sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

6 de maio

6 de maio


1867 - Tropas brasileiras tomam a fazenda Laguna no Paraguai



Coronel Camisão, comandante das forças brasileiras de ocupação


As tropas brasileiras, sob o comando do coronel Carlos Camisão atacam a fazenda Laguna, do presidente Solano Lopez, em território paraguaio:

“Na madrugada de 6 de maio foram os paraguaios acordados ao som de nossas descargas, sendo incontinenti ocupado o acampamento inimigo. Glória imensa coube à nossa soldadesca! O entusiasmo era indescritível! Nesta ocasião os paraguaios desmascaravam a força de que dispunham. Mais de 700 cavaleiros carregaram por vezes à infantaria brasileira, ao passo que duas bocas de fogo atiravam sobre ela inúmeros projetis. As partes deste combate vão juntas e minuciosamente relatam os seus brilhantes episódios. Muitas lanças, armas, cavalos, arreios e ponchos revieram para o nosso acampamento, pois que haviam os dois corpos recebido ordem para se retirarem, apenas os inimigos cedessem campo".


A estratégia paraguaia viria a ser descoberta apenas depois da incursão dos soldados brasileiros sobre seu território:


“O inimigo que ocultava sua força, retirou-se como sempre, deixando-nos estrada franca até a Invernada de Laguna, onde acampamos, a 8,5 léguas do rio Apa, na esperança de obter algum gado. Várias vezes foram os nossos batalhões proteger os campeiros, sendo sempre incomodados por partidas de cavalaria, as quais sem fazerem frente a nossos soldados, impediam contudo, totalmente a execução do que pretendíamos".



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, (16a. edição) Edições Melhoramentos, São Paulo, 1963, página 178.








6 de maio

1889 - Assume o cargo o primeiro sub-delegado de Campo Grande


Joaquim Vieira, nomeado pelo delegado de Nioaque, para titular da sub-delegacia de polícia de Campo Grande, envia ofício,comunicando o evento, ao seu chefe em Cuiabá:

"Tenho a honra de comunicar a Va. Exa. que nesta data entrei em exercício do cargo de subdelegado de polícia para o qual fui nomeado em da de 7 de março p.passado, tendo prestado juramento em 29 de abril como consta da cópia que junto a este".

Com ele assumem também o escrivão João Carlos de Assis Ferreira, os inspetores de quarteirão Francisco Gonçalo Martins e Antonio Francisco de Almeida e o oficial de justiça Manuel Estáquio dos Santos.


FONTE:Emílio Garcia Barbosa, Esboço histórico e divagações sobre Campo Grande, in Série Memória Sul-mato-grossense (volume XIV), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, página 218.




6 de maio




1912 -Sedição divisionista em Ponta Porã





O capitão Antônio Neto de Azambuja, comandante do 17o R.C. de Ponta Porã chefia revolta armada, mandando prender importantes autoridades locais, entre elas, o coronel Baltasar Saldanha, chefe da política local, e o sr. Marcos Fioravanti.

Os tenentes Armindo de Almeida Rego, Antônio Lacerda Gomes, Álvaro Antunes da Cruz e sargentos Cícero Mangini, Manoel Maiolino de Brum, Cícero de Oliveira ‘Mandobi’ e José Cavalcanti da Silva Brabo, segundo Pedro Ângelo da Rosa, não acompanharam a revolta e se reuniram em casa do tenente João Cândido Pereira de Castro Júnior, sob as ordens do capitão Carvalho. Pela tarde, a tropa revoltada, em número de 28 homens, levando em carretas o armamento e fardamento existentes no quartel, seguiram até Sepi Cuê, a uns seis quilômetros da cidade, onde acamparam tranquilamente sem a menor precaução. Ignorava o capitão Azambuja, que no quartel os elementos militares, reunindo civis, preparavam a reação, tendo a Brigada Cambará ocultado uma quantidade de mosquetões, que ficaram no regimento. O objetivo do capitão Azambuja era marchar até Amambai, para incorporar um contingente de civis, partidários de Bento Xavier, armá-los e voltar para Bela Vista a fim de bater a tropa da polícia do major Gomes e unir-se a Bento Xavier, iniciando novamente a revolução no Sul do Estado.


Organizado no quartel o plano de ataque aos revoltosos, no dia 9 às quatro horas da madrugada, dois contingentes devidamente armados e municiados, seguindo o capitão Carvalho com a cavalaria atacaram o inimigo pela frente, no que foram auxiliados pela guarda de José Manvailer, que acometeu-o pelo flanco esquerdo. A retaguarda foi atacada pelo contingente do tenente Castro Júnior, que seguiu a pé pelos fundos da invernada do quartel e Santo Tomaz.
Desfechado o ataque os revoltosos, aos quais já se haviam reunido alguns civis, que estavam acampados na costa do banhado de Sepí Cuê, foram surpreendidos e desbaratados, deixando quatro mortos e quatro feridos em campo, inclusive o capitão Azambuja, que na ocasião tomava mate tranquilamente, na sua barraca e recebeu sete ferimentos.


O armamento foi retomado e os feridos e prisioneiros foram conduzidos ao quartel, tendo abortado o objetivo da revolta, pelo seu fracasso inicial".



FONTE: Pedro Ângelo da Rosa, Resenha histórica de Mato Grosso, Livraria Rui Barbosa, Campo Grande, 1962, página 65.


6 de maio

1925 - Morto em Nioaque o coronel Antonio Gomes

É morto a tiros em Nioaque, o coronel Antonio Gomes da Silva. Alagoano, combatente legalista na guerra de Canudos, onde lutou com sargento do exército, em Mato Grosso, conseguiu patente de major da polícia e tornou-se figura importante tanto na segurança como na política. Como chefe, na polícia, notabilizou-se quando derrotou o gaúcho Bento Xavier, nas batalhas finais na insurreição separatista, liderada pelo célebre maragato, na fronteira Brasil - Paraguai (1907-1911), na Caetanada, revolta contra o governo do presidente Caetano de Albuquerque (1916) e no comando de um batalhão do exército, na resistência aos revoltosos de São Paulo, em Três Lagoas (1924). Na política, foi deputado estadual e, quando foi morto, era candidato numa chapa de consenso para 2° vice-presidente do Estado.

As primeiras notícias de sua morte, mostram que "a cena de sangue de que resultou a morte do coronel Antonio Gomes Ferreira da Silva, candidato indicado pelos próceres da política matogrossense para 2° vice-presidente do Estado, deu-se naquela cidade, no dia 6 do corrente, no momento em que ele discutia com várias pessoas sobre a organização de forças para auxiliar o general Malan na defesa das fronteiras daquele Estado contra a invasão das forças revolucionárias.

O coronel Gomes encontrava-se em Campo Grande, em companhia de sua família, de passagem para São Paulo, quando o general Malan o convidara para reorganizar as forças que a seu mando, tomaram parte, ano passado na repressão dos revoltosos de São Paulo. O coronel Gomes teria aceitado o convite do general e telegrafado a seus amigos de Nioaque, recomendando-lhe que se fossem reunindo enquanto ele acompanharia a sua família a São Paulo, regressando imediatamente, para pôr-se à frente de seus companheiros.

Estes, porém, lhe teriam contestado, negando-se filiarem-se às forças sob seu comando, alegando faltas que para com eles cometera o coronel Antonio Gomes, quando da campanha do ano passado e declarando-lhe que desta vez se filiariam às forças que se achavam em organização sob o comando do coronel Quincas Nogueira. Enfurecido com o procedimento dos seus antigos camaradas, o coronel Gomes ter-se-ia dirigido imediatamente para Nioaque, em automóvel, deixando sua família em Campo Grande.

O primeiro cuidado que teria tido ao chegar em Nioaque, fora procurar o coronel Quincas Nogueira, para uma explicação. Em companhia deste sr. encontravam-se um seu sobrinho, filho do sr. Avelino Nogueira e mais alguns outros adeptos da sua facção. Desde o primeiro instante, a discussão teria tomado um caráter de recíproca agressão e, em dado momento, quando o sobrinho de Quincas Nogueira proferira ao coronel palavras injuriosas, este não se contivera e, com certeira pontaria, teria alvejado o ofensor, que caia ali mesmo, já sem vida.

Ato contínuo, os companheiros de Quincas Nogueira teriam descarregado os seus revólveres sobre o coronel Gomes, que igualmente falecia instantaneamente".

FONTE: O Combate (SP), 28/05/1925.

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