18 de setembro
1728 - Fundação de Diamantino
Rua de Diamantino em foto de 1968 |
Em 18 de setembro de 1728, poucos anos depois da fundação de Cuiabá, começou a movimentação para formação do núcleo que deu origem ao atual município de Diamantino. Gabriel Antunes Maciel escreveu à Câmara de Cuiabá, dando notícias da descoberta do ouro.Inicialmente, o local era denominado de Arraial do Ouro, nome dado ao córrego onde o metal havia sido encontrado. Posteriormente, o lugar passou a chamar-se Félix, certamente o nome de um garimpeiro pioneiro na região.
Pouco tempo depois, os garimpeiros encontraram pedras diamantíferas, cuja extração era privativa da Coroa Portuguesa. Tal achado fez com que o governo fechasse todos os garimpos da região. Mas a mineração clandestina continuou. Foi criado o Destacamento Diamantino do Paraguai, para inibir o garimpo ilegal, o qual assegurou a fixação do povoado de Diamantino.
No dia 9 de agosto de 1811, a Resolução Régia criou a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Alto Paraguai Diamantino. O nome Paraguai, incluso na denominação, vinha de um erro geográfico dos bandeirantes, que julgavam se encontrar estabelecidos nas cabeceiras do rio Paraguai, quando o rio Diamantino é apenas um afluente desse rio.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Alto Paraguai Diamantino, por resolução régia de 09-08-1811, subordinado ao município de Cuiabá.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Alto Paraguai Diamantino, por alvará de 23-11-1820, desmembrado de Cuiabá. Constituído do distrito sede.
Suprimida por lei estadual nº 282, de 06-04-1901 com a denominação de Diamantino.
Restaurada pela lei nº 452, de 04-08-1906, reinstalada em 03-12-1906.
Elevada à categoria de cidade, por lei estadual nº 772, de 16-07-1918.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.
Pelo decreto-lei estadual nº 208, de 26-10-1938 é criado o distrito de Pontezinha e anexado ao município de Diamantino.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Pontezinha.
Pelo decreto-lei estadual nº 545, de 31-12-1943, é criado o distrito de Utiariti e anexado ao município de Diamantino, o mesmo decreto extinguiu o distrito de Pontezinha, transferindo o seu território para o município de Rosário Central.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Utiariti.
Pela lei estadual nº 193, de 17-11-1948 é criado o distrito de Alto Paraguai (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Diamantino, Alto Paraguai e Utiariti.
Pela lei estadual nº 709, de 16-12-1953, desmembra do município de Diamantino o distrito de Alto Paraguai. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Diamantino e Utiariti.
Pela lei estadual nº 3784, de 04-06-1976 é criado o distrito de São José do Rio Claro e anexado ao município de Diamantino.
Pela divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Diamantino, São José do Rio Claro e Utiariti.
Pela lei estadual nº 4239, de 04-11-1980, é criado o distrito de Brasnorte e anexado ao município de Diamantino.
Pela lei estadual nº 4405, de 26-11-1981, é criado o distrito de Nova Mutum (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.
Pela lei estadual nº 4407, de 30-11-1981, é criado o distrito de Tapurah (ex-povoado), e anexado ao município de Diamantino.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 6 distritos: Diamantino, Brasnorte, Nova Mutum, Tapurah, Utiariti e São José do Rio Claro.
Pela lei estadual nº 4948, de 16-12-1985, é criado o distrito de Lucas do Rio Verde e anexado ao município de Diamantino.
Pela lei estadual nº 5047, de 05-09-1986, desmembra do município de Diamantino o distrito de Brasnorte. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 5318, de 04-07-1988, é extinto o distrito de Utiariti, sendo sua área anexada ao novo município de Campo Novo do Parecis.
Pela lei estadual nº 4161, de 20-12-1979 desmembra do município de Diamantino o distrito de São José do Rio Claro. Elevado à categoria de município com a denominação de Rio Claro.
Em divisão territorial datada de 18-VIII-1988, o município é constituído de 4 distritos: Diamantino, Brasnorte, Nova Mutum e Tapurah.
Pela lei estadual nº 5315, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Campo Novo do Parecis. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 5316, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Tapurah. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 5318, de 04-07-1988, desmembra de Diamantino o distrito de Lucas do Rio Verde. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 5321, de 04-07-1988, desmembra do município de Diamantino o distrito de Nova Mutum. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.
Alteração toponímica municipal
Alto Paraguai Diamantino para Diamantino, alterado pela lei nº 452, de 04-08-1906.
FONTE: IBGE.
18 de setembro
Iniciado no dia anterior, 17 de setembro de 1801, pelas tropas espanholas, comandadas por dom Lázaro de Ribera
os combates para tomada da fortificação portuguesa de Forte Coimbra tornam-se
mais vigorosos:
...pelas oito horas da manhã, d. Lázaro de Ribera enviou um emissário com a seguinte intimação:
‘Ayer a la tarde, tube el honor de contestar el fuego que V. S. me hizo; y habiendo reconocido que la fuerzas conque voy inmediatamente atacar ese fuerte son muy superiores a las de V. S. no puedo menos de vaticinarle el ultimo infortunio; pero, como los vassalos de S. M. Católica saven respetar lãs leys de la humanidad, aun em medio de lãs misma guerra, requiero, portanto, a V.S. se rinda a las armas de Rey mi Amo, pués de lo contrario, el canõn y la espada decidirán de la suerte de Coimbra, sufriendo su desgraciada guarnicion todas las extremidades de la guerra, de cuyos estragos e verá libre si V. S. conviene com mi propuesta, contestandome categoricamente esta em el termino de una hora.
A bordo de la Sumaca Nuestra Señora del Carmen, 17 de setembro de 1801.
Ricardo Franco, o comandante do forte responde ao governador espanhol:
Tenho a honra de responder categoricamente a V. Exa. que a desigualdade de forças foi sempre um estímulo que muito animou os portugueses, por isso mesmo a não desampararem seus postos e defendê-los até as duas extremidades ou de repelir o inimigo ou de sepultar-se debaixo das ruínas dos fortes que lhes confiaram; nesta resolução estão todos os defensores deste presídio, que tem a distinta honra de ver em frente a excelsa pessoa de V. Exa.
Coimbra, 17 de setembro de 1801.
Ilmo. e Exmo. Sr. D. Lázaro de Ribeira.
Esta resposta respeitosamente corajosa “atiçou a ira do comandante espanhol que ordenou mais violento bombardeio que no dia anterior.
Nos quatro dias seguintes continuou a bater o forte de dia e de noite.
Como a nossa artilharia não alcançava as sumacas, os espanhóis as manobravam rio acima e rio abaixo, provocando e vaiando os defensores do forte.
Tão esmagadora era a superioridade do inimigo que houve espíritos timoratos que chegaram a descrer da vitória. O patriotismo e o valor militar de Ricardo Franco, entretanto, sobrepuseram-se a essas fraquezas humanas.
No dia 18, enquanto as sumacas faziam violento fogo contra as muralhas, os espanhóis tentaram um desembarque em canoas ligeiras mas foram repelidos com 7 perdas”.
FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora UFMT, Cuiabá,1975,página 47
1916
– Gomes vence combate de Água Amarela
O major Gomes, comandando
uma força rebelde contra o governo do general Caetano de Albuquerque
vence a primeira batalha com o chefe legalista do Sul, coronel Joselito,
genro de Pedro Celestino, o principal aliado político do governo:
“O
comandante do Regimento Misto, Antonio Gomes, mandou uma patrulha avançada,
sob as ordens do tenente Rodrigo Peixoto, que tinha como auxiliar o
famoso sargento João Coco, sondar o inimigo. Por sua vez, Zelito
fez a mesma coisa, em sentido contrário. O encontro ocorreu no
Barro Preto.
Gomes, avisado, manobra rapidamente seus homens, instalando-se junto ao córrego Água Amarela, em local extremamente propício na escarpa dos morros, de tal sorte que a entrada do acampamento era exclusivamente pela Ponte Hu (Ponte Preta). Aí permaneceu em silêncio.
Os legalistas, como disse contavam com uma força heterogênea e armas improvisadas, até facas amarradas em varas compridas, à guisa de lanças. Ostentavam, todavia, indiscutível superioridade numérica, cerca de mil homens contra quatrocentos e não setecentos, como Gomes blazonava. (...)
Ao ultrapassar a Ponte Hu, prosseguiu, vale adentro, sem pressentir que o declive dos morros estava apinhado de soldados inimigos. Na medida em que avançava pela angastura, os rebeldes recuavam pelos flancos, facilitando a penetração. Uma autêntica ratoeira.
Dois pelotões de Gomes contornaram os morros para bloquear a única saída. Quando veio o fogo cerrado, houve inúmeras baixas no regimento invasor. Os homens procuravam em pânico, o caminho de volta pelo desfiladeiro. Seriam todos destruídos não fora a ação de Vicente Jacques, homem bravo, destemido, que resistiu tenazmente ao arremesso inimigo, cobrindo estrategicamente a retirada das tropas governistas. Estas acabaram duramente batidas pelos experimentados guerreiros do major Gomes que, entretanto, registrou algumas baixas, sendo ferido o coronel Ladislau Lima e morrendo, entre outros o destemeroso corneteiro do regimento, abatido no instante em que, numa proeminência do terreno, expondo-se ao perigo, tocava AVANÇAR. No local uma cruz assinala sua bravura, bem junto a uma vetusta bocaiuveira, nascida logo depois, como marco inconteste de homenagem da natureza ao homem valente.
A batalha que começara as oito horas da manhã do dia 18 de setembro de 1916 terminou por volta das treze horas. Como saldo negativo da operação é de assinalar-se a morte do capitão Pantaleão de Brum, irmão de Sérgio, e de um sem número de soldados, além de uma legião de feridos, entre eles o tenente Jacques da Luz, sendo que alguns, com muita dificuldade, conseguiram sair do local. Outros ficaram prisioneiros.”
Os rebeldes seriam batidos no dia 4 de fevereiro de 1917 no combate de Barro Preto, nas proximidades de Miranda.
Gomes, avisado, manobra rapidamente seus homens, instalando-se junto ao córrego Água Amarela, em local extremamente propício na escarpa dos morros, de tal sorte que a entrada do acampamento era exclusivamente pela Ponte Hu (Ponte Preta). Aí permaneceu em silêncio.
Os legalistas, como disse contavam com uma força heterogênea e armas improvisadas, até facas amarradas em varas compridas, à guisa de lanças. Ostentavam, todavia, indiscutível superioridade numérica, cerca de mil homens contra quatrocentos e não setecentos, como Gomes blazonava. (...)
Ao ultrapassar a Ponte Hu, prosseguiu, vale adentro, sem pressentir que o declive dos morros estava apinhado de soldados inimigos. Na medida em que avançava pela angastura, os rebeldes recuavam pelos flancos, facilitando a penetração. Uma autêntica ratoeira.
Dois pelotões de Gomes contornaram os morros para bloquear a única saída. Quando veio o fogo cerrado, houve inúmeras baixas no regimento invasor. Os homens procuravam em pânico, o caminho de volta pelo desfiladeiro. Seriam todos destruídos não fora a ação de Vicente Jacques, homem bravo, destemido, que resistiu tenazmente ao arremesso inimigo, cobrindo estrategicamente a retirada das tropas governistas. Estas acabaram duramente batidas pelos experimentados guerreiros do major Gomes que, entretanto, registrou algumas baixas, sendo ferido o coronel Ladislau Lima e morrendo, entre outros o destemeroso corneteiro do regimento, abatido no instante em que, numa proeminência do terreno, expondo-se ao perigo, tocava AVANÇAR. No local uma cruz assinala sua bravura, bem junto a uma vetusta bocaiuveira, nascida logo depois, como marco inconteste de homenagem da natureza ao homem valente.
A batalha que começara as oito horas da manhã do dia 18 de setembro de 1916 terminou por volta das treze horas. Como saldo negativo da operação é de assinalar-se a morte do capitão Pantaleão de Brum, irmão de Sérgio, e de um sem número de soldados, além de uma legião de feridos, entre eles o tenente Jacques da Luz, sendo que alguns, com muita dificuldade, conseguiram sair do local. Outros ficaram prisioneiros.”
Os rebeldes seriam batidos no dia 4 de fevereiro de 1917 no combate de Barro Preto, nas proximidades de Miranda.
FONTE: 34 - Paulo Coelho Machado, A rua velha, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande,1990. Página 60
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