1883 - Inventário revela fortuna do barão de Vila Maria
Inventário, liberado nesta data e publicado em jornal de Corumbá mostra a fortuna deixada por Joaquim José Gomes da Silva, o barão de Vila Maria, falecido 4 de abril de 1876. Uma fortuna invejável para a viúva, Baronesa de Vila Maior e seu filho Joaquim Eugênio Gomes da Silva, o Nheco. A relação de bens publicada é assinada pelo juiz Paulino José Soares das Neves de Corumbá. Confira:
Uma sesmaria de terra de cultura, no lugar denominado Piraputanga, com uma légua de frente e três de fundos, com uma grande casa de morada coberta de telhas, com três salas de frente, corredor, alcovas, varandas para trás e cozinha; uma dita grande coberta de telhas cita no mesmo lugar, com um engenho de ferro de dois cilindros e moer cana, movido por água, uma dita contígua também coberta de telhas, com sete grandes couxos de azedar garapa, com dois alambiques sendo um de serpentina e outro de sistema antigo, ambos assentados e pesando um mil e setecentos quilos de cobre; uma dita grande e igualmente coberta de telhas, dentro da qual se acham colocadas quatro pipas de gastalhos ou depósito de aguardente das quais duas levam cada uma seiscentas canadas, e as duas últimas, duzentas ditas cada uma; existindo ao lado da mesma casa um galpão coberto de telhas que serve de oficina de carpinteiro, tendo uma ferramenta quase completa desse ofício; uma dita coberta de telhas que serve de oficina de ferreiro, sem fundos, na qual se encontra bigorna, torno, fole e mais ferramentas pertencentes a mesma; um galpão coberto de palha, no qual seacham assentados dois fornos de cobre de torrar farinha, pesando ambos, setenta quilos; uma casa coberta de telhas que serve de depósito dos diferentes gêneros de lavoura, na qual se encontra um grande caixão com tampa e ferragens no qual se deposita exclusivamente açucar; três quartos cobertos de telhas que servem de aposento aos hóspedes; um dito coberto de telhas que serve de enfermaria; um galpão coberto de palha no qual se acha um monjolo, de uma só mão movido por água; sete galpões cobertos de palha e sapé. que serve de senzala aos escravos e camaradas; um grande cercado para porcos; um curral para gado; laranjal, canaviais, plantações de milho, mandioca, etc. - uma casa de morada coberta de telhas no estabelecimento denominado S. Domingos, situado na mesma sesmaria das Piraputangas, tendo contígua uma casa coberta também de telhas, na qual se acham colocadas trinta e duas formas de tábuas de fazer açucar, uma dita coberta de telhas na qual se acham colocadas quatro fornalhas sendo três ocupadas por tachos grandes de cobre e uma por uma grande caldeira de cobre pesando todo duzentos e cinquenta e seis quilos, uma dita coberta de telhas na qual se acha colocado um engenho de ferro e três cilindros movidos por bestas, para moer cana e bem assim dois gamelões de depositar garapa, um pequeno paiol coberto de telhas para depositar milho, currais, canaviais grandes, plantações de milho,etc. - Dois arreios pertencentes ao engenho de S. Domingos para animais que trabalham no dito engenho, uma sesmaria de criar, no lugar denominado S. Francisco ao centro da margem esquerda do rio Taquari, com uma légua de frente e três de fundos, uma dita de dita no lugar denominado - Fazenda Grande - ao centro da margem do mesmo rio e margem esquerda, com uma légua de frente e três de fundos.- Seguem outros bens, como dívidas do Paraguai etc.-
FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá), 5 de julho de 1883.
2 de julho
1930 – Ameaça comunista em Corumbá e Ladário
Entrada do arsenal de guerra em Ladário, denunciado como foco de agitação comunista |
Alarmado com a movimentação sindical na zona portuária mais importante de Mato Grosso, o Ministério da Justiça e Negócios Interiores do governo Washington Luiz alerta ao presidente de Mato Grosso, Aníbal de Toledo:
1 – Cumpre-me levar ao conhecimento de V. Ex. que, segundo informações que tenho tido, bastante intensa tem sido a atividade de elementos comunistas em Corumbá e Ladário. 2 – Como é natural o elemento visado por tal propaganda tem sido, de preferência, o pessoal Marinheiro da Flotilha. 3 – Para evitar, porém, qualquer golpe de surpresa determinei uma redobrada vigilância nas unidades da Flotilha e o Arsenal, e tomei outras medidas de caracter militar que me permitam agir com eficiência caso algum fato anormal se venha a produzir. 4 – Tenho estado em constante correspondência com o delegado de Corumbá, de quem solicitei uma especial vigilância sobre elementos indicados como chefes do movimento. Dentre esses penso serem os principais o capitão reformado Q.M. Francisco Lucas Gomes Paulino e o paraguaio Aurélio Fretes. Tenho suspeitas sobre alguns outros elementos, porém, ainda aguardo o resultado de investigações a que mandei proceder. 5 – O capitão tenente Francisco Lucas Gomes Paulino é um sincero entusiasta da causa comunista e um ardente propagandista de suas ideias. Exercendo aqui as funções de pintor será sempre cercado de gente da pior espécie e de estrangeiros, notadamente bolivianos e paraguaios. – Aurélio Fretes, paraguaio, é o presidente da Associação dos Taifeiros, a mais revolucionária das associações de classe de Corumbá. Verificou o delegado de polícia dessa última cidade que aquela associação entrou em acordo com a ‘Associacion Obrera’ de Assunção, para um trabalho em comum pela causa bolchevista. Quanto a esse elemento estrangeiro parece-me que facilmente se poderá aplicar a lei da expulsão.
FONTE: Valmir Batista Correa, Coronéis e bandidos em Mato Grosso, Editora UFMS, 1995, página 130.
2 de julho
1948 - Nasce André Puccinelli, prefeito e governador do Estado
Nasce em Viareggio, na Itália, André Puccinelli. Mudou-se para o Paraná, ainda na infância. Em Curitiba formou-se em Medicina, em 1971. Em Fátima do Sul iniciou sua atividade profissional, no Hospital Nossa Senhora de Fátima. Iniciou sua carreira política naquele município como candidato a prefeito, em 1982. Foi o candidato mais votado, mas perdeu a eleição para o sistema de sublegenda, onde o partido poderia lançar até três candidatos. O MDB lançou apenas o nome dele. Em 1983, a convite do governador Wilson Barbosa Martins, ocupou o cargo de secretário de Saúde. Em 1986, elegeu-se deputado estadual, reelegendo-se no pleito seguinte. Em 1994, com a maior votação do Estado, chega à Câmara dos Deputados, tendo renunciado em 1996, para assumir a prefeitura de Campo Grande.
No Congresso destacou-se, preferencialmente, aos problemas de saúde pública, tendo sido, na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, o relator do projeto da CPMF, no governo Fernando Henrique.
Prefeito de Campo Grande, por dois mandatos seguidos (1997-2005), "André teve seu trabalho apontado como o de maior índice de aprovação entre todas a capitais brasileiras. Grandes mudanças no sistema viário, uma política habitacional arrojada, informatização de todas as escolas e de todos os centros de educação infantil (antigas creches) e uma política de saúde, que levou Campo Grande a ser apontada como a capital de menor índice de mortalidade infantil".
Em 2006 venceu sua primeira eleição para o governo do Estado, substituindo a José Orcírio Miranda, o Zeca do PT. Em 2010, reelegeu-se governador do Estado, sendo substituído por Reinaldo Azambuja, do PSDB.
FONTE: ANTONELLI, Edna, 100 anos do Legislativo de Campo Grande, Câmara Municipal, Campo Grande, 2005, página 172.
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