quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

11 de março

11 de março

1865 - Paraguaios anunciam libertação de escravos em Corumbá





Jornal oficial do governo paraguaio publica notícia anunciando a libertação de escravos brasileiros, na Corumbá ocupada desde o início do ano:

O Taquari conduz a bordo uma infinidade de negros escravos que jaziam em poder em poder se seus amos, baixo ao chicote e a miséria em Corumbá; as armas vitoriosas do Paraguai sobre as hostes do Brasil, tem contribuído para deixar abandonados de seus amos estes seres desgraçados, que se encontraram quase mortos fome pelos desertos e montanhas, de onde foram recolhidos por nossos soldados e conduzidos a esta; estão em completa liberdade. Eles estão distribuídos em diferentes estabelecimentos trabalhando para si, alegres e prazerosos de tão inesperado bem que acabam de receber, que é a liberdade.¹

Ocupado em libertar negros escravos no Brasil, o Paraguai somente viria a abolir oficialmente a escravatura em seu território em 2 de outubro de 1869. De sua pequena população submetida à escravidão, a maioria esmagadora foi recrutada para a guerra. A abolição não chegou a beneficiar 500 negros. Os demais estavam em campos de batalha.²






FONTE: ¹Jornal El Semanario, (Assunção PY), 11 de março de 1865. ²Paraguai Teete.



11 de março
 

1866 - Taunay chega aos morros e se apaixona por uma índia chané






A comissão de engenheiros da força expedicionária, à frente das tropas estacionadas em Coxim, completam a subida da serra de Maracaju. O tenente Taunay, integrante do grupo conta como foi a chegada e permanência nos Morros:

No dia 11 de março, depois da subida, em extremo pitoresca, da serra de Maracaju, toda cheia de enormes lajes e pedras soltas, subida que descrevi nas Narrativas Militares e em que meu burro Paysandu se portou admiravelmente, chegamos ao alto, ao pouso dos refugiados da vila e do distrito de Miranda, que tinham ali ido ocultar-se desde fins de janeiro de 1865, por ocasião da invasão paraguaia.


Chamava-se o local Morros e compunha-se de dois verdadeiros acampamentos, um de João Pacheco de Almeida, em cuja casa nos hospedamos, e outro, a meia légua de distância, conhecido por Chico Dias, velho indiático de alguma influência.


Nos morros, onde as forças brasileiras permaneceram até julho, antes de seguirem para Miranda, o jovem Taunay, mantém um romance com "Antonia uma bela rapariga da tribo chooronó (guaná propriamente dita) e da nação chané, descrita pelo autor de Inocência, como muito "bem feita, com pés e mãos regularmente pequenos e mimosos, cintura naturalmente acentuada e fina, moça de quinze para dezesseis anos de idade, tinha um rosto oval, cútis fina, tez mais morena desmaiada do que acaboclada, corada até levemente nas faces, olhos grandes, rasgados, negros cintilantes, boca bonita ornada de dentes cortados em ponta, à maneira dos felinos, cabelos negros, bastos, muito compridos, mas um tanto ásperos".

Para tê-la, além de seu consentimento, agraciado com um colar de contas de ouro, que comprara em Uberaba por "quarenta ou cinquenta mil réis", Taunay teve que pagar ao pai dela uma espécie de dote: um saco de feijão, outro de milho, dois alqueires de arroz, uma vaca para corte e um boi montaria, "o que tudo importava, naquelas alturas e pelos preços correntes, nuns cento e vinte mil réis".

O pouco tempo de convivência do casal foi eternizado nas memórias do autor:

A bela Antônia apegou-se logo a mim e ainda mais eu a ela me apeguei. Em tudo lhe achava graça, especialmente no modo ingênuo de dizer as coisas e na elegância inata dos gestos e movimentos. Embelezei-me de todo por esta amável rapariga e sem resistência me entreguei exclusivamente ao sentimento forte, demasiado forte que em mim nasceu. Passei, pois, ao seu lado dias descuidosos e bem felizes, desejando de coração que muito tempo decorresse antes que me visse constrangido a voltar às agitações do mundo, de que me achava tão separado e alheio.


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Companhia Melhoramentos,SP, sd, página 22; Memórias, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1946, páginas 201 e 207.


11 de março


1880 - Nasce a Nhecolândia


Busto de Nheco em Corumbá
O cacerense Joaquim Eugênio Gomes da Silva, Nheco, funda a fazenda Firme, no município de Corumbá. A notícia é de Augusto César Proença, descendente do fundador:
 
"O local era uma tapera suja de bamburros e caraguatás. Tinha alguns esteios fincados, cobertos por ervas daninhas, cruzes espalhadas dentro do capão, cacos de telhas, ossos de animais, pedaços de potes de barros. Tinha também uma figueira copada no meio do lago macegoso e alagado, ao lado da qual Nheco e os camaradas fizeram um poço, muito mais tarde durante um período de seca. A história dessa fazenda começa aqui. Não é história de luta armada para conquista de uma terra. Não é a história de ambições desmedidas, de mando, de poder, de extermínio. Será mais uma história de bravura, de desapego ao conforto e à comodidade que as cidades ofereciam àquela época. Será a história de uma gente simples nos seus dizeres e fazeres. Otimista para enfrentar um ambiente tão rude e inóspito, distante dos centros civilizados. Será o reencontro com o passado de um povo que soube lutar por uma causa, construir e persistir numa região. A região que se chamaria Nhecolândia, em homenagem ao seu fundador".



FONTE: Augusto César Proença, Pantanal, gente, tradição e história, edição do autor, Campo Grande, 1992, página 88


11 de março


11 de março


1952 - Inaugurada a primeira emissora de Aquidauana

Entra no ar em caráter definitivo a Rádio Difusora, a primeira estação de rádio da cidade:

Com o prefixo ZYX-20, a emissora funcionou em ondas longas e teve como primeiro diretor o conhecido homem de imprensa, Elídio Teles de Oliveira, antigo diretor do Jornal do Sul.

A emissora funcionou inicialmente das 9 às 11, das 15 as 17 e das 19 as 22 horas, na frequência de 1.330 kilociclos, 226,25 metros, com 250 wats de força.

FONTE: 

1999 - Anunciado o Estado do Pantanal




Durante entrevista ao programa Tribuna Livre, apresentado por Rui Pimentel, na FM 95 de Campo Grande, o governador Zeca do PT anunciou sua disposição de propor a realização de plebiscito para mudança do nome de Mato Grosso do Sul para Estado do Pantanal. A proposta, que originou a criação de Liga pró-Estado de Pantanal, teve grande oposição, encabeçada pelo jornal Correio do Estado.


FONTE: Sergio Cruz, Pantanal estado das águas, Editora Primeira Hora, Campo Grande, 1999. Página 35.

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