Em correspondência de Miranda ao seu
pai no Rio de Janeiro, o cadete Taunay, membro da comissão de engenharia da
força expedicionária brasileira, dá conta de chacina cometida por índios,
durante a retirada dos brasileiros de Miranda, em fuga com a a aproximação do
exército paraguaio. Em poucas linhas, o autor de "Retirada da
Laguna," dá a notícia aterradora da traição dos cadiuéus nesse episódio:
Os índios cadineus, entretanto, gente conhecida pela falsidade e que nos serviam de intermediários em relação ao chefe de uma família, a de João Barbosa, seguiam os retirantes e aproveitando da confiança que inspiravam a todos assassinaram sem piedade até pobres crianças que encontramos em grande quantidade com o crânio fraturado a pauladas! A sorte das infelizes vítimas da ferocidade dos índios impressionou a todos e ainda mais a mim que depois da estarmos nos morros me achava ao correspondência com eles, recebendo todas as cartas que enviavam aos seus amigos.
FONTE:Taunay, Mensário do Jornal do Comércio, Rio de
Janeiro, janeiro de 1943, página 172
FOTO: Guaicurus, ascendentes dos cadiuéus. Foto meramente ilustrativa.
1932
– Guerra civil brasileira: São Paulo depõe as armas
Klinger, de fato, não teve outra escolha senão a de por fim à resistência. Mandou suas forças, portanto, recuarem em direção a São Paulo, depondo as armas. Góis Monteiro, então, em 2 de outubro, após receber um telegrama de Herculano transmitindo uma indagação do governo estadual a respeito de suas funções, enviou-lhe ordens para depor Pedro de Toledo e assumir o governo. Como último ato oficial, Toledo e seu secretariado divulgaram no mesmo dia uma proclamação culpando a FPP pela cessação da luta. ‘Cessa, destarte, a vida do governo constitucionalista aclamado pelo povo paulista, pelo Exército Nacional e pela FP [Força Pública], e hoje por esta deposto,’ disseram os líderes rebeldes. ‘Fica encerrada nesta faixa do território brasileiro, a campanha militar pela restauração do regime legal. Mas o anseio não se sopitará,’ declararam. ‘Comprimida a campanha há de expandir-se, certamente, por não ser possível que um povo, como o nosso, persista em viver sob regime de arbítrio.
Tendo negociado a rendição em 29
de setembro, São Paulo, finalmente, depõe as armas, encerrando
definitivamente a chamada revolução constitucionalista, que contou com a adesão
de Campo Grande e outras cidades do Sul de Mato Grosso:
Klinger, de fato, não teve outra escolha senão a de por fim à resistência. Mandou suas forças, portanto, recuarem em direção a São Paulo, depondo as armas. Góis Monteiro, então, em 2 de outubro, após receber um telegrama de Herculano transmitindo uma indagação do governo estadual a respeito de suas funções, enviou-lhe ordens para depor Pedro de Toledo e assumir o governo. Como último ato oficial, Toledo e seu secretariado divulgaram no mesmo dia uma proclamação culpando a FPP pela cessação da luta. ‘Cessa, destarte, a vida do governo constitucionalista aclamado pelo povo paulista, pelo Exército Nacional e pela FP [Força Pública], e hoje por esta deposto,’ disseram os líderes rebeldes. ‘Fica encerrada nesta faixa do território brasileiro, a campanha militar pela restauração do regime legal. Mas o anseio não se sopitará,’ declararam. ‘Comprimida a campanha há de expandir-se, certamente, por não ser possível que um povo, como o nosso, persista em viver sob regime de arbítrio.
FONTE:Stanley Hilton, 1932 A guerra civil brasileira, Editora
Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1982, página 324
2 de outubro
1968: STF mantém confinamento de Janio Quadros em Corumbá
O Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, denegou o pedido de "habeas corpus", impetrado pelo advogado Pedroso Horta, em favor do ex-presidente Jânio Quadros, em prisão domiciliar na cidade de Corumbá, desde o início de julho, por ato da ditadura militar, que, com base em ato de exceção, deliberou a medida repressiva, tendo como justificativa, o fato de estar o ex-presidente com seus direitos políticos suspensos, praticar atividades políticas.
Foi relator do processo, o ministro Rafael de Barros Monteiro, que o negou. Foram votos vencidos os ministros Hermes Lima, Evandro Lins, Vitor Nunes Leal e Gonçalves de Oliveira.
Reação de Janio - na sessão do dia seguinte no Senado Federal, o senador Josafá Marinho leu manifesto do ex-presidente, onde ele assegura que "o direito pleiteado não era pessoal e sim coletivo, porque de todos e de cada um, onde que que esteja o brasileiro, independente de sua origem ou condição ou do juízo que faça a meu respeito - a sentença alcanço-o, diminuindo-o, tal como me alcançou e diminuiu".
FONTE: Diário de Notícias (RJ) 3 e 4 de outubro de 1968.
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