1786 - Missão pantaneira chega a Cuiabá
Encerrando a tarefa de mapear e determinar posições geográficas na região do Pantanal, chega a Cuiabá, a comissão técnica formada pelo capitão-engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida. Durante quatro meses a missão explorou os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e a desembocadura de seus afluentes, bem como as principais lagoas e baias do Pantanal, passando por forte Coimbra e a recém fundada vila de Albuquerque.
A chegada a Cuiabá foi registrada no Diário da Viagem do astrônomo Francisco José de Lacerda e Almeida:
SETEMBRO 1.0 - Neste dia com uma légua de viagem, deixando para nascente a boca do Coxipó, chegamos à desejada Vila do Cuiabá, onde fomos bem recebidos pelo dr. juiz de fora Diogo de Toledo Lara Ordonhes, meu amigo e patrício e das mais pessoas da vila, que em todo tempo que ali estivemos, não só para determinarmos sua posição, mas também para tirarmos a planta da vila, não nos deixaram de nos obsequiar em extremo. Dista esta vila do porto 850 braças. Está muito mal arruada, e, não obstante isso, tem boas casas. O seu clima é calidíssimo e muito abundância tem de carne e peixe.
FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 43.
1° de setembro
Aos 75 anos, morreu em sua fazenda no município de
Aquidauana, o coronel José Alves Ribeiro, o coronel Jejé. Político influente no final do século
XIX na região Sudoeste, foi um dos fundadores da cidade, onde morou, por muito
tempo antes de exilar-se na fazenda Taboco, onde faleceu. Seu neto, Renato Alves Ribeiro, que o
conheceu já no final da vida, relembra-o:
Vovô Jejé era um homem de temperamento alegre, apesar de ser um homem enérgico. Gostava de contar casos, gostava de política e sempre exerceu influência no Estado. Sua casa funcionava como um ponto de reunião da cidade. Pela manhã recebia na sala de visita, à tarde aproveitava a fresca da sombra da casa e à noite a roda era feita na porta da rua. Sempre roda grande, correndo um cafezinho e uns bolinhos de queijo, de horas em horas. Essas reuniões iam sempre até as 9:30 – 10 horas. Ali era um ponto de encontro das principais famílias da vila.
Tinha ao lado da casa o seu curral, com vacas de leite e cavalos arreados. Ali chegavam as carretas do Taboco, trazendo produtos da fazenda para abastecimento da casa e produtos para comercializar, como couros secos, charque, etc.
A sua casa era grande, farta e com enorme criadagem, principalmente bom cozinheiros, que quase sempre eram índios terenas.”
Vovô Jejé era um homem de temperamento alegre, apesar de ser um homem enérgico. Gostava de contar casos, gostava de política e sempre exerceu influência no Estado. Sua casa funcionava como um ponto de reunião da cidade. Pela manhã recebia na sala de visita, à tarde aproveitava a fresca da sombra da casa e à noite a roda era feita na porta da rua. Sempre roda grande, correndo um cafezinho e uns bolinhos de queijo, de horas em horas. Essas reuniões iam sempre até as 9:30 – 10 horas. Ali era um ponto de encontro das principais famílias da vila.
Tinha ao lado da casa o seu curral, com vacas de leite e cavalos arreados. Ali chegavam as carretas do Taboco, trazendo produtos da fazenda para abastecimento da casa e produtos para comercializar, como couros secos, charque, etc.
A sua casa era grande, farta e com enorme criadagem, principalmente bom cozinheiros, que quase sempre eram índios terenas.”
O coronel Jejé deixou como herdeiro político seu filho José Alves Ribeiro (cel. Zelito), deputado estadual e Intendente Geral em Aquidauana (1925/27), pai de Fernando Alves Ribeiro (Tico), que foi deputado federal e prefeito de Aquidauana por dois mandatos, cujo neto, Felipe Orro, deputado estadual (2011-2015) também exerceu o cargo de prefeito de Aquidauana por dois mandatos e em 2014 foi reeleito para o segundo mandato de deputado estadual. Em 2016, elege-se prefeito da cidade, Odilon Ribeiro, bisneto do coronel Jejé.
Participou ativamente de todos os movimentos ditos revolucionários no início da república, sendo o principal representante do governo do Estado no combate a Jango Mascarenhas, derrotado e morto em em 1901 e Bento Xavier derrotado em 1911.
Participou ativamente de todos os movimentos ditos revolucionários no início da república, sendo o principal representante do governo do Estado no combate a Jango Mascarenhas, derrotado e morto em em 1901 e Bento Xavier derrotado em 1911.
FONTE: Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 anos de recordações, edição do autor, Campo Grande, 1984, pagina 69.
2 comentários:
Existe fatos que comprovem quanto tempo "coronel" Jejé exerceu cargo como prefeito?
E a família Ribeiro/Orro, quanto tempo ficaram no poder de Aquidauana?
Abraços.
Desculpe a demora. O coronel Jejé não chegou a ser prefeito de Aquidauana. A família Ribeiro/Orro, pelo que temos, governou a cidade por 16 anos: 8 anos com Tico Ribeiro (sogro de Roberto Orro) e 8 com Felipe Orro. Dezenas de outros prefeitos foram indicados e apoiados pela família.
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