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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

14 de fevereiro


14 de fevereiro

1914 - Instalada a comarca de Coxim




Criada pela lei n° 630 de 3 de julho de 1913, é instalada a comarca de Coxim. O evento foi registrado pela imprensa cuiabana:

"Coxim, 17 - Com toda solenidade foi a 14 do corrente instalada a Comarca, sob a presidência do dr. Amâncio Ramos, juiz de Direito.

O coronel Manoel Dias Pinho, intendente do município, foi um esforçado para que o ato se revestisse de todo brilhantismo, tendo decorado o edifício da Câmara Municipal onde estava um grande arco com a seguinte inscrição: VIVA O DOUTOR COSTA MARQUES.

Enchiam as salas do edifício muitas famílias, funcionários públicos, professores e alunos de todas as escolas, comerciantes e fazendeiros e grande massa popular, congratulando-se todos com o honrado e fecundo governo do exm. dr. Augusto da Costa Marques, que foi muitíssimo aclamado, assim como o diretório  central do P.R.C., desembargador Ferreira Mendes, coronel Eduardo Siravegna e demais representantes do Diretório local.

Durante a solenidade falaram o professor Rosendo de Almeida, capitão Batista de Sousa e o intendente Manoel Dias Pinho, exaltando o grande progresso da futurosa comarca, resultado da administração do dr. Costa Marques.

À noite houve um animadíssimo baile no edifício da Câmara cujas fachadas estavam iluminadas caprichosamente. Ao baile compareceu a elite da sociedade coxinense, tendo as danças se prolongado até as três horas da madrugada.

Foram nomeados e tomaram posse dos seus respectivos cargos os srs. Manoel Dias Pinho, promotor de justiça, Joaquim Santana, primeiro tabelião, João B. de Almeida, oficial de justiça, e Nicolau Nunes, porteiro dos auditórios.

Foi também nomeado segundo tabelião, o sr. Felix Petrowsky.

O povo está satisfeitíssimo.


FONTE: O Debate (Cuiabá) 14 de fevereiro de 1914.  

FOTO: reprodução do livro Raízes de Coxim, de João Ferreira Neto, pag. 230 
 


14 de fevereiro 

1919 – Deputado é morto por irmão em hotel de Campo Grande




O deputado estadual Armindo Paes de Barros, proprietário da usina Conceição no município de Santo Antonio do Rio Abaixo, próximo a Cuiabá, é assassinado por seu irmão Henrique, com 5 tiros de revólver, quando jantava no restaurante do hotel Royal, em Campo Grande. Armindo havia desembarcado na estação ferroviária e deveria pernoitar na vila, quando foi abruptamente abordado pelo irmão que, após rápido monólogo, sacou a arma e executou o irmão, que não teve tempo de se defender. Os motivos do crime não chegaram a ser devidamente esclarecidos.

A ocorrência teve grande repercussão, principalmente em Cuiabá e Santo Antonio, redutos eleitorais da vítima. O Matto-Grosso, jornal oficial do partido celestinista, ao qual o deputado era filiado, traçou o seu perfil:

“Moço, elegante, belo como um Apolo e com relevo que lhe dava a reputação duma bravura de herói levada à temeridade, a sua pessoa tinha todas essas qualidades brilhantes que despertam irresistivelmente a atração e fascinante simpatia. Seu fim trágico e inesperado tinha de produzir o mais profundo sentimento como uma revoltante iniquidade.

O nosso malogrado amigo desaparece aos 30 anos de idade. Em pequeno em companhia de outros irmãos, seu finado pai o coronel João Pais de Barros o levara para o Rio onde o matriculou em um colégio interno. Depois de concluído o curso secundário matriculou-se em uma das faculdades superiores da capital da República, na escola Politécnica, interrompendo seus estudos por ter tido necessidade de vir se por à testa da usina de propriedade de sua família. Viajara antes à Europa, tendo permanecido logo tempo na Itália em companhia dos seus.

Na direção do importante estabelecimento legado pelo seu velho pai, revelou notáveis qualidades de administrador e industrial ativo, inteligente, honesto e pontual nos seus compromissos. É do conhecimento de todos os felizes resultados que coroaram a sua ação conseguindo com a disciplina imposta pelo seu pulso férreo libertar em poucos anos a usina de pesados encargos e das dificuldades que antes assoberbavam. E uma das circunstancias que tornam mais dolorosa a sua morte, é não ter ele podido ver, como filho extremoso que era, o coroamento de seus esforços nessa obra a que se dedicara de corpo e alma para salvar os haveres da família e assegurar o bem estar e abastança de sua mãe e irmãos. A sua viagem de agora, na qual tombou em meio do caminho, ele a fazia no desempenho dos seus deveres para com os interesses industriais da usina que dirigia de modo tão seguro e feliz.

Politicamente a morte de Armindo Paes abre nas nossas fileiras um claro que o fará sempre por nós lembrado e com o qual nunca nos conformaremos.
Dá bem a medida do seu valor a alta graduação que tinha na nossa poderosa agremiação partidária e as elevadas posições que tão moço atingira de intendente do município de Santo Antonio do Rio Abaixo e deputado à Assembleia Legislativa. Além do dotado de apurada perspicácia e extraordinário poder de assimilação, possuía também essas qualidades de caráter que primam sobre as da inteligência, essa vontade firme dos que mandam e sabem se fazer obedecer, e que sagra os que nasceram para condutores dos homens”.

Outra tragédia atingindo a família ocorreu em 1906, com o assassinato de seu tio Totó Paes,  então presidente do estado de Mato Grosso.



FONTE: Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá), 20 de fevereiro de 1919.


14 de fevereiro

1925 - Toma posse a primeira diretoria do Rádio Clube






Eleita a 19 de janeiro, assume a primeira diretoria do Rádio Clube de Campo Grande, assim constituída: presidente: Laurentino de Araújo Chaves; vice-presidente: Arnaldo Estevão de Figueiredo; 1° tesoureiro: Antônio Carlos Bastos; 2° tesoureiro: Gilberto de Oliveira; 1° secretário, Eduardo da Costa Manso; 2° secretário, Edmundo Machado; e conselho fiscal, Eduardo Olímpio Machado, Miguel Carmo de Oliveira e Auro Martins.


Um dos mais antigos de Campo Grande, o Rádio, que nasceu em 1924 da "ideia da criação de um clube que tivesse como principal atração um aparelho receptor de rádio, coisa nova na época", segundo Paulo Coelho Machado, transformou-se em ponto de encontro da elite da cidade, tornando-se "nesta fase inicial um grêmio elitista, fechado, com disparatada discriminação de raça, condição econômica e profissão." A admissão e frequência ao clube eram "exageradamente fiscalizadas." Conta o cronista: "Como alguns sócios eram oficiais do Exército, a entrada de sargentos ficou vedada."



FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, in Pelas ruas de Campo Grande, 2a. edição, livro V, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008, página 322.


14 de fevereiro

1951 - Violência na fronteira tem repercussão nacional

Tem repercussão nacional a onda de violência na fronteira Brasil-Paraguai, cometida por quarteiros, ladrões e assaltantes, que atacavam no Brasil e se homiziavam na república vizinha. O alvo principal dos bandidos eram os criadores de gado e o objetivo era roubar o dinheiro da venda de gado. Ousados e violentos, a mais recente façanha dos bandoleiros foi a recente tentativa da invasão ao distrito de Sanga Puitã, a 16 quilômetros de Ponta Porã, e, o crime mais revoltante, foi o assassinato da família Medina em Amambai:

"No município de Amambai foi atacada por um grupo de bandoleiros armados a família do sr. Zenon Arce Medina. Os assaltantes pertencem ao bando de bandidos que está atuando nesta região. P sr. Zenon foi barbaramente assassinado, bem como sua sobrinha e uma filha menor, de 4 anos de idade. Antes de efetuarem os assassinatos, os quarteiros queimaram as mãos da menina para depois degola-la, diante dos olhos dos pais estarrecidos".

FONTE: Correio da Manhã (RJ), 15 de fevereiro de 1951

8 de fevereiro

8 de fevereiro

1863 - Goiás denuncia invasão de Mato Grosso ao seu território



Em longo ofício enviado ao marquês de Olinda, ministro do império, o presidente da província de Goiás reclama da invasão de Mato Grosso ao seu território. Argumentando com um acordo firmado em 1771 entre os governadores das duas províncias, José Vieira Couto Magalhães defende os limites originais entre as duas províncias e reclama a posse de Coxim e Santana do Paranaiba. Ironicamente, Couto Magalhães seria nomeado para o governo de Mato Grosso, no ano seguinte, vindo a permanecer na chefia do executivo estadual durante a guerra do Paraguai e, naturalmente, abandonado a ideia de anexar parte do território de Mato Grosso ao vizinho, sem deixar, entretanto, de alimentar o sonho goiano de apoderar-se de significativa parcela leste da província, que durou até recentemente. 


A seguir, íntegra do longo ofício da Couto Magalhães ao ministro do Império:















FONTE: Presidente José Vieira Couto de Magalhães, Relatório apresentado à Assembleia Legislativa de Goiás, 1° de junho de 1863.

FOTO: presidente Couto Magalhães. Acervo Prefeitura Municipal de Várzea Grande (MT).








8 de fevereiro



1892 - Sediciosos derrubam autoridades em Nioaque e Miranda



Em relatório ao general Ewbank, logo em seguida ao fracassado golpe militar contra o governo de Manoel Murtinho, Jango Mascarenhas, chefe da resistência no Sul do Estado, destaca esse incidente:

Na vila de Nioaque, residência do 7º Regimento de Cavalaria Ligeira, onde me achava no exercício do cargo de presidente da municipalidade, os oficiais todos em companhia do caudilho major David de Medeiros, Filadelfo de Campos Machado, Manuel Guilherme Garcia e quatro ou cinco homens sem importância social, precedidos da banda de música militar, no dia 8 de fevereiro, e secundando os movimentos sediciosos de Corumbá, fizeram solene manifestação, alegando representarem o povo, depuseram as autoridades constituídas e os intendentes, os quais lavraram solene protesto que ficou consignado na ata da sessão desse dia, firmado por mim e mais membros presentes.


Na vila de Miranda fizeram o mesmo e ainda a soldadesca desenfreada, ao mando do alferes José Joaquim de Azevedo Saldanha e capitão Hermenegildo, que seguiam para Corumbá às ordens do coronel Barbosa, tendo-se encontrado com o cidadão João Rodrigues de Sampaio, onde exercia o cargo de substituto do juiz de direito, e nessa circunstância de regresso da capital do Estado, castigaram-no desapiedadamente com palmatória e obrigando-o a passar recibo. 



FONTE: Miguel Palermo, Nioaque evolução política e revolução de Mato Grosso, edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 74.




8 de fevereiro


1934 - Rondon contra a divisão do Estado de Mato Grosso


Rondon, o general contra a divisão do Estado


Em entrevista ao Diário de S. Paulo, o general Rondon manifesta-se contra a ideia separatista, apontando as seguintes razões:

a) o movimento secessionista só é amparado pelos filhos de outros Estados, que não votam verdadeiro amor a Mato Grosso; b) o Norte do Estado é o mais próspero e não tem interesse em retardar o progresso do Sul; c) O Sul não tem elementos para se constituir em Estado da Federação, não possui recursos econômicos suficientes, estando ainda em fase pastoril; d) os divisionistas não estão apoiados em razões de ordem moral ou material”.


Os divisionistas responderam ao general através de um folheto de março seguinte, datado de Maracaju. 



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, S.Paulo, 1985, pagina 146.




8 de fevereiro


1955 - Nasce em Corumbá, Delcídio do Amaral




Filho de Miguel Gómez e Rosely do Amaral Gómez, nasce em Corumbá, Delcídio do Amaral Gomes. Estudou o primário em sua cidade natal, o secundário no Colégio São Luís, em São Paulo e formou-se em Engenharia Elétrica. Na profissão trabalhou no Brasil e no exterior nas seguintes empresas: General Eletric do Brasil (1976/1977), Themag Engenharia Ltda. (1978/1982), e Eletrosul (1991/1994). Ingressou na vida pública em 1994, como secretário executivo do Ministério de Minas e Energia. Em setembro de 1994 é nomeado ministro de Minas e Energia pelo presidente Itamar Franco. Em Mato Grosso do Sul conduziu o processo de privatização da Enersul e, no governo Zeca do PT, foi secretário de Infra-Estrutura e Habitação.  Em 2002 ingressa na política partidária e elege-se o primeiro senador do PT de Mato Grosso do Sul. No Congresso celebrizou-se como presidente da CPMI dos Correios, que apurou o escândalo do mensalão. Em 2006, candidata-se ao governo do Estado e perde a eleição para André Puccinelli (PMDB). Em 2010 é reeleito senador da República.

Em 2014 tenta novamente o governo do Estado e é derrotado, no segundo turno, pelo deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

Em 2015 é escolhido líder do governo Dilma no Senado. Em 25 de novembro de 2015 é preso por ordem do ministro Toeri Zavasky, relator da Operação Lava Jato no STF, acusado de tentativa de obstrução às investigações da citada operação. 87 dias em regime fechado, é transferido para o regime domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, tendo, em 14 de março de 2016, homologado o seu acordo de delação premiada. No dia 10 de maio de 2016 teve seu mandato cassado pelo Senado, com 74 votos a favor e nenhum contrário.


FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Delc%C3%ADdio_do_Amaral




sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

18 de junho

18 de junho

1894 - Chega em Cuiabá, padre Malan, o catequista



Aporta em Cuiabá o padre Antonio Maria Malan. Nascido na Itália, em 16 de dezembro de 1862, em São Pedro, província de Cuneo, Piemonte, foram seus pais Nicola Malan e Margarida Viau. Em 23 de fevereiro de 1883, depois de seu estágio no exército, entrou no Colégio Salesiano de Navarra, na França, ingressando para o noviciado em Marselha em outubro de 1884, onde tomou o hábito sacerdotal a 15 de agosto de 1885, professando os primeiros votos em 2 de outubro do mesmo ano. Clérigo, foi mandado para Montevideu, onde se ordenou sub-diácono em 15 de julho de 1889.

Em Mato Grosso, no tempo do bispo dom Carlos d'Amour, iniciou suas atividades no Colégio São Gonçalo, "centro nuclear de irradiação sempre crescente, a expandir-se por todo o Estado, e, ao depois, as colônias, admiráveis organizações de catequese, a se abrolharem pelos férteis vales do São Lourenço, do Garças e do Barreiro, estendendo o raio de ação civilizadora até as longínquas plagas araguaianas".

Em reconhecimento ao seu trabalho e inúmeros serviços prestados, a Sé galardou-o em 1914, com o título de Bispo de Amiso e Prelado do Registro do Araguaia, recebendo a sagração em 15 de agosto desse ano, em São Paulo, das mãos do núncio apostólico monsenhor José Aversa.

Em 1924 foi nomeado para o bispado recém-criado de Petrolina, no Estado de Pernambuco.

FONTE: José de Mesquita, Elogio Fúnebre, revista do Instituto Histórico de Mato Grosso, 1931 e 1932, página 211.

FOTO: Dom Malan, bispo de Petrolina.


18 de junho


1909Câmara aprova arruamento de Campo Grande



Rua 14 de Julho, centro comercial de Campo Grande, no início do século XX



A edilidade campograndense votou projeto do vereador José Vieira Damas, o Zeca Casimiro, aprovando o alinhamento das ruas do povoado, de acordo com planta do engenheiro municipal Nilo Javari Barem:

“Art. 1º - Fica aprovado o plano para alinhamento das ruas e praças desta vila de acordo com a planta confeccionada pelo cidadão dr. Nilo Javari Barem e apresentada pelo sr. intendente geral do município, cujas ruas e praças terão as denominações seguintes: 1º - Partindo-se de Sul a Norte: a primeira, rua Afonso Pena; a segunda, 7 de Setembro, a terceira 15 de Novembro; a quarta, Av. Marechal Hermes e a quinta rua...


Art. 2º - Do nascente ao Poente: a primeira, rua José Antônio; a segunda, 15 de Agosto, a terceira Pedro Celestino; a quarta 24 de Fevereiro; a quinta 13 de Maio; a sexta, 14 de Julho; a sétima Santo Antônio; a oitava Inhanduí; a nona e a praça entre a Av. Marechal Hermes e a 15 de Novembro.



O intendente de Campo Grande era José Santiago, em cuja administração foi implantado o alinhamento, seguido de perto pelo historiador:

Planejada assim a cidade paralelamente às casas já existentes, ao longo do eixo EO, pelo projetista foi procedida a primeira tentativa de arruamento, assistido por Amando de Oliveira, que à margem de qualquer cargo, era o pulso de ferro, orientado por uma inteligência lúcida, a mostrar ao vilarejo a senda do progresso paulista...mais de uma feita de punhos cerrados, explicara que a casa de seu fulano ou beltrano não devia forçar a rua a se acotovelar...E o roçado fora efetuado da rua Santo Antônio a 24 de Fevereiro e da rua Afonso Pena à Rio Branco, restando apenas, confusamente delineado, o entroncamento de Afonso Pena, Joaquim Murtinho e Barão de Melgaço, que posteriormente daria lugar à praça Costa Marques, após retificação levada a cabo pelo dr. Leonel Velasco, que, anteriormente, por ordem do intendente Antônio Norberto, abrira a rua do Mangue, paralela à Afonso Pena, lado sul que fica com as extremidades entre as ruas Anhanduí e Santo Antônio (atual avenida Calógeras) tendo o levantamento sido feito sem dispêndio algum da Câmara.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 89.

18 de junho

1910 - Estrada de ferro: trilhos chegam ao rio Miranda


A frente de Porto Esperança da ferrovia de Mato Grosso chega à localidade de Salobra às margens do Rio Miranda. A aceleração da obra deve-se "a nova orientação dada aos trabalhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, pelo engenheiro dr. Júlio Arnaud, que adotou o sistema intensivo, vai marchando de uma maneira rápida e admirável a construção dessa nossa via-férrea".

O jornal corumbaense dá a notícia com ênfase:

"A última notícia que nos chega e que transmitimos aos nossos leitores é que hoje, ao meio dia, chegaram as pontas dos seus trilhos à margem do rio Miranda em Saloba, isto é, ao quilômetro 136, e que dentro em pouco, terá a estrada de ferro atingido a vila de Miranda, cuja estação fica situada no quilômetro 151". 

Menos de três meses depois, a 7 de setembro, a ferrovia chegava em Miranda.

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 18/06/1910


18 de junho

1922 - Corumbá homenageia pilotos portugueses




Portugueses moradores em Corumbá, homenageiam os pilotos lusitanos, Sacadura Cabral e Gago Coutinho, protagonistas da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Portugal e Brasil, em viagem histórica, no ano do centenário da independência do Brasil:

"A colônia portuguesa desta cidade, logo que teve conhecimento da chegada dos bravos pilotos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho ao Rio de Janeiro, organizou uma grande passeata, a que se associou quase toda a população, percorrendo as principais ruas da cidade, precedida de uma banda de música do 17° batalhão de caçadores.

Os manifestantes visitaram o consulado português, onde foram saudar o cônsul Armando Ferreira, que em entusiástico discurso agradeceu a manifestação.

A colônia portuguesa promove para o dia 20 um magnífico sarau de gala, no salão Excelsior, com discursos patrióticos enaltecendo o grande feito, e um programa musical, de que fazem parte os hinos nacional e português".¹ (Correio Paulistano, 19/06/1022).

Os pilotos deixaram Lisboa no dia 30 de março e chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de junho de 1922. Fizeram a longa viagem do hidroavião Lusitânia. As homenagens se estenderam a praticamente todo o país.²

FONTE: ¹Correio Paulistano, 18/06/1922, ²Portal Brasiliana Fotográfica

FOTO: Augusto Malta/ Portal Brasiliana Fotográfica.



18 de junho

1949 - Toma posse o primeiro prefeito eleito de Amambai

Toma posse o coronel Valêncio de Brum, primeiro prefeito eleito de Amambai, antigo Patrimônio União. Eleito com 784 votos, num colégio de 1408 eleitores, ele substituiu ao prefeito nomeado, Sidnei Vargas Batista. Gaúcho de São Borja, militante político em Ponta Porã e Bela Vista, Valêncio de Brum, sem explicação conhecida, abandonou a administração onze meses depois, sendo substituído, até o final do mandato, polo vereador Raimundo Amaral, presidente da Câmara Municipal. Seu nome está na principal praça e numa das mais avenidas mais movimentadas da cidade.

FONTE: Nery da Costa Jr., Che tiempo Guaré, Biblio Editora, Campo Grande, 2020, página 46.

domingo, 23 de janeiro de 2011

7 de fevereiro

7 de fevereiro

1867 - Taunay dá notícias de Nioaque


 Rio Nioaque, "boas condições de salubridade"
O tenente Alfredo Taunay, da comissão de engenheiros das forças brasileiras, escreve sua última carta de Nioaque ao pai, antes da invasão do Paraguai, pela coluna brasileira, que resultaria na célebre retirada da Laguna:

Meu caro Papai,
Esta carta lhe chegará, por ordem da data a que lhe terá entregue o bom Dr. Miranda, este excelente amigo que nestes desertos nos deixou inconsoláveis.

 
Tive como sabe o desprazer de não poder por seu intermédio enviar-lhe nem uma carta nem um abraço que lhe transmitisse todos os meus sentimentos da respeitosa amizade e as profundas saudades de casa.


Mauá lhe falará das boas condições da salubridade que oferecia este lugar. O acampamento como acabo de dizê-lo em relatório enviado pelo Comandante das forças apresenta garantias de segurança se a vigilância realizar com eficácia.

 
Apoiam-se os nossos flancos sobre os dois rios Orumbeva e Nioac e as avenidas pelas quais pode o inimigo avançar vem cortar a frente.
Duas boas linhas de retirada, além disto, partem deste lugar e conduzem a lugares capazes de permitir ativa defesa.


Coloquei guardas avançadas em encruzilhadas em caminhos que vão ter ao Apa e à Vacaria (veja o mapa que lhe mandei) estradas muito frequentadas pelos paraguaios durante a ocupação do distrito.


V. me perdoará os garranchos; escrevo sobre os joelhos em casa do bom amigo Lago.


Adeus papai, uma lembrança do seu filho respeitoso.

 
Alfredo.




FONTE: Taunay, Mensario do Jornal do Commercio, Tomo XXI - volume II, Rio, 1943, página 348 




7 de fevereiro

1892 - Jango Mascarenhas presta contas ao presidente da República





Diante dos acontecimentos que resultaram no golpe militar contra o governo do Estado, o intendente de Nioaque, Jango Mascarenhas, que lideraria a resistência no Sul do Estado, pelo retorno de Manoel Murtinho ao governo, resume a situação ao chefe da nação:

Ilustre Brigadeiro General Floriano Peixoto - Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil - Rio de Janeiro. Comunico a V. Exa. que Estado de Mato Grosso convulsionado movimento sedicioso 2º Batalhão Corumbá para deporem Governador Murtinho e outras autoridades constituídas, secundando facção política do general Antônio Maria Coelho. 7º Regimento Cavalaria fez coro sediciosos - Reina anarquia - Povo indignado pronto contra revolução sustentando direito autoridades constituídas. Nioaque, 7 de fevereiro de 1892. Presidente Municipal - João Ferreira Mascarenhas. Vice-Presidente - Vicente Anastácio.



FONTE: Miguel Palermo, Nioaque, evolução política e revolução de Mato Grosso, edição do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1992. Página 41.



7 de fevereiro

1948 - Exilados bolivianos em Corumbá

Por conta de uma tentativa de golpe contra o presidente Hertzog, da Bolivia, ocorrida em 23 de janeiro, em La Paz, onde 40 prisões foram efetuadas, 14 dos envolvidos, que conseguiram escapar, solicitaram exílio em Corumbá.¹ Entre eles está inclusive o general Felix Taveira² que comandou a rebelião. 

Segundo a imprensa todos "os culpados pertencem ao Movimento Nacionalista que foi afastado do poder por ocasião da Revolução Popular de julho de 1946 e que custou a vida do general Villaroel e de seus mais próximos colaboradores".³


FONTE: ¹Jornal de Notícias (SP), 08/02/1948; ²Correio da Manhã (29/01/1948  ³Jornal do Commercio (RJ), 25/01/1948.





7 de fevereiro

1954 - Fundado o jornal Correio do Estado em Campo Grande


A primeira edição circulou num domingo

Circula a primeira edição do jornal Correio do Estado, lançado por um grupo de políticos ligados à UDN-União Democrática Nacional, adversária do PSD, que patrocinava "O Matogrossense". O jornal foi formalmente dirigido por algum tempo pelo advogado e deputado federal José Fragelli, passando dois anos depois para a direção e controle de seu primeiro redator, jornalista e professor J. Barbosa Rodrigues, egresso do Jornal do Comércio.

Entre os fundadores do Correio do Estado, estão Vespasiano Barbosa Martins, Fernando Correa da Costa e José Moraes.

Era governador de Mato Grosso, no ano de sua fundação, o ex-prefeito de Campo Grande Fernando Correa da Costa (UDN) e prefeito de Campo Grande Wilson Fadul (PTB).

É o mais antigo diário de Mato Grosso do Sul em circulação contínua e um dos jornais mais modernos do Brasil. O seu aniversário em 2011 foi comemorado com "uma mudança radical no processo de impressão das páginas, que passou a economizar água e diminuir a utilização de produtos químicos. O nome da novidade é impressão ecológica".


FONTE: Correio do Estado, edição de 7 de fevereiro de 2014.


4 de fevereiro

4 de fevereiro

1777 - Incêndio destrói o forte de Coimbra

Forte de Coimbra em desenho de Alberto Lima


Dezesseis meses depois de sua fundação é quase que inteiramente destruído pelo fogo, o forte de Coimbra:

Cerca de 21 horas do dia 4 de fevereiro de 1877, por descuido de um soldado, incendiou-se um rancho e o fogo alastrou-se rapidamente a todos os outros, abrasando tudo.Não houve tempo senão para fugirem seus ocupantes com poucos trastes que puderam salvar.

Por sorte escapou ao incêndio o paiol de pólvora, construído afastado dos alojamentos e coberto de telhas. Se tivesse sido atingido, a explosão provocaria uma verdadeira catástrofe. Um escravo que dormia descuidado num rancho foi a única vítima a lamentar nesse incêndio.

Procedeu-se logo à construção de nova estacada. É desta planta mais antiga que se conhece de Coimbra. Formava um quadrilátero de 300 palmos de frente por 160 de fundo (66 m por 35,20 m). No fundo media 340 palmos, pois havia um pequeno saliente de cada lado.

Havia mais dois salientes:um no centro da cerca da frente e outro na dos fundos. Esses salientes formavam baluartes, cada um consagrado a um santo protetor. O da frente da estacada,voltado para o rio e para o sul, estava consagrado a Santa Ana, o do norte a São Gonçalo, o do nascente a São Tiago e o do poente a Nossa Senhora da Conceição.

Dentro da estacada os soldados construíram uma tosca capela dedicada à Virgem do Carmo, padroeira do presídio.

 
FONTE: Carlos Francisco Moura, O Forte de Coimbra, Edições UFMT, Cuiabá,1975, página 29.

FOTO: Desenho de Alberto Lima


4 de fevereiro

1865 - Orelhas de brasileiros expostas em Assunção




Ocorrida em 3 de janeiro de 1865, as primeiras notícias da invasão de Corumbá, com algum grau de credibilidade, passaram a circular pela imprensa brasileira somente a partir do final de janeiro de 1865. Os jornais do Brasil, valendo-se de conexão com a imprensa argentina, passaram a circular com as notícias da guerra em território sul-matogrossense. Numa dessas notícias, o Diário do Rio de Janeiro, com informação de La Nacion, da Argentina, sintetizou a ação do exército paraguaio depois de apoderar-se da vila, entremeando no artigo a macabra informação de uma exposição de orelhas humanas:

A invasão de Corumbá foi uma série de feitos escandalosos. O comandante, nomeado para esse ponto, ordenou o saque aos soldados. Todas as casas foram abertas à força bruta, e tudo quanto nelas existia foi conduzido para o quartel, onde em em presença do dito chefe, repartiu-se uma parte pela tropa e oficiais e outra parte foi transportada para um navio com destino a Assunção.

Nesta fúria nem os próprios estrangeiros escaparam. As bandeiras das diversas nações não protegiam a ninguém. A velhice e a moléstia não eram obstáculo. As casas pertencentes a brasileiros foram marcadas com um B, depois da saqueadas.

A escuna Jacobina, de nacionalidade argentina, e propriedade do italiano Santiago de Lucchi, estando carregada com 2.000 couros secos, foram estes lançados ao rio e o navio declarado prisioneiro; por muito favor deram liberdade a tripulação, exceto a quatro homens de cujo destino não se sabe.

No dia 10 foi queimada toda a madeira que existia para construção da alfândega; todo o gado encontrado nas imediações foi destruído.

Em Corumbá ficaram apenas 66 estrangeiros e algumas pobres mulheres. 

A cidade está ocupada por um batalhão de 1.000 homens sob o comando do capitão Goristiaga. Os vândalos tinham intenção de atacar Vila Maria e Cuiabá.

O Iporã chegou a Assunção no dia 14. Este vapor sofrera muitas avarias no ataque do Anhambay. A tripulação ao desembarcar na capital paraguaia repartia grande quantidade de gêneros, roupa e outros objetos, produtos de seus roubos em Corumbá. O próprio comandante, Andrés Herreros, arranjou não pequena fortuna.

Enfim, para cúmulo de selvageria, esteve exposta a bordo daquele navio uma conta, em que se achavam presas as orelhas dos infelizes tripulantes do Anhambay. 

Com a notícia destes triunfos, houve em Assunção grandes festas populares e bailes.

Os estrangeiros em Corumbá enviaram uma representação ao sr. Barbolani, ministro italiano em Montevideo, pedindo a sua proteção.


FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 1865.

IMAGEM: bog do Assis Oliveira



4 de fevereiro

1917 – A última batalha da Caetanada


Coronel Zelito e major Gomes na guerra dos políticos cuiabanos
Trava-se nas proximidades da antiga Colônia Militar de Miranda, a batalha final da rebelião do major Antônio Gomes, contra o presidente Caetano de Albuquerque. Paulo Coelho Machado descreve o combate:
 
“Eram 10 horas da manhã chuvosa daquele dia quando sentinelas de Gomes comunicaram a seus chefes: ‘Inimigo à vista!’
Cerca de mil e quinhentos homens andavam cautelosamente em lenta marcha de aproximação. Os rebeldes mal perceberam o efetivo maior que o de Água Amarela. Antônio Gomes dispunha de setecentos atiradores bem municiados. Não observaram, igualmente, que desta vez os governistas estão suficientemente armados e que um contingente uniformizado, oriundo de Cuiabá, transportava uma metralhadora pesada, arma inédita nas campanhas do sul.

 
O comandante rebelde permaneceu em silêncio. Adotou a mesma estratégia do combate anterior. Deixou que o inimigo penetrasse, sem perturbação. Este chegou com uma força tática bem ordenada e provocou logo o combate.

(...) Após algumas horas de combate demorado e enervante, em que os rebeldes foram perdendo paulatinamente importantes posições, o coronel José Alves Ribeiro Filho, já no final da tarde, achou que chegara a hora adequada. Transmitiu a todos a ordem de ataque, que desejava rápido e fulminante. A batalha já durara seis horas. A luta foi dura, quando ambas as facções portaram-se com denodo, chegando até ao corpo-a-corpo. Foram mortos além do capitão Pimentel, o tenente Mattita Brum, ajudante-de-ordens do coronel Sérgio de Brum e os sargentos Santana e Epifânio. Foram feridos não só o cel. Mário Gonçalves, como mais de onze elementos, todos atendidos pelo dr. Ottoni, médico do regimento legalista.
 
Os rebeldes também sofreram inúmeras baixas. Saíram feridos os capitães Lídio e Saladino Nunes, Hermenegildo da Costa Lima, tenente Alípio, cuja vida foi salva por Astúrio Lima, quando feito prisioneiro. Houve tentativa de fuzilamento.

 
Em dado momento, Zelito, que premeditava os lances do combate, inopinadamente joga à frente a arma automática que, bem posicionada, iniciou intenso e constante fogo, surpreendendo e aterrorizando os adversários que, tomados de pânico, começaram a debandar. Na verdade, a metralhadora retirou qualquer chance de reação maior. A derrota de Gomes foi fragorosa e instantânea.” 



FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua barão, Edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1991.Página 69.



4 de fevereiro


1926 – Coluna Prestes retorna a Mato Grosso



Luiz Carlos Prestes é o terceiro da esquerda para a direita (sentado)



Após percorrer o Nordeste, volta a Coluna Prestes ao Mato Grosso, com 600 homens a fim de internar-se em território boliviano e paraguaio. Parte da coluna, comandada por Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante ingressou na Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima, que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições precárias da coluna e as instruções de Isidoro, os revolucionários decidiram exilar-se. Durante sua marcha de quase dois anos, haviam percorrido cerca de 25.000 quilômetros.
Miguel Costa seguiu para Libres, na Argentina, enquanto Prestes e mais duzentos homens rumaram para Gaiba, na Bolívia, onde trabalharam por algum tempo para uma companhia inglesa, a Bolívia Concessions Limited. Em 5 de julho de 1927, os exilados inauguraram em Gaiba um monumento em homenagem aos mortos da campanha da coluna. Instadas pelos protestos do governo brasileiro, autoridades bolivianas tentaram destruir o monumento, mas foram impedidas de fazê-lo ante a atitude enérgica de Luís Carlos Prestes.



FONTES: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999. Página 265; e Fundação Getúlio Vargas http://goo.gl/n2l6K9



OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...