3 de
outubro
1886 - Em Campo Grande escravo recusa liberdade
Em todas as localidades em que passou
durante sua longa missão pastoral no Sul do Estado, o bispo de Cuiabá, dom Luis
D'Amour, conseguia, por generosidade dos donos ou por subscrição de
abolicionistas locais, a alforria de escravos, como marca da generosidade de
sua passagem. Em Campo Grande, sua última parada, aconteceu um caso inédito,
narrado por seu escriba, cônego Bento Severiano da Luz:
Em memória da visita pastoral foram concedidas nesse arraial duas cartas de liberdade, não verificando-se a entrega de uma terceira, porque o preto opôs-se tenazmente a isso não querendo mudar de condição nem sair da casa de seu senhor.
Reza a tradição que ao chegar em Campo Grande, em sua segunda e
definitiva viagem ao local, em 1875, já encontrou uma comunidade negra,
presumivelmente, a atual comunidade São Benedito, de Eva Maria de Jesus, a tia
Eva.
FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor,
Cuiabá, sd., página 185.
FOTO: Tia Eva, contemporâneo do fundador José Antonio Pereira.
3 de outubro
1908 – Criado o município de Bela Vista
Pela lei estadual no 502 a paróquia de
Bela Vista é elevada à condição de município:
O coronel GENEROSO PAES LEME DE SOUZA PONCE, presidente do
Estado de Mato Grosso. FAÇO SABER que a ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA decretou eu eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° - Fica criado o MUNICÍPIO DE BELA VISTA com sede na
povoação do mesmo nome, a qual é elevada à categoria de Vila.
§ Único - Os limites do município serão os mesmos do atual distrito.
§ Único - Os limites do município serão os mesmos do atual distrito.
Art. 2° - O Poder Executivo, de conformidade com a
disposição do artigo antecedente e as leis em vigor sobre o assunto, designará
oportunamente dia para ter lugar no novo município, a eleição dos poderes
municipais; assim como fará o provimento dos cargos policiais e judiciários no
mesmo.
Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.
MANDO, portanto a todas as municipalidades a quem o
conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram e façam
cumprir fielmente.
O secretário da presidência do estado em Cuiabá e faça imprimir, publicar e correr.
Palácio da Presidência do Estado em Cuiabá, 3 de outubro de 1908, 20° da República. Generoso Paes Leme de Souza Ponce.
O secretário da presidência do estado em Cuiabá e faça imprimir, publicar e correr.
Palácio da Presidência do Estado em Cuiabá, 3 de outubro de 1908, 20° da República. Generoso Paes Leme de Souza Ponce.
FONTE: Sydney Nunes Leite, Bela Vista, uma
viagem ao passado, edição do autor, Campo Grande, 1995, página 01.
3 de outubro
1931 - Corumbá contra militares na política
Os militares de Corumbá entram na polêmica da interferência dos militares na política. Em boletim especial, baixado nessa data, o coronel Meira Vasconcelos, comandante da guarnição e fronteira de Corumbá:
"Nesse documento, depois do coronel Vasconcelos dizer que o Exército está atualmente dividido em duas correntes, das quais uma quer e outra repele a interferência das classes armadas na política e de declarar-se partidário dessa última corrente, faz o seu signatário interessantes comentários sobre essa questão que já vem tendo o parecer unânime da opinião nacional".
O dever dos militares - Esse boletim termina com as seguintes considerações:
A persistência, pois, representa desvirtuamento de nossos desígnios, com rumos perigosos, e destoa do que sabemos dos exércitos onde buscamos ensinamentos. Sem querer este comando entrar em outras apreciações, lembra que é dever militar nosso ficarmos adstritos ao desempenho da função que se enquadra na razão de nossa organização e objetivos, deixando ao governo que a Nação escolheu a liberdade de que carece para que em breve possa se normalizar a situação política, econômica e social de nossa querida Pátria. Escalada desabrida às posições é como que uma repartição de despojos, e ferir funda e profundamente o próprio espírito revolucionário que idealizou uma Pátria sob o mesmo pálio da Justiça de que todos precisamos para que tenhamos orgulho de ser brasileiros, pois isso representa o respeito ao passado e às nossas tradições gloriosas".
FONTE: Diário da Noite (RJ), 09/01/1932
3 de outubro
1932 – Termina governo revolucionário
de Mato Grosso
Com a deposição das armas por São Paulo
no dia anterior, desaparece o governo revolucionário de Mato Grosso, que por
quase três meses estabeleceu-se em Campo Grande. Vespasiano Martins, chefe do
governo rebelde e a maioria de seus auxiliares diretos e companheiros de luta
exilam-se no Paraguai. O interventor federal Antonino Mena Gonçalves vem a
Campo Grande e nomeia Ytrio Correa da Costa, prefeito do município.
FONTE: J. Barbosa
Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo
Grande, 1980 página 151
3 de
outubro
1950 - Fernando Correa da Costa
elege-se governador do Estado
No pleito que elegeu Getúlio Vargas
presidente da República, vence a eleição para governador de Mato Grosso, o
médico cuiabano Fernando Correa da Costa, ex-prefeito de Campo Grande. O
resultado foi o seguinte: para governador, Fernando Correa da Costa (UDN)
42.286 votos e Filinto Müller (PSD) 38.801 votos. Para senador: Sílvio Curvo
(UDN) 31.643 votos; Júlio Müller (PTB) 25.750 votos;e Arnaldo Estêvão de
Figueiredo 19.471 vostos.
Elegem-se deputados federais pela UDN:
Dolor Ferreira de Andrade, (de Campo Grande), Ataíde de Lima Bastos e Aral
Moreira (de Ponta Porã); pelo PSD:João Ponce de Arruda (de Cuiabá), Filadelfo
Garcia (de Ponta Porã) e Virgílio Correa Neto (de Cuiabá); e pelo PTB:Lício
Proença Borralho (Ponta Porã). Para a Assembleia Legislativa foram eleitos 12
(UDN), 11 (PSD) e 7 (PTB).
Fernando Correa da Costa sucedeu ao
governador Arnaldo Estêvão de Figueiredo (PSD), o primeiro governador do
Estado, depois da ditadura do Estado Novo.
FONTE:
Demosthenes Martins, A poeira da jornada (memórias), edição do
autor, Campo Grande, 1980, página 171.
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