2 de maio
1825 - Langsdorff prepara-se para deixar Porto Feliz rumo a Camapuã
Saída de monção de Porto Feliz, quadro de José Ferraz de Almeida Júnior |
O conde de Langsdorff, chefe da missão científica russa, que, procedente do Rio de Janeiro, chegara no dia anterior a Porto Feliz, sem perda de tempo, prepara-se para a grande aventura em territórios de Mato Grosso e Amazonas. A saída para Camapuã dar-se-ia a 23 de junho. A azáfama dos aprontos é acompanhada pelo conde em seu diário de viagem:
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Além disso, despachamos o material de História Natural coletado até agora para seu lugar de destino, que é São Petesburgo (via Rio de Janeiro). Certo de estar prestando um serviço à humanidade, mandei colher cainca, raiz medicinal muito eficaz contra hidropsia e que existe em grande quantidade nesta região.
Estamos hospedados em uma residência particular. Não obstante todos os gêneros alimentícios serem muito baratos, é muito difícil encontrá-los. Carne bovina, só uma vez por semana, aos sábados. Como chegamos num domingo, fomos obrigados a matar hoje um porco, para ter carne fresca. Para conservá-la é preciso mandar salgá-la logo. Nem por todo dinheiro do mundo se conseguiam comprar galinhas, verduras, ovos, leite,cebola ou outros mantimentos. Só aos domingos, quando o pessoal do campo tem que vir para a missa".
FONTE: Georg Heinrich Langsdorff, Os diários de Langsdorff (volume II), Associação Internacional de Estudos Langsdorff, Rio de Janeiro: Fiocruz, 1997, página 83.
2 de maio
1879 - Dom Luis D’Amour chega a Cuiabá
Procedente do Maranhão chegou à capital de Mato Grosso para assumir a vaga deixada por dom José Antônio dos Reis, falecido em 1876, o bispo dom Luis. Estevão de Mendonça registrou o evento:
“Às 10 horas da manhã uma salva de artilharia, dada no acampamento Couto Magalhães, anunciou a aproximação do paquete Coxipó, e poucos minutos depois se ouviam os repiques dos sinos de todas as igrejas da cidade.
Grande multidão, o presidente da província dr. João José Pedrosa, senhoras, colegiais, autoridades civis e militares seguiram para o porto de desembarque, onde já se encontrava a companhia de artífices do Arsenal de Guerra com a sua banda de música e um parque de artilharia. Em frente à igreja de São Gonçalo achava-se postado o 21o Batalhão de Infantaria.
(...) Cercado por imensa multidão, assim caminhou S.Exa. desde à margem do rio até a porta principal da igreja de São Gonçalo, onde recebeu da Força Militar ali postada, as continências devidas e ajoelhou-se em um coxim de damasco que estava sobre um tapete, descreveu A Província de Mato Grosso".
Dom Luis foi o primeiro bispo de Cuiabá a visitar o Sul do Estado, onde esteve em 1886 nos seguintes lugares: Corumbá, Miranda, Nioaque, Vacaria e Campo Grande.
FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973. Página 213.
2 de maio
1932 - Corumbaenses defendem volta à legalidade democrática
Líderes políticos e empresariais de Corumbá em telegrama ao governador gaúcho, Flores da Cunha, um dos líderes do movimento pró-constituinte, hipotecam solidariedade à campanha pelo restabelecimento da democracia, suspensa pelo governo provisório, instituído pela revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas:
"Identificado na comissão central de Cuiabá, organizadora do partido político que inscreve como tese fundamental do seu programa o retorno do país à ordem legal, em nome dessa organização partidária neste município, apresentamos ao Rio Grande do Sul, na pessoa do seu ilustre filho e chefe de governo, a nossa solidariedade à patriótica cruzada pela volta do país ao regime constitucional. Respeitosas saudações. - (ass) Barros Maciel, Nicola Scaffa, Antonio Medeiros, Batista Mota, Fernando Barros, Apopio Andrade, João Leite Coutinho, Vandoni Barros, Jissuy Mangabeira Neto, Manoel Pereira da Silva, Theodomiro Serra. Manoel Gomes Silva, Gonçalo Barros, Indalécio Proença, Marçal Silva, Cid Figueiredo, Silvério Antunes de Souza, Fernando Wanderley, Estevão Gomes Filho, Agostinho Mônaco, Leopoldo Peres, Pedro Paulo de Barros e Agripino Bonilha".
Na Guerra Paulista, de 9 de julho, que tinha a constitucionalização como principal causa formal, Flores da Cunha preferiu aderir à reação getulista e as guarnições militares de Corumbá permaneceram fiéis ao governo.
FONTE: Diario da Noite (RJ), 02/07/1932.
2 de maio
1943 - Presidente do Paraguai em Campo Grande
De passagem para o Rio de Janeiro, onde foi recebido no dia 5 pelo presidente Getúlio Vargas, esteve em Campo Grande, o presidente da República do Paraguai, general Higino Morinigo. Seus passos, desde sua saída de Porto Esperança, no dia anterior até sua chegada à capital da República, são seguidos pelos enviados especiais e correspondentes da Agência Nacional, responsável pela divulgação de sua agenda no país. A estada do presidente paraguaio em Campo Grande teve o seguinte registro:
Em Campo Grande o trem especial
O trem presidencial deixou Porto Esperança, às 17 horas, chegando hoje às 8,40 a esta cidade. Em todo o trajeto - estações de Miranda, Taunay, Guia Lopes, Aquidauana, Camisão, Piraputanga, Laguna, Palmeiras, Cachoeirão, Murtinho, Pedro Celestino, Terenos, Jaraguá e Indubrasil - reconheceu-se o empenho das populações em distinguir e aplaudir o presidente Higino Morinigo.
Recebidos por altas autoridades
O presidente Higino Morinigo e sua comitiva foram recebidos na estação da Noroeste do Brasil, nesta cidade, pelo interventor Júlio Müller, o general Mário Xavier, comandante da 9a. Região Militar, o prefeito local Demóstenes Martins, o cônsul do Paraguai, o juiz de direito da comarca e outras autoridades civis e militares, além de incalculável massa de povo.
As homenagens prestadas ao general Morinigo
Depois das manifestações populares, que receberam na estação o presidente Higino Morinigo e sua comitiva, em automóveis, foram conduzidos pela principal artéria da cidade, passando o cortejo entre alas de povo que aclamava delirantemente os presidentes dos dois países amigos. Dirigindo-se ao palanque armado à praça da Liberdade, o presidente Higino Morinigo assistiu ao desfile militar em sua honra, passando depois revista às tropas em companhia do comandante da 9a. Região Militar, general Mário Xavier. Em seguida, S. Excia. foi ao Círculo Militar, onde o cônsul do Paraguai, nesta cidade, tenente-coronel Henrique Godoi Caceres, fez a apresentação dos representantes da colônia paraguaia de Campo Grande. Do Círculo Militar o presidente Higino Morinigo se dirigiu à sede do Rádio Clube.
O interventor Julio Müller saúda o presidente paraguaio
O interventor Júlio Müller ofereceu uma recepção ao general Morinigo e à sua comitiva na sede do Rádio Clube, presentes o comandante da 9a. Região Militar e o prefeito da cidade. Saudando o presidente da nação paraguaia o interventor matogrossense disse:
"Nesta hora trágica para a humanidade, como para o Brasil, as solenidades cívicas não são, nem poderiam ser, mero afloramento de alegria fugaz ou de entusiasmo sem raízes. São elas, ao contrário, como rajadas de estímulo, palpitações da alma brasileira fortificando o civismo e fixando propósitos firmes para realizações impreteríveis como o está a exigir a realidade presente. Assim pensando foi que vim a esta progressista Campo Grande para ter a honra insigne e a satisfação que ora sinto de apresentar a V. Excia. e a sua Excia a sra. Higino Morinigo e à ilustre comitiva de V, Excia. os votos de boas vindas de todos os matogrossenses, de todos os meus patrícios que aqui vivem e trabalham unidos e coesos sob a orientação segura e sábia do sr. presidente Getúlio Vargas. A V. Excia. e à Exma. sra. Higino Morinigo e a todos os membros da brilhente comitiva de V. Excia. os nossos votos de feliz permanência no Brasil".
O general Morinigo agradece
Agradecendo o discurso de saudação do interventor Julio Müller, o presidente Morinigo pronunciou na sede do Rádio Clube algumas palavras de agradecimento onde elogiou o progresso do Estado de Mato Grosso e a ação da tropa da 9a. Região Militar.
O presidente paraguaio deixou Campo Grande no dia seguinte.
FONTE: jornal A Noite (RJ) 3 de maio de 1943.
1943 - Presidente do Paraguai em Campo Grande
De passagem para o Rio de Janeiro, onde foi recebido no dia 5 pelo presidente Getúlio Vargas, esteve em Campo Grande, o presidente da República do Paraguai, general Higino Morinigo. Seus passos, desde sua saída de Porto Esperança, no dia anterior até sua chegada à capital da República, são seguidos pelos enviados especiais e correspondentes da Agência Nacional, responsável pela divulgação de sua agenda no país. A estada do presidente paraguaio em Campo Grande teve o seguinte registro:
Em Campo Grande o trem especial
O trem presidencial deixou Porto Esperança, às 17 horas, chegando hoje às 8,40 a esta cidade. Em todo o trajeto - estações de Miranda, Taunay, Guia Lopes, Aquidauana, Camisão, Piraputanga, Laguna, Palmeiras, Cachoeirão, Murtinho, Pedro Celestino, Terenos, Jaraguá e Indubrasil - reconheceu-se o empenho das populações em distinguir e aplaudir o presidente Higino Morinigo.
Recebidos por altas autoridades
O presidente Higino Morinigo e sua comitiva foram recebidos na estação da Noroeste do Brasil, nesta cidade, pelo interventor Júlio Müller, o general Mário Xavier, comandante da 9a. Região Militar, o prefeito local Demóstenes Martins, o cônsul do Paraguai, o juiz de direito da comarca e outras autoridades civis e militares, além de incalculável massa de povo.
As homenagens prestadas ao general Morinigo
Depois das manifestações populares, que receberam na estação o presidente Higino Morinigo e sua comitiva, em automóveis, foram conduzidos pela principal artéria da cidade, passando o cortejo entre alas de povo que aclamava delirantemente os presidentes dos dois países amigos. Dirigindo-se ao palanque armado à praça da Liberdade, o presidente Higino Morinigo assistiu ao desfile militar em sua honra, passando depois revista às tropas em companhia do comandante da 9a. Região Militar, general Mário Xavier. Em seguida, S. Excia. foi ao Círculo Militar, onde o cônsul do Paraguai, nesta cidade, tenente-coronel Henrique Godoi Caceres, fez a apresentação dos representantes da colônia paraguaia de Campo Grande. Do Círculo Militar o presidente Higino Morinigo se dirigiu à sede do Rádio Clube.
O interventor Julio Müller saúda o presidente paraguaio
O interventor Júlio Müller ofereceu uma recepção ao general Morinigo e à sua comitiva na sede do Rádio Clube, presentes o comandante da 9a. Região Militar e o prefeito da cidade. Saudando o presidente da nação paraguaia o interventor matogrossense disse:
"Nesta hora trágica para a humanidade, como para o Brasil, as solenidades cívicas não são, nem poderiam ser, mero afloramento de alegria fugaz ou de entusiasmo sem raízes. São elas, ao contrário, como rajadas de estímulo, palpitações da alma brasileira fortificando o civismo e fixando propósitos firmes para realizações impreteríveis como o está a exigir a realidade presente. Assim pensando foi que vim a esta progressista Campo Grande para ter a honra insigne e a satisfação que ora sinto de apresentar a V. Excia. e a sua Excia a sra. Higino Morinigo e à ilustre comitiva de V, Excia. os votos de boas vindas de todos os matogrossenses, de todos os meus patrícios que aqui vivem e trabalham unidos e coesos sob a orientação segura e sábia do sr. presidente Getúlio Vargas. A V. Excia. e à Exma. sra. Higino Morinigo e a todos os membros da brilhente comitiva de V. Excia. os nossos votos de feliz permanência no Brasil".
O general Morinigo agradece
Agradecendo o discurso de saudação do interventor Julio Müller, o presidente Morinigo pronunciou na sede do Rádio Clube algumas palavras de agradecimento onde elogiou o progresso do Estado de Mato Grosso e a ação da tropa da 9a. Região Militar.
O presidente paraguaio deixou Campo Grande no dia seguinte.
FONTE: jornal A Noite (RJ) 3 de maio de 1943.
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