sábado, 5 de fevereiro de 2011

22 de março

22 de março

1767 - Criado o forte do Iguatemi






Carta-Régia da Coroa portuguesa aprova a criação da Povoação e Praça de Armas Nossa Senhora dos Prazeres e São Francisco de Paula do Iguatemi, em território do Sul de Mato Grosso, cuja construção seria iniciada quase dois anos depois pelo capitão João Dias de Barros.

"E assim, dos dez anos que durou o apavorante presídio de Nossa Senhora dos Prazeres - resume o historiador - pesadelo de nobres e plebeus, espectro estarrecedor de poderosos e humildes, - tais tradições ficaram, que o nome tão eufônico do caudal que lhe deu o nome vulgar, se transformou no símbolo evocador de calamidades sem conta."

A desalentadora conclusão é do pesquisador Affonso de Taunay:

Não há no passado paulista nome que recorde mais sinistras lembranças quanto esse do rio matogrossense, afluente do Paraná, em cujas margens se ergueu a colônia militar setecentista a que, como por ironia, atribuiu a preferência piedosa do capitão-general,seu fundador, a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres.

E realmente na história dolorosa dos estabelecimentos congêneres, aqui e ali semeados na solidão de nossas fronteiras, como atalaias e cobertura do território brasileiro,quer hajam sido em Mato Grosso ou na Amazônia, apenas talvez possa o horrível Forte do Príncipe da Beira tão lôbregos anais apresentar, tanta dor e tanto sacrifício; tanto dispêndio de energia inútil e tão torvas reminiscências consiga evocar, quanto ao presídio paulista, posto avançado nas lindes castelhanas do Paraguay. Túmulo de milhares de brasileiros, violentamente arrancados aos seus lares pelo despotismo colonial, e encaminhados como para matadouro certo,foi o Iguatemi a causa do terror dos humildes e dos desvalidos da capitania de S.Paulo,durante lustros a fio, a causa do despovoamento intenso do território paulista, a que arrebatou milhares de almas pelo êxodo e o refúgios dos sertões brutos. E ao mesmo tempo, quanto motivo de sofrimento para os militares e funcionários encarregados de sua localização, da sua guarda e manutenção,desde os primeiros dias até os últimos! Que soma de privações desencadeada sobre todos estes homens agrilhoados pela cadeia do real serviço e a instigação do infinito respeito às vontades régias.

O forte foi abandonado em 27 de outubro de 1777, depois de confronto dos paulistas com tropas espanholas do Paraguai.
 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1989, página, 76; Affonso de Taunay, Na era das bandeiras, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página, 164.




22 de março

1920 - Enchente no pantanal interrompe tráfego ferroviário

Telegrama do diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, engenheiro Arlindo Luz, ao ministro da Viação, dá conta da aflitiva situação do transporte entre Porto Esperança e Miranda, em virtude da cheia desse ano ano no Pantanal e seu impacto no transporte de passageiros e de mercadorias:

"Enchentes pantanais em Mato Grosso continuam a impedir a regularidade do tráfego entre Miranda e Porto Esperança. Desde os últimos dias de dezembro temos tido sempre alguns trechos da linha debaixo d'água. Nessas condições o trabalho se vem fazendo com as locomotivas pequenas e sem horário prévio. Nos últimos dias as águas do pantanal estão subindo muito, determinando interrupção do tráfego desde ontem. O tráfego para Corumbá, até que baixem as águas, será feito pelo rio Miranda. Moradores antigos, conhecedores do regime do rio Paraguai, preveem para este ano grande e prolongada enchente. Todos esses fatos reforçam minha opinião sobre a necessidade de grande levantamento das linhas no pantanal, dando caráter definitivo à estrada. Essas obras fazem parte do programa de grandes melhoramentos na Noroeste, já já iniciados no corrente ano por ordem de v. exa".

FONTE: Correio Paulistano, 23 de março de 1920.

22 de março

1956 - Morre em São Paulo, dom Aquino Correa

Dom Aquino presidente do Estado visita Campo Grande

Nascido em Cuiabá a 2 de abril de 1885, dom Aquino é uma das figuras de maior destaque na história de Mato Grosso. Doutor em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, dirigiu o Liceu Salesiano em Cuiabá, é eleito em abril de 1914 pelo papa Pio X bispo titular de Prusiade e bispo auxiliar de d. Carlos Luiz D'Amour, arcebispo de Cuiabá, sendo então o bispo mais novo do mundo.
A 1º de novembro é eleito presidente do Estado de Mato Grosso, como candidato da conciliação, depois da renúncia de Caetano de Albuquerque e de um pequeno período de intervenção federal. Em agosto de 1921 é promovido a arcebispo metropolitano. Poeta consagrado e orador de escol, Dom Aquino foi até hoje o único mato-grossense a ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras, para a qual fora eleito a 9 de dezembro de 1926. Ao lado de Rondon, dom Aquino Correa é o vulto da história de Mato Grosso que recebeu maiores homenagens no Estado antes da divisão, dando nome a ruas e escolas em quase todas as cidades. Em Campo Grande nomina uma de suas principais vias públicas.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 144
FOTO: Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro, Campo Grande O homem e a terra, edição da autora, sd, Campo Grande, página 296



22 de março



2011 - Morre Lúdio Coelho, prefeito de Campo Grande e Senador





Morre em Campo Grande o ex-prefeito Lúdio Martins Coelho. Filho de Laucídio Coelho e Lúcia Martins Coelho, Lúdio nasceu em Rio Brilhante em 22 de setembro de 1922. Agropecuarista e homem de negócio, foi dirigente do Banco Financial de Mato Grosso, até sua incorporação ao antigo Bamerindus.

Sua estreia na política deu-se em 1965, como candidato da UDN ao governo de Mato Grosso. Perdeu para Pedro Pedrossian, do PSD. Em 1983, já no PMDB é nomeado prefeito de Campo Grande pelo governador eleito Wilson Barbosa Martins. Em 1986 tenta o governo de Mato Grosso do Sul, pelo PTB, e é derrotado por Marcelo Miranda (PMDB).

Em 1988 volta à prefeitura de Campo Grande, vencendo sua primeira eleição direta e em 1994, elege-se senador da República, mandato em que encerra sua carreira política. 

Na prefeitura de Campo Grande organizou as finanças do município e implantou a secretaria de assuntos fundiários, promovendo uma reforma urbana com a criação dos comodatos e dos loteamentos sociais. Atuou com destaque no setor de transportes coletivos com a implantação dos terminais e do sistema integrado de ônibus urbanos.

No Senado, defendeu a Lei de Responsabilidade Fiscal, acreditando no conceito aplicado em sua gestão em Campo Grande, segundo o qual "uma boa administração consiste em não gastar mais do que arrecada".

Veja o velório e sepultamento de Lúdio Coelho em reportagem da TV Record MS.


 

FONTE: Senado da República 
FOTO: Impactoms

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