um claro que o fará sempre por
nós lembrado e com o qual nunca nos conformaremos.
Dá
bem a medida do seu valor a alta graduação que tinha na nossa poderosa
agremiação partidária e as elevadas posições que tão moço atingira de
intendente do município de Santo Antonio do Rio Abaixo e deputado à Assembleia
Legislativa. Além do dotado de apurada perspicácia e extraordinário poder de
assimilação, possuía também essas qualidades de caráter que primam sobre as da
inteligência, essa vontade firme dos que mandam e sabem se fazer obedecer, e
que sagra os que nasceram para condutores dos homens”.
Outra tragédia atingindo a família ocorreu em 1906, com o assassinato de seu tio Totó Paes, então presidente do estado de Mato Grosso.
Outra tragédia atingindo a família ocorreu em 1906, com o assassinato de seu tio Totó Paes, então presidente do estado de Mato Grosso.
FONTE:
Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá), 20 de fevereiro de 1919.
1925 - Toma posse a primeira diretoria do Rádio Clube
Eleita a 19 de janeiro, assume a primeira diretoria do Rádio Clube de Campo Grande, assim constituída: presidente: Laurentino de Araújo Chaves; vice-presidente: Arnaldo Estevão de Figueiredo; 1° tesoureiro: Antônio Carlos Bastos; 2° tesoureiro: Gilberto de Oliveira; 1° secretário, Eduardo da Costa Manso; 2° secretário, Edmundo Machado; e conselho fiscal, Eduardo Olímpio Machado, Miguel Carmo de Oliveira e Auro Martins.
Um dos mais antigos de Campo Grande, o Rádio, que nasceu em 1924 da "ideia da criação de um clube que tivesse como principal atração um aparelho receptor de rádio, coisa nova na época", segundo Paulo Coelho Machado, transformou-se em ponto de encontro da elite da cidade, tornando-se "nesta fase inicial um grêmio elitista, fechado, com disparatada discriminação de raça, condição econômica e profissão." A admissão e frequência ao clube eram "exageradamente fiscalizadas." Conta o cronista: "Como alguns sócios eram oficiais do Exército, a entrada de sargentos ficou vedada."
FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, in Pelas ruas de Campo Grande, 2a. edição, livro V, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008, página 322.
14 de fevereiro
1951 - Violência na fronteira tem repercussão nacional
Tem repercussão nacional a onda de violência na fronteira Brasil-Paraguai, cometida por quarteiros, ladrões e assaltantes, que atacavam no Brasil e se homiziavam na república vizinha. O alvo principal dos bandidos eram os criadores de gado e o objetivo era roubar o dinheiro da venda de gado. Ousados e violentos, a mais recente façanha dos bandoleiros foi a recente tentativa da invasão ao distrito de Sanga Puitã, a 16 quilômetros de Ponta Porã, e, o crime mais revoltante, foi o assassinato da família Medina em Amambai:
"No município de Amambai foi atacada por um grupo de bandoleiros armados a família do sr. Zenon Arce Medina. Os assaltantes pertencem ao bando de bandidos que está atuando nesta região. P sr. Zenon foi barbaramente assassinado, bem como sua sobrinha e uma filha menor, de 4 anos de idade. Antes de efetuarem os assassinatos, os quarteiros queimaram as mãos da menina para depois degola-la, diante dos olhos dos pais estarrecidos".
FONTE: Correio da Manhã (RJ), 15 de fevereiro de 1951
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