30 de novembro
1884 - Colocada a pedra fundamental da igreja de Ladário
Em cerimônia dirigida pelo frei Mariano, vigário de Corumbá, foi colocada a pedra fundamental da igreja Nossa Senhora dos Remédios em Ladário. A história do ato solene é contada em ata, publicada no semanário O Iniciador (de Corumbá) em 25 de dezembro de 1884, a qual reproduzimos:
30 de novembro
O coronel riograndense Bento Xavier, egresso da revolução federalista, realiza reunião de fazendeiros e líderes políticos do Sul do Estado, em Bela Vista para aprovação de um projeto que visava, através de um consenso entre situação e oposição, a luta pela independência do Sul do Estado, conforme denúncia do governador:
...Bento
Xavier, que desde o mês de julho tinha grupos armados nas cabeceiras
dos rios Apa e Estrela, começou a convidar por escrito a inúmeras
pessoas para comparecerem armadas e em companhia dos amigos, também
armados, que conseguissem reunir, na povoação de Bela
Vista e no dia 30 de novembro, sob o pretexto de assistirem a uma manifestação
de apreço à sua pessoa, dirigida e promovida pelo major
Camilo Brandão, fiscal do 7º regimento de cavalaria, estacionado
na referida povoação. Essa manifestação
consistiria na oferta do seu retrato a Bento Xavier e de um adereço
de brilhantes à sua esposa. Para levá-la a efeito, o major
Brandão distribuía profusamente listas de subscrição
pela região do Sul, tendo convidado por carta ao dr. José
João de Oliveira Pires, advogado e residente em Nioaque, para
ser o orador por parte dos manifestantes.
Que, porém, essa manifestação era apenas um pretexto, e não o verdadeiro fim da projetada reunião, se deduz não só da condição expressa nos convites, de comparecerem armados os convidados, como também de em tais convites acrescentar Bento Xavier, ora que ainda na reunião se trataria de eleger, de acordo com o governo do Estado, um amigo capaz de ser o chefe e de, prestigiado por todos, dirigir-se ao mesmo governo em qualquer assunto que fosse necessário; ora que nela se trataria da defesa da sua pessoa, ameaçada de um assalto de seus adversários; ora que dela resultaria a União do Sul; sendo que a Anacleto Rodrigues, Bento Xavier dissera, em meado de setembro, que seu seu intento, reunindo o povo, era fazer ao governo do Estado exigências excessivas, esperando não ser atendido, para então proclamar a separação do Sul e fazer uma revolução que duraria dois anos, afim de que fossem saqueadas as fazendas e ele e seus amigos se arranjassem, pois era tempo disso.
Que, porém, essa manifestação era apenas um pretexto, e não o verdadeiro fim da projetada reunião, se deduz não só da condição expressa nos convites, de comparecerem armados os convidados, como também de em tais convites acrescentar Bento Xavier, ora que ainda na reunião se trataria de eleger, de acordo com o governo do Estado, um amigo capaz de ser o chefe e de, prestigiado por todos, dirigir-se ao mesmo governo em qualquer assunto que fosse necessário; ora que nela se trataria da defesa da sua pessoa, ameaçada de um assalto de seus adversários; ora que dela resultaria a União do Sul; sendo que a Anacleto Rodrigues, Bento Xavier dissera, em meado de setembro, que seu seu intento, reunindo o povo, era fazer ao governo do Estado exigências excessivas, esperando não ser atendido, para então proclamar a separação do Sul e fazer uma revolução que duraria dois anos, afim de que fossem saqueadas as fazendas e ele e seus amigos se arranjassem, pois era tempo disso.
Na citada reunião Bento Xavier lançou as bases de sua “Revolução da Paz", que continha, entre outros pontos, a independência política da região Sul do Estado.Consta
não ter havido aprovação por parte da maioria
dos presentes aos planos de Bento Xavier. O conflito armado, que durou cinco anos, foi precipitado pelo governador Generoso Ponce que, imediatamente após à citada reunião, iniciou implacável perseguição ao líder gaúcho e seus seguidores, invadindo suas propriedades e forçando-os ao refúgio no Paraguai. A guerra foi a resposta de Bento Xavier à repressão policial e a expropriação de seus bens.
FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, Um Chefe, Pongetti, Rio de Janeiro,
1952, página 499.
FOTO:Correio da Manhã (RJ).
FOTO:Correio da Manhã (RJ).
30 de novembro
1914 - Conflito entre exército e policia em Campo Grande
Motivado por questões político-partidários, segundo denúncia do governo do Estado, deu-se em Campo Grande conflito entre praças do 5° Regimento de Artilharia do exército e o destacamento policial da cidade.
De acordo com a versão oficial, "um grupo de 60 praças do dito Regimento, aliciado e dirigido por alguns inferiores, que por sua vez eram instigados pelos chefes oposicionistas daquela localidade, acoroçoados por alguns oficiais seus superiores, atacaram o quartel do destacamento policial".
"Felizmente - enfatiza a mensagem - o oficial comendante do destacamento, tenente Saladino de Souza Nunes, conseguiu penetrar no quartel, com as praças que ali se achavam e defendeu heroicamente o seu posto, pondo em debandada os atacantes, que perderam um sargento e uma praça".
Por fim o relato do presidente do Estado, divide-se em denúncia à oposição e providências tomadas:
Estes fato. tão deprimentes da nossa civilização e da disciplina militar, foram as consequências da atitude de franca hostilidade ali assumida pelo major Archimino, então comandante do referido Regimento e pelos tenentes Otto Feio e Carlos Aleixo, contra as autoridades constituídas e favor de uma pequena oposição irriquieta e turbulenta, que ali se tinha organizado contra a situação, acoroçoada por esses oficiais e chefiada pelo tenente Severiano Marques e José Santiago, ex-vice-intendente do Município.
Antes desse conflito e por ordem dos referidos oficiais foram presas e recolhidas ao xadrez do 5º Regimento as praças de polícia que faziam o policiamento daquela vila; e depois do mesmo ainda foi agredida e assassinada uma praça policial, por um sargento daquela guarnição.
De todas essas lamentáveis ocorrências dei ciência ao sr. Ministro da Guerra e, não foi sem grande dificuldade, que se conseguiu o afastamento desses oficiais daquela localidade, que logo em seguida entrou na sua vida normal de ordem e respeito às autoridades constituídas.
Para sindicar daqueles fatos e apurar a responsabilidade dos seus autores, fiz seguir para ali o dr. chefe de polícia, em cujo relatório encontramos todos os esclarecimentos a respeito, e, nos termos do art. 171, n.20, do Dec. n. 324, de 1 de fevereiro de 1913, o juiz de Direito de Aquidauana.
A versão da oposição para o episódio foi publicada no jornal do Partido Republicano (PRMG), em sua primeira edição depois do conflito, conforme despacho de seu correspondente em Aquidauana:
O mês de novembro terminou na vizinha vila de Campo Grande por um ato que, a par do deponente do governo, trás o pânico e a falta de tranquilidade à sua laboriosa e pacífica sociedade.
Ei-lo: anteontem pelas vinte e duas horas a força policial atacou o quartel do exército, saindo os praças deste ao encontro dos atacantes resultou na morte de um sargento da força federal. Não fosse a enérgica intervenção dos bravos capitães Moraes e Rogaciano, lamentáveis ocorrências teriam-se dado. Este fato é uma consequência da atitude de vandalismo dos governistas, que veem no regimento do exército, ali aquartelado, um obstáculo para perseguirem aos seus degradantes crimes.
Na opinião dos governistas esse ataque tornava-se necessário para promover a saída do regimento dali. Os atos de vandalismo dos governistas têm as famílias alarmadas, cruzando o renhido tiroteio uma impressão detestável. As casas de famílias em geral se conservam com a frente fechada. A estrada de ferro requisitou do comendante da força federal um destacamento para manter a ordem, perturbada pela polícia. Corre como certo naquela vila, ser intuito do governo lançar os oposicionistas a revolução, contando com a intervenção federal para aniquilá-los. Quanta perversidade! Até onde irá o governo na sua repugnante ação contra os oposicionistas?²
FONTE: Presidente Costa Marques, Mensagem à Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Cuiabá, 1915. ²Jornal O Matto-Grosso, Cuiabá, 2 de dezembro de 1914.
30 de novembro
1914 - Conflito entre exército e policia em Campo Grande
Motivado por questões político-partidários, segundo denúncia do governo do Estado, deu-se em Campo Grande conflito entre praças do 5° Regimento de Artilharia do exército e o destacamento policial da cidade.
De acordo com a versão oficial, "um grupo de 60 praças do dito Regimento, aliciado e dirigido por alguns inferiores, que por sua vez eram instigados pelos chefes oposicionistas daquela localidade, acoroçoados por alguns oficiais seus superiores, atacaram o quartel do destacamento policial".
"Felizmente - enfatiza a mensagem - o oficial comendante do destacamento, tenente Saladino de Souza Nunes, conseguiu penetrar no quartel, com as praças que ali se achavam e defendeu heroicamente o seu posto, pondo em debandada os atacantes, que perderam um sargento e uma praça".
Por fim o relato do presidente do Estado, divide-se em denúncia à oposição e providências tomadas:
Estes fato. tão deprimentes da nossa civilização e da disciplina militar, foram as consequências da atitude de franca hostilidade ali assumida pelo major Archimino, então comandante do referido Regimento e pelos tenentes Otto Feio e Carlos Aleixo, contra as autoridades constituídas e favor de uma pequena oposição irriquieta e turbulenta, que ali se tinha organizado contra a situação, acoroçoada por esses oficiais e chefiada pelo tenente Severiano Marques e José Santiago, ex-vice-intendente do Município.
Antes desse conflito e por ordem dos referidos oficiais foram presas e recolhidas ao xadrez do 5º Regimento as praças de polícia que faziam o policiamento daquela vila; e depois do mesmo ainda foi agredida e assassinada uma praça policial, por um sargento daquela guarnição.
De todas essas lamentáveis ocorrências dei ciência ao sr. Ministro da Guerra e, não foi sem grande dificuldade, que se conseguiu o afastamento desses oficiais daquela localidade, que logo em seguida entrou na sua vida normal de ordem e respeito às autoridades constituídas.
Para sindicar daqueles fatos e apurar a responsabilidade dos seus autores, fiz seguir para ali o dr. chefe de polícia, em cujo relatório encontramos todos os esclarecimentos a respeito, e, nos termos do art. 171, n.20, do Dec. n. 324, de 1 de fevereiro de 1913, o juiz de Direito de Aquidauana.
A versão da oposição para o episódio foi publicada no jornal do Partido Republicano (PRMG), em sua primeira edição depois do conflito, conforme despacho de seu correspondente em Aquidauana:
O mês de novembro terminou na vizinha vila de Campo Grande por um ato que, a par do deponente do governo, trás o pânico e a falta de tranquilidade à sua laboriosa e pacífica sociedade.
Ei-lo: anteontem pelas vinte e duas horas a força policial atacou o quartel do exército, saindo os praças deste ao encontro dos atacantes resultou na morte de um sargento da força federal. Não fosse a enérgica intervenção dos bravos capitães Moraes e Rogaciano, lamentáveis ocorrências teriam-se dado. Este fato é uma consequência da atitude de vandalismo dos governistas, que veem no regimento do exército, ali aquartelado, um obstáculo para perseguirem aos seus degradantes crimes.
Na opinião dos governistas esse ataque tornava-se necessário para promover a saída do regimento dali. Os atos de vandalismo dos governistas têm as famílias alarmadas, cruzando o renhido tiroteio uma impressão detestável. As casas de famílias em geral se conservam com a frente fechada. A estrada de ferro requisitou do comendante da força federal um destacamento para manter a ordem, perturbada pela polícia. Corre como certo naquela vila, ser intuito do governo lançar os oposicionistas a revolução, contando com a intervenção federal para aniquilá-los. Quanta perversidade! Até onde irá o governo na sua repugnante ação contra os oposicionistas?²
FONTE: Presidente Costa Marques, Mensagem à Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Cuiabá, 1915. ²Jornal O Matto-Grosso, Cuiabá, 2 de dezembro de 1914.
30 de novembro
1927 – Dom Aquino toma posse na ABL
Eleito em 9 de dezembro de 1926, Dom Aquino Correa toma posse na Academia Brasileira de Letras. É o primeiro mato-grossense a ocupar cadeira naquela casa. O discurso de recepção ao novo integrante do mais importante sodalicio brasileiro foi proferido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva.
De sua farta contribuição à poesia brasileira, singela homenagem à sua cidade natal:
De sua farta contribuição à poesia brasileira, singela homenagem à sua cidade natal:
CUIABÁ
Lá no meio da selva verdejante
Num pedaço de terra solitária,
Banhada pelo sol fulvo e cantante,
Existe uma cidade legendária...
É a bela Cuiabá, bicentenária
Que tem o pedestal de ouro ofuscante,
Onde chegou o bravo bandeirante
Em busca da riqueza extraordinária.
Oh! Cuiabá, das lendas brasileiras
Foste o sonho de glória das bandeiras
Eldorado de luz e de bonança.
O teu futuro está profetizado:
Foste a cidade de ouro no passado,
És a Cidade Verde na Esperança.
FONTE: 55 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145.
FOTO: primeira página da Gazeta de Notícias(RJ).
FOTO: primeira página da Gazeta de Notícias(RJ).
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