1826 - Estado reprime ação de índios brasileiros contra o Paraguai
Em ofício ao presidente da província de Mato Grosso, José Saturnino da Costa Pereira, o ministro do Império, cumprimenta-o por reprimir ação ilegal dos índios guaicurus no Paraguai, diante denúncias formais do governo daquele país de prática de roubos e furtos e tráfico de armas cometidos por essa nação no país vizinho:
Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor. - Acuso a recepção de Ofício n° 4, que Vossa Excelência me dirigiu de Cuiabá, em data de 22 de novembro último, transmitindo outro que recebera da cidade de Assunção, do Consul deste Império, e dando conta das ordens que Vossa Excelência tem passado sobre o seu conteúdo, aos comandantes dos presídios da fronteira. E deve participar a Vossa Excelência que é digno de louvor o procedimento de Vossa Excelência e que deve continuar a obstar a introdução de quaisquer gêneros conduzidos pelos índios Bayás ou Aycurús, que tenham pertencido aos súditos do governo do Paraguai, assim como deve ser proibida a venda de armas e munições de guerra aos mesmos índios debaixo de qualquer permuta que seja; pois Sua Majestade Imperial deseja que se conserve com a República do Paraguai a mais perfeita harmonia e boa inteligência para o que é necessário que o comandante da fronteira tenha instruções explícitas para seu governo; e assim o dá por muito recomendado a Vossa Excelência, que da cópia inclusa do ofício, que ora dirijo ao ministro da Fazenda daquela República, virá no conhecimento das intenções de Sua Majestade Imperial a este respeito.
Deus guarde a Vossa Excelência. Palácio do Rio de Janeiro em 20 de março de 1826 - Visconde de Inhambupe.- Senhor José Saturnino da Costa Pereira.
FONTE: Diário Fluminense (RJ) 28 de março de 1826.
20 de março
1902 - Rondon passa por ruínas de povoação espanhola
De sua viagem de Coxim a Rio Negro e Aquidauana, às margens do rio Aquidauana, a comissão Rondon alcança local que acredita guardar marcas de Santiago de Xerez, conforme anotação do sertanista em seu diário:
Passamos pelo local onde deve ter sido Xerez, fundada pelos espanhóis e depois abandonada, por terem estes sido expulsos pelos paulistas e pelos portugueses, vindo a desaparecer, com o correr do tempo, a cidade que talvez tivesse encerrado grandes riquezas acumuladas pelos jesuítas. Daí a lenda de que, não podendo levar seus tesouros, deixaram-nos enterrados junto ao córrego, inclusive um grande Cristo de ouro, em tamanho natural. Na serra próxima se encontrava ouro, em um veeiro antigamente explorado.
FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969, página 150.
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