1892 – Jango Mascarenhas assume contra-golpe no Sul
Quartel de Nioaque, tomado pelo exército popular de Jango Mascarenhas |
Voltando de Miranda a cavalo, em Nioaque, o coronel João Ferreira Mascarenhas passa a enviar circular aos seus amigos e liderados em toda a região, comunicando sua adesão ao movimento para debelar o golpe militar contra o governo de Manoel Murtinho. Está do lado de Generoso Ponce, o comandante da revolução. Miguel A Palermo, lugar-tenente de Mascarenhas dá detalhes:
“Não tenho, dizia ele, entre outras coisas na referida circular, notícias positivas de Cuiabá e da sorte de nossos irmãos de ali, muito menos lembraram-se de nós, para acompanhá-los nesses movimentos políticos, porém tem obrigação de fazê-lo espontaneamente, se existirem em nossa alma os princípios de patriotismo e se quisermos dar nome aos nossos municípios.
Tenho compreendido que chegou o momento de poder demonstrar à Nação inteira os elementos valiosos com os quais contamos neste torrão do Estado, a nossa índole, a nossa vontade e o nosso amor à Pátria – é certamente um sacrifício, mas devemos juntar-nos para que os inimigos da ordem e tranquilidade pública conheçam o próprio dever e respeitem a soberania popular, ultrajada por poucos ambiciosos, sustentados por um coronel insubordinado e rebelde ao governo federal e por oficiais indisciplinados que diariamente mancham a farda que deveriam manter impoluta.
Qualquer sacrifício é pequeno diante do nosso dever, e tenhamos presente que o nosso comportamento nesta justa causa será uma prova solene que daremos ao ilustre governador do Estado e a S. Ex. o Vice-Presidente da República do nosso devotamento, que, sem dúvida, frutará em nosso favor aquele afeto que deve procriar neles o amor do bem comum e a nossa felicidade e segurança serão somente objeto dos seus cuidados" etc. etc.
FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque evolução politica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 49.
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