domingo, 6 de fevereiro de 2011

8 de abril

8 de abril

1719 – Fundação de Cuiabá



Monumento a Pascoal Moreira Cabral em Cuiabá

É oficialmente fundada a cidade de Cuiabá, atual capital do estado de Mato GrossoTermo firmado nessa data pelo bandeirante paulista, Pascoal Moreira Cabral e seus comandados dá notícia do descobrimento de ouro no Coxipó e do surgimento do arraial:

Aos oito dias do mês de abril de mil setecentos e dezenove anos, neste arraial de Cuiabá, fez junta o capitão-mor Pascoal Moreira Cabral com seus companheiros e lhes requereu a eles este termo de certidão para a notícia do descobrimento novo que achamos no rio Coxipó, invocação de Nossa Senhora da Penha de França, depois que foi o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, com as amostras que levou do ouro ao Senhor General com a petição do dito capitão-mor, fez a primeira entrada onde assistiu um dia e achou pinta de um vintém, de dois e de quatro vinténs e meia pataca, e a mesma pinta fez na segunda entrada, em que assistiu sete dias, e todos os seus companheiros, às suas custas, com grandes perdas e riscos, em serviço de sua Real Majestade e como de feito tem perdido oito homens, fora negros, e para que todo o tempo vá isto a notícia de Sua Real Majestade e seus governos para não perderem seus direitos e por assim ser verdade nós assinamos neste termo, o qual eu passei e fielmente a fé do meu ofício como escrivão deste arraial. Pascoal Moreira Cabral, Simão Rodrigues Moreira, Manoel dos Santos Coimbra, Manoel Garcia Velho, Baltazar Ribeiro Navarro, Manoel Pedroso Louzano, João de Anhaia de Lemos, Francisco de Siqueira, Ascenso Fernandes, Diogo Domingos, Manoel Ferreira, Antonio Ribeiro, Alberto Velho Moreira, João Moreira, Manoel Ferreira de Mendonça, Antonio Garcia Velho, Pedro de Góes, José Fernandes, Antonio Moreira, Ignácio Pedroso, Manoel Rodrigues Moreira, José da Silva Paes.

 
No mesmo dia, mês e ano atrás nomeados, elegeu o povo em voz alta o capitão-mór Pascoal Moreira Cabral por seu guarda-mór regente até a ordem do Senhor General para poder guardar todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os mineiros e botar bandeiras, tanto aurinas como aos inimigos bárbaros, e visto elegerem ao dito lhe acatarão o respeito que poderá tirar autos contra aqueles que forem régulos, como é amotinador e aleves, que expulsará e perderá todos os seus direitos e mandará pagar dívidas e que nenhum se recolherá até que venha o nosso enviado, o capitão Antônio Antunes, o que todos levamos a bem hoje, 8 de abril de 1719 anos, e eu Manoel dos Santos Coimbra, escrivão do arraial, que o escrevi. – Pascoal Moreira Cabral.


A bandeira de Pascoal Moreira Cabral fez o trajeto Porto Feliz, Tietê. (São Paulo), Paraná, Pardo, Anhanduí, Aquidauana, Paraguai e Cuiabá. Este caminho seria trocado mais tarde pela passagem por Camapuã.



FONTE: Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Coeditora Brasílica, Rio, 1922, página 43.




8 de abril

1928 – Matte empresta dinheiro ao Estado de Mato Grosso



Matte Larangeira do Sul de Mato Grosso para o mundo


É efetuada a segunda operação do gênero. Desta vez o empréstimo foi de mil contos de réis, com as seguintes condições:

Prazo máximo para a liquidação (...) de quatro anos; juros oito por cento anuais cobrados semestralmente. Garantia terras que serão escolhidas dentro da área arrendada à Companhia, pelo preço estipulado atualmente em lei. Os juros serão elevados à taxa de dez por cento ao ano em caso de mora.

 
A propósito, Odélia da Conceição Deniz Bianchini comenta:

 
Ora, não é difícil avaliar-se a forma pela qual, a Matte Larangeira fora se transformando de arrendatária em proprietária, de direito e de fato, das terras arrendadas. Um Estado como Mato Grosso, quase sempre em dificuldades financeiras, encontrava na Matte uma forma de sair delas ou pelo menos de atenuá-las e a Companhia por sua vez, como empresa particular, tratava de procurar os meios que lhe garantissem o retorno dos investimentos.



FONTE: Odaléia C. Denis Bianchini,  A Companhia Mate Larangeira e a ocupação da terra do Sul de Mato Grosso (1880-1940) Editora da UFMS, Campo Grande, 2000. Página 144.


IMAGEM extraida de Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época (2a.edição), Gráfica e Editora Alvorada, Campo Grande, 2013, página 52.

8 de abril

1943 - Morre em Campo Grande o ex-prefeito Manoel Taveira

Manoel Inacio de Souza (o Manoel Taveira)

Faleceu aos 67 anos em Campo Grande, Manoel Inácio de Souza, (Manoel Taveira). Em Campo Grande desde os 14 anos de idade, dedicou-se à sua profissão de carpinteiro e ao comércio de secos e molhados. Político, fez parte da primeira legislatura da câmara municipal, tendo como companheiros de bancadas os vereadores Joaquim José de Santana, João Correa Leite, José Vieira Damas e João Antonio da Silva. Não chegou a exercer o mandato porque o legislativo municipal viria a reunir-se somente em 1905.
Em 1903, elege-se intendente geral do município (prefeito municipal), tendo assumido em 1° de novembro de 1904 e exercendo até 1° de janeiro de 1909. É o segundo intendente eleito. Na sua gestão a prefeitura funcionou em sua casa à rua 26 de Agosto. A intendência teria o seu prédio próprio somente em 2013. Iniciou as primeiras providências para o alargamento da rua Velha (atual 26 de Agosto), única artéria da vila, com cerca de 50 casas, sem o devido alinhamento.
É de sua iniciativa o primeiro código de posturas e do plano de alinhamento das ruas do povoado, iniciado em 1905 e interrompido, com reinício e conclusão na administração de seu sucessor em 1909. 
Em 1913 volta a ser vereador na 4ª legislatura tendo como colegas Clemente Pereira Martins, Sebastião da Costa Lima, José Marcos da Fonseca, João Alves Pereira e Amando de Oliveira. O Taveira, sobrenome como ficou conhecido, vem de seu padrasto José Alves Taveira. Em dois casamentos, teve 15 filhos.

FONTE: Maria Emilia Souza Paes de Barros Mesquita, Manoel Inácio de Souza, o administrador e político hábil que deu início ao planejamento da cidade, in Série Campo Grande Personalidades, Funcesp/Arca, Campo Grande, 2004, página 11.

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