1876 - Números oficiais: Sul de Mato Grosso tem 449 escravos
Em sua mensagem à Assembleia Legislativa provincial, o governador de Mato Grosso, Hermes da Fonseca, que na República chegou à Presidente do Brasil, após relatar os esforços do governo para indenizar proprietários de escravos que os libertarem, nos termos do decreto-lei 5135 de 13 de novembro de 1872, apresentou dados estatísticos mostrando uma população de 7.064 escravos no Estado de Mato Grosso. A maioria,mais de 15.000, está concentrada em Cuiabá. Nos municípios do Sul, há registro de escravos nos municípios de Corumbá (179), Miranda (178) e Paranaíba (102).
Na mensagem o governador dá conta de haver mandado a esses municípios, mais Poconé, Diamantino, São Luiz de Cáceres e Mato Grosso ao Norte, a quantia de pouco menos de 20 contos de réis para auxiliar na indenização para liberdade de negros escravos. Desse total, 3 contos de réis são da arrecadação de uma loteria extraída pelo governo, especialmente para esta finalidade.
FONTE: Mensagem do governo do Estado à Assembleia Legislativa provincial, Cuiabá, 1876, página 42.
3 de maio
1883 - Circula em Cuiabá o primeiro número de A República
3 de maio
1902 - Inaugurada a estação telegráfica de Coxim
"Muito se trabalhou na preparação de postes, na ornamentação do edifício da estação. A 1° de maio entrou a linha na Vila, sendo ligada à estação, ao mesmo tempo que o acampamento era instalado na praça da igreja. O dia 2 foi empregado em ultimar os preparativos para inauguração da linha: terminou-se a limpeza da praça e da rua, preparou-se um caramanchão, colocaram-se banderinhas, deram-se os últimos retoques.
No dia 3, data do descobrimento do Brasil, foi solenemente inaugurada a estação com um banquete e um baile, sendo, no ato da inauguração, franqueada ao público a sala dos aparelhos. Fiz um discurso, exaltando a Mulher, pensando quanto devia eu à inspiração da minha, no cumprimento de meus árduos deveres".
FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural do Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969, página 151.
3 de maio
1910 - Corumbá inicia construção da primeira enfermaria do hospital de caridade
3 de maio
1933 - Eleição para a Assembléia Nacional Constituinte
Realiza-se no Estado a eleição para os representantes de Mato Grosso, com os seguintes candidatos: Partido Constitucionalista, Alberto Trigo de Loureiro, Eduardo Olímpio Machado e Gabriel Vandoni de Barros; Partido Liberal Mato-grossense, Generoso Ponce Filho, José dos Passos Rangel Torres, Francisco Vilanova e Alfredo Correa Pacheco; e Liga Eleitoral Católica, Generoso Ponce Filho, Virgílio Alves Correa, Gabriel Vandoni de Barros e Francisco Vilanova.
À véspera do pleito, o governo provisório, por decreto, cassou os direitos políticos de Eduardo Olímpio Machado, Alberto Trigo de Loureiro e Gabriel Vandoni de Barros, que recorreram e conseguiram a anulação integral das citadas eleições.
Nova eleição realizou-se no dia 17 de setembro.
FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1972, página 171.
3 de maio
1937 - Banespa inaugura agência em Campo Grande
É festivamente inaugurado o Banco do Estado de São Paulo, na 14 de Julho esquina com a Afonso Pena, em Campo Grande. Presentes ao evento, vários diretores do banco e um convidado especial, o jornalista Assis Chateaubriand. Manuel Azambuja foi o seu primeiro gerente.¹
Presente à solenidade, o escritor Ulisses Serra, testemunhou o seguinte episódio:
"Quando a pequena, mas grande turma, já estava naquele estado de euforia preconizado por Hemingway - que é a terceira dose de uísque - começou a exigir, em tom de algazarra: FALA CHATEUABRIAND! A mesa maior quebrou o protocolo e passou a apoiar a menor. Fala, Fala Chateuabrinad:
O grande jornalista e homem do mundo, embora estivesse em recinto de cidade ainda sertaneja, não se arriscou ao improviso. Vendo sobre o balcão do bar uma bobina de papel de embrulho, cor-de-rosa, gritou ao garçon que o servia: - Acuda-me, meu filho, com um pedaço de papel!
Escreveu ali mesmo o discurso. Começou por dizer que era repórter e não orador; sabia escrever, mas não sabia falar. Depois num estilo personalíssimo, inconfundível, voltou-se para os paulistas presentes e de dedo em riste, voz forte e ameaçadora acusou-os: - Esses paulistas, matogrossenses, roubaram o vosso ouro no passado, levando-o atrevidamente no dorso das monções! Agora eles o vem devolver amoedado.
Naquele ambiente, já de trepidação e entusiasmo, todos nivelados pela mesma alegria comum, útil ao estreitamento rápido de conhecimentos recíprocos, entre nós daqui e aqueles que vinham operar em nossa praça, sibilei um aparte: - E os juros de mora?
O dono do império dos Associados, voltou-se mais uma vez para os paulistas, com a mesma ênfase anterior: - Devedores retardatários, impontuais, paguem-nos com os juros de mora. E se forem corretos, mesmo, capitalizem-nos!
A essa altura, esqueceu-se do papel de embrulho cor-de-rosa que tinha nas mãos. E continuou num crescendo maravilhoso, empolgante, sob frenéticas palmas de todos, da pequena e da grande mesa. Quebraram-se as últimas e frágeis barreiras de convencionalismo para operar-se rapidamente uma grande confraternização e um largo bate-papo depois. Mais tarde, muito da caravana, guiados pelos donos das nossas noites estreladas - Issa e Badinho, foram conhecer o resto da cidade.
Aquele discurso, pela alegria que trouxe ao banquete, castigado de protocolo, de números, de cifras e de programas, foi providencial. Além de um discurso esponencial e antológico".²
FONTE: Paulo Coelho Machado, Rua Principal, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1991, página 35. Ulisses Serra, Camalotes e guavirais, Editora Clássico-Científica, São Paulo, 1971, página 107.
3 de maio
1977 - Anunciada a criação do Estado de Campo Grande
Em nota oficial divulgada pelo rádio e pela televisão, o presidente Geisel anunciou a divisão do Estado de Mato Grosso, com a criação de um novo Estado, denominado Campo Grande. A nota da Presidência da República na íntegra:
"O Poder Executivo, após demorado estudo da questão, concluiu pela conveniência de criar um novo Estado na região Sul de Mato Grosso.
Hoje o Presidente da República comunicou ao governador do Estado de Mato Grosso essa conclusão e determinou que se constitua, no Ministério da Justiça, um grupo interministerial para preparar o projeto de lei complementar a ser submetido à alta consideração do Congresso Nacional.
A modernização do quadro político geográfico na fronteira Oeste do Brasil atende aos reclamos do desenvolvimento daquela área, que apresenta reais possibilidades de um grande surto de progresso nos próximos anos, criadas as condições da administração regional que se fazem necessárias. Ambos os Estados, tanto na região do Sul - Campo Grande, como, principalmente do Norte - Mato Grosso - em sua nova expressão territorial receberão da União apoio financeiro, quer na forma de ajuda para despesas iniciais de custeio, quer de investimentos complementares que acelerem a ultrapassagem da presente etapa de desenvolvimento, como é do interesse da região e do Brasil em seu conjunto".
FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 163.
1933 - Eleição para a Assembléia Nacional Constituinte
Realiza-se no Estado a eleição para os representantes de Mato Grosso, com os seguintes candidatos: Partido Constitucionalista, Alberto Trigo de Loureiro, Eduardo Olímpio Machado e Gabriel Vandoni de Barros; Partido Liberal Mato-grossense, Generoso Ponce Filho, José dos Passos Rangel Torres, Francisco Vilanova e Alfredo Correa Pacheco; e Liga Eleitoral Católica, Generoso Ponce Filho, Virgílio Alves Correa, Gabriel Vandoni de Barros e Francisco Vilanova.
À véspera do pleito, o governo provisório, por decreto, cassou os direitos políticos de Eduardo Olímpio Machado, Alberto Trigo de Loureiro e Gabriel Vandoni de Barros, que recorreram e conseguiram a anulação integral das citadas eleições.
Nova eleição realizou-se no dia 17 de setembro.
FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1972, página 171.
3 de maio
1937 - Banespa inaugura agência em Campo Grande
Assis Chateaubriand, convidado ilustre para a inauguração do banco paulista |
Presente à solenidade, o escritor Ulisses Serra, testemunhou o seguinte episódio:
"Quando a pequena, mas grande turma, já estava naquele estado de euforia preconizado por Hemingway - que é a terceira dose de uísque - começou a exigir, em tom de algazarra: FALA CHATEUABRIAND! A mesa maior quebrou o protocolo e passou a apoiar a menor. Fala, Fala Chateuabrinad:
O grande jornalista e homem do mundo, embora estivesse em recinto de cidade ainda sertaneja, não se arriscou ao improviso. Vendo sobre o balcão do bar uma bobina de papel de embrulho, cor-de-rosa, gritou ao garçon que o servia: - Acuda-me, meu filho, com um pedaço de papel!
Escreveu ali mesmo o discurso. Começou por dizer que era repórter e não orador; sabia escrever, mas não sabia falar. Depois num estilo personalíssimo, inconfundível, voltou-se para os paulistas presentes e de dedo em riste, voz forte e ameaçadora acusou-os: - Esses paulistas, matogrossenses, roubaram o vosso ouro no passado, levando-o atrevidamente no dorso das monções! Agora eles o vem devolver amoedado.
Naquele ambiente, já de trepidação e entusiasmo, todos nivelados pela mesma alegria comum, útil ao estreitamento rápido de conhecimentos recíprocos, entre nós daqui e aqueles que vinham operar em nossa praça, sibilei um aparte: - E os juros de mora?
O dono do império dos Associados, voltou-se mais uma vez para os paulistas, com a mesma ênfase anterior: - Devedores retardatários, impontuais, paguem-nos com os juros de mora. E se forem corretos, mesmo, capitalizem-nos!
A essa altura, esqueceu-se do papel de embrulho cor-de-rosa que tinha nas mãos. E continuou num crescendo maravilhoso, empolgante, sob frenéticas palmas de todos, da pequena e da grande mesa. Quebraram-se as últimas e frágeis barreiras de convencionalismo para operar-se rapidamente uma grande confraternização e um largo bate-papo depois. Mais tarde, muito da caravana, guiados pelos donos das nossas noites estreladas - Issa e Badinho, foram conhecer o resto da cidade.
Aquele discurso, pela alegria que trouxe ao banquete, castigado de protocolo, de números, de cifras e de programas, foi providencial. Além de um discurso esponencial e antológico".²
FONTE: Paulo Coelho Machado, Rua Principal, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1991, página 35. Ulisses Serra, Camalotes e guavirais, Editora Clássico-Científica, São Paulo, 1971, página 107.
3 de maio
1977 - Anunciada a criação do Estado de Campo Grande
Em nota oficial divulgada pelo rádio e pela televisão, o presidente Geisel anunciou a divisão do Estado de Mato Grosso, com a criação de um novo Estado, denominado Campo Grande. A nota da Presidência da República na íntegra:
"O Poder Executivo, após demorado estudo da questão, concluiu pela conveniência de criar um novo Estado na região Sul de Mato Grosso.
Hoje o Presidente da República comunicou ao governador do Estado de Mato Grosso essa conclusão e determinou que se constitua, no Ministério da Justiça, um grupo interministerial para preparar o projeto de lei complementar a ser submetido à alta consideração do Congresso Nacional.
A modernização do quadro político geográfico na fronteira Oeste do Brasil atende aos reclamos do desenvolvimento daquela área, que apresenta reais possibilidades de um grande surto de progresso nos próximos anos, criadas as condições da administração regional que se fazem necessárias. Ambos os Estados, tanto na região do Sul - Campo Grande, como, principalmente do Norte - Mato Grosso - em sua nova expressão territorial receberão da União apoio financeiro, quer na forma de ajuda para despesas iniciais de custeio, quer de investimentos complementares que acelerem a ultrapassagem da presente etapa de desenvolvimento, como é do interesse da região e do Brasil em seu conjunto".
FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 163.
Nenhum comentário:
Postar um comentário