1771 – Mato Grosso cede área a Goiás
Mato Grosso, visto na acessão de 1771 |
Autorizado por seus superiores, o governador da capitania de Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho envia ao seu colega de Goiás, Antonio Carlos Furtado de Mendonça, termo de acessão, estabelecendo novos limites entre Mato Grosso e Goiás. No termo de acessão, Mato Grosso aceita limites propostos pelo governo goiano, cuja divisa seria pelo rio das Mortes, desde o ponto de sua confluência no rio Grande (Araguaia) até a foz do Rio Pardo. Pelos limites propostos, caso a acessão tivesse prosperado, o território do atual estado de Mato Grosso do Sul não contaria com vasta área, incluindo os municípios de Camapuã, Paranaíba e Três Lagoas que, de acordo a redivisão proposta pertenceriam ao Estado de Goiás.
Virgílio Correa Filho, que mais detalhadamente, descreveu esse episódio, aponta as razões do governador para tomar a decisão favorável à capitania vizinha:
Visto ser "moralmente impossível poder-se nela (capitania) sustentar a pronta administração da justiça, nem a sua necessária defesa em uma fronteira tão dilatada, se acaso houvesse de estender ainda pela banda do leste até o rio Grande e Araguaia", perfilhou a divisória proposta pelo "Capitão-mor das conquistas João de Godoy Pinto da Silveira ao Governador e Capitão-General da Capitania João Manoel de Melo".
A linha raiana seria traçada pelos rios das Mortes e Pardo, ligados por poligonal, cuja demarcação retardaria a solução do problema.
No termo, "dado nesta capital de Vila Bela", Luis Pinto revela do mesmo passo a ânsia de reduzir a extensão da capitania, cujo governo lhe fora confiado, e a preferência por outros problemas, que lhe não permitiam enfronhar-se bem na questão dos limites.
O cotejo de suas cartas referentes ao assunto patenteia a carência de ideia firme a respeito, salvo a de apequenar a extensão de Mato Grosso, que se lhe afigurava imprescindível à administração e defesa.
Por conta dessa concessão, efetuada pelo governador Luiz Pinto de Souza Coutinho, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e, principalmente este, até recentemente ainda discutiam questões de limites com o vizinho Estado de Goiás.
FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 160. Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Instituto Nacional do Livro, Rio de Janeiro, 1969, página 389.
1º de abril
1865 - Combatentes de Laguna deixam o Rio
O coronel Manuel Pedro Drago, nomeado presidente da província de Mato Grosso e seus auxiliares e a comissão de engenheiros da força expedicionária destinada a combater os invasores do Paraguai no Sul de Mato Grosso, deixam o Rio. Taunay, que protagonizaria o episódio da retirada da Laguna, como principal escrivão da expedição, inicia seu diário da guerra:
A 1º de abril de 1865 e às 2 horas da tarde, saiu da Côrte, no vapor Santa Maria a comissão de engenheiros, bem como o presidente nomeado para a província de Mato Grosso, seus ajudantes de ordens e mais comitiva. Por ocasião da partida do Rio de Janeiro, compunha-se a comissão dos seguintes oficiais:
Tenente-coronel graduado do corpo do estado-maior de primeira classe, José de Miranda da Silva Reis, chefe.
Capitão do estado-maior de primeira classe, Antonio Florêncio Pereira do Lago, ajudante.
Primeiros-tenentes de engenheiros, José Eduardo Barbosa e Joaquim José Pinto Chichorro da Gama, idem.
Tenente do estado-maior de primeira classe, capitão Augusto dos Santos Rôxo, idem.
Segundo-tenente de engenheiros, João da Rocha Fragoso, idem.
Segundo-tenente de artilharia, Alfredo d'Escragnolle Taunay, idem.
Levava seis caixões de instrumentos para trabalhos de campanha, e grande material de pás, picaretas e alviões.
FONTE: Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, 1928, página 7.
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