1825 - Imperador autoriza expedição Langsdorff
O imperador D. Pedro I, impõe condição e autoriza ao naturalista alemão (naturalizado russo), a expedição científica aos estados centrais do Brasil (Mato Grosso e Amazonia), patrocinada pelo governo da Rússia, nação da qual Langsdorff era cônsul no Rio de Janeiro. Os objetivos da comissão e as condições do governo brasileiro foram publicadas no Diário Fluminense, o jornal oficial do império:
Propondo-se o Naturalista Langsdorff a viajar pelas Províncias centrais do Império, com o intuito de observar e colher os produtos naturais, de que tanto abundam este solo feliz: Manda S. M. o Imperador, pela Secretaria dos Negócios do Império, participar ao dito Naturalista, que Espera do seu amor às Sciências, e ao Paíz haja de contribuir, para enriquecer o Museu Nacional e Imperial desta Corte, com a remessa de huma amostra, ao menos, de cada producto de História Natural, que houver de coligir na sua longa viagem. Palácio do Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1825.- Estevão Ribeiro de Rezende.
A expedição Langsdorff deixou São Felix (no interior de São Paulo) com destino ao estado de Mato Grosso e Amazônia, em 22 de junho de 1826. A viagem deu-se em nosso estado pelos rios Pardo, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá, na rota dos bandeirantes. De Cuiabá seguiu para Amazonas e Pará, havendo encerrado suas atividades em 1929, em Belém.
FONTE: Diário Fluminense (RJ) 12 de setembro de 1825.
6 de setembro
1866 – Guerra do Paraguai: tropas brasileiras chegam ao
rio Aquidauana
Rio Aquidauana, desenhado pelo cadete Tauanay |
Procedentes do Taboco e acampados à margem do córrego Piranhinha
desde o dia anterior, os soldados da força expedicionária de Mato Grosso, com
destino a Miranda e Bela Vista, partem rumo à travessia do rio Aquidauana,
segundo registro do cadete Taunay:
Deixando o pouso às 7 ½ horas da manhã, seguiu a força ao rumo S. O. no qual caminhou três léguas por extensas planícies tão faltas d’água na seca, quão alagadas no tempo das chuvas. Virando depois sensivelmente a O. e a O.S.O. por légua e meia, chegou à margem direita do rio Aquidauana no lugar fronteiro ao denominado Porto do Sousa, onde por muitos meses tiveram os paraguaios um importante ponto para vaquejadas. Bela e frondosa mata acompanha, em ambas as margens barrancosas, esta importante corrente que vai-se unir ao rio Miranda daí a 12 ou 14 léguas pouco mais ou menos, rolando sempre águas limpas e com curso livre de obstáculos por mais de 20 léguas.
No lugar da passagem o rio tem 50 palmos, profundidade variável de uns palmos, não dando vau em alguns pontos, sendo em outros junto à margem esquerda apenas de três a quatro palmos: a sua direção é N.O.
O rio Aquidauana nasce de vertentes da grande serra de Maracaju e recebe, depois de algumas léguas de curso os rios Cachoeirinha e Cachoeira, tomando desde então importante volume de águas, engrossado pelos ribeirões Dois Irmãos, Taquarussu e Uacogo, que entram pela margem esquerda e do João Dias, córregos do Paxexi e da Paixão que deságuam pela margem direita. Do ribeirão João Dias, onde existe a última corredeira, o seu curso é livre de obstáculos, com profundidade quase constante de uns 2 metros, e largura média de 66 ms. Navegável para grandes canoas numa extensão de quase 40 léguas, fenece no rio Miranda pelo lado direito, confundindo as águas claras e puras às revoltas e barrentas daquele rio. O seu nome é de origem guaicuru. Um capitão dos cadiuéus tem a mesma denominação, com o acréscimo de um T. – Taquidauana. Não nos puderam explicar o que significa.
FONTE: Taunay, Em
Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos, São Paulo, sd., página 79.
FOTO:
Paisagem do rio Aquidauana, desenho de Taunay, in Céus e terras do
Brasil, Comp. Melhoramentos de S.Paulo, 1929, página 80.
6 de Setembro
1886 – Carta de
José Antônio Pereira ao bispo de Cuiabá
O fundador de Campo Grande, José Antonio Pereira, responde ao ofício de
Cuiabá, comunicando a visita do bispo ao povoado e dando boas vindas ao prelado de
Mato Grosso:
Campo Grande 6 de setembro de 1886. - Respeitável Senhor - Tem esta o fim honroso de cumprimentar-lhe como em minha própria pessoa dando-lhe os parabéns da feliz viagem desejando toda sorte de felicidade.
Acuso o recebimento do respeitoso ofício que V. Exa. dirigiu-me, fazendo assim o favor de manifestar-me que dignou-se dar a este lugar a felicidade de possuir a Vossa Excelente presença, satisfazendo assim os corações de todos os fiéis que sequiosos esperam o refrigério. E sendo do meu desejo e dever a mais tempo ter buscado de V. Exa. as determinações que seja necessárias, tendo deixado de assim praticar por motivo das faltas que por ora sofre este lugar, mormente de um Ministro da Igreja, porque o pouco que se pode fazer muito depende da minha presença - É por isso que vou impetrar de V. Exa. a graça de desculpar-me as faltas presentes e futuras e abençoar-me e à minha família, porque somos filhos obedientes e beijamos com respeito o santo anel - De V.Exa. Rvama. o mais humilde criado e obrigado - José Antônio Pereira.
FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd. Página 181.
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