terça-feira, 25 de janeiro de 2011

25 de fevereiro

25 de fevereiro

1866 - Expedicionários brasileiros atravessam o rio Negro

Rumo à Miranda, onde esperaria um ano até mudar-se para Nioaque e de lá para a fronteira, a força expedicionária brasileira, procedente de Coxim, transpõe o rio Negro. O relato é de Taunay, membro da comissão de engenharia e escritor da expedição:

No dia 25 de fevereiro, passamos o rio Negro numa pelota, transportando-nos para a sua margem esquerda, baixa, paludosa e coberta da mesma vegetação que já tínhamos observado do outro lado. Por espaço de que quarto de légua, nela lutamos com os obstáculos provenientes das enchentes do rio, sendo obrigados a novas passagens em pelota de corixas cheias de pyrisaes (lugares alagados) e à marcha em terreno sempre úmido e atoladiço. Abre-se depois o campo com cerrados ao longe, e achamo-nos na base da serra de Maracajú, que era o único meio de direção na procura da trilha que diziam ter sido aberta pelos fugitivos de Miranda, por ocasião da invasão deste distrito no ano passado. Com efeito avistávamos uma longa e continuada serrania que devíamos deixar à esquerda, fraldejando a sua aba e fugindo das águas que cobriam a estrada seguida no tempo seco até o rio Aquidauana.

FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, São Paulo, página 116. 


25 de fevereiro

1867 - Tropas deixam Nioaque rumo à fronteira paraguaia



A RETIRADA DA LAGUNA - Composição de Álvaro Marins (Seth)


Um mês acampada em Nioaque, depois de longa permanência em Miranda, as forças brasileiras, sob o comando o coronel Camisão, finalmente, iniciam a marcha sobre a fronteira paraguaia. O tenente Taunay,economizou palavras para registrar o fato:

Arrancou a coluna a 25 de fevereiro de 1867, indo acampar a uma légua da vila, à margem do rio Nioaque. Logo que pudemos, visitamos o comandante. Tinha a barraca sobre um montículo pedregoso, a meio abrigado por palmeiras que tornavam aprazível aquele local. Estava agitado: já para o rancho da tarde faltava gado.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, página 41.



25 de fevereiro

1891 - Anuladas as eleições para a Constituinte estadual



Assumindo o governo a 15 de fevereiro, por decreto estadual, o coronel Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, anulou as eleições de 3 de janeiro, realizadas em ambiente conturbado, verificando-se “elevada abstinência, tanto na sede do governo como nas demais cidades, dos amedrontados eleitores republicanos e, destarte, triunfara o Partido Nacional”, do presidente Antônio Maria Coelho, demitido do cargo pela denúncia de prática de arbitrariedades, antes e durante o pleito eleitoral. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 106

25 de fevereiro

1934 - Pane seca: acidente com avião da Condor entre Corumbá e Cuiabá

Aeronave da empresa Condor cai por falta de combustível no trajeto entre Cuiabá e Corumbá. É o segundo acidente em menos de três meses, conforme lamenta o Jornal do Comércio, de Campo Grande, em sua edição de 4 de março de 1934:










25 de fevereiro

1967 - Impeachment: Filinto defende Pedrossian


Filinto: senso de justiça e atitude coerente

Em carta ao seu sobrinho Gastão Müller, o senador Filinto Müller, assume a defesa do governador Pedro Pedrossian, que, sob a ameaça de cassação pela Assembleia Legislativa, sofria verdadeiro bombardeio da oposição e de setores de seu próprio partido, o antigo PSD:

(...) Todo o Mato Grosso sabe que defendi o Pedro das acusações que lhe eram feitas, não simplesmente porque era ele o nosso candidato, mas, essencialmente porque as considerava injustas, fruto do ódio, de despeito, de má fé. Como é que agora, quando os mesmíssimos inquéritos administrativos de há quase dois anos passados, sem tirar nem por, vêm à decisão final, posso eu ‘lavar as mãos’, recolher-me a uma atitude de indiferença? Essa não seria uma atitude digna. Se repudiei antes do pleito de 3 de outubro de 1965, tenho o dever de continuar a repudiá-las hoje. Não importam as consequências que eu possa vir a sofrer - como você imagina - por empenhar-me a fundo na defesa do Pedro e no repúdio aos inquéritos administrativos.


(...) O que importa é manter eu a coerência de atitudes que somente ela nos assegura o respeito próprio e, às vezes, o respeito dos demais... Admitindo, para argumentar, que o Pedro houvesse sido um carrasco para os nossos amigos, que houvesse desmandado no governo, que houvesse malbaratado a fortuna pública, ainda assim, eu continuaria a sustentar a atitude que mantive inalterada nestes dois anos quase, afirmando serem as acusações dos inquéritos administrativos do Ministério da Viação fruto de uma trama sórdida, uma iniqüidade, uma clamorosa injustiça. Estou certo de que você aplaudirá estas minhas atitudes. A esta hora você já terá lido, em mãos do Pinheiro, a exposição que fiz sobre o desfecho dos inquéritos. Você terá verificado, portanto, que mantive a minha coerência.




FONTE: Maria Manuela Renha de Novis Neves, Relatos políticos, Mariela Editora, Rio de Janeiro, 2001, página, 282.




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