segunda-feira, 7 de outubro de 2013

25 de outubro

25 de outubro
 
1553 – Cabeza de Vaca chega ao rio Negro


O bergantins do adelentado Cabeza de Vaca

Em sua viagem de exploração ao Pantanal, o navegador espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca alcança a foz do rio Negro:

No dia 25 de outubro o adelantado chegou com seus bergantins a uma parte em que o rio se dividia em três braços. Um dos braços era uma grande lagoa, mas que os índios chamam de rio Negro. Este rio corre para o norte, terra adentro. Os outros braços são de boa cor e pouco mais abaixo vão se encontrar.


O adelantado mandou colocar muitos sinais na boca do rio, com árvores cortadas e mais três cruzes bem altas, para que servissem de indicação para os outros nativos que vinham atrás. Continuou navegando a remo durante três dias, ao cabo dos quais saiu daquele rio e foi por outros dois braços que saem da lagoa, tendo chegado à beira de umas serras muito altas e arredondadas como um sino, além de serem avermelhadas e completamente desprovidas de vegetação. Por estas condições, deferindo totalmente das outras serras destas paragens, que são montanhosas e cheias de árvores e vegetação, acredita-se que exista muito metal por ali. Os índios disseram que em outros tempos seus antepassados tiravam dali um metal branco, mas o adelantado não pode constatar a existência ou não do mineral por não levar ferramenta adequada e pela grande enfermidade que deu no pessoal por aquele período. Além disso, entendeu que poderia fazer esta investigação em outra ocasião, porque estas serras ficavam perto do porto dos Reis, vindo por terra.


FONTE: Marco Rossi, Viajantes do Pantanal, Editora Horizonte Verde, Campo Grande, 2002, página 15 

IMAGEM: Mário Sergio Lorenzetto, Cabeza de Vaca e os mitos de seu tempo, Fiuza Editora e Comércio de Livros, São Paulo, 2006, foto de capa.


25 de outubro


1907 – Murtinho alerta contra migração gaúcha


Um dos donos da Empresa Mate Larangeira, o ex-governador Manoel Murtinho, escreve ao seu correligionário e atual governante estadual, Generoso Ponce preocupado com as grandes levas de migrantes do Rio Grande do Sul que chegavam ao Sul de Mato Grosso:

Acresce que a proposta submetida pela referida empresa à deliberação da Assembleia, além de consultar altos interesses do Estado, tanto no presente como no futuro, conforme se mostrou a meu ver cabalmente, na exposição de motivos, que acompanhou, ainda viria a facilitar a solução de um temeroso problema, que não pode deixar de preocupar a alta administração do Estado.
Aludo à emigração rio-grandense, que de dia a dia vai se avolumando e estendendo pelo sul do Estado, onde os adventícios tratam logo de ocupar terrenos devolutos pela facilidade que encontram e que faz parecer que dentro de mais alguns anos, essa colônia dominará pelo seu número e extensão, toda aquela região, constituindo por assim dizer Estado no Estado.


FONTE: Pedro Valle, A divisão de Mato Grosso, Royal Court, Campo Grande, 1996, página  23

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