2 de junho
1847 - Circula A Gazeta Cuiabana
Impresso na tipografia do governo, passa a circular em Cuiabá, o bi-semanário A Gazeta Cuiabana, órgão destinado a publicar atos oficiais e não oficiais. Na primeira página, em todas as edições trazia as seguintes informações:
Publica-se às quartas-feiras e sábados que não forem dias santos e de festas nacionais. O preço da assinatura é 6$000 rs. por ano, 3$200 por seis meses e 1$800 por trimestre, pagos adiantados, e os números avulsos vendem-se a 100 reis na casa da tipografia. Os anúncios a 100 reis por linha.
Sua apresentação ocupa toda a primeira página da edição n° 1:
"A administração do Exm. Sr. Doutor João Crispiniano Soares, que desde o dia 5 de abril último parece modelada para trazer tantos bens à Província de Mato Grosso, já pelo que respeita a sua não desconhecida ilustração, já porque os seus atos só respiram a religiosa observância da Constituição e das leis e o desejo incansável de concorrer no desempenho da Imperial confiança quanto em si couber para a prosperidade de uma província, que a imperícia das passadas solipsas administrações há tornado decadente, acaba de dar um passo que assaz demonstra não serem infrutíferas as esperanças que os cuiabanos nutrem de irem os melhoramentos da Província de Mato Grosso em progresso, tanto quanto permitem suas tristes circunstâncias peculiares, com a publicação da Gazeta Cuiabana, que tendo por fim o dar publicidade aos atos do Governo de Sua Magestade o Imperador tendentes à Província, da respectiva Presidência, Assembleia Legislativa e mais autoridades secundárias, conseguirá sem dúvida o instruir a todos daquilo que a todos interessa.
Não temos para tanto a obrigação de mexer-nos com ninguém na arena política, porque não só falta-nos para isso a necessária aptidão, como também por ser-nos inibidos pela leis orgânicas do estabelecimento tipográfico da Província o tratar em seu jornalismo de semelhante objeto. Temos pois de nos contentar em satisfazer somente aos leitores com a publicação de algumas boas ideias acerca da literatura, história, moral, religião, ciências, artes e indústria, que nos forem transmitidas por pessoas inteligentes ou que depararmos nos autores clássicos, e mesmo em outros jornais, além das notícias relativas aos melhoramentos e tranquilidade pública da Corte e mais províncias do Império. Se isto não for suficiente para preencher a expectação pública sempre ávida de grandes coisas, seja-nos permitido dizer que aguardem por elas, depois de havermos trabalhado para obtê-las, pois grandes resultados são só consequências de grandes esforços e sacrifícios, e que melhor é satisfazermos com o pouco, que ficarmos com coisa nenhuma, desejando-se somente o muito.
Do Redator".
FONTE: jornal A Gazeta Cuiabana, 2 de junho de 1847.
2 de junho
1867 – Retirada da Laguna: tropas chegam ao Canindé
Após a sofrida travessia do Rio Miranda, completada no dia anterior e que durou três dias, a coluna brasileira que se retira da Laguna, chega a Canindé, a três léguas de Nioaque:
Esta marcha forçada efetuou-se maravilhosamente, apesar da chuva copiosíssima que caiu durante todo o trajeto, levando então cada corpo os seus doentes. No Canindé achei sinais da passagem dos paraguaios. Carros queimados existiam no caminho, estando o chão coberto de farinha e arroz.
A soldadesca comeu, enfim, apanhando tudo que foi encontrando, depois de 22 dias de cruel fome, durante os quais a ração de simples carne era tão diminuta, que repartiam-se
FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, SP, 1942, página 182.
FOTO: cena da retirada da Laguna. Meramente ilustrativa.
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