1826 - Expedição Langsdorff chega a Urubupungá
A expedição científica russa, com destino ao Mato Grosso e Amazônia, sob o comando do conde de Langsdorff, chega ao salto de Urubupungá, no rio Paraná:
Partida do Itapira para o Paraná,1¹/4 légua, e de lá para o salto de Urubupungá, que normalmente se chama Urubupungá (que quer dizer urubu em pé ou empinado). Tão logo chegamos, corremos todos para ver esse belo espetáculo da natureza. Poucos antes de se precipitar no abismo, correndo sobre pedras, o rio de repente se vê espremido e cai com forte estrondo, ora em camadas sobre os degraus formados pelas rochas, ora em perpendicular, transformando essa grande massa de água em poeira e nuvens de água, que enchem a a atmosfera e se espalham numa área de cerca de 10 braças, tal é a força com que são arremessadas. É quase como um vale de águas, para onde convergem, de todos os lados, as águas desse rio caudaloso, formando, no final, um anfiteatro de uma beleza incrível e arrepiante, impossível de se descrever. A terra treme por causa da força da queda. O estrondo compara-se ao de um trovão contínuo.
FONTE: Georg Heinrich Langsdorff, Os diários de Langsdorff, volume 2, Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, 1997, página 177.
1886 – Bispo de Cuiabá enfrenta o Pantanal
Em sua viagem ao Sul do Estado, dom Luis, bispo de Cuiabá, encontra-se
Deixamos o Barranco Vermelho pelas 6,00 horas e um quarto da manhã e depois de hora e meia de marcha o vapor encalhou, dando muito que fazer para sair da perigosa posição em que se achava. Pelas 10,00 horas foi que continuou a andar e se antes era vagaroso, parece que ficou ainda mais. (...) Além disto foram se tornando de mais a mais freqüentes os encontros ao barranco; contavam-se pelas voltas que o rio fazia. Quando o vapor dava o sinal de ir por a proa aqui ou ali, gritava-se e fazia-se a bordo um escarcéu de abalar meio mundo; era um chover de pára, atrás, adiante, mais força, etc. Numa destas um dos tripulantes achou-se inesperadamente metido num cipoal e tão comprimido foi, que não sei como não saiu-lhe mal a brincadeira. Talvez não visse nunca de tão perto a morte. Foi caso verdadeiramente admirável, que todos entenderam não podia ser senão por efeito da presença do sr. bispo que acompanhou com os olhos e de certo com fervorosa oração o perigo do pobre marinheiro.
Assim navegando a trancos e barrancos sobreveio a noite e vimo-nos forçados a parar. S. Exa. Revma. se achava extraordinariamente mortificado pelo cansaço, pois além dos azedos dessa viagem aziaga, se uma tal expressão me é permitida, o calor fora ardentíssimo durante o dia. Contudo mostrara-se S. Exa. muito contente e como o afinado e extremoso de sua paciência suportava resignadamente tantos incômodos.
Não ficaram nisto as contrariedades. Fundeado que foi o vapor, instalaram-se a bordo os mosquitos e ninguém mais pode pregar olho nessa noite. O capitão Alencar procurou a tolda e lá armou uma cama abrigada por um mosquiteiro sui generis; mas nem por isso ficou livre das soveladas, porque os ditos lá se introduziram com arte admirável. Também me atormentaram horrivelmente julgando que tinha sangue demais.
FONTE:Luis-Philippe Ferreira Leite, Bispo do Império,edição do autor, Cuiabá, sd., página 146.
7 de agosto
1932 - Tropas legalistas ocupam Paranaíba
Odilo Dennys, comandante das forças legalistas |
Na revolução paulista, forças do governo, procedentes de Goiás, após tomar o Porto Alencastro no dia anterior, com fraca resistência dos rebeldes, ocupam a vila, abandonada pelo inimigo. Lindolpho Emiliano dos Passos, que participou dessa operação militar descreve-a:
A cidade de Santana de Paranaíba estava próxima mas subsistia dúvidas sobre o paradeiro do inimigo. Por isso o sr. Mário [Mancini], prefeito da cidade, resolveu pessoalmente penetrar na mesma e colher informações sobre a destinação dos revoltosos. Ao retorno, trouxe-nos a alvissareira notícia de que o inimigo, na parte da manhã, havia abandonado a cidade rumando para o rio Santa Quitéria a
FONTE: Rodolpho Emiliano Passos, Goiás de ontem, edição do autor, Goiânia, 1987, página 96.
7 de agosto
1941 - Aviões da Panair chegam a Corumbá
É inaugurada a linha aérea entre Rio e Corumbá:
"Dando cumprimento ao decreto presidencial de 26 de julho último, a Panair do Brasil, que ainda ontem iniciou uma nova linha entre o Rio de Janeiro e Assunção, com escalas por São Paulo, Curitiba e Foz do Iguassu, iniciou um novo serviço entre o Rio de Janeiro e Corumbá, com escalas por São Paulo, Bauru, Três Lagoas e Campo Grande.
Esta nova linha, por enquanto semanal, será servida pelos aviões Lodestars, as mais rápidas aeronaves de transporte existentes em tráfego no Brasil e em todos os países do continente".
Em Corumbá os aviões da Panair passaram a fazer conexão com a Panagra, empresa norte-americana, responsável pela linha Lima-La Paz-Santa Cruz, na primeira ligação aérea entre o Atlântico e o Pacífico".
FONTE: Correio Paulistano, 08/08/1941.
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