1945 – Inaugurada a nova igreja matriz de Rio Brilhante
Capela de madeira, construída em 1906 |
Igreja matriz de Rio Briçhante, inaugurada em 1945 |
Com a presença do monsenhor Rodolfo Wohlrab, administrador da Diocese de Corumbá, o padre comissário Cipriano Bassler inaugurou a segunda sede da matriz de Rio Brilhante. Iniciada em dezembro de 1941, quando a cidade ainda se chamava Caiuás, a obra atendeu as atividades da igreja católica na cidade até 1972, quando foi inaugurado novo templo.
A missão de construir o novo templo em Rio Brilhante é revista pelo frei Pedro Knob:
Ao chegarem em Entre Rios, os franciscanos encontraram uma velha capela de madeira construída em 1906. Era pequena, com capacidade para umas cem pessoas. Dois anos antes, já havia sido formada uma comissão para angariar fundos para uma nova igreja. Era urgente a construção porque a antiga já estava a ponto de cair. Mas por falta de recursos não se começou logo. Ainda no termo da visita pastoral de 24 de maio de 1940, o bispo de Corumbá, D. Vicente B. M. Priante, registrou: "Exorto a começar logo que puder a nova igreja". Finalmente, após muitos anos de esforços, deu-se início à obra da nova igreja matriz no dia 3 de dezembro de 1941. Não havendo operários em condição de levantar a igreja, ficaram os alicerces abertos um ano inteiro. Além disso o povo começou a reclamar não ser possível fazer uma igreja tão grande. Então, o vigário Frei Leandro Schnabel, depois de conversar com diversos cidadãos e com as autoridades da cidade, resolveu erguer uma igreja de dimensões menores, reduzindo-a de 30x10 m para 23x8 m. Mas o padre visitador, Frei Mateus Hoepers, ao ver, em 1943, a igreja iniciada, considerou-a 'uma pequena capela'. Finalmente, em 29 de abril de 1945, ela ficou pronta e com a presença de monsenhor Rodolfo Wohlrab, o administrador da Diocese de Corumbá após a morte de D. Vicente, o padre comissário Frei Cipriano Bassler inaugurou solenemente a nova igreja matriz.
FONTE: frei Pedro Knob, A Missão Franciscana do Mato Grosso, Edições Loyola, São Paulo, 1988, página 226.
29 de abril
1984 – Trabalhadores sem terra ocupam gleba Idalina
Mais de mil famílias, oriundas do extremo Sul do Estado e do Paraguai, ocupam de madrugada a gleba Idalina, às margens do rio Guiraí no município de Ivinhema. A área de mata pertencia à empresa colonizadora Someco, de São Paulo. No dia 13 de maio ocorreu o despejo, considerado até então o maior da história de Mato Grosso do Sul. Esta invasão desencadearia o processo político da luta pela terra no Estado, coordenado pelo MST, Fetagri, CUT e outras organizações ligadas aos trabalhadores rurais. Os ocupantes de Idalina, nas negociações frustradas para permanência na área invadida, tiveram o apoio da CPT, Comissão Pastoral da Terra, através do bispo Teodardo Leitz, de Dourados e do deputado Sergio Cruz (PMDB-MS). Era governador do Estado Wilson Barbosa Martins (PMDB) e secretário de Segurança Pública Aleixo Paraguassu.
Acampados numa área pertencente à igreja católica, na vila de São Pedro, em Dourados, os despejados em Idalina foram assentados numa fazenda adquirida pelo governo estadual no município de Nioaque, o assentamento Padroeira do Brasil. A área desocupada no município de Ivihema, foi desapropriada pelo governo Sarney e transformada no assentamento Novo Horizonte do Sul, formado por brasiguaios, brasileiros que estavam no Paraguai. Novo Horizonte do Sul foi emancipado em 1995.
FONTE: Sergio Cruz, Conflito de Ivinhema, violência contra os trabalhadores sem terra, Câmara dos Deputados, Brasília, 1984.
FOTO: Diário da Serra, de Campo Grande.
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