16 de janeiro
1816 - Minas de ferro em Cuiabá
Dom João VI decreta a criação de uma companhia para exploração de ferro em Cuiabá:
S.M. El Rey N.S. querendo promover a extração dos metais e minerais preciosos e favorecer ao mesmo tempo e animar a indústria de seus fieis vassalos, neste ramo tão importante da riqueza do Reino do Brasil, foi servido, por carta Régia escrita ao governador e capitão-geral de Mato Grosso, em data de 16 de janeiro passado, aprovar o estabelecimento da companhia de mineração do Cuiabá, e lhe deu estatutos para a sua regulação. Ordenou igualmente que se insinuasse à dita companhia o mandar à sua custa, logo que as suas forças lhe permitissem, pessoas capazes às reais fábricas de farro das capitanias de S.Paulo e Minas Gerais para aprenderem a arte de fundir o ferro a fim de introduzir-se também no Cuiabá este fabrico, quanto fosse possível e recomendou toda a diligência em perscrutar naquele distrito se existem ali minas de sal.
A companhia estabeleceu-se por 30 anos, findo os quais pode ser dissolvida ou arranjada de novo. As ações consistem em 100.000 reis em moeda e em dois escravos vestidos e preparados de ferramentas, e estes devem ser propriedade dos acionistas e não alugados. As ações recebem-se até haver o fundo necessário para o encanamento das águas, que puderem cobrir os tabuleiros das vizinhanças da vila do Cuiabá, mas logo que a obra se principiar não poderão entrar mais sócios. A julgar-se conveniente para o futuro aumentar os fundos até o limite prescrito de 1.800 escravos dos sócios atuais ou de outros novos, pagando estes últimos o prêmio que se arbitrar pelos trabalhos já feitos. O governador e capitão-geral será o inspetor da companhia e o juiz-de-fora do Cuiabá servirá de conservador. A companhia terá um Conselho composto de 12 acionistas, dentre os que tiverem maior número de ações, que residirem ali mesmo e sobre quem recair a escolha do governador e capitão-general. Quatro membros deste conselho, dos mais hábeis, serão nomeados diretores e servirão por tempo de três anos, com responsabilidade ao Conselho pela sua administração. O Conselho há de convocar-se no fim de cada um ano para examinar os livros e contas, assim como também para repartir os lucros quando os houver, e esta divisão será assinada pelo Conselho e pelos diretores, sendo livre a cada um dos interessados o examinar as contas dos lucros na presença dos diretores, que para isso facilitarão os livros. Uma sexta parte dos lucros se guardará em caixa separada para as despesas extraordinárias que o Conselho resolver. As ações não serão alienáveis senão por vontade de seus donos em venda pública, na qual serão preferidos os sócios em igualdade de preço. Não se admitem repartições ou denúncias nos terrenos concedidos à Companhia. Os acionistas terão de mais certos privilégios e isenções declaradas nos estatutos.¹
A mineradora não chegou a ser instalada e a empresa foi dissolvida em 1824 pelo governo da província.²
FONTE: ¹Correio Braziliense (Londres) edição nº 18, janeiro de 1817; ²Diário Fluminense (RJ), 02/03/1825
16 de janeiro
1906 – Generoso Ponce chega a Corumbá
1906 – Generoso Ponce chega a Corumbá
Procedente de Montevideu desembarcou no porto de Corumbá, sendo festivamente recebido pela população o líder republicano Generoso Ponce, para participar da campanha eleitoral que renovaria a bancada na Câmara dos Deputados e um terço do Senado da República,cujo eleição se realizaria no dia 30 e iniciar a ofensiva armada contra seu grande rival, o presidente Totó Paes. Grande massa popular vai ao porto recebê-lo e o acompanha até à residência.
FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Editora Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 377.
16 de janeiro
1912 - Extinto o rego-d'água que abastecia Campo Grande
Por ordem do prefeito Antonio Norberto de Almeida (Totinho) é interrompido o serviço rudimentar de distribuição de água da vila de Campo Grande, através de um rego d'água. O sistema, muito utilizado na zona rural, e implantado na cidade no início de sua povoação, captava água de uma pequena queda cachoeira no riacho Prosa, atualmente localizada acima da rua Ceará entre as avenidas Afonso Pena e Ricardo Brandão. Por gravidade a água era levada, seguindo o traçado na atual rua 15 de novembro, paralelo ao Prosa, até desaguar no Segredo, atendendo chácaras e o perímetro urbano, no seu trajeto.
O serviço, único de extensão coletiva, chegou a ser regulamentado na reforma do código de posturas, em 1906, através de dois artigos:
Art. 31 - Todos que quiserem servir da água canalizada pelo rego existente serão obrigados a fazer pequenos regos até suas casas, tendo o cuidado de fazer bicas e tapar por cima quando atravessarem ruas e praças.
Art. 32 - Ninguém poderá proibir que passe por seus quintais a água que é destinada ao seu vizinho e nem lavar nela coisa alguma imunda que possa prejudicar o vizinho.
Inviabilizado financeiramente e comprometido pela contaminação ambiente, a municipalidade achou por bem desativá-lo, obrigando seus usuários a construir poços. A medida não agradou aos beneficiários, que em abaixo-assinado, reclamando a reativação do rego d'água, classificou a interrupção de injusta e prematura.
Para atender aos reclamantes, o vereador Amando de Oliveira apresentou projeto, aprovado e sancionado pelo intendente geral do município, propondo a concessão do serviço a terceiros, que deveriam arcar com os custos de manutenção e atender exigências ligadas à saúde pública.
Como não houve interessado em sua exploração, o rego d'água foi fechado, abrindo-se para a inspiração dos compositores locais de marchinhas carnavalescas que até 1914 ainda serviam de trilha sonora e enredo para as festas momescas.
FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua velha, in Pelas ruas de Campo Grande, (2a. edição), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008, página 84.
FOTO: Cachoeirinha, na rua Ceará, base do rego d'água..
16 de janeiro
1912 - Extinto o rego-d'água que abastecia Campo Grande
Por ordem do prefeito Antonio Norberto de Almeida (Totinho) é interrompido o serviço rudimentar de distribuição de água da vila de Campo Grande, através de um rego d'água. O sistema, muito utilizado na zona rural, e implantado na cidade no início de sua povoação, captava água de uma pequena queda cachoeira no riacho Prosa, atualmente localizada acima da rua Ceará entre as avenidas Afonso Pena e Ricardo Brandão. Por gravidade a água era levada, seguindo o traçado na atual rua 15 de novembro, paralelo ao Prosa, até desaguar no Segredo, atendendo chácaras e o perímetro urbano, no seu trajeto.
O serviço, único de extensão coletiva, chegou a ser regulamentado na reforma do código de posturas, em 1906, através de dois artigos:
Art. 31 - Todos que quiserem servir da água canalizada pelo rego existente serão obrigados a fazer pequenos regos até suas casas, tendo o cuidado de fazer bicas e tapar por cima quando atravessarem ruas e praças.
Art. 32 - Ninguém poderá proibir que passe por seus quintais a água que é destinada ao seu vizinho e nem lavar nela coisa alguma imunda que possa prejudicar o vizinho.
Inviabilizado financeiramente e comprometido pela contaminação ambiente, a municipalidade achou por bem desativá-lo, obrigando seus usuários a construir poços. A medida não agradou aos beneficiários, que em abaixo-assinado, reclamando a reativação do rego d'água, classificou a interrupção de injusta e prematura.
Para atender aos reclamantes, o vereador Amando de Oliveira apresentou projeto, aprovado e sancionado pelo intendente geral do município, propondo a concessão do serviço a terceiros, que deveriam arcar com os custos de manutenção e atender exigências ligadas à saúde pública.
Como não houve interessado em sua exploração, o rego d'água foi fechado, abrindo-se para a inspiração dos compositores locais de marchinhas carnavalescas que até 1914 ainda serviam de trilha sonora e enredo para as festas momescas.
FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua velha, in Pelas ruas de Campo Grande, (2a. edição), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008, página 84.
FOTO: Cachoeirinha, na rua Ceará, base do rego d'água..
16 de janeiro
1951 - Inaugurado trecho da ferrovia Brasil-Bolívia
Foi solenemente inaugurado o trecho da estrada de ferro Brasil-Bolívia, "a grande via de penetração que ligará, quando terminada, o porto brasileiro de Santos ao porto chileno de Arica, no Oceano Pacífico."
O trecho inaugurado vai de Corumbá a El Tinto, na Bolívia, na extensão de 470 quilômetros.
As cerimônias da inauguração foram realizadas com a presença de autoridades brasileiras e bolivianas. O governo brasileiro foi representado por uma grande comissão, à frente o general Nelson de Melo, que representou o presidente da República, dirigentes do Ministério de Viação e Obras Pública e representantes do Itamaraty.
FONTE: Diário de Notícias (RJ) 10 de janeiro de 1951.
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