1877 – Nioaque é elevada à categoria de freguesia
Decreto n° 506, assinado pelo presidente da província, general Hermes Ernesto da Fonseca (que viria a ser presidente da República), torna Nioaque freguesia, mudando-lhe o nome para Levergeria, em homenagem ao almirante Augusto Leverger, o barão de Melgaço. Os limites da nova jurisdição são os seguintes:
“...partido da confluência dos rios Miranda e Nioaque uma reta ao morro Azul na margem esquerda do rio Aquidauana; deste ponto Aquidauana acima, pela margem esquerda até a sua mais alta origem no lugar denominado Pontinha – no caminho para Camapuã; da Pontinha uma reta às cabeceiras do rio Sanguesuga e por este abaixo, margem direita até sua foz no rio Paraná; por este abaixo, margem direita até os limites do Império com a República do Paraguai; deste ponto os mesmos limites até o marco assentado nas cabeceiras do rio Miranda e por este abaixo, margem direita até a sua ligação com o rio Nioaque.”
FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque evolução histórica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 23.
24 de maio
1905 - Telégrafo chega a Porto Murtinho
Estação telegráfica de Porto Murtinho |
É oficialmente entregue à população a estação telegráfica de Porto Murtinho. O major Rondon, chefe do serviço de extensão da rede, conforme ele mesmo conta em seu diário, deu, as 9 horas, “começo às transmissões de meus telegramas de comunicação da inauguração. Cedo apareceu Porto Murtinho, sendo este o primeiro sinal da perfeição da construção. Ao meio dia houve formatura para a leitura de minha ordem do dia, concernente à solenidade que nos entusiasmava a todos pelo hercúleo esforço empregado".
Mais adiante, Rondon dá detalhes da missão cumprida:
Apesar dos mil contratempos causados pelas intermináveis chuvas, pela inundação de todos os rios transbordados, além de incontáveis dificuldades, conseguíramos realizar nossos planos de trabalho. Tanto vale querer e o saber escutar. Depois da leitura de minha ordem do dia terminada por um entusiástico “Viva a República”, dei por inaugurada a Estação e o serviço telegráfico, entregando ao tráfego 120 quilômetros de linha assentada, de Margarida a Porto Murtinho. Em seguida pediu a palavra um operário paraguaio que leu admirável discurso revelando espírito positivo e adiantado. (...) Dei completo descanso aos soldados e trabalhadores civis. O acampamento foi estabelecido, então, pela margem esquerda do córrego Noquem, do lado oposto à estação e ao estabelecimento da empresa Mate Larangeira.
FONTE: Ester Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 190.
FOTO: extraída do Album Graphico de Matto-Grosso (1914).
24 de maio
1945 - Decidida venda da Miranda Estância
Estiveram reunidos em River Plate House, em Londres, Eastman Bell e o major Ronald Henry Walter Henderson, ambos decendentes dos fundadores da The Miranda Estância Company Limited. Esta seria a 3a. Assembléia Geral Ordinária da companhia, proprietária de extensa área de terra no município de Miranda, Sul de Mato Grosso, utilizada em atividades ligadas à pecuária.
Na ordem do dia a decisão de promover a venda da fazenda no Brasil, que seria alienada a um grupo de empresários brasileiros ao final dos anos 40, "vendida por trezentas mil libras esterlinas a um grupo de investidores brasileiros que incluías sobrenomes como Bueno, Monteiro de Carvalho, Vidigal e outros de igual calibre. Começava ali a era de um dos nomes mais lembrados da história de Miranda Estância: a época de Alfredo Ellis Netto, acionista administrador. Neto do senador Alfredo Ellis e sobrinho do notável historiador paulista Alfredo Ellis Jr., major Ellis, como o chamavam, era um aviador militar que se apaixonou pela região. Ao adotar um modelo personalista com seus empregados, de quem retirava o máximo de rendimento de modo informal, era visto como um 'bandeirante moderno, mas, paradoxalmente, avesso a modernismos. Perfil que não o impediu, no entanto, de criar uma nova raça de gado, a Cayuá, cruzando Chianina com nelore e Tucuras pantaneiros", segundo Luiz Alfredo Marques Magalhães.
FONTE: Cezar Benevides e Nanci Leonzo, Miranda Estância, ingleses, peões e caçadores no Pantanal mato-grossense, Fundação Getúlio Vargas Editora, Rio, 1999, página 3. Luiz Alfredo Marques Magalhães, Mato Grosso do Sul, fazendas,uma memória fotográfica, Editora Alvorada, Campo Grande, 2012, página 95.
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