quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

30 de abril

30 de abril

1786 - Comissão técnica inicia missão no Pantanal



Por ordem do governador Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, comissão formada pelo capitão engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos e astrônomos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida deixa Vila Bela da Santíssima Trindade, então capital da capitania de Mato Grosso, com destino ao forte Coimbra e Cuiabá, com a finalidade de mapear e fixar as coordenadas geográficas da região do Pantanal. A missão durou quatro meses e explorou além das grandes lagoas, os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e desembocadura de seus afluentes.

O início da aventura pantaneira está no Diário da Viagem, de Francisco José de Lacerda e Almeida:

ABRIL 30 - Os encarregados desta diligência, que foram o capitão Ricardo Franco de Almeida Serra, o Dr.Antonio Pires da Silva Pontes e eu, partimos de Vila Bela com uma parte da comitiva, em que também ia Manoel Rebelo Leite, porta-estandarte dos Dragões, e almoxarifado das demarcações e alguns soldados pedestres e fomos pernoitar 4 léguas fora da vila no sítio de um F. Xavier.

A chegada em Cuiabá, procedente do forte de Coimbra, deu-se em 1° de setembro.

FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 29.

FOTO: serras do Pantanal, de Francisco José de Lacerda. Acervo Biblioteca Luso-brasileira.

30 de abril

1865 - Cuiabá recebe com festas, tenente Mello, o herói de Coimbra
A cidade de Cuiabá recebe festivamente, o tenente João de Oliveira Mello, que ecerrava uma marcha de cinco meses a pé, pelo Pantanal, desde Corumbá, à frente de um grupo de soldados, com quem combateu em Coimbra e moradores de Corumbá que fugiam da vila, covardemente abandonada pelo comandante militar brasileiro e ocupada pelo exército e marinha paraguaios. A epopéia do tenente Melo e sua chegada triunfal à capital da província foi registrada no Boletim do governo:
"Era de muito esperado nesta capital o Tenente do Corpo de Artilharia da província, João de Oliveira Mello. 
Seus feitos de valor no combate de Coimbra, e depois deste ao ver abandonados em uma escuna nas margens do Paraguai, defronte de Corumbá, os seus camaradas e uma porção de homens, mulheres e crianças, no infausto dia da infeliz evacuação de Corumbá, atraíram-lhe as bênçãos e as simpatias de toda a família cuiabna.
Sua conduta eminentemente nobre e caridosa com toda essa comitiva que, no meio das mais árduas provações e distinta abnegaçãopor lugares ínvios e pantanosos, sem quebra de disciplina e sem prejuízo de armamento da parte dos soldados, conduziu a esta capital, lhe captou a estima, amizade e consideração de todos os habitantes de Mato Grosso, sem exceção de crenças políticas, de idade, sexo e profissão.
A notícia de sua aproximação a esta capital estes sentimentos comprimidos, abafados, fizeram explosão e uma espontaneidade popular deu em resultado uma festa para a qual não houve juiz, não houve diretor, porque não foi um ato de ninguém, foi do povo.
Um programa se levantou e este programa deixava a vontade e discrição dos que quisessem a ida ao encontro do tenente Mello a quem a sua comitiva apelida de pai e salvador.
Poucos dias eram passados depois daquele programa e a 29 deste soube-se da chegada do tenente Mello ao Coxipó, uma légua distante da cidade, imediatamente concorreu a cumprimentá-lo grande número de cidadãos, e a pedir-lhe a demarcação da hora em que na seguinte manhã havia fazer a sua entrada ; e foi designada as 7 horas.
No dia 30 a cidade se achava revestida de gala, decoradas as ruas do Areão, Snr. dos Passos, Direita e Bella do Juiz.
Um arco triunfal elevava-se em frente da catedral tendo no pedestal de cada lado um anjo sustentando o estandarte ouriverde e um índio símbolo do Brasil.
A ansiedade popular era indizível, cada qual procurava saber a hora da partida ao encontro.
As 6 da manhã foi o tenente Mello cumprimentado no Coxipó pelo sr. general Augusto Leverger e por outros cavaleiros.
O sr. Leverger ao encontrá-lo manifestou-lhe os sinais de benemerência de que se havia tornado credor, apelidando-o não só de distinto oficial como de excelente cidadão; e compungido da sorte e miséria dos componentes daquela grande comitiva, entregou-lhe uma subscrição aberta em favor deles e a quanti da 100$000 com que se assinará.
As 6 e meia horas manhã desfilava a população para o largo do Areão e diversos cidadãos a cavalo acompanhando ao comandante superior interino da guarda nacional e seus oficiais, seguido de uma banda de música, para o Coxipó.
No lugar denominado Gambá foi o tenente Mello encontrado com sua comitiva pelos cavaleiros, e aí parando ecoaram os vivas repetidos, ao brioso soldado, ao distinto cidadão, ao valente da pátria, ao benemérito do povo.
Terminadas essa ovações seguiu o préstito e chegando ao largo do Areão foi obrigado a parar ante a multidão entusiástica que o esperava".
Cumpridas algumas formalidades, segue o cortejo até a Catedral no largo da Sé, onde foi celebrada uma missa. Logo em seguida a multidão reuniu-se no largo, onde o tenente Mello recebeu a homenagem, atrás de uma proclamação do presidente da província, Alexandrino Manoel Albino de Carvalho.

FONTE: O Boletim da Imprensa, Cuiabá,  4 de maio de 1865. 

30 de abril

1925 – Coluna Prestes entra em Mato Grosso





Sob o comando de João Alberto, a vanguarda dos rebeldes deixa o território paraguaio e começa a ganhar o Sul de Mato Grosso. Domingos Meirelles é quem melhor conta esta história:

“A maior parte da tropa segue desmontada. O aspecto dos soldados e oficiais é andrajoso; estão todos descalços e quase nus, com a barba e os cabelos longos caídos sobre o peito e os ombros. A coluna é seguida por cerca de 50 mulheres, todas de aspecto miserável, que acompanham os gaúchos desde o Rio Grande.

Os primeiros combates realizados em Mato Grosso são surpreendentes. A tropa do governo, apesar da superioridade de suas forças, é rapidamente envolvida em Panchita, nas imediações de Ponta Porã, pelos homens de João Alberto. Os gaúchos, que conseguiram bons cavalos na região de Amambai, no sul de Mato Grosso, sentem-se agora retemperados e prontos para enfrentar o inimigo como faziam em seus pagos: atacando-o de surpresa em rápidas e empolgantes cargas de cavalaria.

Em poucas horas, os rebeldes obtiveram vitória fulminante: apoderaram-se de 20 caminhões do Exército e fizeram cerca de 100 prisioneiros. Ao ser informada de que os revolucionários tinham vencido a primeira batalha, a guarnição que defende Ponta Porã se retira da cidade em pânico, abandonando o sistema de trincheiras circulares escavado em volta do quartel. Sentindo-se desamparada e ameaçada pelas histórias de crueldades que o governo espalhara sobre os rebeldes, a população refugia-se na localidade vizinha de Pedro Juan Caballero, pequena vila em território paraguaio, bem em frente a Ponta Porã.

Desguarnecida, Ponta Porã é invadida pelos paraguaios, que saqueiam o quartel do Exército e levam o que pode para Pedro Juan Caballero, com a aquiescência das autoridades locais: móveis, louças, fardas, polainas. A pilhagem só não se estende ao comércio e às casas de família porque os rebeldes ocupam a cidade e expulsam os invasores".

FONTE: Domingos Meireles, A noite das grandes fogueiras,Editora Record, Rio, 1995, página 382.

FOTO: reprodução do livro Memória: janela para a História, de Wilson Barbosa Martins.


30 de abril

1925 - Celebrado contrato para abertura de estrada entre Coxim e Campo Grande

É firmado contrato entre a Intendência Municipal de Coxim, representada por Daniel Cesário da Silva, 1° vice-intendente do município, em exercício, e o agrimensor Teodoro da Silveira Melo, residente em Campo Grande, "para a construção de uma estrada de rodagem para automóveis, que se entroncará na outra, vinda de Campo Grande, até os limites deste município".

Iniciada no mês seguinte a rodovia, nos termos contratuais, seria entregue no dia 31 de agosto daquele ano.

FONTE: Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Editoria Ruy Barbosa, Campo Grande 1995, página 138.


30 de abril

1967 - Interurbano chega a Cuiabá





Foi festivamente inaugurado o serviço interurbano de Cuiabá, com investimento de NCr$ 200.000.000,00 da Teleoste, concessionária da telefonia no Estado, Companhia Telefônica do Estado e governo de Mato Grosso. O evento ganhou as manchetes dos jornais e recebeu status de fato histórico:

Depois de longa espera, finalmente inaugura-se hoje o serviço telefônico de interurbano de Cuiabá. A TELEOESTE é a responsável pela iniciativa de ligar Cuiabá com o resto do Brasil e do mundo. A capital de Mato Grosso deixa de ser a partir de hoje uma cidade isolada por esse moderno meio de comunicação que é o serviço telefônico interurbano. Uma comitiva de ilustres personalidades estará presente hoje às solenidades de inauguração da TELEOESTE em Cuiabá.

À frente o empresário Humberto Neder, diretor-presidente da Teleoeste, a solenidade de lançamento do serviço contou com a presença de toda a alta direção da empresa, autoridades locais, convidados do Rio de Janeiro e São Paulo, do governador de Mato Grosso, Pedro Pedrossian e de Plínio Barbosa Martins, prefeito de Campo Grande.

FONTE: Jornal Tribuna Liberal, (Cuiabá) 30 de abril de 1967.
 
 

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