segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

17 de abril

17 de abril

1867 - Vanguarda das tropas brasileiras chega à fronteira




Primeiro destacamento da força expedicionária brasileira de combatentes ao exército paraguaio, alcança, finalmente, a fronteira Brasil-Paraguai. O momento é descrito por Taunay:

Quem comandava este destacamento era um capitão da guarda nacional do Rio Grande do Sul, Delfino Rodrigues de Almeida, mais conhecido pelo apelido paterno de Pisaflores, homem enérgico a cuja bravura todos prestávamos homenagem. Vimo-lo olhar fixamente para o oeste; de repente, partido de diferentes pontos reboou um grito: A fronteira! Da elevação onde se achava o destacamento avistava-se com efeito a mata sombria do Apa, limite das duas nações.

Momento solene este, em que entre oficiais e soldados não houve quem pudesse conter a comoção! O aspecto da fronteira que demandávamos a todos surpreendeu. É que realmente era novo. Podiam alguns já tê-la visto, mas com olhos do caçador ou do campeiro, indiferentes. A maior parte dos nossos dela só haviam ouvido vagamente falar; e agora ali estava à nossa frente como ponto de encontro das duas nações armadas, e como campo de batalha.


FONTE: Taunay, A Retirada da Laguna (16ª edição brasileira), Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, página 51.

FOTO: imagem meramente ilustrativa.


17 de abril

1917 - Nasce em Cuiabá, Roberto de Oliveira Campos
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Roberto de Oliveira Campos, economista, diplomata e professor, nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em 17 de abril de 1917 e faleceu no dia 09 de outubro de 2001, no Rio de Janeiro, RJ.
Filho do professor Waldomiro Campos e de D. Honorina de Campos, casou-se com Stella e teve três filhos - Sandra, Roberto e Luís Fernando. Formou-se em Filosofia em 1934 e em Teologia em 1937, nos Seminários Católicos de Guaxupé e Belo Horizonte. Ingressou no Serviço Diplomático Brasileiro em 1939, por concurso. Mestrado em Economia pela Universidade George Washington, Washington D. C. Estudos de pós-graduação na Universidade de Columbia, Nova York. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova York, NY, 1958. Doutor Honoris Causa pela Universidade Francisco Marroquim, Guatemala, 1996. Ex-deputado Federal pelo PPB - RJ por duas legislaturas (1990 / 1998), após cumprir oito anos de mandato como senador (1982 / 1990) por Mato Grosso, sua terra natal. Foi embaixador em Washington e em Londres. Participou, ao lado de Eugênio Gudin, do Encontro de Bretton Woods, que criou o Banco Mundial e o FMI - Fundo Monetário Internacional, negociou os créditos internacionais do Brasil no pós-guerra (origem da Companhia Siderúrgica Nacional - Volta Redonda), coordenou as ações econômicas do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento e Coordenação Econômica durante o Governo Castelo Branco. Defensor incondicional das liberdades democráticas e da livre iniciativa durante mais de 40 anos, em palestras, conferências, livros e artigos, defendeu a inserção do Brasil no contexto da economia internacional, com base na estabilidade monetária, na redução do tamanho e da influência da máquina administrativa nas atividades produtivas e na modernização das relações entre o Estado e a sociedade.
No seu ideário, estiveram as reformas da Constituição, da Previdência Social, fiscal e partidária, além da aceleração do processo de privatização das empresas estatais. Criador do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -, da Caderneta de Poupança, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (posteriormente com o apêndice Social) e do Estatuto da Terra, que se adotado na década de 70, teria evitado os conflitos posteriores. Crítico ferrenho do dirigismo estatal, irônico nos comentários sobre as teses e diatribes esquerdizantes e profundo observador das transformações sócio-político-econômicas do mundo, Roberto Campos foi, também, um juiz de si mesmo.
Em seu mais comentado livro, A Lanterna na Popa, fez uma auto-avaliação da trajetória como diplomata, economista e parlamentar, descrevendo detalhes da convivência com John Kennedy, Margareth Thatcher, Castelo Branco, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Jânio Quadros.
Atividades Profissionais:
Conselheiro Econômico da Comissão de Desenvolvimento Econômico Brasil-Estados Unidos (1951 / 1953).
Diretor, Gerente Geral e Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (1952 / 5 / 9).
Secretário-geral do Conselho de Desenvolvimento Econômico (1956 / 1959).
Professor das cadeiras de Moeda e Crédito e Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia, Universidade do Brasil (1956 / 1961).
Embaixador itinerante para negociações financeiras na Europa Ocidental (1961).
Delegado a Conferências internacionais, inclusive ECOSOC e GATT (1959 / 1961).
Embaixador do Brasil nos Estados Unidos (1961 / 1961).
Ministro de Estado para o Planejamento e Coordenação Econômica (1964 / 1967).
Membro do Comitê Interamericano para a Aliança para o Progresso, representando o Brasil, Equador e Haiti (1964 / 1967).
Presidente do Conselho Interamericano de Comércio e Produção (CICYP) (1968 / 1970).
Embaixador do Brasil na Corte de Saint James (1975 / 1982).
Senador da República, representando o Estado de Mato Grosso (1983 / 1990).
Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro, eleito em outubro de 1990 e reeleito em 15 de novembro de 1994.
Membro da Junta de Governadores do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento Internacional (Canadá).
Membro da Junta de Diretores da Fundação de Recurso para o Futuro (USA).
Membro do Grupo dos Trinta, sobre reforma monetária (USA).
Membro do Conselho consultivo do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade de Stanford (USA).
Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento - COMUDES - da Cidade do Rio de Janeiro (1999).
Membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (1999).
Roberto Campos foi o sétimo ocupante da Cadeira 21, eleito em 23 de setembro de 1999, na sucessão de Dias Gomes e recebido pelo Acadêmico Antonio Olinto em 26 de outubro de 1999. Foi o segundo imortal de Mato Grosso. O primeiro foi D. Aquino Correa, também cuiabano.
FONTE:  Academia Brasileira de Letras.

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