1907 - Concessão para exploração de manganês
Urucum vista dos morros, onde estão localizadas as jazidas de manganês |
Esta companhia foi fundada em Ougrée, província da Liege,Bélgica, em 29 de novembro de 1906, por escritura em notas do tabelião Jules Renson, com o capital de 4.700 ações de 1.000, tendo por objeto a extração e a venda de minérios de manganez e de ferro, seu tratamento sob qualquer forma que seja e, em geral tudo o que se refere à indústria do manganez, do ferro e dos seus derivados.
Ela pode explorar todos os produtos e jazidas em geral, terras, minerais, metais, pedras preciosas e outras matérias, quer sejam do domínio mineral, quer do domínio agrícola.
Pode criar e explorar quaisquer indústrias destinadas a utilizar os produtos de tais explorações, transportá-los ou favorecer a venda deles.
Pode interessar-se, por meio de estradas, de cessão, de fusão ou por qualquer outro meio em quaisquer sociedades ou empresas similares ou cujo objeto for o de fornecer a sua indústria matérias primas ou produtos de sua exploração, tudo isso, tanto na Bélgica como no Brasil e em quaisquer outros países.
Pode revender no todo ou em parte suas concessões e suas propriedades de minas. Pode fazer, em uma palavra, todas as operações que forem de natureza a favorecer ou a desenvolver sua indústria e seu comércio.
O decreto foi assinado pelo presidente Afonso Pena.
FONTE: Jornal do Comércio (RJ) Retrospecto comercial - 1875 - 1942, página 53.
21 de março
2003 - Assassinado Henrique Spengler, artista plástico e pesquisador
Encontrado morto em casa, em Coxim, vítima de agressão física, Henrique Spengler. 45 anos, nascido em Campo Grande, filho de José Roberto Spengler e Glorieta de Melo Spengler. Notabilizou-se como pesquisador das manifestações culturais indígenas e nativistas, dedicando-se, particularmente à nação Guaicuru. Foi ativista e um dos fundadores Movimento Cultural Guaicuru. Artista plástico, segundo Maria da Gloria Sá Rosa, Spengler "ao pesquisar a abstração dos padrões de desenho de couros, cerâmicas e tatuagem dos Cadiuéu, absorveu a essência das etnias regionais, projetando-a de maneira singular na linguagem das linhas e da forma".
Professor, dedicou-se à disciplina História Regional que o interessava particularmente, havendo influenciado na inclusão da matéria no currículo escolar do Estado. Intelectual participou ativamente de todos os projetos de identidade cultural de Mato Grosso do Sul, a partir da criação do Estado. Em 2004, o cineasta Alexandre Basso realizou em sua homenagem o documentário Guerreiro da Paz.
Segundo a jornalista Marília de Castro, que escreveu sobre ele, o "acervo de bens materiais de Spengler encontra-se reunido em Coxim, no Memorial Henrique de Melo Spengler, sob a responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Seus bens imateriais, tão numerosos quanto preciosos, servem, por sua vez, de estímulo para todos aqueles que tiveram o privilégio de desfrutar de sua amizade ou de ter desenvolvido alguma ação sob sua liderança e inspiração".
Antes de sua morte trágica e covarde, Spengler exercia uma função pública em Coxim, ligada à área da cultura e teve como tarefa bem sucedida o incremento do Carnaval na região, com a criação da Chancelaria do Momo, um evento em que comunidades dos diferentes bairros, cada uma com sua identidade, se fantasiavam, cada qual com sua cor, e se encontravam durante as noites no ponto principal da cidade, a praça central.
FONTE: Marília de Castro, Henrique Spengler um guerreiro das artes plásticas em sintonia com seu tempo e as raízes de sua terra, in Série Campo Grande Personalidades, ano VIII, Fundação Municipal de Cultura, Campo Grande, 2006, página 90.
Nenhum comentário:
Postar um comentário