1866
– Taunay volta a dar notícias insólitas de Miranda
Em carta a uma
irmã no Rio, o tenente Taunay volta a lamentar a situação
calamitosa das tropas brasileiras, antes de partir para o ataque aos
inimigos na fronteira norte da República paraguaia:
Há um mês chegamos a este montão de ruínas, que entretanto não deram ainda bom abrigo contra os furiosos furacões que temos tido.
Entretanto o nosso estado sanitário geral não é satisfatório para não dizer tristíssimo. Este mês até o dia presente já vi falecer três dos nossos companheiros e retirarem-se mais de vinte vítimas da maldita peste das pernas que dizima nossas fileiras. Era só o que nos faltava. Depois de tantos sofrimentos necessário se tornava esse complemento diabólico! Enfim Deus se compadecerá, afinal, de nós.
Tenho gozado excelente saúde, apesar de todos os achaques morais, conseqüência de minha prolongada estada nos Morros como já te tenho por várias vezes feito sentir.
Quem te leva esta é um dos pobres atacados de tal peste, o cap. Teodoro de Melo que não quis continuar no mal estado em que se achava e tratou logo de por-se a panos. Necessitamos quanto antes de uma medida enérgica, mudarmos incontinenti de local, procurando climas mais favoráveis como sejam Nioac e outros lugares numa zona apenas de 20 a 30 léguas. Mas um emperramento incompreensível domina o nosso comandante das forças, Carvalho, que persevera em ficar assistindo ao triste espetáculo desta pobre desorganização.
As febres intermitentes começam a fazer a sua entrada em cena, agravando os males presentes. Em Nioac o clima, a posição sobre o chapadão de uma grande serra, a água excelente quando aqui bebemos agora salobra, modificariam este estado lamentável de coisas. Daqui a 24 léguas talvez se achasse lenitivo aos nossos sofrimentos e o que se faz aqui?
FONTE: Taunay, Mensário
do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1943, página 175
17 de outubro
1892
– Revogada as denominações de Nioaque e Coxim
O presidente Manoel Murtinho veta decreto da Assembléia Legislativa,
alterando os os nomes da vila de Levergeria e da freguesia de São
José de Herculânia, que pretendiam adotar os nome que têm
hoje, Nioaque e Coxim, respectivamente:
Nego sanção à presente resolução por me parecer que nenhuma razão de utilidade pública a sufraga. O nome de Levergeria, dado à antiga povoação de Nioaque, foi uma homenagem prestada ao finado barão de Melgaço (Augusto Leverger), a quem Mato Grosso deve inolvidáveis serviços, sobressaindo entre eles importantes estudos sobre a geografia e história da extinta província; bem como a denominação de Herculânea, que tomou a povoação do Coxim, é um ato comemorativo da administração do ex-presidente Herculano Ferreira Penna. Não são, pois, arbitrárias tais denominações, mas antes se estribam em motivos mui plausíveis e uma vez que eles persistem, torna-se injustificável a alteração decretada, tanto mais quando a substituição do primeiro dos indicados nomes pode ser tida em conta de desconhecimento de méritos e serviços do barão de Melgaço, o que indubitavelmente não esteve na mente da ilustre Assembléia Legislativa. Acresce laborar em equívoco a resolução, quando afirma que as localidades de que se trata tiveram tiveram as denominações originárias de - ‘vila de Nioaque e freguesia de Coxim’ – visto como os nomes de Nioaque e Coxim, provenientes dos rios que banham aqueles lugares, perderam-nos as duas povoações ao tempo em que foram elevadas à categoria de freguesia, tomando desde então as denominações modernas, como se pode verificar compulsando as coleções de leis da extinta província. Pelo exposto, negando sanção ao projeto, seja ele devolvido à Assembléia Legislativa, em conformidade com o art. 14 da Constituição política do Estado.
Nego sanção à presente resolução por me parecer que nenhuma razão de utilidade pública a sufraga. O nome de Levergeria, dado à antiga povoação de Nioaque, foi uma homenagem prestada ao finado barão de Melgaço (Augusto Leverger), a quem Mato Grosso deve inolvidáveis serviços, sobressaindo entre eles importantes estudos sobre a geografia e história da extinta província; bem como a denominação de Herculânea, que tomou a povoação do Coxim, é um ato comemorativo da administração do ex-presidente Herculano Ferreira Penna. Não são, pois, arbitrárias tais denominações, mas antes se estribam em motivos mui plausíveis e uma vez que eles persistem, torna-se injustificável a alteração decretada, tanto mais quando a substituição do primeiro dos indicados nomes pode ser tida em conta de desconhecimento de méritos e serviços do barão de Melgaço, o que indubitavelmente não esteve na mente da ilustre Assembléia Legislativa. Acresce laborar em equívoco a resolução, quando afirma que as localidades de que se trata tiveram tiveram as denominações originárias de - ‘vila de Nioaque e freguesia de Coxim’ – visto como os nomes de Nioaque e Coxim, provenientes dos rios que banham aqueles lugares, perderam-nos as duas povoações ao tempo em que foram elevadas à categoria de freguesia, tomando desde então as denominações modernas, como se pode verificar compulsando as coleções de leis da extinta província. Pelo exposto, negando sanção ao projeto, seja ele devolvido à Assembléia Legislativa, em conformidade com o art. 14 da Constituição política do Estado.
FONTE:
Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição)
Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 214
17 de outubro
17 de outubro
1930 - Corumbá apoia Washington Luis contra o golpe de estado
A edilidade corumbaense e o intendente Nicola Scaffa, aprovam moção de solidariedade ao presidente Washington Luis, uma semana antes do golpe de 24 de outubro, que resultaria no movimento institucional conhecido como revolução de 30, liderado por Getúlio Vargas:
"A Câmara Municipal de Corumbá, reunida hoje em sessão extraordinária, resolveu, por unanimidade, renovar sua inteira solidariedade ao governo de v.exc. durante o criminoso atentado contra a integridade do país, cuja defesa vem sendo confiantemente dirigida pelo alto e inconfundível patriotismo e serena energia de v.exc. Respeitosas saudações. (aa) Salustiano A. Maciel, Presidente da Câmara; N. Scaffa, intendente; Leopoldo Perez, vice-presidente; Indalecio Proença, vereador; Pedro Pedroso, João Oliveira da Motta e M. Arruda".
FONTE: Correio Paulistano, 21/10/1930.
FONTE: Correio Paulistano, 21/10/1930.
1991
– Papa celebra missa campal em Campo Grande
João Paulo
II no dia seguinte à sua chegada à capital do Estado,
cumpre a parte mais importante de sua agenda: missa campal para milhares
de fiéis, em área e altar preparados especialmente para
o ato, nas proximidades do cemitério Santo Amaro. A base de sua
homilia foi a fidelidade conjugal, tema adequado a Campo Grande, à
época, considerada a capital com maior número de divórcios
no Brasil:
Não vos deixeis abalar pelo temor de que a fidelidade a esses princípios éticos vos coloquem em situação de desvantagem, num ambiente em que, não raro, a lei moral é desprezada e grassa a corrupção.
Em sua intensa programação, o Papa esteve, antes da missa campal, visitando o sanatório São Julião e à tarde abençoou a catedral de Santo Antônio, permanecendo no local por cerca de uma hora, reunido com 450 leigos de todo o Brasil.
FONTE: Diário da Serra, 18/10/1991
FOTO: Roberto Higa
FOTO: Roberto Higa
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