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sábado, 5 de fevereiro de 2011

25 de março

25 de março

1872 - Libertados escravos em Cuiabá






Para comemorar o aniversário do juramento da constituição do Império, o presidente da província, Francisco José Cardoso Júnior, liberta 62 escravos da nação. "O ato foi cercado de grande solenidade e teve lugar no salão nobre do palácio do governo, perante numerosos expectadores e autoridades civis e militares, honrando-o com sua presença o virtuoso bispo d. José Antônio dos Reis".

A notícia foi destaque no jornal A Situação:

Depois do cortejo, no dia 25 de março, e na presença de numeroso auditório, o exmo. sr. Dr. Cardoso Júnior, num eloquente discurso, declarou que ia fazer entrega das cartas de liberdade a todos os escravos do estado existentes na província, em número de 62, - que presentes se achavam -de conformidade com o que dispusera a lei n° 2040, de 28 de setembro do ano p. passado.

S.Exa. convidou o reverendo bispo desta diocese para encarregar-se de conferir, por suas mãos, o título de emancipação a cada uma daquelas criaturas prestes a abrirem os olhos à luz da liberdade. S. Exa. Rvma., depois de alguma hesitação, visto como entendia que a transmissão das cartas competia à primeira autoridade civil e militar da província, acedeu aos desejos manifestados pela presidência - e, lágrimas nos olhos, deu a cada um dos escravos o diploma que os vai introduzir na comunhão social. O ato foi tocante. Os libertos recebendo a carta, beijavam o anel do pastor, e faziam una genuflexão ao retrato do primeiro emancipador da América do Sul - S. M. o senhor D. Pedro II.

Divisam-se em muitos olhos lágrimas, dessas que o coração leva à superfície e que obedecem ou acompanham aos profundos abalos de sentimentos nobres e generosos.

Já não se dirá que o Brasil, isto é, que a Nação, possui um só escravo. Não, perante suas leis, todos são livres - todos são iguais, havendo apenas uma só distinção, a da virtude e da ilustração.

A época que corre é memorável pelos grandes cometimentos, pelas boas reformas, pelos incontestáveis melhoramentos - que, das regiões da ideia, passarão para a dos fatos consumados.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 149.



25 de março

1933 - É instalada a OAB em Campo Grande






Passa a funcionar a subsessão da Ordem dos Advogados do Brasil no município de Campo Grande. Os primeiros inscritos da entidade foram Eduardo Olímpio Machado, (foto) eleito seu primeiro presidente, Custódio Aclespíades de Moura, Dolor Ferreira de Andrade, Antônio Leite de Campos, José Pereira Teixeira Filho, Jaime Vasconcelos, Antônio Alves, Adalberto Barreto, Luiz da Costa Gomes, Arlindo de Andrade Gomes, Alcides Revilleau, Sabino do Patrocínio, Sebastião Lins, João de Almeida Barros e Carlos Hugueney Filho. Provisionados: Ovídio de Paula Correa, Fausto Pereira, Manoel Máximo da Fonseca, Manoel Garcia de Souza e Alfredo C. Pacheco. 


FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, Funcesp/UBE, Campo Grande, 2000, página 184.



25 de março

1977 - Recriada a Liga Sul-Matogrossense




Com o anúncio formal da divisão do Estado, feito pelo presidente general Ernesto Geisel, é reativada a entidade criada na década de trinta para defender a separação. Nesta sua segunda fase, a liga teve papel pouco relevante, considerando que o processo de criação de Mato Grosso do Sul foi totalmente encaminhado de cima para baixo. Dos subscritores do manifesto de 1934 à Assembléia Nacional Constituinte, assinou a ata de reativação da Liga o escritor e advogado Paulo Coelho Machado (foto), que foi também o seu principal coordenador.


FONTE: Hildebrando Campestrini e Acyr Vaz Guimarães, História de Mato Grosso do Sul, 2a. edição, Assembléia Legislativa, Campo Grande, 1991, página 154.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

10 de março

10 de março

1830 - Acumpliciamento com índios: Imperador exige punição de comandantes de Coimbra e Miranda

O governo do Império, tendo recebido denúncia de que comandantes dos presídios de Coimbra e Miranda estariam apoiando índios guaicurus, suspeitos de atacarem moradores da região, assaltando e depredando propriedades particulares, manda o presidente da província de Mato Grosso investigar e punir os responsáveis:

"Constando na augusta Presença de sua Majestade o Imperador, que alguns habitantes do Norte da Província de Mato Grosso protegidos principalmente pelos Comandantes de Coimbra e Miranda tem auxiliado os índios bárbaros, com armas, munições, soldados fuzileiros, brancos e negros, os quais tem roubado imensa quantidade de gados e perpetrado as maiores desordens; e convindo atalhar desde logo a continuação de atos tão escandalosos, que podem comprometer a tranquilidade do Império, manda em consequência o mesmo Augusto Senhor que o governador das armas da mencionada província de Mato Grosso tome as mais enérgicas medidas para reprimir os latrocínios e correrias, e providencie de maneira que se prendam os culpados para serem castigadas prontamente, com todo o rigor das leis no qual não deve haver nenhuma omissão. Palácio do Rio de Janeiro, em 10 de março de 1830. - Conde do Rio Pardo".

FONTE: Diário Fluminense vol. 15 (RJ), 16 de março de 1830.

10 de março

1903 - Tropas reforçam segurança na fronteira com a Bolivia


Cabo Getúlio Vargas, do 25 de Infantaria de Porto Alegre

 

Ante a ameaça de invasão da fronteira por forças bolivianas, tropas do exército brasileiro chegam a Corumbá, sob o comando do general João Cezar Sampaio. São os batalhões 16, 25 e 29 de Infantaria, de Porto Alegre, que reunidos ao 21 de Infantaria e ao 2º. de artilharia locais, constituem um efetivo de dois mil homens. Integrante do 25 de Porto Alegre, fazia parte das tropas o cabo Getúlio Vargas.¹ A concentração de forças em Corumbá esteve ligada à questão do Acre, permaneceram na cidade até o mês de abril do ano seguinte e enquanto estiveram na cidade exerceram função policial, conforme constata Estêvão de Mendonça:

Nos primeiros dias de sua chegada observam que, durante a noite, a cidade era ponteada por sucessivas detonações, cujos projetis passavam por vezes sobre o hotel Internacional, em que se hospedara. Encontrou por esta forma a exposição do aspecto taciturno das ruas à proporção que a noite avançava. Determinou um patrulhamento rigoroso, sem excessos. Em pouco tempo a cidade oferecia outro aspecto, sendo as principais artérias percorridas por cavalheiros e senhoras durante as primeiras horas da noite.²

Sobre Getúlio Vargas nessa missão, narra-o seu conterrâneo Mário Lima Beck:

Nas fileiras desse batalhão alinhava-se um cabo de esquadra, um moço, baixo, rotundo e risonho, que trinta anos depois seria o chefe discricionário da nação!

Punidos por insubordinação, Getúlio Vargas e outros cadetes são desligados da Escola Militar de Rio Pardo e incorporados ao 25° B.I. Todos são enviados para a "Sibéria canicular do nosso exército" como Euclides da Cunha chamava naquele tempo a Mato Grosso. 

Tropa de elite criou logo grande círculo de simpatias na cidade matogrossense. O cabo Getúlio tornou-se em breve assaz conhecido. Embora aparentemente quietarrão e frio, sabia cativar pela educação gentil e maneirosa. As vezes parecia inacessível e de repente viam-no na maior camaradagem entre os soldados. Simulava imperturbável seriedade e logo participava gostosamente duma pândega. Nunca porém, perdeu compostura e equilíbrio...Hábil dosador de pragmatismo. Fingia, dizem, indiferença às mulheres e elas se interessavam por ele. Contam que uma jovem corumbaense dedicou-lhe acendrada paixão.

Sabia comandar com senso e oportunidade. Em todas as circunstâncias era raciocinador tranquilo. Calculista sistemático em todos os rumos de sua conduta. Já naquela época a psicologia do cabo Getúlio Vargas, exibia matizes curiosos, que intrigariam a um Lazurski e outros estudiosos da individualidade humana. Em setembro do mesmo ano, promovido a sargento, Getúlio regressa a Porto Alegre. 
 

FONTE: ¹Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 169, ²Estêvão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 123 e Mario Lima Beck, Nova Querência, Livraria Selbach, Porto Alegre, 1935, página 53.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

25 de fevereiro

25 de fevereiro

1866 - Expedicionários brasileiros atravessam o rio Negro

Rumo à Miranda, onde esperaria um ano até mudar-se para Nioaque e de lá para a fronteira, a força expedicionária brasileira, procedente de Coxim, transpõe o rio Negro. O relato é de Taunay, membro da comissão de engenharia e escritor da expedição:

No dia 25 de fevereiro, passamos o rio Negro numa pelota, transportando-nos para a sua margem esquerda, baixa, paludosa e coberta da mesma vegetação que já tínhamos observado do outro lado. Por espaço de que quarto de légua, nela lutamos com os obstáculos provenientes das enchentes do rio, sendo obrigados a novas passagens em pelota de corixas cheias de pyrisaes (lugares alagados) e à marcha em terreno sempre úmido e atoladiço. Abre-se depois o campo com cerrados ao longe, e achamo-nos na base da serra de Maracajú, que era o único meio de direção na procura da trilha que diziam ter sido aberta pelos fugitivos de Miranda, por ocasião da invasão deste distrito no ano passado. Com efeito avistávamos uma longa e continuada serrania que devíamos deixar à esquerda, fraldejando a sua aba e fugindo das águas que cobriam a estrada seguida no tempo seco até o rio Aquidauana.

FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, São Paulo, página 116. 


25 de fevereiro

1867 - Tropas deixam Nioaque rumo à fronteira paraguaia



A RETIRADA DA LAGUNA - Composição de Álvaro Marins (Seth)


Um mês acampada em Nioaque, depois de longa permanência em Miranda, as forças brasileiras, sob o comando o coronel Camisão, finalmente, iniciam a marcha sobre a fronteira paraguaia. O tenente Taunay,economizou palavras para registrar o fato:

Arrancou a coluna a 25 de fevereiro de 1867, indo acampar a uma légua da vila, à margem do rio Nioaque. Logo que pudemos, visitamos o comandante. Tinha a barraca sobre um montículo pedregoso, a meio abrigado por palmeiras que tornavam aprazível aquele local. Estava agitado: já para o rancho da tarde faltava gado.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, página 41.



25 de fevereiro

1891 - Anuladas as eleições para a Constituinte estadual



Assumindo o governo a 15 de fevereiro, por decreto estadual, o coronel Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, anulou as eleições de 3 de janeiro, realizadas em ambiente conturbado, verificando-se “elevada abstinência, tanto na sede do governo como nas demais cidades, dos amedrontados eleitores republicanos e, destarte, triunfara o Partido Nacional”, do presidente Antônio Maria Coelho, demitido do cargo pela denúncia de prática de arbitrariedades, antes e durante o pleito eleitoral. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 106

25 de fevereiro

1934 - Pane seca: acidente com avião da Condor entre Corumbá e Cuiabá

Aeronave da empresa Condor cai por falta de combustível no trajeto entre Cuiabá e Corumbá. É o segundo acidente em menos de três meses, conforme lamenta o Jornal do Comércio, de Campo Grande, em sua edição de 4 de março de 1934:










25 de fevereiro

1967 - Impeachment: Filinto defende Pedrossian


Filinto: senso de justiça e atitude coerente

Em carta ao seu sobrinho Gastão Müller, o senador Filinto Müller, assume a defesa do governador Pedro Pedrossian, que, sob a ameaça de cassação pela Assembleia Legislativa, sofria verdadeiro bombardeio da oposição e de setores de seu próprio partido, o antigo PSD:

(...) Todo o Mato Grosso sabe que defendi o Pedro das acusações que lhe eram feitas, não simplesmente porque era ele o nosso candidato, mas, essencialmente porque as considerava injustas, fruto do ódio, de despeito, de má fé. Como é que agora, quando os mesmíssimos inquéritos administrativos de há quase dois anos passados, sem tirar nem por, vêm à decisão final, posso eu ‘lavar as mãos’, recolher-me a uma atitude de indiferença? Essa não seria uma atitude digna. Se repudiei antes do pleito de 3 de outubro de 1965, tenho o dever de continuar a repudiá-las hoje. Não importam as consequências que eu possa vir a sofrer - como você imagina - por empenhar-me a fundo na defesa do Pedro e no repúdio aos inquéritos administrativos.


(...) O que importa é manter eu a coerência de atitudes que somente ela nos assegura o respeito próprio e, às vezes, o respeito dos demais... Admitindo, para argumentar, que o Pedro houvesse sido um carrasco para os nossos amigos, que houvesse desmandado no governo, que houvesse malbaratado a fortuna pública, ainda assim, eu continuaria a sustentar a atitude que mantive inalterada nestes dois anos quase, afirmando serem as acusações dos inquéritos administrativos do Ministério da Viação fruto de uma trama sórdida, uma iniqüidade, uma clamorosa injustiça. Estou certo de que você aplaudirá estas minhas atitudes. A esta hora você já terá lido, em mãos do Pinheiro, a exposição que fiz sobre o desfecho dos inquéritos. Você terá verificado, portanto, que mantive a minha coerência.




FONTE: Maria Manuela Renha de Novis Neves, Relatos políticos, Mariela Editora, Rio de Janeiro, 2001, página, 282.




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

25 de novembro

25 de novembro

1862 - Criada a povoação de Coxim, com o nome de núcleo colonial de Beliago



O governo da província de Mato Grosso, por seu presidente Herculano Pena, assina as instruções para o estabelecimento de um núcleo colonial às margens do Rio Taquari, origem da cidade de Coxim:

Art. 1° - Partirá de Corumbá para o rio Taquari o vapor que o comandante da estação naval designar, transportando o capitão do Estado Maior de 1ª classe empregado em comissão engenheiro Joaquim da Gama Lobo d'Eça e um destacamento de 12 praças, 2 cabos e 1 inferior, comandado por oficial, todos de tropa de linha.

Artigo 2° - Este destacamento, cujo comandante servirá interinamente de diretor do núcleo colonial denominado - Beliago - abaixo da corredeira, na margem esquerda ou na direita do rio Taquari, como o engenheiro julgar conveniente, atendendo não só as circunstâncias mais ou menos favoráveis, que uma ou outra localidade que ofereça para assento de uma povoação, que fique superior ao nível das maiores enchentes, como também à necessidade de prolongar-se até aí a estrada de carro, que do município de Santana do Paranaíba vem a ter à barra do rio Coxim.

Artigo 3° - No lugar que escolher medirá o engenheiro e demarcará a extensão de meia légua em quadro, ou a superfície equivalente, para assento da nova povoação e reservando os espaços necessários para ruas, praças, edifícios e outras servidões públicas, dividirá o restante em lotes urbanos de 10 braças de frente e 25 de fundo para serem desde logo distribuídos pelo diretor interino do núcleo colonial aos povoadores nacionais e estrangeiros que os pretenderem a título de aforamento perpétuo, sendo o fóro fixado pelo governo na forma do art. 77 do Regulamento que baixou com o decreto n° 1318, de 30 de janeiro de 1854.

As casas edificadas nestes lotes deverão ter a frente para ruas ou praças.

Artigo 4° - Os edifícios públicos de que trata o art. antecedente, são: uma igreja, uma casa para a Câmara Municipal, uma escola pública, um quartel, uma cadeia, uma praça de mercado e um cemitério, que deverá ficar em lugar distante do centro da povoação.

Artigo 5° - As ruas cruzar-se-ão em ângulos retos; e terão a largura de oitenta palmos, não se admitindo becos nem recantos. A que se prolongar pela margem do rio terá a largura de 100 palmos, para ser bordada de arvoredos.

As praças terão regularmente de 50 a 60 braças de fundo, a frente poderá estender-se até 80 braças.

Artigo 6° - As regras prescritas no artigo antecedente ficam todavia sujeitas às modificações que o engenheiro julgar necessárias segundo as circunstâncias locais.

Artigo 7° - Do terreno assim medido e demarcado levantará o engenheiro uma planta cingindo-se às disposições às disposições dos artigos 3°, 4° e 5°, para ser enviada ao governo imperial; e dela extrairá duas cópias autênticas, das quais ficará uma na Secretaria da Presidência da Província e outra em poder do comandante do destacamento.

Artigo 8° - O engenheiro fará também, para serem presentes à Presidência, a planta e orçamento das pontes que convier construir, a saber, uma sobre o Taquari, no caso de passar pela margem direita deste rio a estrada de que trata o artigo 2°, ou duas sobre o ribeirão da Fortaleza e rio Coxim quando passe pela margem esquerda.

Artigo 9° - Nos lugares que o engenheiro designar fará o comandante levantar desde logo um quartel provisório, coberto de palha e um rancho de barracão, onde se depositem o sal e outros gêneros exportados da província ou para ela importados, que transitarem pela nova povoação ou tiverem de ser aí vendidos.

Fará igualmente descortinar, quanto seja indispensável, o terreno demarcado para a povoação e abrir ou melhorar a estrada que deve seguir de Beliago pela margem do Taquari até a barra do Coxim, de sorte que se torne fácil e cômodo o trânsito não só de bestas de cargas, mas também de carros.

Nestes serviços serão empregados, além das praças do destacamento, os trabalhadores que o comandante ajustar até o número e com as gratificações ou salários que sobre proposta sua serão marcados pelo presidente da província.

Artigo 10 - Concluídos os trabalhos a cargo do engenheiro e a construção do quartel provisório, regressará o vapor à Corumbá e no relatório que deve apresentar de sua viagem e comissão indicará o engenheiro os pontos onde convenha fazer depósitos de lenha para consumo de outros navios do estado, que tenham de navegar o Taquari, declarando se há quem se proponha a fornecê-la por contrato, e com que condições, ou se será necessário que o governo a mande cortar.

Artigo 11 - O comandante do destacamento, exercendo também provisoriamente as atribuições que competem aos diretores de índios, deverá fazer todas as diligências, sem que todavia empregue meio algum violento, para atrair à nova povoação os da tribo Caiapó e outros que vivam dispersos ou em pequenas aldeias nas imediações dos rios Taquari e Piquiri; e indicará à presidência o terreno que convenha conceder-lhes para suas habitações dentro ou fora do perímetro de meia légua em quadro, designado no artigo 3°.

Artigo 12 - Terá o mesmo comandante muito cuidado em fazer com que estes índios se empreguem na lavoura ou na criação de gados, na construção dos edifícios e outras obras pertencentes ao governo ou particulares, e especialmente no serviço das embarcações do comércio ou do Estado, que navegarem entre a barra do Coxim e o porto de Corumbá.

Enquanto se acharem aplicados por sua própria conta à lavoura ou criação, e ainda não poderem sustentar-se com o produto do seu trabalho, deverá o comandante distribuir-lhes as roupas, ferramentas e mais objetos que para isso receber por ordem da presidência; quando se ocuparem em qualquer serviço público pagar-lhes os salários mercados na forma do artigo 9°, e, quando em serviço de particulares tomar conhecimento dos ajustes que fizeram, para que sejam fielmente cumpridos por ambas as partes.

Artigo 13 - Dos terrenos contíguos à nova povoação e dos que lhe forem fronteiros na outra margem do Taquari, concederá o presidente da província (excetuadas as matas que porventura aí existam e convenha reservar para a construção nova por conta do Estado) lotes de 62.500 a 123.000 braças quadradas, unidos e sem interrupção, até perfazer a totalidade dessas áreas, inclusive a da povoação, a superfície de um território ou trinta e seis milhões de braças quadradas. Esta concessão será feita tanto aos nacionais como aos estrangeiros que quiserem comprar os ditos lotes pelo preço de meio real até um real a braça quadrada (além da metade da siza e da despesa de medição) podendo o respectivo pagamento efetuar-se dentro dos prazos de três a cinco anos, como permite o Aviso do Ministério do Império de 8 de janeiro de 1861.

Nas matas reservadas para a construção naval nenhum particular poderá cortar madeiras, senão como licença do governo e sob condições que ele prescrever.

Artigo 14 - A medição e demarcação dos lotes de que trata o artigo antecedente e a expedição dos títulos de venda terão lugar à vista de requerimentos dos pretendentes, dirigidos à presidência da província e informados pelo diretor do núcleo colonial, que deverá sempre declarar, além do mais que convier, se o suplicante é pessoa conhecida e capaz de realizar o contrato e se no lugar pedido há ou não matas que devam ser reservadas para a construção naval.

Artigo 15 - A venda das demais terras devolutas das margens dos rios Taquari e Coxim não compreendidas nos limites das duas léguas em quadro, de que tratam os artigos 3° e 13° assim como as situadas em quaisquer outros lugares, far-se-á pela maneira determinada no Aviso do Ministério do Império de 3 de março de 1838, a saber: se o terreno for próprio para lavoura, a extensão requerida por cada um indivíduo não poderá exceder a um quarto de légua quadrada, área correspondente ao quadrado de maia légua; e a três léguas quadradas, área correspondente ao retângulo de três léguas de base, e uma de altura se os terrenos forem campos de criar.

As pessoas que pretenderem comprar estas terras devem requerê-las ao presidente da província, que, depois de as fazer medir e demarcar e de receber a respectiva planta e memorial, remeterá tudo à Tesouraria da Fazenda, onde em junta e como assistência de um indivíduo nomeado pelo mesmo presidente se fará o ajuste do preço correspondente à braça quadrada, não podendo este ser menor de meio real, nem o importe da venda ser menor do custo da medição, demarcação e descrição.

Artigo 16 - As terras devolutas que se venderem ficarão sempre sujeitas, em virtude do art. 16 da lei n° 601 de 18 de setembro de 1850, aos ônus seguintes:

§ 1° - Ceder o terreno preciso para estradas públicas de uma povoação para outra ou algum porto de embarque, salvo o direito de indenização das benfeitorias e do terreno ocupado.

§ 2° - Dar servidão gratuita aos vizinhos quando lhes for indispensável para sairem a uma estrada pública, povoação ou porto de embarque, e com indenização quando lhes for proveitosa por encurtamento de um quarto em meio de caminho.

§ 3° - Consentir a tirada de águas desaproveitadas e a passagem delas, procedendo a indenização das benfeitorias e terreno ocupado.

§ 4° - Sujeitar às disposições das leis respectivas quaisquer minas que se descobrirem nas mesmas terras.

Artigo 17 - Enquanto o governo não regular de outro modo a concessão dos lotes urbanos de que trata o art. 3°, será ela feita por despacho do diretor do núcleo colonial, lançado no requerimento da parte e registrada em livro próprio, declarando-se nesse registro o número e extensão do lote, a rua ou a praça em que é situado, a data da concessão e o nome do concessionário.

Do registro que se fizer em cada mês remeterá o diretor uma cópia autêntica à presidência da província.

Artigo 18 - O diretor interino do núcleo colonial dará toda a possível publicidade as disposições dos artigos 3, 13, 14, 15, 16 e 17 das presentes instruções para conhecimento das pessoas que pretenderem obter terras por título de aforamento ou de compra.

Palácio do Governo da Província de Mato Grosso em Cuiabá, 25 de novembro de 1862 - Herculano Ferreira Penna.¹

Para atender às ordens do governo, seguiu no dia 27 de julho daquele ano para o lugar indicado, o vapor de guerra Alpha.²

Segundo Ronan Garcia da Silveira "o povoado que passou a ser chamado de Arraial do Beliago ou de Coxim, correspondia a uma extensa sesmaria que o governador da capitania de São Paulo doou a Domingos Gomes Beliago, em troca da fixação e prestação de auxílio às expedições" nas primeiras décadas do século XVIII, quando os rios Coxim e Taquari faziam parte da rota de ouro de Cuiabá. 

Ainda segundo Ronan, a partir da criação da colônia, a localização do povoado passa a ser na margem direita do rio Taquari, "inicialmente como porto de suprimento de mercadorias vindas de Corumbá, quando se inicia a navegação fluvial por aquele rio".³

FONTE: ¹jornal A Imprensa de Cuiabá, 28 de dezembro de 1862. ²jornal Correio Mercantil (RJ), 19 de agosto de 1862. 3Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Editoria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1995, páginas 26 e 29.

FOTO: Governador Herculano Pena, acervo IHG de Mato Grosso.





25 de novembro
 
1863 – Paraguai espiona a fronteira


Às vésperas do maior conflito armado da América do Sul, o presidente Lopez manda um de seus principais auxiliares conhecer as forças que teria que enfrentar na ocupação da fronteira norte. Estevão de Mendonça acompanha os passos do espião paraguaio:

“Chega à vila de Corumbá, com carta de apresentação para o negociante Vicente Solari, o intitulado fazendeiro paraguaio Izidoro Resquin (foto)

, dizendo-se candidato à aquisição de terras no município de Miranda.

Acolhido prazenteiramente e hospedado no próprio seio da família Solari, que o cumulou de atenções, dias depois seguia para Miranda e dali à povoação de Nioaque, sempre acompanhado por um guia brasileiro que levara de Corumbá.
Regressou em fevereiro, mostrando-se satisfeito com a beleza dos campos percorridos e declarando-se decidido a fundar um estabelecimento pastoril na zona do Amambaí. Em março seguia para Assunção, tomando passagem no paquete Marquês de Olinda.


Em dezembro de 1864, porém, o pretenso fazendeiro invadia a fronteira do sul, na sua verdadeira qualidade de coronel do exército paraguaio. A frente de numerosa coluna, esmagava de chofre a pequena guarnição da colônia dos Dourados.


Seguiu-se depois a ocupação de Nioaque e Miranda.”
 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 276.


25 de novembro

1882 - Ferro em Corumbá: governo prorroga prazo de concessão

Pelo decreto 8.780, do imperador D. Pedro II é prorrogado o prazo da concessão dada à baronesa de Vila Maria para lavrar ferro e outros minerais nas terras de sua propriedade, Piraputanga e S. Domingos, em Corumbá.¹

Esta é a segunda prorrogação concedida à autorização de 1876. A outra ocorreu em 1878.²

FONTE: ¹Jornal do Commercio (RJ), 12/12/1882; ²Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa, Oeste de São Paulo, Sul de Mato Grosso, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 110. 


25 de novembro

1936 - Monteiro Lobato em Cuiabá, Corumbá e Campo Grande

O escritor Monteiro Lobato, defensor da prospecção do petróleo em solo brasileiro, volta a São Paulo, depois da excursionar pelo Estado de Mato Grosso:

"Conforme noticiamos, pelo avião da carreira, da linha de Mato Grosso, do Sindicato Condor, chegaram ontem a esta capital os drs. Monteiro Lobato e Hilário Freire, procedentes de Cuiabá.

Lá esses ilustre excursionistas tiveram a oportunidade de assistir ao ato solene da assinatura do contrato entre o governo do Estado e a firma Piepmeyer e Cia. para pesquisas de petróleo naquele Estado brasileiro.

Os drs. Monteiro Lobato e Hilário Freire, por ocasião de sua estada na capital matogrossense, foram alvos de atenções de todas as classes sociais. Foram-lhe tributadas inúmeras e significativas homenagens.

No regresso, por ocasião da parada em Corumbá, acompanhados do prefeito e de outras pessoas gradas, visitaram a cidade boliviana de Porto Suarez.

Na passagem do avião por Aquidauana e Campo Grande, novas homenagens se repetiram, principalmente nesta última, em que tomou parte toda a população do Estado.

Por toda parte onde os visitantes passaram foram comulados de gentilezas e por toda parte lhes foram testemunhado decisivo apoio pela grande campanha em prol do petróleo brasileiro. Eles tiveram oportunidade de verificar que o Estado inteiro está com os olhos voltados para esse importantíssimo problema".

FONTE: Correio Paulistano, 26/11/1936


25 de novembro

1970 – Instalada a Universidade Estadual de Mato Grosso





Com a presença do ministro de Educação do governo Médici, Jarbas Passarinho, o governador Pedro Pedrossian (foto) inaugura a UEMT em Campo Grande, que em 1978, com a divisão do Estado, seria transformada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O ato solene foi registrado por seu primeiro reitor o médico João Pereira da Rosa:

“Quarta-feira, 25 de novembro de 1970, no restaurante da Cidade Universitária, com a presença do ministro da Educação e Cultura, senador Jarbas Gonçalves Passarinho, do governador do Estado, engenheiro Pedro Pedrossian, do governador eleito José Manoel Fontanilas Fragelli, do secretário de Educação e Cultura, dr. Gabriel Novis Neves, do representante da 9ª. Região Militar, gen. Plínio Pitaluga, de Dom Antônio Barbosa, bispo diocesano, do secretário de Justiça, Francisco Leal de Queiroz, do reitor João Pereira da Rosa e muitas outras autoridades, foi instalada a Universidade Estadual de Mato Grosso, com sede em Campo Grande. Usaram da palavra nesta solenidade, o secretário do Interior e Justiça para dizer da simplicidade deste ato oficial, que representa o estilo do governador Pedro Pedrossian. Secundando-o foi dada a palavra ao reitor dr. João Pereira da Rosa (...). Depois falou o governador do Estado que enfocou a filosofia de seu governo de dar ênfase à educação, possibilitando a criação da Universidade Federal em Cuiabá, pelo governo federal e a Universidade Estadual, com sede em Campo Grande, ambas colocadas a serviço da juventude estudiosa da região. Finalmente falou o ministro da Educação sobre a política educacional do governo central e reconheceu o esforço do governo do Estado, que ao criar duas universidades, granjeou os aplausos da população e o reconhecimento dos brasileiros. Aplausos de todas as autoridades e das classes estudantis presentes em grande número. A imprensa deu destaque, especial o jornal ‘Correio do Estado’. A ata da instalação foi redigida pelo professor Wilson Rodrigues com o auxílio do acadêmico José Roberto Amim, presidente do Diretório Acadêmico, indicado secretário ‘ad hoc’ para esta reunião marcante para todos os mato-grossenses".



FONTE: ROSA, João Pereira da, As 2 histórias da Universidade, ACR/UFMS, Campo Grande, 1993, página 65.




25 de novembro

1983 – Assassinado o cacique Marçal de Souza




É assassinado na aldeia Campestre, no município de Antonio João, o cacique Marçal de Souza. A execução do líder indígena teve repercussão nacional e internacional, aparecendo com destaque em todos os jornais do Brasil:
O cacique Marçal de Souza dos guaranis, que em julho de 1980 saudou o papa João Paulo 2º em nome das irmandades indígenas brasileiras, foi assassinado na noite de sexta-feira, com três facadas, na aldeia Campestre, município de Antônio João (MS). Marçal que era também enfermeiro da Funai, vinha reivindicando há cinco anos a demarcação das terras do índios Caiová que vivem na aldeia de Piraquá.

Há cerca de 20 dias, Marçal recebeu a visita de um empregado da fazenda Terra Brava, que lhe ofereceu cinco milhões de cruzeiros para que ele convencesse os Caiová a sair da aldeia Piraquá. O cacique recusou a oferta e o empregado da fazenda o ameaçou, dizendo que ele iria se arrepender. A aldeia Piraquá está localizada na fazenda Serra Brava, que é reclamada pelo fazendeiro Astúrio Monteiro.

Na sexta-feira à noite dois desconhecidos bateram na porta da farmácia da Funai, na aldeia Campestre, pedindo remédio. Quando Marçal abriu a porta recebeu as três facadas, morrendo em seguida. O cacique morava na farmácia e sua família suspeita de que os assassinos sejam empregados da fazenda.
Ontem, a União das Nações Indígenas (Unind), entidade de defesa dos índios, e parlamentares de oposição distribuíram nota conjunta protestando pela morte do cacique. O vice-governador do Rio de Janeiro, Darci Ribeiro, também protestou pela morte de Marçal em telegrama enviado ao governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Martins. Diz o telegrama: "O sangue do líder Marçal de Souza, que foi o mais alto intelectual de Mato Grosso, emporcalhará sua memória se seus assassinos não forem descobertos e entregues à Justiça
.


Marçal era perseguido por proprietários da região em virtude de sua luta pela terra e demais direito dos índios. Notabilizou-se por ocasião da primeira visita do Papa João XXIII ao Brasil, em 1980, por seu célebre discurso ao pontífice na cidade de Manaus em nome das nações indígenas de todo o Brasil.


FONTE:  Folha de S. Paulo 27/11/ 1983



sábado, 22 de janeiro de 2011

25 de janeiro

25 de janeiro

1869 - Chegam a Corumbá os primeiros navios brasileiros

 

 

 

Restabelecida a navegação do Rio Paraguai, com a ocupação de Assunção pelas forças aliadas em 5 de janeiro, chega a Corumbá, com destino à Cuiabá, a primeira frota brasileira, composta das seguintes embarcações: Henrique Martins, Fernando Vieira, Henrique Dias, Felipe Camarão e Ivay.
A frota deixou a capital paraguaia em 15 de janeiro, sob o comando do 1° tenente Manoel José Alves Barbosa. Em Corumbá foi recebido pelo tenente-coronel Antonio Maria Coelho, comandante do distrito militar. Os detalhes estão no relatório do tenente aos seus superiores:
"Janeiro 25 - Às 5 horas da manhã suspenderam os navios. A 1 hora da tarde passaram em frente da vila de Albuquerque.
Em um rancho que aí existe no porto, e onde, como depois constou-nos, deviam achar-se algumas praças pertencentes ao destacamento de Corumbá, nem uma só pessoa foi vista.
O inesperado aparecimento dos vapores, antes que houvesse tempo de reconhecer a bandeira nacional arvorada no tope grande de cada um deles, fez concentrar-se aquela pequena guarda, de cujo comandante partia imediatamente o mais rápido aviso para Corumbá onde chegou pouco depois de terem aí os vapores fundeado.
Não nos foi possível julgar do estado dessa vila, um pouco interior, senão por ouvir dizer em Corumbá, ter sido a mesma completamente destruída pelo inimigo, e incendiado o aldeamento da tribo Guanás, que aí existia.
A algumas horas acima de Albuquerque foi ainda encontrada uma canoa, que parecia recentemente abandonada ao avistarem os vapores que nela vinham, como depois constou-nos ao chegar em Corumbá.
Ao avistar-se a cidade parecia igualmente abandonada, não obstante, para desvanecer qualquer suspeita, os navios aí se apresentaram com seus competentes faróis e um sinal de tigelinha foi feito pelo Felipe Camarão, que chegou ao porto em primeiro lugar.
A este sinal ouvia-se perguntar que vapores eram aqueles; ao que respondendo-se serem brasileiros, e que traziam a notícia da terminação da guerra, trocaram-se e repetidos vivas entre os navios e a terra.
Dirigimo-nos imediatamente para aí, onde encontramos alguns oficiais que vinham cumprimentar os de bordo, da parte do comandante daquela praça, o sr. tenente-coronel Antonio Maria Coelho.
Soubemos então,que, ao avistarem os vapores, a guarnição da cidade, composta de 200 homens ao mando do mencionado tenente-coronel, se havia posto em alarma; e estivera prestes a romper o fogo sobre eles, quando os sinais de bordo fizeram crer que éramos nacionais.
Apresentando-me ao comandante da força, entreguei-lhe um boletim dos últimos acontecimentos do teatro da guerra, e comuniquei-lhe o fim daquela comissão, pedindo houvesse de providenciar sobre o que nos era necessário para continuar no outro dia, visto não encontrar-se naquele porto vapor algum para Corumbá.
Prontamente e com a maior solicitude mandou o sr. tenente-coronel que nessa mesma noite se preparasse alguma lancha; e sendo-lhe mais requisitado um prático do rio, ordenou que duas das praças de seu comando seguissem a bordo nessa qualidade.
A cidade cuja população apenas se compunha da guarnição militar, mostrava por toda parte a inexorável crueldade do inimigo: a ruína total dos edifícios públicos, as formas incompletas das habitações demolidas, os restos do incêndio e o mato que fora deixado à discrição da natureza, formavam o mais estranho e doloroso contraste.
No intuito de prevenir a inquietação que podia despertar na capital a aproximação dos vapores, fez o sr. tenente-coronel embarcar um próprio, o qual, deixado no lugar denominado Cassange, seguisse a toda pressa com as comunicações de sua parte".
No dia seguinte, "às 11 horas e 30 minutos da manhã, achando-se os mesmos providos de fresco, tendo embarcado os práticos e recebido alguma lenha, desaferraram do porto da cidade de Corumbá com destino ao da capital da província".

FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 17 de março de 1869. 

FOTO: reprodução. Imagem meramente ilustrativa.

      

25 de janeiro


1899 – Morre o visconde de Taunay


Aos 56 anos, falece no Rio de Janeiro, Alfredo D’Esgragnolle Taunay, o visconde de Taunay, herói da Guerra do Paraguai. Bacharel em ciências e letras, tenente de artilharia, estava para terminar o penúltimo ano do curso de engenharia militar quando arrebentou a guerra do Paraguai. Incorporado foi então ao corpo do exército para combate no Sul de Mato Grosso.
 
Membro da comissão de engenharia, enfrentou os maiores perigos na exploração realizada com o capitão Pereira do Lago para se descobrir uma passagem pela qual pudesse o corpo de exército deixar os banhados pestilentos do Coxim.

 
Participou do ataque à fazenda Laguna, em território paraguaio, que resultou na retirada, celebrizada em seu livro mais conhecido. De volta ao Rio, retorna à guerra, em 1869, permanecendo no Paraguai, com o generalíssimo conde d’Eu até o desfecho da campanha.

 
Ao final do conflito, já capitão, termina o curso de ciências físicas e militares, sendo nomeado professor da Escola Militar na cadeira de mineralogia e geologia.

 
Na política, iniciou a carreira como deputado federal por Goiás, Estado o qual representou por duas legislaturas (1872 e 1875). Em 1875 é nomeado presidente do Estado de Santa Catarina, cargo desempenhado até 1877. Em 1881 elege-se deputado federal por este Estado. Em 1885 deixou o exército, como capitão, ano em que foi nomeado para o governo do Paraná. No ano seguinte, após deixar a presidência do Paraná, elege-se deputado federal por Santa Catarina, Estado pelo qual se elegeria senador. A 6 de setembro de 1889 foi agraciado com o título de visconde. 



FONTE: Taunay, Memórias, Edições Melhoramentos. São Paulo, 1946, página 11


25 de janeiro
1917 - Nasce em Campo Grande, Jânio Quadros


                        Publica-forma da certidão de nascimento de Jânio Quadros


Filho do farmacêutico Gabriel Quadros (gerente da Farmácia Royal, de propriedade do médico Vespasiano Barbosa Martins) e Leonor Silva Quadros, nasce em Campo Grande, Jânio Quadros. Ainda na infância mudou-se da cidade. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1939. Iniciou a carreira política em 1948, como vereador na capital paulista, pelo Partido Democrata Cristão. Em 1951 elege-se deputado estadual. Em março de 1953 vence a eleição para a prefeitura de São Paulo. Em 3 de outubro de 1954 é eleito governador paulista, na sucessão de Lucas Nogueira Garcez. Em 1959 elege-se deputado federal pelo Estado do Paraná. Em 3 de outubro de 1960 vence o general Teixeira Lott e sucede Juscelino Kubitschek na presidência da República, onde permanece apenas sete meses, renunciando, tendo como justificativa pressão de forças ocultas. Com direitos políticos suspensos pela ditadura militar, retornaria à vida pública em 1985, como prefeito de São Paulo, derrotando Fernando Henrique Cardoso. Morreu em São Paulo em 16 de fevereiro de 1992. 



FONTES: Guenka Kokichi, Um japonês em Mato Grosso, edição do autor, São Paulo, 1958, página 152 e www.históriaonline.pro.br

FOTO: acervo de Luca Maribondo 




25 de janeiro


1940 - Criada em Campo Grande a Sociedade Miguel Couto dos amigos do estudante 



Por iniciativa da professora Oliva Enciso, é criada em Campo Grande a Sociedade Miguel Couto do Amigos do Estudante com os seguintes objetivos:

1.° - Trabalhar junto às autoridades e como for possível para a criação, aparelhamento e funcionamento no município de Campo Grande de uma escola agrícola-profissional.

2.° - Promover a criação de clubes agrícolas escolares, filiados à Federação Brasileira dos Clubes Agrícolas Escolares da Sociedade Alberto Torres.

3.° - Pleitear a criação, aparelhamento e funcionamento de novas escolas primárias, onde se tornarem necessárias.

4.° - Socorrer os estudantes necessitados, com prévia sindicância de comissão para esse fim designada.

a) - Providenciando o fornecimento de uniforme, livros, etc.

b) - Submetendo-os a exame médico e fornecendo-lhes os medicamentos necessários.

c) - Encaminhando-os a profissionais que oferecerem maiores vantagens até que a Sociedade disponha de gabinetes odontológicos ou os poderes públicos competentes os ponham a serviço público.

d) - Providenciando-lhes assistência alimentar.

5.° - Visitar, por meio de comissões, os estabelecimentos de ensino, premiando os melhores alunos e providenciando reuniões dos professores, afim de que haja intercâmbio de conhecimentos úteis à instrução.

6.° - Levar ao conhecimento dos autoridades competentes, as irregularidades que forem observadas nos estabelecimentos de ensino.

A primeira diretoria da entidade ficou assim constituída, presidente Oliva Enciso, secretária Elza Albuquerque e tesoureiro Antonio Albuquerque.


FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 25 de janeiro de 1940.
 

25 de janeiro

1953 - Realiza-se eleição especial para prefeito de Campo Grande

Wilson Fadul, o vencedor do pleito

Ainda sob forte comoção devido a morte do prefeito Ari Coelho (PTB), assassinado em Cuiabá em 21 de novembro do ano anterior, realiza-se em Campo Grande eleição suplementar para complementação do tempo restante de seu mandato. Elege-se o vereador petebista Wilson Fadul, médico carioca, oficial da Aeronáutica, que disputa com o deputado federal Dolor Ferreira de Andrade, candidato da UDN (União Democrática Nacional), com apoio do PSP. Seu mandato terminou em 1955, sendo sucedido por outro médico, o udenista Marcílio de Oliveira Lima.

FONTE: Jornal do Comércio, 24/01/1953

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...