1775 – Expedição ao Fecho dos Morros
Com destino à fronteira do baixo Paraguai, a fim de fundar o presídio de Coimbra, parte de Cuiabá, o capitão Mathias Ribeiro da Costa. Os Anaes do Senado de Cuiabá registram:
...A outra maior empresa o conduzem os seus desvelos (referindo-se a Luís de Albuquerque), que é segurar os domínios da monarquia com a veloz atividade do seu ardente espírito pelo bem da pátria; faz logo expedir de Vila Bela para esta, ao capitão de auxiliares agregado Mathias Ribeiro da Costa, com as ordens necessárias para os chefes das milícias e ordenanças prontificaram-lhe a gente precisa para ir procurar o Fecho dos Morros, tão célebres dos anais sertanistas, em que julgavam estes que posta uma guarnição ficavam inteiramente divididos os portugueses dos espanhóis e seguros os inimigos bárbaros que tanto nos têm hostilizado.
Chega Ribeiro e apresenta as ordens, prontificam-se-lhe toda a sorte de gente, auxiliares e ordenanças, em número que se julga competente a acompanhar para aquela não só interessante como mais importante empresa, que tudo se conduz em canoas com o trem de guerra e munição precisa para a boca.
Partem do porto desta vila no dia 23 de julho, segundo as ordens do nosso general, e depois de um mês de derrota, acham a situação de dois morros pelo meio dos quais emboca a madre do rio Paraguai, e aí mesmo, em conseqüência das ditas ordens, na fralda do morro que nos fica à direita, lançando-se a primeira pedra para sua fundação, em nome de Sua Majestade Fidelíssima.
FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 49.
23 de julho
1923 – Campo Grande pede monumento da guerra
O Rio de Janeiro ganhou o monumento reivindicado por Campo Grande |
Em ofício ao Ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, o intendente Arlindo de Andrade, requer a colocação do monumento à retirada da Laguna, em construção, em sua vila, pelas seguintes razões:
“Campo Grande é hoje o maior centro de atividade do Estado de Mato Grosso, ligando-se por automóvel a todas as cidades do sul, ponto obrigatório de permanência de quantos vêm à fronteira. Na planta da cidade estão consagradas as ruas: Visconde de Taunay, Cel. Camisão, Guia Lopes, Antônio João, praça Retirada da Laguna, etc. etc., - como conhecimento cívico da maior população de Mato Grosso aos heróis da guerra. Além disso, Campo Grande tem várias escolas, colégios, grupo escolar e terá dentro em breve um ginásio. Terá assim a mocidade que precisa amar a pátria e venerar os seus monumentos. A população de todo o sul, busca Campo Grande para a saúde, para o comércio, para os estudos. Aqui, parece-me interpretar melhor o monumento projetado. Aqui residem mais de quarenta descendentes do velho Guia Lopes. Campo Grande está em condições de guardar com carinho, adorando-o em dias de festas o monumento que o patriotismo de V. Exa. mandou executar. A municipalidade auxiliará a sua colocação na praça da República, ajardinando o local e fazendo outras decorações. Neste pedido eu tenho o consentimento e o desejo de todos os habitantes de Campo Grande".
O monumento reivindicado por Campo Grande, terminou sendo construído na praia Vermelha, no Rio de Janeiro, inaugurado em 1938 pelo presidente Getúlio Vargas.
FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o profano, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 43.
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