terça-feira, 1 de março de 2011

8 de julho

8 de julho


1865Comenda para os heróis da resistência


É criada pelo governo da província de Mato Grosso, a medalha militar do Forte de Coimbra, “a fim de galardoar os oficiais, praças e paisanos que tomaram parte na defesa daquele ponto, em dezembro de 1864,” por ocasião da invasão do exército paraguaio ao território brasileiro. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, 1973, página 20.



8 de julho



1867 - Taunay se despede do território sulmatogrossense


Margens do rio Paranaíba (desenho a crayon de Taunay)

Egresso da célebre retirada da Laguna, depois de viajar vinte e cinco dias entre Porto Canuto, no rio Aquidauana e Paranaíba, a pequena comitiva do tenente Taunay despede-se do Estado de Mato Grosso. O registro está em seu diário de viagem:

Às 3 horas da madrugada estávamos de pé, acordado pelo sino da matriz, que anunciava a missa encomendada de véspera por nós ao vigário, e envolvidos em ponche à luz da lua,que então brilhava serena, para lá nos dirigimos acompanhados de nossos camaradas.

Eram os primeiros expedicionários ao norte do Paraguai que diante do altar de Deus agradeciam a Ele a quase milagrosa salvação, e podemos asseverar que todos nós seguimos o santo sacrifício da missa com a emoção com que assistiríamos ao mais solene Te-Deum. Era, a um só tempo, um hino de gratidão, de júbilo, uma expressão de tristeza e de luto pelos companheiros que a fatalidade nos havia roubado, por esses que ficaram cobertos da terra estrangeira ou cujas ossadas ainda branqueiam insepultas.

Às 11 horas da manhã deixamos a vila e depois de uma e meia légua de marcha passamos pela lagoa que dá nome a um pouso e entramos na mata do rio Paranaíba, a qual conservava em seus terrenos enatados,lodacentos, e nos troncos de suas árvores, sinais de uma grande cheia, não remota. Desse centro é que irradiam as febres; a putrefação vegetal, tão fatal aos homens aí se efetua incessantemente, inficionando a atmosfera três a quatro léguas ao redor.

As margens do Paranaiba são naturalmente barrancosas; as águas claras, têm velocidade considerável,que a constante inclinação e esforço dos sarandys, em em alguns pontos mais próximos das ribanceiras, indicam, a largura é de 350 a 400 braças.Para atravessá-las existe uma barcaça composta de duas estragadas canoas de tamboril mantida pela barreira provincial de Mato Grosso, que daí tira algum rendimento.

Havíamos enfim transposto aquela divisa famosa nas lendas e conversas do sertão.

A comitiva do escriba da retirada da Laguna, finalmente, ganha o território das Minas Gerais.


FONTE: Taunay, Viagens de outr'ora (segunda edição), Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, sd, página 65.




8 de julho


1892Ponce recebe presidente do Estado em Corumbá


Havendo chegado a Corumbá no início do mês, onde fora homenageado com festas, pela derrota dos golpistas ligados ao general Antonio Maria Coelho e coronel Barbosa, o coronel Generoso Ponce recebe no porto dessa cidade, o general Ewbank, novo comandante militar do Estado e o presidente deposto Manoel Murtinho, que estavam retidos pelos rebeldes no Forte Coimbra, desde o golpe de 22 de janeiro. No dia seguinte, Ponce e Murtinho seguiram para Cuiabá, onde este reassumiria o governo. O general Ewbank permaneceu em Corumbá, sede do distrito militar de Mato Grosso. 



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generosos Ponce, um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 126.




8 de julho


1932Klinger perde comando militar de Mato Grosso








Por discordar publicamente da nomeação do general Espírito Santo para o ministério da Guerra, o general Bertoldo Klinger é reformado administrativamente e perde o comando da Circunscrição Militar de Mato Grosso, sediada em Campo Grande. Na despedida, o general expediu o seguinte boletim:

Quartel-General em Mato Grosso, 8 de julho de 1932.


1º – Telegrama, via T. N. e rádio recebido às 14 horas e objeto também diretamente notificado pelo M. G. a todos os comandantes de corpos da Circunscrição:- Dia 8, hora 13:15 urgente.- Comunico-vos que Chefe Governo provisório vos reformou administrativamente, pelo que deveis passar comando Circunscrição ao substituto legal imediatamente.


a) General Espírito Santo
Ministro da Guerra.


2° , Em cumprimento a essa ordem passo o comando ao sr. Coronel Oscar Saturnino de Paiva.


3° –a) Ao despedir-me dos meus camaradas, que constituem o quadro da tropa da Bda. Max. do Exército e da F. P. deste Estado, não é azada a hora para agradecimento e louvores que viriam diminuídos da eiva da comoção.
Em conjunto, cada qual sabe o juízo que dele fui formando, o reconhecimento de que me sei devedor.


Em síntese, já o disse uma vez e não me farto de o sentir: orgulho-me de os haver comandado.


b) Pouco é este o meu sacrifício. Ele fora previsto, entrara plenamente em minhas previsões. Era a contribuição que eu podia dar.
Caio de pé, pois que me mantenho ereta a consciência profissional e cívica de haver cumprido um dever, na defesa duma personalidade laboriosamente formada e da seara dos interesses que me estavam confiados. Exorto os meus camaradas a que se mantenham em calma, dentro da ordem, na verdadeira disciplina, racionada e consentida, vistas em seus camaradas chefes, pensamento no Exército – a síntes das forças vivas, materiais e morais duma nação.


A susbsituição de Klinger do comando de Mato Grosso precipitou a revolução constitucionalista de São Paulo, da qual o general seria o chefe militar.



FONTE: Euclides Figueiredo, Contribuição para a História da Revolução Constitucionalista de 1932, Livraria Martins Editora, S. Paulo, 195, página 89.




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