1931 – Termina questão do barão de Antonina
Com a publicação no Diário da Justiça das conclusões do Supremo Tribunal Federal, transitando em julgado a sentença de primeira instância, é definitivamente encerrada a chamada Questão Antonina, iniciada em 1906 pelo médico gaúcho João Abbot, residente em Aquidauana, que decidiu reivindicar na justiça, pretenso espólio do barão de Antonina, morto
Dentre as glebas supostamente pertencentes à herança do barão, nove localizavam-se em águas dos rios Dourados, Apa, Miranda, Amambaí-guaçu, Iguatemi, Cruzes, Pedra de Cal, Santa Maria e São Domingos. Dessas, segundo J. Barbosa Rodrigues, “a única que era reconhecida como mansa e tranquila era a denominada Sete Voltas, pois fora beneficiada por Pedro Nolasco, filho natural do mesmo barão. Fora vendida anteriormente a Tomaz Laranjeira, pelo espólio. As demais, baseadas em escrituras duvidosas, com localização imperfeita, ou com assinaturas tidas como falsas, ou com a assinatura de só um dos cônjuges proprietários, ou assinadas a rogo dos vendedores quando estes sabiam assinar, levavam à convicção de forjadas por interessados prepostos do Barão. Além do mais localizavam-se em região selvagem, habitada apenas por aldeias de índios caiuás, onde os chamados civilizados não conseguiam penetrar e estabelecer benfeitorias, integrantes de área litigiosa onde o governo imperial brasileiro havia proibido a posse de propriedades brasileiras a fim de evitar, antes da guerra, atritos com o governo paraguaio. A pretensa ocupação, era portanto, apenas mental, não havendo ocupação real”.
Contra a pretensão dos herdeiros, o governo de Mato Grosso, sob a presidência de Pedro Celestino Correa da Costa, constituiu o advogado Astolpho Rezende, tendo como auxiliar o advogado Mário Monteiro de Almeida, consultor jurídico do Estado. A questão que se arrastou por um quarto de século, rendeu dois livros, um do advogado Astolpho Rezende (O Estado de Mato Grosso e as supostas terras do Barão de Antonina, 299 páginas) e outro do jornalista e advogado Mário Monteiro de Almeida (Episódios históricos da formação geográfica do Brasil, 636 páginas).
FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 102.
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