sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

9 de maio

9 de maio


1748 - Criada a capitania de Mato Grosso


Ato de D. João V de Portugal criou a Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, estipulando as respectivas jurisdições:

Os confins do governo de Mato Grosso e Cuiabá hão de ser para a parte de São Paulo, pelo dito rio Grande (Paraná) e pelo que respeita a sua confrontação com os governos de Goiás e Maranhão, vista a pouca distância que ainda há daqueles sertões, tenho determinado se ordene a cada um dos novos governadores e também ao do Maranhão, informem por onde poderá determinar-se mais cômoda e naturalmente a divisão.

No mesmo alvará foi criada a Capitania de Goiás.


O primeiro governador da nova unidade foi Rolim de Moura, Conde de Azambuja e a primeira capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, às margens do rio Guaporé. 

FONTE: Pedro Valle, A Divisão de Mato Grosso, Royal Court, Brasilia, 1996, página 13.






9 de maio

1837 - Rusga: morto o ex-governador Poupino Caldas

Alvejado pelas costas, morreu em Cuiabá João Poupino Caldas, que governava Mato Grosso, em 1934, por ocasião da Rusga.

Fundador da Sociedade dos Zelosos da Independência., entidade que congregava os nativistas, responsável pela matança de portugueses em Cuiabá, na tenebrosa noite da explosão da Rusga, em 30 de maio de 1834, é morto numa emboscada, supostamente por vingança. 

Prestigiado por seu sucessor no governo, Antonio Pedro de Alencastro, por delatar os cabecilhas da noite sangrenta, Poupino viu-lhe a sorte virar no governo de Pimenta Bueno, que assumiu na sucessão de Alencastro. 

Imediatamente após sua posse, Pimenta Bueno convoca Poupino ao palácio e num diálogo curto e grosso, traça-lhe o destino:

" - V. S. me conhece?

- Conheço - respondeu o caudilho.

- Está resolvido a obedecer à primeira autoridade da província ou a rebelar-se?

- Cumprirei todas as ordens da legalidade.

- Pois então, dou-lhe só 24 horas para sair desta cidade e retirar-se para Goiás e daí ao Rio de Janeiro. É questão de ordem pública.

- Obedecerei já e já, asseverou o outro e retirou-se a desempenhar a palavra dada".

Para Rubens de Mendonça, "a Sociedade dos Zelosos da Independência não consentiu que Poupino se retirasse. Ela já o havia condenado à morte e o certo é que no dia 9 de maio de 1837, ao anoitecer, terça-feira, último dia das esmolas do Espírito Santo, sob o espocar dos foguetes e repiques de sinos, ao recolher-se a esmola, quando ele regressava à sua residência, foi alvejado pelas costas por certeira bala de prata que o penetrou já agonizante na calçada da travessa da Câmara, hoje travessa João Dias, sem que até hoje se soubesse que foi o criminoso".

FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Ciabá, 1970, página 50.


9 de maio


1867 - Retirada da Laguna: cavalaria paraguaia fustiga força brasileira


Eneias Galvão, comandante do 17 Voluntários da Pátria


O comandante do Batalhão 17 de Voluntários da Pátria, tenente-coronel Eneias Galvão, na linha de frente das forças brasileiras na fronteira, dá parte dos combates no segundo dia da retirada da Laguna:

...fazendo eu a vanguarda das forças, corre-me o dever de comunicar à V.Ex. que, às seis horas da manhã, ocupando o meu lugar, mandei avançar a linha de atiradores composta de setenta praças, quatro oficiais, três inferiores e dois cornetas, sendo trinta do Batalhão vinte de infantaria que foram postas à minha disposição, e bem assim, um oficial do mesmo batalhão, um inferior e um corneta e as restantes pertencentes a este batalhão, cuja linha, encontrando outra a fazer fogo, matando logo os nossos atiradores três paraguaios, que ficaram em direção do caminho por onde fomos passando, continuando a nossa marcha, tiroteando sempre, não só com a Infantaria inimiga, como com cavaleiros que se apresentaram, para cujo fim mandei reforçá-la, e retirando-se os atiradores inimigos ao atravessar-mos o córrego, que dista ouco menos de meia légua deste forte, deu-me V. Ex. ordem para que os atiradores, reforçados pelos índios e mais duas companhias do batalhão 20, acelerando a marcha, fossem se aproximando do Forte, e assim prosseguirmos a nossa marcha até este acampamento. - O tiroteio do inimigo, que durou talvez mais de hora, foi renhido, como V. Ex. mesmo em pessoa observou; a linha inimiga muito sofreu, como sou informado, ficando muitos paraguaios mortos, levando eles os feridos e os mortos que podiam, a cavalo.- O pequeno número de mortos que temos tido nestas forças, creio que é devido ao pouco alcance das armas inimigas, e fico pasmo de ter a Cavalaria só, carregado por uma vez ao nosso pequeno corpo de caçadores a cavalo e este mesmo disseminado no serviço de atiradores.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14ª edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 166.






9 de maio
 


1909 - Deixa Porto Esperança o primeiro trem do Pantanal

Sai de Porto Esperança, então ponto terminal da Estrada de Ferro Noroeste a primeira locomotiva a serviço da ferrovia. A alvissareira notícia é dada pelo Correio do Estado (de Corumbá) em sua primeira edição:



FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 12 de maio de 1909.


9 de maio

1925 - Coronel Gomes morto em Nioaque

9 de maio

1940 - Assassinado em Campo Grande ex-prefeito de Aquidauana 




É assassinado em Campo Grande o médico e dentista, Oscar Alves de Souza, juiz de paz da cidade e ex-prefeito de Aquidauana. Entrevistado pelo Jornal do Comércio, Nero Moura, principal testemunha da ocorrência, prestou as seguintes informações:

Após ter jantado com o Dr. Oscar Alves de Souza, na casa de residência deste, saí em companhia dele afim de irmos ambos, a pé, em demanda da casa de residência de nosso amigo comum sr. Messias de Carvalho Araújo, para o cumprimentarmos pelo seu aniversário que transcorria naquele dia.

Conversando com o meu inditoso companheiro, seguíamos os dois pela rua João Pessoa (atual 14 de Julho), descuidadamente, quando ao defrontarmos o prédio de sobrado do sr. Alfredo Silva, sito nesta mesma rua João Pessoa, n° 1180, estando eu pelo lado de dentro do passeio, portanto do lado direito do dr. Oscar Alves de Souza, ouvimos alguém bem de perto, quase junto de nossas costas, pronunciar em tom interrogativo estas palavras: "DR. OSCAR"? e em ato contínuo a essas palavras, antes mesmo que meu companheiro se tivesse virado de todo para quem assim o chamava, ouvimos dois disparos de arma de fogo, que pela rapidez com que foram disparados, deram-me a primeira impressão de serem de arma automática.

Compreendendo a agressão covarde e traiçoeira de que fora vítima meu amigo atraquei-me simultânea e instantaneamente em luta corporal com o agressor, afim de o subjugar.

Mas, embora já estando eu atracado com o assassino, este conseguiu ainda disparar duas vezes a arma que empunhava.

Após o quarto e último tiro disparado, consegui subjugar o assassino, derrubando-o ao solo, e no momento em que já havia dominado por completo o covarde agressor de meu companheiro ia arrancar da mão dele arma assassina, foi esta arrebatada por uma homem que se aproximara e que se disse pertencer à polícia secreta de S. Paulo, o qual prendeu o assassino auxiliado por autoridades policias desta cidade que correram ao ruido dos tiros.

O criminoso, que "confessou motivos de natureza íntima" para cometer o homicídio foi João de Souza Rangel, sargento reformado do Exército e ex farmacêutico em Vista Alegre e que segundo o jornal "já vinha há dias premeditando o crime, tendo sido visto anteontem passando longo tempo nas imediações da casa de residência do dr. Oscar Alves de Souza". 

Natural de Minas Gerais, o dr. Oscar Alves de Souza estava em nosso Estado há mais de 20 anos, logo depois de se diplomar como cirurgião-dentista pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Sua passagem por Mato Grosso é resumida pelo jornal de Campo Grande:

Foi morar em Aquidauana, onde abriu seu consultório dentário, conquistando em pouco tempo, graças à sua proficiência como dentista e ao seu feitio franco e cavalheiresco, não só uma vasta clientela mas também uma grande e prestigiosa atuação social.

Casando-se naquela cidade com uma das distintas filhas do saudoso chefe político cel. Augusto Mascarenhas, ingressou também o dr. Oscar de Souza, pouco depois, nas lides da política, tendo ocupado naquela cidade, sempre com grande brilho, os cargos de vereador municipal e de prefeito, em que deixou traços anapagáveis da sua progressista operosidade.

Desgostos na política local fizeram o dr. Oscar de Souza transferir sua residência para Campo Grande, onde, demonstrando seu amor ao estudo, concluiu no ginásio municipal seus preparatórios para o curso médico, iniciando a seguir os seus estudos de medicina, tendo recebido o grau de doutor em Medicina já há alguns anos pela faculdade do Rio de Janeiro.

Exerceu aqui durante alguns anos o cargo de Delegado de Higiene, e, ultimamente, sem deixar o exercício da profissão, vinha-se dedicando com ardor ao desenvolvimento de sua bela fazenda. Era atualmente juiz de paz de Campo Grande.   

FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande), 10 de maio e 14 de maio de 1940.                                        

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