1916 - Mate Larangeira renova contrato com o Estado de Mato Grosso
Área marcada: território da Mate Larangeira |
A empresa Larangeira, Mendes e Companhia, com matriz em Buenos Aires e o governo do Estado de Mato Grosso renovam por mais dez anos, o contrato de exploração dos ervais do Sul do Estado. De acordo com o documento firmado, as “terras devolutas que por este contrato são arrendadas, estão situadas na zona fronteira do Estado com a República do Paraguai e Estado do Paraná. Os limites dessa zona dentro da qual será escolhida a área de quatrocentas léguas quadradas de ervais e pastagens, são os seguintes: desde as cabeceiras do rio Santa Maria na serra do Amambay, pelo mesmo rio e rios Brilhante, Ivinhema e Paraná até a serra de Maracaju e pela crista desta a da serra de Amambay até as referidas cabeceiras do rio Santa Maria.”
Pelo arrendamento, a Mate comprometeu-se em pagar anualmente ao Estado de Mato Grosso a quantia de trezentos e cinquenta contos de réis (350:000$000) compreendendo englobadamente o preço do arrendamento das terras e a devida pelo imposto de exportação da erva mate, "enquanto não exceder ela de seis milhões de kilos."
Foi mantida a cláusula que dava à arrendatária poder de polícia constante dos contratos anteriores.
Era presidente do Estado de Mato Grosso o general Cetano Manoel de Faria e Albuquerque.
FONTE: Gilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 289.
19 de maio
1930 - Deputado desmente movimento separatista no Sul
Deputado Generoso Siqueira |
“Representante do Sul, em uma das cujas cidades resido desde que retornei ao Estado, após o meu curso acadêmico, posso afirmar convencido e categoricamente que aquela notícia é inteiramente destituída de qualquer fundamento.
Não só, no Sul, não se trabalha nesse sentido, como até agora, que eu saiba, nem de o fazer cogitar a sua população laboriosa e inteligente. (...) Mais veementemente, porém, que nós, vai protestar a nobre cidade de Campo Grande, que não terá autorizado esse movimento impatriótico, feito à sua revelia, pois mais que nenhuma outra sabe render a Cuiabá, o culto de sua simpatia, do seu muito apreço e de sua indefectível solidariedade para os grandes destinos reservados a Mato Grosso, na unidade dos seus, fatos históricos e territoriais.”
Sobre o mesmo assunto e também combatendo a idéia da mudança da capital, falou o deputado Pilade Rebuá, de Miranda.
FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1972, página 164.
20 de maio
1937 - Morre Silvino Jacques
Perseguido pelo exército, polícia e capturas, alvejado no dia anterior em troca de tiros com a captura chefiada por Orcírio dos Santos, morre Silvino Jacques, bandoleiro gaúcho que por uma década atuou na fronteira Brasil-Paraguai e no Pantanal.
O presidente Getúlio Vargas, de quem Silvino Jacques foi aliado na Revolução de 1932, recebeu do interventor federal em Mato Grosso, Julio Müller, a comunicação oficial de sua morte:
"Tenho a honra de comunicar a v. excia. que acabo de receber do delegado especial no sul do Estado os seguintes telegramas: "Comunico-vos Orcírio Santos, fazendo ontem reconhecimento do local do combate do dia 19, encontrou o cadáver de Silvino Jacques, uma periri, dois mosquetões, munição Mauser e cinco cavalos arriados. Capturas Orcírio e tenente Rodrigues encontraram breve triunfo, prosseguindo campanha contra restante do bando". Outro telegrama: "O cadáver de Silvino Jacques foi encontrado numa rede, coberto de pivan, na costa do córrego Aurora, perto do local do combate, apresentando três ferimentos, nos quais tinham sido feitos curativos. Arreios e armas de Silvino seguem para Bela Vista. Determinei ida urgente do delegado de Bela Vista à sepultura de Silvino, afim de fazer exumação e reconhecimento, lavrando o competente auto. Cordiais saudações. -Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, delegado especial no sul".
DESARMAMENTO - Segundo a imprensa da época a "campanha contra Silvino Jacques iniciou-se, virtualmente, com a nomeação do general José Pessoa para o comando da 9a. Região Militar.
Conhecedor profundo da situação de pânico da população do Estado, com as populações permanentemente ameaçadas pelo flagelo, os lares atacados, as famílias inseguras, o comandante da região estabeleceu um programa de ação. O Exército sob o seu comando entraria na paz, num serviço de guerra sem tréguas aos perturbadores da segurança pública.
De início, o comandante da 9a. Região Militar estabeleceu um programa: era necessário desarmar completamente as populações civis que, desde 1922, eram servidas de armas do próprio Exército. Nas fazendas e residências particulares existiam armamentos para várias divisões de infantaria. E o pior é que esse mesmo armamento servia como garantia dos coiteiros do grande bandido, políticos que dele se utilizavam para as suas negregadas campanhas de morticínios".
FONTE: O Jornal (RJ), 27 de maio de 1939.
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