1870 - Isenção para os ingleses em Corumbá
Acusando o recebimento de aviso do fim da Guerra do Paraguai, o governo britânico aproveita para agradecer ao Brasil a concessão de "isenção, concedida por dois anos, dos direitos de exportação e consumo ao porto de Corumbá, em Mato Grosso":
Legação de Sua Majestade. Petrólis, 9 de abril de 1870 - sr. ministro - Tenho a honra de acusar a recepção de circular de V. Ex. de 4 do corrente, comunicando-me oficialmente a grata notícia da terminação da guerra no Paraguai.
Renovando a V.Ex. as minhas congratulações pelo feliz restabelecimento da paz, aproveito-me com prazer desta ocasião para reconhecer de novo, da maneira mais veemente, a humanidade, o cuidado e a bondade que tiveram com os súditos britânicos no Paraguai, S.A. Real o comandante em chefe , os oficiais e as praças das forças brasileiras naquele país, aos quais muitos deles devem a vida.
Concordo inteiramente com V.Ex. em que a livre navegação dos rios, que banham a república, deve contribuir para promover os interesses gerais da civilização e do comércio, e posso assegurar a V.Ex. que o governo de Sua Majestade terá com grande satisfação conhecimento das vistas do governo de Sua Majestade Imperial relativamente à importância da livre eleição do governo do Paraguai.
Comunicarei imediatamente ao meu governo a isenção concedida por dois anos, dos direitos de exportação e consumo ao porto de Corumbá, em Mato Grosso.
Aproveito-me desta oportunidade para renovar a V.Ex. a segurança de minha mais alta consideração.
- À S.Ex. o sr. barão de Cotegipe, etc.etc. - Geroge Backley Mathew.
FONTE: Jornal do Commercio (RJ) 14 de abril de 1870.
9 de abril
1899 – Totó Paes cerca a Assembléia em Cuiabá
Não reconhecendo o resultado da eleição que favorecia ao coronel Generoso Ponce e ao seu candidato João Felix, o usineiro Antônio Paes de Barros, Totó Paes, aliado aos Murtinhos, dissidentes de Ponce, com exército de mercenários, invade Cuiabá e decide impedir à força o reconhecimento do resultado eleitoral pela Assembleia Legislativa, que é cercada e o seu presidente, o próprio Generoso Ponce, recebe, redigido com irônica sutileza, o seguinte ultimato:
Tenho a honra de comunicar-vos que se acha a Divisão Patriótica – Campos Salles – organizada com o fim especial de garantir a Assembleia Legislativa do Estado no julgamento da eleição procedida a 1º de março último nos cargos de presidente e vice-presidente do Estado no futuro quatriênio a começar de 15 de agosto. A notícia de tratar-se do assunto do corpo de polícia militar, do armamento de paisanos em grande número, vindo do interior, do entrincheiramento das ruas desta cidade principalmente das que rodeariam o edifício onde funciona a Assembléia, de todo este aparato bélico de que é testemunha a população inteira desta capital, tomada de natural terror, inspirou a idéia de reunir a divisão patriótica sob o meu comando afim de assegurar no meio desta atmosfera de ameaças à independência dos representantes do povo sobre cujo ânimo talvez se tenha pretendido atuar por tal forma para alcançar a aprovação de uma série de atas de eleições simuladas em prejuízo da justiça e da verdade do regime republicano.
Contando com o apoio patriótico que lhe é oferecido, poderá a Assembleia no exercício de uma das suas mais elevadas atribuições, obrar mais livremente, anulando ou aprovando como entender em sua sabedoria, as eleições que vão ser apuradas sem que os seus dignos membros tenham a recear qualquer consequência de votos que derem no desempenho da delicada missão a eles conferidas por lei.
Na persuasão de que prestamos assim um serviço às instituições que nos regem, assegurando o seu funcionamento regular na situação anormal que atravessa o Estado, cabe-me solicitar que transmitais à Assembleia o conhecimento das verdadeiras intenções que animam a divisão patriótica e o seu respeito e acatamento às deliberações que forem legitimamente decretadas por ela. Saúde e fraternidade. Antônio Paes de Barros.
No dia seguinte, Ponce envia ofício ao coronel Totó Paes, recusando o "apoio". CLIQUE AQUI e veja a resposta de Ponce.
FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Páginas 68 e 69.
FOTO: prédio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em Cuiabá, na atual rua Pedro Celestino, esquina com a rua Campo Grande. Foto extraída do Album Grphico de Matto-Grosso, 1914.
9 de abril
2019 - Acadêmico morto por engano desencadeia a maior operação policial de MS
A execução do acadêmico de Direito, Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos, foi um crime que chocou a sociedade de Mato Grosso do Sul e ocasionou a operação Omertà, do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O jovem foi morto quando manobrava o veículo do pai na garagem de casa, no jardim Bela Vista, em Campo Grande. Matheus foi assassinado com tiros de fuzil AK-47.
O alvo do assassinato era o pai dele, o capitão da reserva da PM, Paulo Roberto Xavier e, em menos de dois anos, a força tarefa de investigação, havia formulado a denúncia contra os suspeitos, acusando Jamil Name e seu filho Jamil Name Filho, como mandantes e os ex-guardas municipais José Moreira Freires, o Zezinho e Juanil Miranda Lima. Foram indiciados como integrantes da quadrilha, o policial civil aposentado Valdenilson Daniel Olmedo, apontado como um dos gerentes do grupo, o ex-guarda civil Mercelo Rios e de Eurico dos Santos Mota, hacker contratado para monitorar o capitão Xavier.
Antes mesmo da formalização da denúncia, a 26 de novembro, o juiz da 2a. Vara Criminal de Campo Grande, já havia decretado a prisão preventiva dos sete por esse homicídio.
A investigação evoluiu para a descoberta de uma milícia, ligada ao jogo-do-bicho e ao crime de pistolagem, supostamente envolvida na execução de mais dois homicídios em Campo Grande.
Jamil e Jamil Filho foram mandados para o presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Antes de ser julgado, Jamil Name morreu por complicações da Covid-19, em 27 de junho de 2021, num hospital em Mossoró.
FONTE: G1/MS, 17/12/2019
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