sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

13 de maio

13 de maio

1908 -  Governo ataca e debela epidemia de varíola em Corumbá e Cuiabá

Governo de Mato Grosso comunica haver debelado epidemia de varíola em Corumbá e Cuiabá. As informações são prestadas em sua mensagem anual à Assembleia Legislativa:

"Ao assumir eu o governo em agosto de ano passado, reinava epidemicamente a varíola nesta capital e em Corumbá, manifestando-se alguns casos em S. Luis de Cáceres.

Como cumpria-me, tomei logo as providências que entendi mais eficazes não só para debelar e socorrer os enfermos indigentes, como também para impedi-lo de tomar maiores proporções já estendendo-se às localidades que ainda se achavam imunes, já crescendo de intensidade e extensão onde já grassava.

Em Corumb´s grassou ela geralmente e com alguma intensidade, não fazendo todavia grande número de vítimas, graças as imediatas providências tomadas pela pela comissão nomeada pelo meu antecessor, logo que manifestou-se o mal naquela cidade, onde ele se fez sentir durante alguns meses.

FONTE: Presidente Generoso Ponce, Mensagem à Assembleia Legislativa, 13 de maio de 1908.



13 de maio


1908 - Divisão do Estado: governo inicia guerra à insurreição sulista 



Bento Xavier foi o líder da insurreição separatista no Sul do Estado

Em longo relatório à Assembléia Legislativa, o presidente Generoso Ponce descreve as movimentações do rebelde Bento Xavier no Sul do Estado e das providências tomadas para contê-lo:

"Informado do que lá se passava de grave contra a ordem pública e mesmo ameaçador à integridade do Estado; não podendo nem devendo ficar indiferente aos acontecimentos, que dia a dia tomavam maior vulto, reclamando prontas e enérgicas providências, tive de organizar, como sabeis, uma expedição militar, que daqui partiu a 30 no referido mês de novembro.

Compôs-se a força expedicionária de 177 homens, sendo 120 praças de polícia e 50 do exército e 7 oficiais a saber: 2 do exército e 5 da polícia, bem como o 1° tenente do exército dr. Emílio de Castro Brito, que acompanhou o contingente de linha que daqui (Cuiabá) seguiu.

Em Corumbá recebeu ela outros recursos bélico, cedidos pelo governo da União, por se tratar de um movimento revolucionário em pontos de nossa fronteira com a República do Paraguai, como são aqueles onde se agitavam os bandidos capitaneados por Bento Xavier, sobre quem desde muito pesavam graves acusações como grande defraudador, pelo contrabando das rendas federais e do Estado". 

No documento qualifica-se o caudilho gaúcho de contrabandista ousado e ladrão de gado, mas, reconhece-se que havia em seu movimento o propósito de se “proclamar a separação do Sul”.


Essa expedição de que trata o presidente Generoso Ponce, não chegou a alcançar Bento Xavier que, fugiu com seus combatentes para a vizinha república paraguaia. 

O relatório é um dos primeiros documentos de autoridade cuiabana reconhecendo movimento divisionista no Sul, antes relegado a simples caso de polícia, sem implicação política.



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Editora Pongetti, Rio, 1952, página 498.


13 de maio

1963 - Nasce Reinaldo Azambuja

Filho de Roberto de Oliveira Silva e Zulmira Azambujanasce em Campo Grande, Reinaldo Azambuja da Silva. Pecuarista, iniciou sua carreira política em Maracaju, onde foi prefeito por dois mandatos (1997-2005). Presidiu a Assomassul, Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul. Em 2006 elegeu-se deputado estadual e quatro anos depois (2010) chega à Camara dos Deputados.
Em 2012, disputa a eleição para prefeito de Campo Grande, mas não consegue chegar ao segundo turno. Em 2014 vence a eleição para governador do Estado, derrotando no segundo turno o senador Delcídio do Amaral (PT). Reelegeu-se em 2018, disputando o segundo turno com o juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT).
Seu governo destacou-se com a parceria com os prefeitos, política de valorização do servidor público e prioridade para a saúde pública. No primeiro governo destacou-se com o programa Caravanas da Saúde, que percorreu todo o Estado, com a marca, "a caravana passa e a saúde fica". No segundo mandato, o governo assumiu, através do Prosseguir, programa de coordenação central, a vanguarda de combate ao Coronavírus. Mato Grosso do Sul esteve entre os três primeiros estados a vacinar toda a população adulta.

FONTE: Com informações da Via Morena, Campo Grande, 2021.



13 de maio

1976 - Criado o município de Eldorado





Fundado em 1954 pelo astrólogo Omar Cardoso, é emancipado o distrito de Eldorado, desmembrado do município de Iguatemi, no extremo sul do Estado. A lei de iniciativa do deputado Paulo Saldanha (Arena) foi sancionada pelo governador Garcia Neto. O primeiro prefeito interino foi o vereador Milton Aparecido Nava, que tomou posse em 2 de fevereiro de 1977. A primeira Câmara Municipal, eleita em outubro de 1976 teve a seguinte composição: Cristiano Vites da Silva, Milton Aparecido Nava, Antonio Passos Fioravante, David Crepaldi, Benedito da Silva, Hori Saldanha Vargas e Dário Rodrigues Salazar.



FONTE: Hildebrando Campestrini, Eldorado, Memória e riquezas, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, página 161.


13 de maio


1984 - O despejo do século


O governo do Mato Grosso do Sul promove o maior despejo de sua história. Cerca de 1000 famílias que haviam ocupado uma gleba da Someco, no município de Ivinhema são retiradas com violência pela polícia de Wilson Martins, comandada pessoalmente pelo secretário de Segurança Pública, Aleixo Paraguassu (foto).

Sob chuva fina e grossa intolerância da autoridade policial, as famílias foram atiradas em cima de carrocerias de caminhões e transportadas para Ivinhema, a mais de 50 quilômetros e jogadas em frente à igreja católica. 


O movimento, que seria o embrião do MST, foi coordenado pelos próprios trabalhadores, a maioria brasiguaios (brasileiros que moravam no Paraguai) e teve o apoio da Comissão Pastoral da Terra e do bispo de Dourados, Dom Teodardo Leitz.


Alguns dias depois, os despejados foram removidos para a vila de São Pedro, em Dourados, onde acamparam numa área pertencente à igreja. Em seguida, o governo do Estado adquiriu uma fazenda de 2.500 hectares no município de Nioaque, onde aqueles que continuaram na luta foram assentados. É o atual assentamento Padroeira do Brasil.


O episódio do despejo foi descrito pelo bispo de Dourados, em seu Segunda Carta Aberta ao Povo de Deus, de 19 de maio de 1984, e publicada no Diário do Congresso Nacional, de 24 seguinte, por solicitação do deputado Sergio Cruz (PMDB), que participou da luta aos lado dos sem-terra.
Na carta, Dom Teodardo lamenta que a “tentativa dos sem-terra de obter um pedaço de chão para produzir o pão” tenha sido frustrada pela “expulsão dos mais de mil ocupantes da área em questão, o que foi feito no dia 14 de maio, mediante uma operação da polícia militar que mobilizou para tanto um grande contingente”.


A desocupação – segundo o bispo – “se desenrolou debaixo de uma chuva fria, não deixando de ter desnecessárias pressões contra os despejados, gente humilde e sofrida, mas com uma fé inabalável em Deus e na sua causa.
 
Receberam a força policial de joelhos, com cantos e orações, os braços levantados em súplica para o céu. Obedeceram as ordens, desarmaram seus pobres barracos, umas tantas vezes ‘ajudados’ pelos policiais e levaram seus pobres pertences ao rio que separa a área da fazenda vizinha. Passando em pequenos barcos para o outro lado, tiveram que andar a pé ainda uns três quilômetros por claros brejos e sempre debaixo de chuva, até alcançar os caminhos os caminhões que estavam à sua espera”.

A área questionada seria desapropriada um ano depois, transformando-se em assentamento rural, ocupado pelos brasiguaios. A sede do loteamento, Novo Horizonte do Sul, virou cidade e foi emancipada em 1995. 


FONTE: Sergio Cruz, Conflito de Ivinhema, violência contra os trabalhadores sem terra, Câmara dos Deputados, Brasília, 1984.

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