sexta-feira, 11 de outubro de 2013

29 de outubro

29 de outubro
 
1553 – Cabeza de Vaca chega a porto dos Reis





O navegador espanhol Álvar Nuñes Cabeza de Vaca, em sua viagem de exploração ao Pantanal, chega ao Porto dos Reis, na laguna de Xaraés, “onde os nativos já estavam à espera, acompanhados de suas mulheres e filhos”.

“Ali, diante da boa vontade dos nativos, o adelantado fez toda uma pregação, pedindo-lhes que aceitassem a doutrina cristã, acreditassem em Deus, criador do céu e da terra, e que aceitassem ser vassalos de Sua Majestade, pois com isso seriam sempre defendidos e amparados pelos espanhóis. Além disso, sendo bons, receberiam sempre muitos presentes, como recebiam aqueles que eram fiéis seguidores de Sua Majestade. E logo mandou chamar os religiosos e clérigos de disse-lhes que queria que construíssem de imediato uma igreja para ali ser rezada missa e outros ofícios religiosos, para conforto dos cristãos e exemplo para os nativos. Mandou também fazer uma cruz de madeira muito grande, que mandou fincar junto à ribeira, debaixo de umas palmeiras muito altas, o que foi feito em presença dos oficiais de Sua Majestade e de outras pessoas. E perante o escrivão da província tomou posse da terra em nome de Sua Majestade, como sendo terra novamente descoberta”.


FONTE:  Marco Rossi, Viajantes do Pantanal- Séculos XVI a XX, Fundação de Cultura de MS, Campo Grande, 2002,  página 16



29 de outubro

1918 - Gripe espanhola: governo instala barreira sanitária no Amolar

Para prevenir a capital do Estado da entrada da gripe espanhola que grassava em São Paulo, Rio de Janeiro e já chegava ao Estado, com o surgimento de casos em Campo Grande e Corumbá, o governo do bispo Aquino Correa autoriza a instalação de um posto sanitário na localidade de Amolar, município de Corumbá:

"Afim de instalar o posto sanitário que o Governo do Estado provisoriamente resolveu criar no lugar denominado Amolar, onde serão inspecionadas e desinfetadas as embarcações procedentes de Corumbá e postos de observação os respectivos passageiros, no caso de uma provável invasão do nosso Estado pela gripe epidêmica que atualmente está grassando com intensidade em S. Paulo e Rio de Janeiro, segue hoje, as 17 horas, pela lancha 13 de Junho, o Sr. Dr, Joaquim Amarante Peixoto de Azevedo, comissionado pelo governo para o desempenho dessa medida preventiva.

A S. S. foram expedidas instruções, assim como fornecidos pela nossa Repartição de Higiene a necessária ambulância e outros recursos, levando também o digno facultativo em sua companhia, um destacamento composto de 6 praças do exército e 6 ditos da força pública do Estado, que permanecerão naquele posto à sua disposição enquanto durar a comissão de que vai revestido".


FONTE: O Matto-Grosso, (Cuiabá), 31 de outubro de 1918


29 de outubro

1960 - Jânio vence eleição no Estado




Os candidatos apoiados pela UDN - União Democrática Nacional, venceram as eleições de 3 de outubro no Estado de Mato Grosso. Jânio Quadros, filho de Campo Grande, e ganhador no Brasil, obteve 54% dos votos válidos. Confira os resultados:

Para presidente da República- Jânio Quadros, 76.901 votos; Henrique Lott, 58.320 votos; Ademar de Barros, 7.289 votos; em branco, 7660 votos e nulos, 4.242 votos.

Para vice-presidente da República - Milton Campos, 60.147 votos; Jango Goulart, 59.171 votos; Fernando Ferrari, 14.749 votos; brancos, 15.273 votos e nulos, 4.925 votos.

Para governador - Fernando Correa da Costa,65.573 votos; Filinto Müller, 54.927 votos; Wilson Fadul, 21.678 votos; brancos, 5.498; e nulos, 6.505 votos.

Para vice-governador - Garcia Neto, 70.683 votos; Cicero de Castro Faria, 57.660; brancos, 23.383; e nulos, 2.721 votos.


No cômputo geral, Jânio Quadros obteve 48% dos votos, contra 32% dados ao marechal Teixeira Lott.



FONTE: Revista Brasil-Oeste (S.P), outubro de 1960, página 46.

FOTO: George Torok/O Cruzeiro/EM/D.A Press.



29 de outubro

1997 - Assassinado o radialista Edgar Lopes de Faria, o Escaramuça

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Publicação no primeiro aniversário da morte do Escaramuça


Vitima de emboscada, é assassinado em Campo Grande o radialista Edgar Lopes de Farias, 48 anos, conhecido como Escaramuça, nome de seus programas no rádio e na televisão. Os detalhes do delito estão num amplo relatório de Clarinha Glock para a SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa, em 2000:
 

Como fazia sempre, Escaramuça havia saído de sua casa, no bairro São Francisco, em direção à Padaria Pão de Mel, localizada na Rua Amazonas esquina com a Rua Enoch Vieira de Almeida. Ali comprava os jornais do dia e tomava café. Falava com o proprietário do estabelecimento, Antônio Perciliano da Silva, e seguia para a Rádio Capital FM, a umas seis quadras adiante. À tarde, apresentava o programa Boca do Povo, de 40 minutos de duração, na televisão filiada à Rede Record.

Escaramuça e Perciliano se conheciam havia cerca de três anos, e tinham se aproximado pelo interesse comum, que era a política. Naquele dia, o radialista estava atrasado para o programa que começava às 6h30min. Por isso, ao entrar na padaria, deixou o carro, um Ford Landau azul, com o motor ligado, pegou os jornais, tomou um café rapidamente e saiu em seguida. Ao contrário do que ocorria sempre, quando o padeiro o acompanhava até a porta, desta vez Escaramuça saiu sozinho em direção ao veículo que estava estacionado em frente ao prédio.

Nesse momento, provavelmente alguém o chamou. Ao se virar, Escaramuça recebeu o primeiro tiro, que o atingiu próximo à axila. O assassino avançou em sua direção e disparou mais cinco vezes com uma arma calibre 12. Quase ao mesmo tempo, uma pessoa, que estava na esquina, atirou duas vezes com uma pistola 765. Uma das balas da pistola acertou o pneu do Ford Landau. A segunda pegou numa revista que estava exposta na banca dentro da padaria. Segundo a polícia apurou, os assassinos fugiram num Corsa branco, quatro portas, sem placa.

As pessoas que estavam no local no momento do crime dizem que não tiveram tempo de ver ninguém. Na hora do tiroteio, tentaram se proteger. Uma das testemunhas, procurada pela SIP, falou que não daria declarações porque, se dissesse alguma coisa, cortariam o seu pescoço e o da repórter. A outra pediu: "Quero que me esqueçam. Na hora em que aconteceu a tragédia, eu me assustei e saí correndo, quem ficaria ali?

Em 2016, última atualização desta publicação, o crime do Escaramuça continuava insolúvel e o inquérito policial arquivado. A polícia não sabe quem o matou e nem quem mandou matá-lo. 

FONTE: Sociedad Interamericana de Prensa



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