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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

21 de fevereiro

21 de fevereiro 

1865 - Fugindo da guerra, barão de Vila Maria chega ao Rio




Chega ao Rio, com a família o pecuarista Joaquim José Gomes da Silva, Barão de Vila Maria, proprietário da fazenda Firme, no município de Corumbá. O barão fugia da guerra do Paraguai, que chegara a Corumbá nos primeiros dias desse ano. O Diário do Rio de Janeiro faz o registro:

"Chegou ontem a esta corte o sr. Barão de Vila Maria, trazendo 29 dias de viagem de sua fazenda à margem do Paraguai, no distrito de Corumbá.

Esta rápida viagem feita pelo sr. barão de Vila Maria, que trouxe consigo sua família, foi determinada não só pelo desejo de vir entender-se com o governo a respeito dos negócios da sua província, como também pela necessidade de salvar-se a si e à sua família.

O sr. barão só tem conhecimento das ocorrências havidas entre 26 de dezembro e o dia 3 de janeiro.

Confirmam-se as notícias sobre a tomada de Coimbra e sobre a crueldade dos paraguaios.

Infelizmente, porém, que reformar o nosso juízo sobre a defesa do forte de Coimbra.

Parece que houve uma culposa fraqueza na sustentação desse forte abandonado, quando podia resistir com eficácia.

Das autoridades incumbidas de zelarem pela defesa e segurança do império, nenhuma se preveniu, nenhuma acreditou na possibilidade da invasão paraguaia.

Foi a esforços e diligências do sr. barão de Vila Maria que as comunicações relativas a essa invasão foram feitas às povoações e as autoridades desacauteladas.

A força invasora era numerosa, mas sobre a sua disciplina e bravura, confirma-se os conceitos aqui propalados.

No ataque de Coimbra, perderam muita gente e a esta hora o forte estaria ainda em nosso poder, se não fosse a fraqueza a que acima nos referimos.

Mais algumas horas que se tivesse prolongado a defesa, teria chegado o reforço que foi encontrado pelo comandante e que com as munições que levava, podia determinar a derrota ou a retirada dos paraguaios.

O resultado dessa fraqueza está hoje patente. A nossa fronteira está dominada pelos paraguaios, que por toda parte incendeiam e saqueiam as propriedades; sublevando os escravos que em grande número têm abandonado as fazendas e tomado armas.

Foi um fato que determinou a pronta viagem do sr. barão de Vila Maria que, tendo a comunicação fluvial interceptada e a retirada para a capital da província também impedida, tomou a resolução de vir para o Rio de Janeiro.

Pessoas que conversaram com o sr. barão, dizem-nos que Cuiabá conta apenas com 600 homens da tropa de linha para base da sua defesa. Que a guarda nacional está armada e pode reunir-se; mas que não é provável o ataque dessa cidade porque aos paraguaios faltam vapores apropriados para empreender essa operação.

Miranda foi atacada e tomada pela expedição que marchou por terra.

E parece que grande cópia de munições de guerra há sido abandonada ao inimigo.

Para compensar estas tristes notícias sabemos que acha-se em Cuiabá são e salvo o sr.chefe de esquadra Leverger, cidadão este que por sua inteligência, por seu patriotismo e pelo conhecimento que tem da província, muito pode concorrer para sua defesa.

O sr. barão de Vila Maria nada pode assegurar, quanto de notícias propaladas de haverem sofrido os paraguaios alguns reveses. 

Contudo acredita neles por boatos que chegaram ao seu conhecimento.

Em todo caso a paralisação dos movimentos empreendidos pelo vitorioso exército dá claramente a entender que está finda a missão do Paraguai por esse lado de suas operações".

FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1865.


21 de fevereiro

1912 - Anthrax mata ex-prefeito de Corumbá

Acometido por uma bacteria Anthrax faleceu em Corumbá, o tenente-coronel Pedro Paulo de Medeiros, ex-intendente geral e delegado do município. A notícia aprece com destaque na edição do dia seguinte do Correio do Estado:

"A sociedade corumbaense foi ontem acerbamente surpreendida com o inesperado falecimento do ilustre coronel Pedro Paulo de Medeiros.

É verdade que há bastante dias achava-se ele gravemente acamado, acometido repentinamente de um rebelde anthrax e curtindo horrível mal estar em consequência da delicada operação e dolorosos curativos que sofreu, porém ninguém previa tão fatal desenlace quando era público e notório entre os seus numerosos amigos e parentes achar-se o estimado enfermo fora de perigo.

A notícia, pois, desse triste acontecimento causou, como não podia deixar de causar, profunda surpresa e consternação geral. É que o coronel Medeiros era justamente considerado um homem útil a esta sociedade, a qual, como a comunhão matogrossense em geral, dedicou metade de sua preciosa existência, todo o seu ardor de patriota, toda sua inteligência, todos os seus esforços e energias, quer como político, pontificando contínua e prestigiosamente na política local e do estado, quer como administrador municipal, comerciante e simples cidadão em que sempre revelou um espírito prático atilado, ativo, refletido e tolerante para com todos, tendo conquistado assim o apreço e a estima desta população que nunca lhe faltou com homenagens ruidosas em muitas ocasiões de oportunos acontecimentos.

É cedo ainda para se escrever a biografia, toda a ação social do ilustre cidadão que a coletividade acaba de perder, porém o que não se pode negar é que o coronel Pedro Paulo de Medeiros deixou um claro dificílimo de preencher como estrenuo lutador voltado ao bem desta terra, que ele escolheu para constituir família e que tanto amou.

O finado era de Santa Catarina e contava 42 anos de idade. Deixa viúva e numerosa prole entrelaçada à distintíssimas famílias desta cidade, cumprimos o doloroso dever de apresentar as nossas mais expressões de pesar".

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 22 de fevereiro 1912.


21 de fevereiro

1923 - Inaugurado telégrafo em Ponta Porã 



De Bela Vista, onde chegou em 1905, pelo major Rondon, alcança Ponta Porã a rede telegráfica. As 15 horas foi festivamente inaugurada  a estação do telégrafo nacional naquela cidade fronteiriça.

No ato inaugural falaram o major Nicolau Horta Barbosa, que dirigiu a construção da linha telegráfica, fazendo a entrega da mesma à repartição geral dos telégrafos; o dr. Seixas Neto, engenheiro-chefe do Distrito, recebendo a nova linha e incorporando-a à rede do telégrafo nacional e, em nome do município, o advogado e jornalista Rangel Torres, congratulando-se com as autoridades e o povo, pelo importante melhoramento.

FONTE: Jornal do Commercio (de Campo Grande) 28-2-1923.

FOTO: Ponta Porã, no início do século XX. Do Album Graphico de Matto-Grosso (1914).



21 de fevereiro 

1956 - Deputados denunciam violência na fronteira


Foto do Deputado SALDANHA DERZI
Sob o título “Violência em Bela Vista (instituído o processo rapa-coco, uma vergonha em pleno século XX)" o jornal Correio do Estado publicou a seguinte notícia:

Bela Vista (do correspondente) Teve grande repercussão nesta cidade a atitude desassombrada dos deputados Ruben de Castro Pinto e Rachid Saldanha Derzi (foto), o primeiro denunciando ao comando da 9a. Região Militar as violências e as arbitrariedades do cel. Jaques, comandante da guarnição federal, nesta cidade, contra humildes e pacatos cidadãos e o segundo denunciando à nação, através da tribuna da Câmara Federal esses tristes e lamentáveis acontecimentos.


O povo que se sente sem garantias está confiante na ação enérgica desenvolvida por seus dois representantes no legislativo estadual e federal, para que termine, quanto antes os desmandos do cel. Jaques que continua a praticá-los, tendo-se a registrar, após o que já foi divulgado, mais novas prisões todas em recinto celular, das seguintes pessoas: José Balbuena, Duarte-Y, Xisto Santandell, Nestor Nogueira e os dois jovens irmãos Aguirre Denis, irmãos da professora Olga Aguirre Denis, que depois de presos, tiveram suas cabeças raspadas a máquina zero, por ordem do cel. Jaques, num flagrante desrespeito à pessoa humana.




FONTE: Correio do Estado, Campo Grande, 21/02/1956


21 de fevereiro

1964 - Guimarães Rosa relembra o Sul de Mato Grosso






Em carta dessa data ao seu amigo Emílio Garcia Barbosa, autor de vários livros sobre o Sul de Mato Grosso, Guimarães Rosa, que visitara Mato Grosso em 1947, relembra os campos de Vacaria, reduto dos Barbosas Marques, pioneiros da região. Na íntegra a missiva do autor de Grande Sertão, Veredas:

Rio, 21 de fevereiro de 1964

Muito prezado amigo Emílio G. Barbosa

Pelo nosso caro Raul Floriano, tive a alegria de receber, com a simpática e cordial dedicatória, meu exemplar do Panoramas do Sul de Mato Grosso.
E nem sei bem agradecer-lhe a gentileza da lembrança, o delicioso, valioso presente.

Comecei imediatamente a leitura, devorei-o logo, já o reli quase todo, tomei muitas notas, vou guardá-lo perto de mim com cuidado. E duvido que alguém tenha gostado mais dele do que eu. Lembrei-me daquela conversa , aqui, em casa do Raul: o livro, que naquela ocasião, eu lhe pedia que escrevesse, é justamente este, que tão excelentemente realizou.

Nas suas páginas, percorri a forte e bela terra da Vacaria, de sua infância até hoje, "vivi" aquilo tudo.. Vi-me com o massapê da saudade, na Barbosalândia, em encontro com o tenente Galinha, reverenciando o genearca Joaquim Gonçalves Barbosa Marques, rindo-me do bom inglês James Burr, assustando-me com os índios que se concentram para o ataque mediante simulados pios de mutum e avançam pondo a macega a movimentar-se sem vento. Viajei com o menino que demandava, para o estudo, Barbacena; estive na revolução com o fazendeiro patriota mato-grossense.

Sorvi o bafo do campo largo, o berro dos bois, toda a vivência de uma gente sadia e brava, ao longo do tropear das boiadas, esse mundo autêntico de sentimento, pitoresco, variado e sincero. Comi leitão assado com mandioca, e entrei em bailes rústicos e madrugadas trabalhosas. Não me esquecerei dessas pessoas, paisagens e bichos. Não esqueço o boi Laranjo. Apreciei imenso as passagens no genuíno linguajar nativo - gostoso como o tererê, como a guavira. Deu-me vontade de voltar um dia a esse Mato Grosso meridional, que me deslumbrou tanto: rever Aquidauana, Nioaque, Miranda, Dourados, a fazenda Jardim e o 'buraco do Perdido'. Tudo isto lhe devo à sua fidelidade sentimental ao chão seu e à sua capacidade de reproduzi-lo e retratar seus fastos, através da memória do coração. Continue, peço-lhe. Escreva mais assim. Dê-me tudo da Vacaria. Obrigado, muito obrigado.

Com o melhor abraço amigo, 
do seu
Guimarães Rosa. 

A visita de Guimarães Rosa ao Sul de Mato Grosso teve um breve registro no jornal "O Estado de Mato Grosso", (Cuiabá) na edição de 21 de setembro de 1947:

"Guimarães Rosa, já hoje um grande nome na literatura brasileira, esteve em Mato Grosso, numa caravana de gente curiosa. E voltou de Corumbá com uma definição de NHANDUTI tão bela quanto a própria renda paraguaia: NHANDUTI - fios de amido e amor, rijo aranhol constelado, espuma em estrias".

A viagem do autor de Sagarana e Grandes Sertões:veredas, por outro lado, foi pormenorizada pelo próprio visitante em artigo publicado em 17 de agosto de 1947, no Correio da Manhã (RJ). CLIQUE AQUI e leia o artigo na íntegra.



FONTE: Emilio Garcia Barbosa, Esboço histórico e divagações sobre Campo Grande (2a. edição), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 209.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

21 de novembro

21 de novembro

1788 - Cientista faz relato sobre Camapuã




O matemático,engenheiro e astrônomo português, Francisco José de Lacerda e Almeida, que a serviço de seu governo, mapeava o percurso das monções, procedente de Cuiabá, chega a Camapuã, após 36 dias de viagem pelos rios Cuiabá, Paraguai, Taquari e Coxim. O cientista registrou sua passagem pela primeira povoação brasileira no Sul da capitania de Mato Grosso:

Esta povoação fundada no centro deste sertão somente com o fim de ter carros prontos para a varação das canoas e cargas de um para outro rio, o que teve princípio em 1720 e onde todos se provêm de mantimentos, de açúcar, de aguardentes, de tabaco de rolo, dois gêneros que são para os trabalhadores o mesmo que o maná para os israelitas, é administrada por um de seus sócios, e está situado em os princípios de um chapadão coberto de relva mimosa para a criação de todo o animal que dela se sustenta. Antes de Cuiabá ter as boas e muitas fazendas de gado, que presentemente tem, levaram por terra uma grande boiada para aquela vila, cortando sertões, por onde nunca se tinha passado e dirigindo o rumo por estimativa. Os seus matos produzem muito bem os legumes, a cana de açúcar, o arroz, o pão e as frutas do país. Neste chapadão, por onde se veem dispersas algumas colinas, estão as vertentes de alguns rios de desaguam no Paraguai, rio Grande, ou Paraná, os quais tem um declive tão grande que me admirou, pois nunca pensei subir ou descer por uma ladeira de águas.

O ar é temperado e puro, tão alegre, e ameno aquele terreno todo, que depois que saí de Portugal não vi, nem nas capitanias do Pará, o Rio Negro, nem na de Mato Grosso coisa que se lhe possa comparar. Renasceu em mim toda alegria que um país aprazível pode causar, e que tinha perdido vivendo por oito anos em um sertão (assim o posso dizer) cheio de matos altíssimos, ásperos, e de algum campo pela maior parte inundado e pestífero. Os sócios desta fazenda devem fazer bom negócio, pois além de carnes e mais gêneros que vendem pelo preço que corre em Cuiabá, levam pelo transporte de cada uma canoa 20$000 rs., e por cada uma carrada 9$000 rs
.



FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Viagem do dr. Francisco José Lacerda de Almeida pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso, Cuiabá e São Paulo nos anos de 1780 - 1790, impresso por ordem da Assembleia Provincial do Estado de São Paulo, 1841, página 75.


21 de novembro

1826 - Langsdorff deixa Camapuã e chega do rio Coxim





A expedição científica, liderada pelo conde de Langsdorff, patrocinada pelo governo russo, prossegue a sua viagem rumo a Corumbá, Cuiabá e Amazônia. A despedida de Camapuã é registrada por Hércules Florence:

No dia 21 de novembro, depois de uma estada de 43 dias em Camapuã, montamos a cavalo e partimos com direção ao Furado, onde chegamos depois de atravessar sete léguas de terreno montanhoso e em geral desnudado. O aspecto do porto é pitoresco: o Coxim aí não tem mais de 25 braças de largura e, entre copada mataria, corre por sob arcos formados de uma taquara chamada guaitivoca que se ergue à altura das árvores mais elevadas. De cada nó do colmo irradia-se basta ramificação de folhas compridas e finas, que, a modo de ramalhetes, vão progressivamente se tornando menores, à medida que se chegam à ponta. O peso obriga esses enormes caniços a se arquearem até que a extremidade livre, que finda numa bola de folhas, penda perpendicularmente ao terreno. As duas margens estão cheias dessas elegantes monocotiledôneas que cruzam os colmos de lado a lado, formando majestosas e verdejantes arcarias.

FONTE: Hércules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 52.

FOTO: rio Coxim em desenho de Hercules Florence.



21 de novembro

1891 - Governador de Mato Grosso apóia golpe do marechal Deodoro

O presidente (governador) do Estado de Mato Grosso, Manoel Murtinho, apóia o golpe cometido pelo presidente Marechal Deodoro, que em 3 de novembro dissolveu o Congresso Nacional. O ato de adesão foi formalizado no seguinte telegrama:

Palácio do Governo de Mato Grosso - Telegrama - Cuiabá 21 de novembro de 1891 - Ao Sr. Ministro do Interior - Rio - Recebi hoje vosso telegrama de 4 do corrente comunicando que o governo federal teve necessidade de dissolver Congresso Nacional, e, oportunamente convocaria novo Congresso; que no interesse da segurança pública foram declarados em estado de sítio o Distrito Federal e a cidade de Niterói. Certo de que este Estado saberá bem aquilatar os intuitos patrióticos que inspiraram o decreto de dissolução e por isso há de acatá-lo devidamente e concorrer para que a Nação possa livre e pacificamente manifestar-se na consulta que vai-lhe ser feita, creio poder assegurar-vos que neste Estado conservar-se-á inalterável a ordem pública, se entretanto, for perturbada, recorrerei à medidas que me recomendastes.

Fico também ciente do mais que me comunicastes, observância fielmente vossas instruções. Aguardo o manifesto do Presidente da República do país.

Pode o Governo Federal contar com toda minha dedicação em prol da manutenção da ordem pública e sustentação das instituições constitucionais. (Assinado) O Presidente do Estado Manoel Murtinho.


FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 15 de março de 1892.


21 de novembro

1917 - Seis mortos na apuração dos votos




Seis mortos e 21 feridos, entre estes o prefeito Eugênio Cunha, foi o saldo de um conflito entre adversários na apuração das urnas da eleição municipal em Corumbá, realizada logo após o final da Caetanada, disputa armada entre partidários do presidente Caetano Albuquerque e de seu aliado Pedro Celestino e os conservadores ligados ao senador Antonio Azeredo. O episódio foi retratado pelo jornal dos conservadores em Cuiabá:

Corumbá, 22. - Conforme estava marcado,reuniu-se a Câmara ontem para fazer apuração eleições municipais. Na hora marcada, presidente abriu a sessão com a presença de quatro vereadores conservadores Francisco Vieira, Antonio Aguiar, Marechal Horácio, João Wenceslau e um celestinista, Rosário Congro, faltando Amilcar Vadoni e Pacífico Siqueira. Feita a leitura autênticas todas as sessões eleitorais e contagem de votos, presidente declarou maioria de votos candidatos conservadores. Em seguida, Rosário Congro, obtendo palavra, pediu fossem apurados votos em separado dados candidatos celestinistas. Câmara rejeitou essa proposta de acordo lei rege caso, aceitando, entretanto, protesto apresentado pelo mesmo. Passou-se então a redação das atas. Ao terminar leitura mesmas, alguns próceres celestinistas, chefiados Cristião Cartens, começaram em altos gritos, a protestar, exigindo contagem votos em separado. Com essa gritaria estabeleceu-se grande tumulto, em meio do qual surgiu conflito pessoal, iniciado por José Antonio Jesus, conhecido capanga de Cristião, que avançou para José Signorelli, cunhado intendente e detonou contra ele, a queima roupa, o seu revólver. Projétil feriu Signorelli e ao intendente Eugênio Cunha Signorelli, ferido mesmo, sacou revólver e derrubou seus pés agressor, mas imediatamente caiu também morto por um filho de Jesus, de nome Laurindo, que, por sua vez, tombou varado por uma bala que o atingiu na cabeça. Conflito então generalizou-se rapidamente, havendo na salinha forte tiroteio que durou alguns minutos, resultando seis mortos e inúmeros feridos. Além dos três mortos já referidos pereceram também Maximiliano Brandão, Salomão Roque Pereira e Joaquim Gomes.
 

FONTE: O Republicano, (Cuiabá), 24 de novembro de 1917.

FOTO: Câmara Municipal de Corumbá, início do século XX.





1952 – Assassinado o prefeito Ari Coelho de Oliveira



Aos 41 anos é morto a bala, o prefeito de Campo Grande, Ari Coelho de Oliveira (PTB). O assassino foi  Acir Pereira Lima que o acometeu em uma emboscada no prédio da CER-3 em Cuiabá, onde o prefeito fora tratar de assuntos de interesses do município. Nascido em Bauzinho, município de Paranaíba, fez seus estudos ginasiais no colégio Grambery, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Formou-se em Medicina em 1933, em Belo Horizonte, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Chegou a Campo Grande em 1934, onde iniciou sua carreira de médico, fundador e proprietário da Casa de Saúde Santa Maria, denominação dada em homenagem à sua esposa dona Maria Arantes. 

“Eleito prefeito de Campo Grande no pleito eleitoral de 3 de outubro de 1950, assumiu o executivo municipal em 31 de janeiro de 1951, tendo dentro de seu programa de Honestidade, Responsabilidade e Trabalho, imprimido ao município, no curto período de sua administração, um desenvolvimento magnífico, elevando a cidade de Campo Grande ao nível de primeira grandeza".¹


O crime foi o desenlace de uma divergência política havida entre o prefeito Ari Coelho de Oliveira e Arquimedes Pereira Lima, presidente da Fundação Brasil Central, ambos do PTB, este dissidente e líder da ala do partido que apoiava o governo udenista de Fernando Correa da Costa. O prefeito, através de seu jornal "O Matogrossense", de Campo Grande, passou a denunciar ao desafeto, engrossando a corrente de acusações de negociatas, patrocinadas pela fundação, acumpliciada ao governo do Estado para favorecer grilagem de terras devolutas, por uma organização criminosa, da qual fazia parte um irmão de Arquimedes, Alci Pereira Lima, alto funcionário do governo do Estado, autor do atentado contra o prefeito.

ORIGEM - O jornal Ultima Hora (RJ), que antes do atentado ao prefeito, denunciou a negociata de Pereira Lima, com a sua morte, convenceu-se:

O brutal assassinato do prefeito de Campo Grande está ligado a grandes negociatas de terras conforme documentadas reportagens publicadas recentemente por ULTIMA HORA. Quadrilhas de grileiros vêm agindo a solta nas regiões do Alto Xingu e Fundação Brasil Central, vendendo terras de propriedade de dezenas de tribos indígenas que habitam aquela região. Os criminosos lançam mãos de todos os recursos para levar avante seus negócios ilícitos, empregando até mesmo bandos armados para espalhar o terror entre os habitantes das selvas.

O criminoso Alci Pereira Lima, tesoureiro da Comissão de Estradas de Rodagem, irmão do presidente da Fundação Brasil-Central, tornou-se rico da noite para o dia em negócios dessa natureza, de parceria com o grileiro Rodrigo Barjas, condenado pela justiça de São Paulo. Recentemente o sertanista Orlando Vilas Boas foi demitido da Fundação Brasil Central por se recusar, patrioticamente, a prosseguir nos estudos de uma rodovia, impraticável sob o ponto de vista econômico, cuja construção serviria para indenizar e valorizar os terrenos dos grileiros. Essa estrada deveria partir de Cuiabá e penetrar nas terras do grileiro assassino Alci Pereira Lima e seu sócio Barjas.


PREMEDITAÇÃO - O matutino carioca está convencido de que o crime foi premeditado, versão nunca desmentida:

Mal desembarcaram em Cuiabá, onde foram participar da convenção do Partido Trabalhista Brasileiro, o prefeito Ari Coelho de Oliveira e seus amigos foram avisados a tempo de que suas vidas corriam perigo. Não dando grande importância ao fato, embora entre os informantes se encontrasse um desembargador, dirigiu-se o prefeito de Campo Grande na manhã do dia 21 a um barbeiro da cidade. Ao fazer calmamente sua barba acercou-se de si um cidadão para lhe mostrar um violento artigo contra sua pessoa. O Dr. Ari compreendendo a provocação do indivíduo se limitou a sorrir, talvez seu riso derradeiro. Dirigiu-se sem seguida à Assembleia Legislativa onde se demorou examinando a carta de Mato Grosso, levantada pela Comissão Rondon, identificando a cidade de "Bausinho" onde nascera.


Arci Pereira Lima, o assassino

O DESFECHO - O jornal carioca segue os passos do prefeito de Campo Grande até a cena do crime:

Mal sabia o prefeito Ari de Oliveira que momentos mais tarde perderia a vida ao penetrar na Sala dos Municípios, com uma bala na cara, disparada de surpresa. Saindo da Assembleia Legislativa se encaminhava para a morte ao pedir o carro do deputado Leal de Queiroz emprestado e se dirigindo para a sede da Comissão de Estradas de Rodagem, sita à rua 13 de Junho. Chegando ao local, onde foi atendido pelo porteiro, perguntou-lhe o prefeito de Campo Grande se poderia falar com o diretor da Comissão a quem desejava solicitar as cotas de seu município do ano 1951, que ainda não haviam sido entregues. Poucos minutos de vida teria então, pois mal entrara o Dr. Ari de Oliveira na Sala dos Municípios, o grileiro Alci Pereira Lima, irmão do presidente da Fundação Brasil Central, abriu a porta de sopetão e disparou um revólver, atingindo a face direita do prefeito de Campo Grande, que emborcou de frente, mortalmente ferido. Em seguida, o criminoso Alci Pereira Lima, tesoureiro da Comissão de Estradas de Rodagem, fugiu em seu carro, lubrificado e abastecido de véspera. Acudido na própria sede da CER pelo médico Salomão Nahas, o prefeito de Campo Grande foi transferido para a Santa Casa, onde faleceu uma hora depois, sem pronunciar uma só palavra.

EM CAMPO GRANDE - O jornal registra ainda a repercussão do crime e a chegada do corpo do prefeito em sua cidade:

Esta cidade recebeu consternada a notícia do brutal assassinato de seu prefeito, jornalista Ari Coelho de Oliveira, morto a traição no interior de uma repartição pública de Cuiabá. Todo o comércio local cerrou suas portas e o povo em massa se manifestou para receber o corpo e prestar ao querido morto as homenagens póstumas a que fazia jus.

Anunciada a hora da chegada do avião que conduzia o corpo, a multidão foi aos poucos se aglomerando ao longo das vias públicas por onde transitaria o séquito fúnebre. Desde a Base Aérea até a porta do edifício do Fórum, aglomerava-se a massa humana, todos com lágrimas nos olhos dizendo um último adeus àquele que tanto fez por Campo Grande.


À passagem da urna funerária, cenas comoventes se registravam aqui e ali: eram acenos de lenços brancos no derradeiro adeus, lágrimas copiosas derramadas por pessoas de ambos os sexos e de todas as condições sociais.


Duas extensas filas de automóveis, caminhões e ônibus cobriam cerca de maio quilômetro da rota percorrida, até que em chegando à avenida Calógeras parou o carro fúnebre e a multidão tomou nos braços o caixão, que foi conduzido pelo povo até a Câmara Municipal, onde o corpo ficou exposto ao povo em câmara mortuária.²


Em sua homenagem a cidade ergueu um monumento na praça da Liberdade que passou a ter o seu nome, inaugurado a 10 de fevereiro de 1954. 


FONTE: J. B. Mattos, Os Monumentos Nacionais (Mato Grosso), Imprensa do Exército, Rio de Janeiro, 1957, 65. ²Jornal Última Hora (RJ) 22-11 e 28-11-1952.

FOTOS: reprodução da revista O Cruzeiro (RJ)


21 de novembro

2020 - Morto, chargista tem o corpo esquartejado, incinerado e colocado em malas

Foi morto a facadas pela namorada o chargista Marco Antonio Rosa Borges, de 54 anos. O crime ocorreu em Campo Grande e foi assumido
pela namorada da vítima, a massagista e auxiliar de enfermagem, Clarisse Silvestre. A confissão da autora do homicídio, ocorreu no dia 21 de novembro e foi ratificada no dia 25 pelo filho dela, João Victor Silvestre, que admitiu ter ajudado a mãe a esquartejar o corpo da vítima. 
O chargista havia desaparecido no sábado, quando a família resolveu rastrear o celular da vítima e descobriu que o último sinal do aparelho havia sido enviado nas proximidades da casa da Clarisse, com quem o artista havia iniciado um relacionamento recentemente.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Kelvis Antonio Borges, de 25 anos, único filho de Marco Antonio, disse que suspeitava do envolvimento de terceiros no crime, acrescentando que o pai era discreto e não falava muito do relacionamento com a massagista.

A Delegacia Especializada de Homicídios foi acionada após Clarice indicar o local do crime. Na terça-feira a euipe encontrou malas com os restos mortais em um terreno na região sul de Campo Grande.

De acordo com o depoimento da massagista, o assassinato aconteceu após uma discussão em que Marco Antonio a teria agredido com dois tapas no rosto. Durante a briga, ela o teria empurrado da escada e, em seguida, corrido até a cozinha, pegado uma faca, golpeando-o até a morte.

De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, João Victor, o filho dela, ajudou a mãe a esquartejar o corpo e a guardar os restos em três malas. Em seguida ela levou as malas para a casa, no bairro Jordim Tarumã. No domingo, João Victor e Clarice acionaram um motorista de aplicativo e transportaram as malas até uma casa abandonada, onde o corpo foi carbonizado.

Com informações do Correio Braziliense, (DF), 26/11/2020.

sábado, 22 de janeiro de 2011

21 de janeiro

21 de janeiro

1809 – Morre Ricardo Franco, o herói do forte Coimbra




Aos 61 anos, falece no Forte Coimbra, Ricardo Franco de Almeida Serra. Nascido na cidade do Porto, em Portugal, veio para Mato Grosso como auxiliar do presidente da província Luiz de Albuquerque de Mello Pereira. Sua trajetória no Estado é resumida por Rubens de Mendonça:

Fez importantes explorações geográficas. Reconstruiu o Forte de Coimbra em 1797 e o defendeu gloriosamente em 1801. Foi o maior auxiliar do Capitão General Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. Foi governador interino da Capitania. Comandou a fronteira do Baixo Paraguai, demarcou a fronteira da Barra do Jauru ao Madeira, de acordo com o tratado de 1777, explorou vários afluentes do Amazonas, fez o levantamento hidrográfico do Madeira e Guaporé. Explorou os campos dos Parecis, as cabeceiras de Jauru, do Barbado, do Juruena e toda a região fronteira entre a boca daquele rio e Vila Bela, seguindo depois pelo Paraguai abaixo até a Baía Negra e rio acima até o Cuiabá.

O nome de Ricardo Franco, junto com Vespasiano Barbosa Martins, Coronel Camisão e o tenente Antonio João, está na letra do Hino de Mato Grosso do Sul.
 

FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Mato-grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 145.



21 de janeiro 

1932 - Morre Pedro Celestino Correa da Costa




Aos 72 anos, morre em Petrópolis, no Rio de Janeiro, Pedro Celestino Correa da Costa, deputado estadual constituinte, vice-presidente do Estado de Mato Grosso, presidente do Estado e senador da República. Sua morte é lamentada e sua obra revista no editorial do jornal católico, A Cruz, de Cuiabá:


O grande mato-grossense, cujo desaparecimento constitui, nesta hora, sobretudo, um golpe dos mais dolorosos para a nossa terra, nasceu a 5 de julho de 1860, no sítio do Bom Jardim, distrito de Serra-Acima.

Pertencente a uma ilustre linhagem, que deu a Mato Grosso muitas figuras de destaque na administração, na política e no domínio da pura inteligência, foram seus pais o capitão Antonio Correa da Costa e D. Inês Maria Luiz Correa da Costa (da família Souza Prado).

Formado em Farmácia, em 1881, abriu em Cuiabá, uma “botica” que, graças à sua tenacidade, competência e amor ao trabalho, se tornou dentro em pouco a primeira no gênero entre nós.

Ingressando na política foi, logo após a proclamação da República, eleito deputado à Assembleia Constituinte, da qual é o penúltimo membro que desaparece, somente sobrevivendo o cel. Virgílio Alves Correa.

A sua atuação na política e em cargos de administração pública o impôs logo a confiança e estima de seus concidadãos, de cujos direitos se fez sempre o desinteressado paladino nas mais difíceis e às vezes trágicas conjunturas. Elevado à vice-presidência do Estado, com Manoel Murtinho, em 1891, foi novamente escolhido para esse cargo em 1907, ao lado de Generoso Ponce, a quem lhe coube substituir, ao cabo de um ano de governo. O que foi a sua diretriz no Palácio Alencastro, dí-lo a consciência dos contemporâneos, a atestar o seu tino financeiro, o seu patriótico desprendimento e, acima de tudo, a sua inatacável probidade.

Deve-lhe Mato Grosso, principalmente no departamento de Instrução Pública, os mais assinalados serviços, levados a efeito nesse primeiro período governativo. Após as lutas políticas de 1916-1917, coube-lhe representar o Estado no Senado Federal, donde o foram buscar seus conterrâneos para entregar-lhe novamente o governo, em sucessão ao arcebispo Aquino Correa, cuja presidência  se finalizara pela  fusão dos partidos, realizando dessa forma, o programa patriótico de paz e união que formara o escopo do governo do eminente prelado cuiabano. Essa união só de pode fazer, no momento, em torno do nome consagrado e respeitável de Pedro Celestino, que congregou em redor de si, como uma bandeira de honestidade e de patriotismo, os elementos mais ponderáveis da política mato-grossense.

A segunda administração Pedro Celestino é de ontem e dela basta dizer que, além da obra de cimentação da paz e da concórdia, conseguiu ainda o egrégio patrício a reconstrução financeira do Estado, abalado em consequência das lutas partidárias e da depressão enorme da receita, em 1921, legando-nos vários e importantes melhoramentos, alguns acabados, como a estrada da Chapada, velha aspiração cuiabana, que lhe coube realizar, e outros iniciados, como o serviço de iluminação da capital pela força motriz do Rio da Casca.

Teve a auxiliá-lo nessa segunda fase a competência, a energia e a aptidão invulgar do dr.V. Correa Filho, seu secretário Geral do Estado, figura de eleição no meio intelectual e administrativo de Mato Grosso, cujo nome constitui uma garantia de confiança, sendo, como é, um dos poucos em que Mato Grosso pode e deve espera para sua evolução e o seu progresso.

Enfermado, já ao final do quadriênio, passou o governo ao 1° vice-presidente, dr. Estevão Correa, que prosseguiu e ultimou o período administrativo, em perfeita unidade de vistas e de ação com o grande mato-grossense, o que vale dizer, trabalhando patrioticamente pela nossa terra.

O maior serviço prestado a Mato Grosso por Pedro Celestino foi, porém, não há duvidar, esse exemplo vivo de honradez e trabalho, de abnegação e amor pátrio, de carinho pelas nossas coisas e discernimento no estudo dos nossos problemas, de pureza e inquebrantabilidade  na defesa do patrimônio moral e material do Estado, constituindo-se barreira inexpugnável aos delapidadores da nossa honra e das nossas riquezas.

O “caso Antonina” é típico e não há mister evocar outros.

Criou, por isso, como é natural, inimigos rancorosos e adversários implacáveis. Essas odiosidades são, entretanto, daquelas que honram e enobrecem o homem.

Terminado o seu governo, foi, em 1927, reconduzido, pelo voto dos seus paisanos, à Câmara Alta, onde se conservou até que a Revolução de Outubro de 1930 dissolvesse o Poder Legislativo. Partidário da Aliança Liberal desde a sua constituição, dirigiu nessa ocasião, memorável manifesto aos seus amigos. Vitoriando o movimento revolucionário, nada, entretanto, ambicionou, no seu desprendimento assaz conhecido, no seu nobre e sadio idealismo, que só visava o bem coletivo. Tendo feito uma carreira política e administrativa de meio século, jamais se lhe apontou um ato menos digno ou inspirado em motivos que não fossem os que visam o engrandecimento de sua terra. Sofreu, com superioridade, com estoicismo, as mais ingratas campanhas. Tudo levou de vencida. E hoje, ao descerem-lhe ao seio maternal da terra os despojos venerandos, um sentimento de tristeza e de pesar invade todos os corações dos mato-grossenses patriotas e sensatos, ante o vácuo que, no cenário da administração e da política, deixa o desaparecimento do grande filho da terra cuiabana.

O coronel Pedro Celestino foi casado com D. Constança Novis Correa da Costa e, enviuvando-se, consorciou-se com a sua cunhada D. Corina Novis Correa da Costa. Do primeiro casal deixou os seguintes filhos: dr. Clóvis Correa da Costa, médico, residente no Rio de Janeiro, drs. Alvino Correa da Costa, farmacêutico e Ytrio Correa da Costa, engenheiro, residentes em Campo Grande; d. Aline, casada com o tenente-coronel Romão Veriano da Silva Pereira, d. Edith, casada com o dr. Virgílio Alves Correa Filho e d. Maria Constança, casada com o cel. José Alves Ribeiro Filho.
Das segundas núpcias deixou os seguintes filhos: dr. Fernando Correa da Costa, médico, residente em Campo Grande, tenente Pedro Celestino Correa da Costa, Paulo Correa da Costa, contador, João Batista, estudante e senhorinha Inês Maria Luiza Correa da Costa.

Seu principal herdeiro político foi o filho Fernando Correa da Costa, médico que, mudando-se para o Sul do Estado em 1927, fez carreira com prefeito de Campo Grande (1947), governador do Estado (1950 e 1960) e senador da República (1966). Seu outro filho, Ytrio Correa da Costa, foi prefeito nomeado de Campo Grande e deputado federal. A mais recente representante da família na política foi a deputada federal Tereza Cristina Correa da Costa (2014-2023), ministra da Agricultura (2019 - 2022) senadora da República (1923 - 1931). 


FONTE: A Cruz (Cuiabá), 31 de janeiro de1932.

FOTO: acervo do governo do Estado de Mato Grosso.






21 de janeiro 

1938 - É criada a primeira maternidade de Campo Grande

D. Elvira, sentada à esquerda, a pioneira com familiares

Em reunião realizada no Rádio Clube é criada a AAMI, Associação de Amparo à Maternidade e à Infância. Era prefeito de Campo Grande, o advogado Olímpio Machado Metelo e a primeira presidente da entidade foi a primeira-dama Elvira Coelho Machado, cuja diretoria tomou posse a 7 de fevereiro em sessão solene realizada no cine Alhambra. Em 11 de agosto de 1938 a AAMI foi reconhecida de utilidade pública, tendo liberada pela prefeitura uma verba de 300 mil réis.
O primeiro trabalho foi a instalação de um posto puericultura e um lactário e um ambulatório maternal na loja maçônica Oriente à avenida Calógeras, onde eram atendidas gestantes e crianças até 10 anos de idade. Em 8 de janeiro de 1939, a entidade comprou por cinquenta contos de réis, uma casa na rua 15 de Novembro, esquina com a rua 14 de Julho (atual Lojas Americanas) onde instalou todos os seus trabalhos, que tinham como diretor clínico o dr. Vespasiano Martins auxiliado por seus colegas Walfrido Arruda, Alcindo de Almeida, Arthur Vasconcelos e Fernando Correa da Costa.
Em 21 de janeiro de 1941 a AAMI lança a pedra fundamental da Maternidade Cândido Mariano, tendo sua presidente Elvira Coelho Machado, justificado a escolha da data:

"Escolhemos hoje para o lançamento da pedra fundamental da AAMI por ser a data natalícia do presidente Getúlio Vargas, inspirado animador das instituições de amparo à maternidade e à infância de nosso país".

A 21 de julho de 1944, dona Elvira e demais diretores da associação, finalmente entregavam à população a maternidade Candido Mariano, a primeira de Campo Grande.

FONTE: José Corrêa da Barbosa, A Maternidade Cândido Mariano e sua história, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2013, página 13.



OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...